UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS DEPARTAMENTO DE GEOCIÊNCIAS CURSO DE GEOGRAFIA PRONAF BIODIESEL E O PROCESSO DE PERDA DE CREDIBILIDADE JUNTO AOS PEQUENOS PRODUTORES DE MUNICÍPIOS DO SUL E SUDOESTE DO MARANHÃO. Autor: Ronald Bruno da Silva Pereira-UFMA Email:brunnosilllva@hotmail.com Coautoria: Naiara dos Reis Ribeiro-UFMA Email:naiara20ribeiro@hotmail.com Nayara Marques Santos- UFMA NOTA:Indicação do estágio da pesquisa, essa pesquisa está nos estágiosinicial de discussão da problemática apontada após as visitas de campo. Somente com resultados preliminares empíricos. INTRODUÇÃO O petróleo e seus derivados se constituem na atualidade, numa das principais, senão na principal, matriz energética mundial. No entanto, notadamente a partir da década de 1970, em função do primeiro choque do petróleo, quando se descobriu que este é um bem não renovável, e posteriormente devido às pressões de órgãos ambientalistas relativo aos danos ambientais ocasionados pela queima dos combustíveis fósseis (carvão mineral e petróleo, sobretudo), entrou em cena as discussões acerca da criação de fontes alternativas de energia, denominadas também de energias renováveis.
Desse modo, a busca por fontes de energias alternativas, consideradas menos nocivas ao ambiente, vigora entre os principais assuntos discutidos na pauta dos países ditos desenvolvidos e também dos emergentes (SANTOS, 2012).Com o incentivo do mercado mundial para a descobertas de substitutos para as formas de combustíveis existente na atualidade que fossem menos poluente, e com uma linha de produção mais barata e rentável aos seus produtores deu-se o início a várias linhas de pesquisas com intuído de desenvolver esses substitutos dos combustíveis fosseis.o Brasil teve vários programas de incentivo para o desenvolvimento dessa forma de combustível parainserção na industrial automobilística brasileira; Segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP, 2012), cerca de 45% da energia e 18% dos combustíveis consumidos no País já são renováveis. Precursor mundial no uso de biocombustíveis, o Brasil alcançou uma posição almejada por muitos países que buscam fontes renováveis de energia como alternativas estratégicas ao petróleo. Como pode ser exemplificado pelo gráfico abaixo, a produção de biocombustíveis, em especial do biodiesel no território nacional, vem se expandindo de maneira significativa nos últimos anos. 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 m 3 300.000 250.000 200.000 150.000 100.000 50.000 - Mês Gráfico 01. Produção de Biodiesel em m³ (metros cúbicos) no Brasil (2005 a 2012)
Fonte: Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP, 2012). O Brasil tem um histórico considerável no desenvolvimento de programa com a finalidade de geração de combustíveis de origem orgânico, que tiveram início no Proálcool, criado em 1975 sendo oferecidos vários incentivos fiscais e empréstimos bancários com juros abaixo da taxa de mercado para os produtores de cana-de-açúcar para as indústrias automobilísticas que desenvolvessem automóveis movidos a álcool.até no momento atual, foram criadas novas diretrizes e de linhas de créditos especificas para incentivar e apoiar a produção e a comercialização de oleaginosas produzidas por pequenos produtores da agricultura familiar, no uso do biodiesel como fonte de energia renovável e atividade geradora de emprego e renda,comoé exemplo o PRONAF Biodiesel. Dentro dessecontexto, localiza-se o projeto de pesquisa intitulado A Inserção da Agricultura Familiar nas Estratégias de Produção do Biodiesel no Sul e Sudoeste do Maranhão donnúcleo de Estudos em questões agrarias da federal do Maranhão de onde foi retirado o recorte que origina esse artigo. OBJETIVOS O projeto de pesquisa que deu origem a este trabalho teve como objetivo principal analisar a situação do pequeno produtor do sul e sudeste do estado do Maranhão, a partir de seu ingresso nos programas de financiamento, em especial o PRONAF Biodiesel e como objetivos secundários identificar o papel do pequeno produtor na cadeia de produção do biodiesel; conhecer o uso e apropriação da terra pelo pequeno produtor no processo de produção; e conhecer as formas de financiamento disponibilizadas aos pequenos produtores. Após nossas investigações tomamos novos rumos de pesquisas, dessa forma, os nossos objetivos mudaram para investigar o processo de perda de credibilidade das linhas de financiamento Pronaf Biodiesel junto ao pequeno produtor, e
como objetivos secundários trazer toda essa problemática para discussão na comunidade acadêmica. METODOLOGIA A metodologia aplicada nesse trabalho foi similar ao do projeto que deu origem a este recorte, incluindo as etapas de revisão de literatura, bibliografia teórica a respeito dos conceitos considerados chave que fundamentaram o trabalho, na perspectiva de melhor compreender o contexto de suas ocorrências, que foram revistos para melhor adaptar-se a este recorte, com a visita de campo,sendo que este artigo se propõe compreender e averiguar a inserção da pequena agricultura familiarna produção do biodiesel no sul e sudoeste do Maranhão.A pesquisa foi direcionada para o levantamento de informações dentro de uma abordagem qualitativa.com a finalidade de melhor apropriação de conhecimento, lançamos mão de alguns procedimentos metodológicos, dentre os quais se pode mencionar: Revisão de literatura (pesquisa bibliográfica e documental), a partir do resgate da produção teórica e conhecimentos empíricos já produzidos sobre a presente temática de estudo, observando os seguintes aspectos: A respeito da bibliografia teórica alguns conceitos considerados chave foram trabalhados os quais fundamentaram o trabalho, na perspectiva de melhor compreender o contexto de suas ocorrências empíricas, tanto na escala local como também nas nacional e global. Desse modo, teve por base o referencial teórico já produzido contemplando prioritariamente os autores e suas referidas temáticas.também foram realizados levantamento bibliográfico junto às bibliotecas das Universidades Federal e Estadual do Maranhão, com a finalidade de identificar teses, dissertações e outros trabalhos acadêmicos que discorrem sobre a presente temática de estudo. Quanto ao trabalho de campoa pesquisa empírica foi realizada inicialmente no município de Porto Franco, por se tratar do local, no sul do estado do Maranhão, onde estaria situada a principal empresa de produção de biodiesel da região. A partirdaiforam selecionados os demais municípios para levantamento de informações
mais detalhadas acerca da inserção da agricultura familiar na produção do biodiesel. Dentre os municípios a serem visitados destacam-se: Montes Altos, Amarante do Maranhão, São João do Paraíso, João Lisboa, Buritirana, Davinópolis e Senador La Rocque, que conforme as informações colhidas estariam desenvolvendo plantios de mamona com vistas à produção de biocombustíveis. Nessas localidades entrevistamos várias pessoas envolvidas direta e indiretamente na inserção desse projeto na região como lideres sindicalistas representantes dos trabalhadores rurais, os próprios trabalhadores rurais das regiões citadas, secretários de agriculturas das mesmas, até mesmo tentamos contatos com prefeitos que exerciam cargos na época da implementação desse projeto. RESULTADOS PRELIMINARES O projeto A Inserção da Agricultura Familiar nas Estratégias de Produção do Biodiesel no Sul e Sudoeste do Maranhão da onde esse recorte foi originado tem o objetivo de identificar os processos de inserção da agricultura familiar no cultivo de oleaginosas para a serem utilizadas para geração de biodiesel de origem vegetal, de forma como se daria o papel da agricultora familiar na linha de produção e logística desse projeto, já que uma das alegações do projeto seria uma geração de renda extra para o pequeno produtor familiar que segundo asecretaria DA AGRICULTURA FAMILIAR(2011) Os projetos ligados ao PRONAF devem gerar renda aos agricultores familiares e assentados da reforma agrária, pois segundos ROSSI (2008) O programa PRONAF, abriu essa perspectiva para esse grupo de trabalhadores. Com isso, há um crescimento impressionante da produção, a partir dessa linha de financiamento. Entrando um pouco mais no pensamento de ROSSI² (2008)considera em seus estudos os mais admiráveis avanços obtidos pelo Brasil no campoagrícola é o da transformação produtiva de sua agricultura familiar. Que antes era prejudicada pelo mediador comercial, que acabava por monopolizar os ganhos do pequeno produtor familiar para se próprio. Então se partimos do pensamento de Rossi do avança do
Campo Brasileiro, qual o Motivo dessa dinâmica não ter dado certo no Sul e Sudoeste do Maranhão? Na tentativa de obtenção de respostas para esse questionamento demos início as nossas visitas aos os municípios Montes Altos, Amarante do Maranhão, São João do Paraíso, João Lisboa, Buritirana, Davinópolis e Senador La Rocque e Porto Franco municípios que estavam envolvidos na produção de oleaginosas destinadas a geração de Biocombustível através da produção familiar. Este recorte tem início a partir da indicação na secretaria de agricultura da cidade de Porto Franco que o projeto de produção de mamona para fins de biocombustíveis não obtivera êxito na implementação e no sul e sudoeste de sua refinaria para o beneficiamento e da matéria prima produzida pela agricultura familiar dos municípios. Após a constatação que não houve instalação da beneficiadora, fomos a procura dos produtores envolvidos nesse projeto havendo indicações na secretaria de agricultura de Porto Franco e na literatura usada para fundamentar o estudo que haveria a existência plantio de oleaginosas destinada para a de produção de biodiesel,para averiguar diretamente com eles e os sindicatos de trabalhadores rurais dos municípios envolvidos com o programa produção de Biocombustíveis. A partir de nossas conversas com os agricultores envolvidos, foi notório o descontentamento dos pequenos produtores com a tentativa de inserção do cultivo de oleaginosas no interior do estado, todos os pequenos produtores entrevistados mostraram uma enorme insatisfação com o modo que se deu a implementação junto aos agricultores familiares, muitos se sentindo lesados como se deram as articulações entre o projeto de produção de oleaginosa junto aos produtores e junto aos seus órgãos financiadores no caso o PRONAF Biodiesel, a grande maioria perdeu dos pequenos produtores envolvidos no projeto, deixaram se levar por toda uma atmosfera montada pelos responsáveis do projeto mostrando os benefícios da produção de oleaginosas e como ajudaria toda a região, mas o que não foi dito que a espécime a ser implantada na região ainda estava em faze de teste para adaptação na região sul e sudeste do Maranhão.
Após o convencimento dos pequenos produtores na participação do projeto, os mesmos foram induzidos a retirar financiamentos junto ao PRONAF Biodiesel, pra do início suas linhas de produção, produção essa que seguiu fielmente as instruções de plantio vindas dos assistentes agropecuários da empresa responsável pela implantação do projeto no estado, e a produção deu na ótica dos pequenos produtores suas áreas de cultivo obtiveram sucesso, mesmo com a espécime ainda em adaptação ao terreno e o tipo de solo e as práticas importadas de outro estados que obtiveram mais sucessos com o plantio de oleaginosas, mas mesmo com os índices de grandes aproveitamentos do cultivos, a nova variação existente implantada no Maranhão não foi viável para funcionalidade do projeto. No meio dessa dinâmica que começa a problemática apontada por esse artigo, os pequenos produtores são convencidos a deixar sua produção comum, a produção do dia-a-dia para a produção de oleaginosas para um programa federal que se mostrava um projeto promissor para as famílias de pequenos produtores, em que num primeiro momento foi dado todas as garantias de compra do que fosse produzido, sendo assim os agricultores produziram e não tiveram como escoar sua produção, a inexistência d compradores inviabilizou os pagamentos dos financiamento, ocasionando dividas que os pequenos produtores não tiveram como sanar juntos instituições bancaria, onde muito desse agricultores familiar tiveram que vender parte de suas terras para quitar-se com os agente financiadores nascendo assim um descontentamento com um projeto e os agente financiadores, que foi personificado uma perca de credibilidade com o próprio processo de Financiamento para o a implantação de matéria prima pra biocombustível, em muitos casos ouvimos em nossas entrevistas Vocês estão oferecendo dinheiro pra plantar mamona? Porque a gente não tem interesse não senhora. Ou mamona? Nós não tem interesse, não senhora isso deu muito foi prejuízo! Sendo assim o Pronaf biodiesel ficou desacreditado e perdeu credibilidade junto ao pequeno produtor, por causa de um projeto que não deu certo. Pronaf Biodiesel ficou com a imagem arranhada podendo num futuro ser deixado de lado em questão a outras linhas de financiamento ou até mesmo outras linhas de investimento que leve inserção da agricultura familiar, minha maior conclusão como pesquisador dentro dessa dinâmica que a perca de credibilidade do
Pronaf biodiesel se deu em maior forma, por que como foi um órgão financiador, mesmo depois de total retirada do projeto dos municípios, as instituições financiadoras continuaram a tratar com o pequeno produtor as questões de liquidações de dividas e até mesmo refinanciando algumas delas, mas em todo esse processo, nas tentativas de liquidar as dividas as vendas de linhas de terras de cultivo, linhas essas que foram passadas de geração para geração, então o desconforto foi maior por ver as financiadoras como o órgão responsável pela perca de suas terras, sendo assim fica sempre o sentimento de descrença e descredibilidade junto as suas financiadoras, usando uma frase de um dos entrevistado que ilustra bem esse pensamento, o senhor Edmar deixou transparecer: Banco não perde dinheiro ne senhora o descontentamento do senhor que plantou e não teve lucro e nem retorno mas teve que pagar suas dívidas nos órgãos financiadores.
REFERENCIAS Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Biocombustíveis. Disponível em: www.anp.gov.br. Acessado em: março de 2013. Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP, 2012).Produção de Biodiesel em m³ (metros cúbicos). Disponívelem www.anp.gov.br. BRASIL. Ministério de Desenvolvimento Agrário. Secretaria da Agricultura Familiar. Nossos Programas: Pronaf. Disponívelem:www.portal.mda.gov.br/portal/saf/programas/pronaf/4094193. Acessado em março de 2013 ROSSI, Wagner. Abastecimento e segurança alimentar: o crescimento da agricultura e a produção de alimentos no Brasil. Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB); Brasília:, 2008 ROSSI, Wagner. Abastecimento e segurança alimentar: o crescimento da agricultura e a produção de alimentos no Brasil. Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB); Brasília:, 2008 SANTOS, José Antonio L. dos. Programa Nacional em de Produção e Uso do Biodiesel: sujeição da renda da terra camponesa ao capital no território de Identidade de Irecê BA. Tese (Doutorado em Geografia Humana). FFLCH. Universidade de São Paulo. 2012.