ATA DE JULGAMENTO DE RECURSO PREGÃO ELETRÔNICO AA Nº 57/2011 Aos dezoito dias do mês de janeiro do ano de dois mil e doze (18/01/2012), reuniram-se o Pregoeiro e os integrantes da Equipe de Apoio para análise das razões de recurso apresentadas, no âmbito do Pregão Eletrônico supramencionado, em 05/01/2012, pelo Licitante Plantão Serviços de Vigilância Ltda., doravante denominado Plantão Serviços, em face de decisão proferida pelo Pregoeiro, em 12/01/2012, na Sessão Pública de Licitação, em que a Licitante Afeque Serviços de Vigilância Ltda. foi habilitada e declarada vencedora do certame em referência. I. HISTÓRICO No presente pregão eletrônico, autorizado em 29/11/2011 pela Decisão Dir. nº 1213/2011, por intermédio da IP AA/DELOP/GPAT nº 090/2011, de 27/10/2011, foi autorizada a realização de procedimento licitatório para a contratação de empresa especializada em prestação de serviços de guarda e vigilância armada. Realizada pesquisa de mercado pela Unidade Demandante, apurou-se o valor global estimado de R$ 643.789,68 (seiscentos e quarenta e três mil, setecentos e oitenta e nove reais e sessenta e oito centavos). Após a definição da modalidade Pregão, sob a forma Eletrônica, o respectivo Edital foi aprovado e o certame foi divulgado através dos meios de comunicação de praxe (site do BNDES e DOU do dia 07/12/2011, seção 03, pág. 162), tendo sido agendada a Sessão Pública Inaugural para o dia 21/12/2011, às 10:30h, no portal Comprasnet. O Instrumento Convocatório sofreu 2 (dois) questionamentos, mantendo-se, entretanto, inalterado. Na data designada, compareceram 8 (oito) Licitantes, tendo apenas a licitante UNISEG Segurança e Vigilância Ltda. sido todos desclassificada, pois, conforme o item 4.3 do Edital, é vedado ao licitante a sua identificação, de qualquer modo, nos termos do item 3.1.1. Finda a etapa de lances, sagrou-se como melhor proposta a ofertada pela Licitante Afeque Serviços de Vigilância Ltda, pelo valor global de R$ 569.556,30 (quinhentos e sessenta e nove mil, quinhentos e cinqüenta e seis reais e trinta centavos). Em seguida, a sessão pública foi suspensa pelo Pregoeiro até o dia 26.12.2011, às 11h, para que a documentação apresentada pelo Licitante ofertante da melhor proposta, referente ao subitem 4.13 do Edital, fosse submetida à análise da Equipe Técnica. Em 29.12.2011, foi confirmada pela Equipe Técnica e ratificada pelo Pregoeiro a aceitabilidade da proposta apresentada e a compatibilidade desta com os preços de mercado. Em razão da falha de conexão com o site do Comprasnet, o Pregoeiro suspendeu a sessão, conforme prevê o item 4.7 do Edital. 1
Reiniciada a sessão no dia 02.01.2012, às 11h, o Pregoeiro informou que a Afeque Serviços de Vigilância Ltda. já havia enviado, por e-mail, os documentos de habilitação, nos termos do subitem 4.16 do Edital. Em seguida, comprovada a adequação aos requisitos exigidos no Edital, a Afeque Serviços de Vigilância Ltda. foi considerada habilitada e declarada vencedora do certame. Aberto o prazo para a manifestação de intenção de recurso, houve manifestação por parte da Plantão Serviços de Vigilância Ltda. e, oportunamente, apresentou suas razões recursais, as quais foram rebatidas nas contrarrazões apresentadas pela Afeque Serviços de Vigilância Ltda. II. RAZÕES RECURSAIS Em suas razões recursais, a Plantão Serviços de Vigilância Ltda. insurgiu-se contra a decisão que habilitou e declarou a vencedora do certame, alegando, em breve síntese, que: A proposta elaborada pela Recorrida contém erros insanáveis de soma, além de ser, no conjunto, completamente inexeqüível, não comportar a integralidade das despesas que advirão dos serviços que serão prestados juntos ao BNDES ; A hora noturna prorrogada não foi cotada pela Recorrida para todos os empregados que exercerão atividades na jornada 12 x 36 noturna, em total descumprimento às normas trabalhistas aplicáveis à espécie ; O preço final do serviço prestado no mês deve ser apresentado com os respectivos tributos inclusos, ou seja, calculados por dentro, sob pena de desobediência à regra aplicável na legislação tributária vigente no país ; Não teria sido prevista a cotação da verba intitulada dia do vigilante, conforme expressa previsão na cláusula 43ª da Convenção Coletiva da Categoria; A despeito da concessão do intervalo intrajornada para todos os empregados ter sido expressamente estabelecida pelo edital, a Recorrida acabou cotando a hora extra referente ao intervalo intrajornada para todos os empregados ; Não teria sido calculado corretamente o valor do vale alimentação para cada vigilante; Quanto aos atestados de capacidade técnica, a Recorrida apresentou somente 2 atestados, sendo que um deles comprova apenas prestação de serviços de vigilância desarmada, e que o outro atestado declara que a prestação de serviços teria início em 01/04/2007 e esta data seria divergente daquela constante do respectivo contrato. 2
Que a Recorrida não poderia somar ao salário base o adicional de risco de vida, pois o tal adicional integra a remuneração do empregado. Por fim, requereu a Recorrente que a decisão proferida pela Administração seja reformada, para declarar a inabilitação da Afeque Serviços de Vigilância Ltda., por não atender a todas as exigências legais e do Edital. III. CONTRARRAZÕES RECURSAIS Em suas contrarrazões recursais, a Licitante Afeque Serviços de Vigilância Ltda, rebateu as questões trazidas pela Licitante Plantão Serviços de Vigilância Ltda em seu recurso, alegando em sua defesa que: A hora noturna, ao contrário do que alega a Recorrente, fora calculada pela Recorrida com base no disposto na CLT; Quanto à integração do adicional de risco de vida à remuneração dos vigilantes, argumenta a Recorrida que baseou seu cálculo no disposto na própria CLT, na Súmula 60 do TST e na Cláusula 11ª da Convenção Coletiva de Trabalho da categoria. Sendo assim, entendeu que tal adicional não deve ser considerado como base de cálculo, mas sim como hora normal sobre o salário base. Em relação ao fato alegado pela Recorrente, de que houve irregularidade na planilha de composição de custos apresentada pela Recorrida, que não teria faturado o total dos serviços, esta declara que não houve erro nos custos cotados e apresentados na forma de planilha. Ao contrário, afirma que os cálculos apresentados pela Recorrente é que não condizem com a realidade. Quanto ao argumento da Recorrente de que não teria sido prevista a cotação da verba intitulada dia do vigilante, afirma a Recorrida que o próprio Edital e seu Anexo III Minuta de Contrato, não foram expressos quanto à exigência de previsão de hora extra referente a feriado prevista em Convenção, mas que tal dia foi observado quando do cálculo do DSR, já que foram considerados 5 (cinco) dias úteis, dos quais 4 (quatro) correspondem aos domingos do mês e 1 (um) corresponde ao feriado do dia do vigilante. Sendo assim, teria sido devidamente cotado na planilha de custos. Afirma a Recorrida ter cotado a hora extra referente ao intervalo intrajornada para todos os empregados, pelo fato de que o serviço de vigilância tem suas especificações e que, por isso, o posto não pode ficar descoberto. Quanto à cotação do valor do ticket refeição, afirma a Recorrida que este foi devidamente cotado, atendendo a média anual e estando, por isso, em consonância com o disposto no Edital. 3
Quanto aos atestados de capacidade técnica, afirma a Recorrida que, por ter apresentado um atestado devidamente registrado no CRA, já está cumprindo com a exigência trazida no item editalício. Por fim, requereu a improcedência do recurso interposto por Plantão Serviços de Vigilância Ltda, mantendo-se in totum o decisum, a fim de prosseguir com o regular andamento do processo licitatório. IV. ANÁLISE DAS RAZÕES E DAS CONTRARRAZÕES RECURSAIS a) Foi calculado corretamente o adicional noturno Em suas razões recursais, o Recorrente alegou que a hora noturna prorrogada não foi cotada pela Recorrida para todos os empregados que exercerão atividades na jornada 12 x 36 noturna, em total descumprimento às normas trabalhistas aplicáveis à espécie. Conforme o art. 73, 2º, da CLT, considera-se noturno o trabalho executado entre as 22 horas de um dia e às 5 horas do dia seguinte. Já a Cláusula 23ª da Convenção Coletiva da categoria em questão prevê o regramento da jornada de trabalho em escala de revezamento de 12x36. Ao proceder a análise das razões recursais, o Pregoeiro e a Equipe de Apoio efetuaram nova análise da planilha de composição de custos e da proposta da licitante vencedora e constataram que foi devidamente computada a hora noturna prorrogada no adicional de hora noturna. Logo, a hora noturna prorrogada foi cotada pela Recorrida para todos os empregados que exercerão atividades na jornada 12 x 36 noturna. Ainda que não se tivesse cotado adequadamente o adicional de hora noturna o que não ocorreu no presente caso, relembre-se o Tribunal de Contas da União já possui consolidado entendimento de que incorreções e a própria ausência de adicional noturno não devem ensejar a desclassificação de licitantes. Confira-se: Abstenha-se de promover a desclassificação de licitantes em decorrência da constatação de falhas em suas propostas, provocadas por eventuais incorreções ou omissões nos instrumentos convocatórios publicados pelo órgão, quando duas licitantes foram desclassificadas em razão da não cotação do item adicional noturno para o serviço de operador, quando a Planilha de Custos e Formação de Preços do instrumento convocatório não apresentava campo especifico para cotação desse encargo Acórdão 2619/2008 Plenário b) Não deve haver cálculo por dentro dos tributos 4
Alegou a recorrente que o preço final do serviço prestado no mês deve ser apresentado com os respectivos tributos inclusos, ou seja, calculados por dentro, sob pena de desobediência à regra aplicável na legislação tributária vigente no país. No entanto, a Recorrente apresentou fundamentos de fato ou jurídicos que imponham essa tributação por dentro, segundo a qual o valor do tributo deve integrar sua base de cálculo. Além disso, o preenchimento da planilha de proposta pela Recorrida foi efetuada de acordo com as orientações de preenchimento constante do Anexo II do Edital. Observe-se que o próprio Manual para Preenchimento de Planilha de Custo 1, editado pelo Ministério do Planejamento, em seu Módulo 5, fixa orientações muito semelhantes àquelas inseridas no Anexo II do Edital, sem fazer exigência alguma quanto ao cálculo por dentro de tributos. A Recorrente, caso não concordasse com as prescrições do Anexo II do Edital, deveria impugná-lo ou apresentar questionamento. Sobre a impossibilidade de questionamentos e impugnações ao Edital após o momento propício para tanto já se manifestou o Superior Tribunal de Justiça: A impetrante, outrossim, não impugnou as exigências do edital e acatou, sem qualquer protesto, a habilitação de todas as concorrentes. 5. Impossível, pelo efeito da preclusão, insurgir-se após o julgamento das propostas, contra as regras da licitação (Resp. nº 402.711/SP, rel. Min. José Delgado, j. em 11.06.2002). (Grifou-se). I O edital é elemento fundamental do procedimento licitatório. Ele é que fixa as condições de realização da licitação, determina o seu objeto, discrimina as garantias e os deveres de ambas as partes, regulando todo o certame público. II Se o Recorrente, ciente das normas editalícias, não apresentou em época oportuna qualquer impugnação, ao deixar de atendê-las incorreu no risco e na possibilidade de sua desclassificação, como de fato aconteceu. (RMS nº 10.847/MA, 2ª T., rel. Min. Laurita Vaz, j. em 27.11.2001, DJ de 18.02.2002). (Grifou-se). c) Foi previsto o benefício do dia do vigilante. Acrescente-se que o Recorrente, alegou genericamente que não teria sido prevista a cotação da verba intitulada dia do vigilante, conforme expressa previsão na cláusula 43ª da Convenção Coletiva da Categoria. Porém, esse dia de benefício foi observado quando do cálculo do Descanso Semanal Remunerado (DSR) pela Recorrida em sua proposta, uma vez que foram considerados 5 1 http://www.comprasnet.gov.br/publicacoes/manuais/manual_preenchimento_planilha_de_custo_- _27-05-2011.pdf 5
(cinco) dias úteis como DSR, dos quais 4 (quatro) correspondem aos domingos do mês e 1 (um) corresponde ao feriado do dia do vigilante. d) Hora referente ao intervalo intrajornada devidamente computada como indenização. A Recorrente também alega que, a despeito da concessão do intervalo intrajornada para todos os empregados ter sido expressamente estabelecida pelo edital, a Recorrida acabou cotando a hora extra referente ao intervalo intrajornada para todos os empregados. Conforme a própria Recorrente, a hora referente ao intervalo intrajornada foi devidamente computada como indenização como hora extra. Desse modo, a planilha de composição de preços da Recorrida se mostra plenamente exequível. Anote-se que o mencionado Manual para Preenchimento de Planilha de Custo, editado pelo Ministério do Planejamento, prevê expressamente a possibilidade de o intervalo intrajornada não gozado ser indenizado: Intervalo Intrajornada: Intervalo para repouso ou alimentação em qualquer trabalho contínuo, superior a 6 horas. A não concessão do intervalo obriga o empregador a remunerar por esse período nos termos da lei, acordo, convenção coletiva, ou sentença normativa em dissídio coletivo. Sendo assim, é possível concluir que a Recorrida, ao cotar como hora extra o intervalo intrajornada por ela não concedido, agiu em conformidade com o ordenamento, que prevê, no caso de não concessão do intervalo intrajornada, o dever de se indenizar o empregado. Ressalte-se que a não concessão de intervalo intrajornada aos empregados, conforme confirma a própria doutrina especializada, é comum quando a categoria de empregados em questão é a de vigilantes, em razão das características próprias da atividade, que exigem a prestação contínua do serviço para sua segurança e eficiência. Nesse sentido, confira-se o seguinte ensinamento: A lei obriga a concessão de intervalos ao empregado, com vistas a que esse possa se alimentar, descansar, restaurando as energias do corpo. Apenas excepcionalmente, em consideração às características próprias da atividade, admite-se a jornada sem intervalos para descanso, como no caso dos vigilantes. Os intervalos devem ser pré-assinalados no registro de horário do empregado, e caso o empregador venha a não os conceder, conforme previsto em lei, o empregado terá direito à remuneração dos períodos trabalhados, em que deveria estar em intervalo, como horas extras, acrescidas do adicional de, no mínimo, 50% (CLT, art. 71, parágrafo 4 ). (ALEXANDRINO, Marcelo e PAULO,Vicente. Manual de Direito do Trabalho. 14.ed. São Paulo: Método, 2010. p. 183 e 185.) 6
e) Vale Alimentação cotado de acordo com a escala de revezamento Também alega a Recorrente que não teria sido calculado corretamente o valor do vale alimentação para cada vigilante. A Recorrida, por outro lado, contra-argumenta que o ticket refeição foi devidamente cotado, atendendo a média anual e estando, por isso, em consonância com o disposto no Edital. O parâmetro para análise de exequibilidade do vale-alimentação deverá ser obtido na convenção ou acordo coletivo de trabalho para a categoria profissional, pois se trata de um benefício do trabalhador. No caso ora em exame, a Convenção Coletiva aplicável prevê, em sua cláusula 13ª, 2ª, que os empregados receberão os tíquetes alimentação para os dias trabalhados. Desse modo, o cálculo dos dias trabalhados efetuado pela Recorrida apresenta-se compatível com a escala de revezamento de 12x36, segundo a qual um dia trabalhado corresponde a um dias de descanso do empregado. f) Adequação dos atestados apresentados A Recorrente mostrou-se insatisfeita com a decisão que considerou adequados às prescrições do Edital os atestados de capacidade técnica apresentados pela Recorrida. Alega a Recorrente que foram apresentados somente 2 atestados, sendo que um deles comprova apenas prestação de serviços de vigilância desarmada, e que o outro atestado declara que a prestação de serviços teria início em 01/04/2007 e esta data seria divergente daquela constante do respectivo contrato. Quanto aos atestados de capacidade técnica, afirma a Recorrida que, por ter apresentado um atestado devidamente registrado no CRA, já está cumprindo com a exigência trazida no edital. Os atestados apresentados estão de acordo com o que exige o item 8.2 do Anexo I do Edital. O atestado emitido pelo Ministério da Fazenda atesta a regular prestação de serviço de vigilância e, ao contrário do que alega a Recorrente, o fato do serviço de vigilância ser desarmada não o descaracteriza com similar ao serviço contratado. Conforme entendimento consolidado do TCU: é necessária a exigência pela Administração de atestado que demonstre haver o licitante executado objeto com características similares ao da licitação. Acórdão 607/2008 Plenário (Sumário) Além do atestado mencionado acima, a Recorrida ainda apresentou atestado emitido pela Mills Estruturas e serviços de Engenharia Ltda., com o qual se comprova a prestação de serviços de vigilância armada. Não procede o questionamento da Recorrente acerca de eventual divergência entre a data de expedição do atestado e da vigência do respectivo contrato. Por sinal, segundo o 5o do art. 30 Lei nº. 8.666/1993 É vedada a exigência de comprovação de atividade ou de aptidão com limitações de tempo ou de época ou ainda em locais específicos, ou quaisquer outras não previstas nesta Lei, que inibam a participação na licitação. Acrescente-se que o entendimento do TCU não permite a limitação de quantidade de atestados para hipóteses semelhantes a do presente caso: 7
É vedada a imposição de limite para a quantidade de atestados ou de certidões de execução de serviços para fins de comprovação de qualificação técnica dos licitantes quando o seu objetivo for, tão-somente, verificar se os empreendimentos anteriormente realizados pela licitante tem dimensão semelhante a do objeto do certame, excetuada a hipótese em que tal limitação tenha por finalidade única e exclusiva garantir que a empresa contratada detenha o conhecimento técnico e a capacidade operacional inerentes a metodologia construtiva a ser aplicada. (Acórdão 1240/2008 Plenário (Sumário) g) Adicional de Risco de Vida tem como base cálculo o salário. Alega-se no recurso que a Recorrida não poderia ter calculado, com base no salário, o adicional de risco de vida, pois o tal adicional integra a remuneração do empregado. Porém, realmente o adicional de risco de vida integra a remuneração do empregado, mas sua base de cálculo é a apenas o salário-base, e não toda a remuneração do empregado. Nesse sentido a própria Convenção Coletiva, em sua Cláusula 12ª, prevê que o adicional de risco de vida incide sobre o salário normativo e, portanto, passa a integrar a remuneração ( 3º) do empregado. Integrar a remuneração não significa que sua base de cálculo é o total da remuneração. Logo, o adicional em questão é calculado sobre o salário, não sobre o total da remuneração. Nesse sentido, confira-se o seguinte acórdão do TRT da 4ª Região: ADICIONAL DE RISCO DE VIDA. BASE DE CÁLCULO. Considerando que o adicional de risco de vida foi implementado através de norma coletiva, havendo disposição expressa acerca da base de cálculo a ser utilizada, bem como da não consideração da parcela para fins de reflexos em outras verbas, há que ser respeitada a vontade coletiva, na medida em que se trata de liberalidade livremente ajustada, sob pena de afronta ao artigo 7º, inciso XXVI da Constituição Federal. Assim, correta a sentença ao indeferir a pretensão obreira, no sentido de que o adicional em questão fosse calculado com base no total de seus vencimentos, na medida em que a norma coletiva estabelece o salário normativo como base de cálculo da vantagem. Recurso ao qual se nega provimento. (Nº processo: 0048400-28.2009.5.04.0023, Recurso Ordinário - 21/09/2011) Desta feita, as alegações da Recorrente quanto a qualquer violação às normas licitatórias restaram insustentáveis. V. CONCLUSÃO Pelas razões acima expostas, decide-se por negar provimento ao recurso apresentado pela sociedade Plantão Serviços de Vigilância Ltda., mantendo-se a decisão do Sr. Pregoeiro 8
no sentido de julgar habilitado e declarado vencedora do certame a Afeque Serviços de Vigilância Ltda. Por oportuno, é submetido o presente procedimento licitatório ao Sr. Superintendente da Área de Administração, nos termos do inciso IV, do artigo 8º do Decreto nº 5.450/2005, para julgamento. Thiago Tourinho Pregoeiro 9