Médicos do Sistema Nacional de Saúde. Departamento da Qualidade na Saúde (dqs@dgs.pt)



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NÚMERO: 004/2014 DATA: 31/03/2014 ATUALIZAÇÃO 06/11/2014 ASSUNTO: Prescrição de Colonoscopia PALAVRAS-CHAVE: Colonoscopia, cólon, reto PARA: Médicos do Sistema Nacional de Saúde CONTACTOS: Departamento da Qualidade na Saúde (dqs@dgs.pt) Nos termos da alínea a) do nº 2 do artigo 2º do Decreto Regulamentar nº 14/2012, de 26 de janeiro, a Direção Geral da Saúde, por proposta conjunta do Departamento da Qualidade na Saúde e da Ordem dos Médicos, emite a seguinte: NORMA 1. A prescrição de colonoscopia deve ser acompanhada de informação clínica e transcrição ou cópia dos relatórios de meios complementares de diagnóstico (MCDT), efetuadas previamente. 2. A prescrição de colonoscopia é efetuada nas seguintes situações clínicas (Nível de Evidência III, Grau de recomendação B) 1 : a) Pesquisa positiva de sangue oculto nas fezes (teste imunoquímico), no âmbito do rastreio oportunístico do cancro do cólon ou do reto, excetuando-se as situações previstas na Norma Rastreio Oportunístico do Cancro do Cólon e Reto ; b) História familiar de neoplasia do cólon e reto; c) Hemorragia digestiva: retorragia/hematoquézia, presença de sangue oculto nas fezes, anemia ferropénica e também melenas após realização de endoscopia digestiva alta que não tenha evidenciado lesões que a possam explicar; d) Vigilância após ressecção de neoplasia; e) Dor abdominal persistente nos quadrantes inferiores e/ou alteração recente dos hábitos intestinais; f) Diarreia crónica inexplicável; g) No contexto da doença inflamatória intestinal; h) Observação de todo o cólon tendo em vista o diagnóstico de lesões neoplásicas síncronas em utentes com neoplasia ressecável do cólon ou do reto; i) Realização de ato terapêutico, designadamente excisão de lesão, repermeabilização luminal ou hemostase; j) Esclarecimento de imagens patológicas obtidas por outros métodos complementares de diagnóstico; 1/13

k) Identificação intraoperatória de lesão inaparente à cirurgia; l) Marcação de uma neoplasia para posterior excisão cirúrgica; m) Descompressão de megacólon agudo (não tóxico) ou de volvo da sigmoide; n) Extração de corpo estranho; o) No quadro da investigação de sintomas constitucionais não esclarecidos, devidamente fundamentado no processo clínico. 3. São contraindicações para a prescrição de colonoscopia, exceto em situações de urgência, as seguintes situações clínicas (Nível de Evidência IV, Grau de Recomendação C) 1 : a) Perfuração; b) Diverticulite; c) Megacólon tóxico; d) Enfarte agudo do miocárdio nos últimos seis meses; e) Doença cardiorrespiratória aguda; f) Embolia pulmonar; g) Instabilidade hemodinâmica; h) Gravidez (segundo e terceiro trimestres). 4. Deve ser referenciado pelo médico prescritor a consulta de gastrenterologia ou cirurgia, a efetivar no prazo máximo de trinta dias, de acordo com a situação clínica, o utente com; a) Cancro; b) Pólipo (s) maligno. 5. Deve ser referenciado pelo médico prescritor a consulta de gastrenterologia, a efetivar no prazo máximo de sessenta dias (com carácter prioritário), o utente com: a) Pólipo (s) com características de risco para excisão em ambiente não hospitalar, referido no relatório da colonoscopia (Nível de Evidência IV, Grau de Recomendação B) 2 ; b) Mais de dez pólipos; c) Doença inflamatória intestinal (Nível de Evidência IV, Grau de Recomendação B) 3,4. 6. Deve ainda ser obtido um consentimento informado escrito para a realização de colonoscopia, integrado no processo clínico do utente. 7. O médico gastrenterologista que procede ao exame, não deve ser envolvido no processo de sedação 5-7. Norma nº 004/2014 de 31/03/2014 atualizada a 06/11/2014 2/13

8. A sedação/anestesia tem de ser realizada por médico anestesiologista. 9. Perante a indisponibilidade de presença física de médico anestesiologista ou em situação de urgência, a sedação do utente pode ser efetuada por: a) Médico com treino documentado e atualizado em suporte avançado de vida (SAV); b) Médico com treino comprovado pelo diretor clínico na utilização dos fármacos e seus antagonistas e competente na resolução de complicações clínicas. c) A prescrição de Propofol e supervisão da sua administração é efetuada por médico com frequência de curso ministrado de acordo com curriculum europeu para o treino da sedação em endoscopia digestiva proposto pela European Society of Gastrointestinal Endoscopy 8. 10. No utente internado em unidade de cuidados intensivos, a prescrição de Propofol pode ser efetuada por médico com a subespecialidade em medicina intensiva que supervisiona a sua administração, baseada na prévia manutenção da via aérea e monitorização hemodinâmica. 11. A monitorização instrumental do utente sedado/anestesiado é efetuada, através da: a) Visualização de uma derivação eletrocardiográfica, frequência cardíaca, pressão arterial, oximetria de pulso; b) Capnografia em utentes com risco acrescido de hipoventilação; c) Disponibilização de um carro de urgência equipado com desfibrilhador. 12. O relatório anatomopatológico do material biológico excisado pela colonoscopia deve ser integrado pelo médico prescritor no processo clínico do utente. 13. Qualquer exceção à presente Norma é fundamentada clinicamente, com registo no processo clínico. Norma nº 004/2014 de 31/03/2014 atualizada a 06/11/2014 3/13

14. Os algoritmos clínicos Prescrição de Colonoscopia Não prescrever colonoscopia Sim Não Indicações para colonoscopia total* Sim Contraindicações para colonoscopia total** Colonoscopia total Sedação/anestesia * - PSOF positiva no âmbito do rastreio - Antecedentes familiares de neoplasia do cólon e reto - Hemorragia digestiva: retorragia/hematoquézia, presença de sangue oculto nas fezes, anemia ferropénica ou melenas após realização de endoscopia alta que não tenha evidenciado lesões que as possam explicar - Vigilância após ressecção de neoplasia - Dor abdominal persistente nos quadrantes inferiores e/ou alteração recente dos hábitos intestinais - Diarreia crónica inexplicável - No contexto da doença inflamatória intestinal - Observação de todo o cólon tendo em vista o diagnóstico de lesões neoplásicas síncronas em utentes com neoplasia ressecável do cólon ou do reto - Realização de ato terapêutico: excisão de lesão, repermeabilização luminal ou hemóstase - Esclarecimento de imagens patológicas obtidas por outros métodos complementares de diagnóstico - Identificação intraoperatória de lesão inaparente à cirurgia - Identificação intraoperatória de lesão inaparente à cirurgia - Marcação de uma neoplasia para posterior excisão cirúrgica - Descompressão de megacólon agudo (não tóxico) ou de volvo da sigmóide - Extração de corpo estranho - Investigação de sintomas constitucionais não esclarecidos ** Perfurações, diverticulite, megacólon tóxico, diverticulite, enfarte agudo do miocárdio nos últimos seis meses, doença cardiorrespiratória aguda, embolia pulmonar e gravidez Realizada por médico anestesiologista*** Não *** A monitorização do utente é efetuada, através de visualização de derivação eletrocardiográfica, frequência cardíaca, pressão arterial, oximetria de pulso, capnografia em utentes com risco acrescido de hipoventilação e disponibilização de um carro de urgência equipado com desfibrilhador Sim Em situação de urgência ou indisponibilidade de médico anestesiologista***: - Médico com treino documentado e atualizado em suporte avançado de vida (SAV) - Médico com treino comprovado pelo diretor clínico na utilização dos fármacos e seus antagonistas e competente na resolução de complicações clinicas - A prescrição de propofol e supervisão da sua administração é efetuada por médico com frequência de curso ministrado de acordo com curriculum europeu para o treino da sedação em endoscopia digestiva proposto pela European Society of Gastrointestinal Endoscopy (ESGE) A sedação/anestesia com Propofol deve ser efetuada por anestesiologista ou nas unidades de cuidados intensivos por intensivista **** Nota: O médico gastrenterologista que procede ao exame não deve ser envolvido no processo de sedação 4/13

Referenciação Colonoscopia total Outros resultados Normal Médico prescritor Médico prescritor - Pólipos com características de risco de excisão em ambiente não hospitalar - Mais de 10 pólipos - Doença inflamatória intestinal intestinal - Cancro - Pólipos malignos Referenciação pelo médico prescritor a efetivar no prazo de 60 dias Referenciação pelo médico prescritor a efetivar no prazo de 30 dias Consulta de gastrenterologia Consulta de gastrenterologia/cirurgia Norma nº 004/2014 de 31/03/2014 atualizada a 06/11/2014 5/13

15. Instrumento de Auditoria Unidade: -------------------------------------------------------------- Data: / / Instrumento de Auditoria Clínica da Norma " Prescrição de Colonoscopias" Equipa Auditora: CRITÉRIOS CRITÉRIOS subespecialidade em medicina intensivista que supervisiona a sua administração Existe evidência de que na indisponibilidade de presença física de médico anestesiologista ou em situação de urgência, a sedação é efetuada por: médico com treino documentado e atualizado em suporte avançado de vida (SAV); médico com treino comprovado pelo diretor clínico na utilização dos fármacos e seus antagonistas e competente na resolução de complicações clínicas Existe evidência de que na indisponibilidade de presença física de médico anestesiologista ou em situação de urgência, CRITÉRIOS 1: Consentimento informado Existe evidência de um consentimento informado escrito para a realização de colonoscopia, integrado no processo clínico do utente Sub-Total ÍNDICE CONFORMIDADE 0% 2: Prescrição presente Norma Existe evidência de que não é efetuada a prescrição de colonoscopia, exceto em situações de urgência, na seguintes situações clínicas: perfuração; diverticulite; megacólon tóxico; enfarte agudo do miocárdio nos últimos seis meses; doença cardiorrespiratória aguda; embolia pulmonar; instabilidade hemodinâmica; gravidez (segundo trimestres) Sub-Total CRITÉRIOS Existe evidência de a prescrição de colonoscopia é acompanhada de informação clínica e transcrição ou cópia dos relatórios de meios complementares de diagnóstico (MCDT) realizados Existe evidência de que a prescrição de colonoscopia é efetuada nas situações clínicas indicadas nos termos da e terceiro ÍNDICE CONFORMIDADE 0% 3: Sedação/anestesia Existe evidência de que a sedação/anestesia é efetuada por médico anestesiologista No utente internado em unidade de cuidados intensivos a prescrição de Propofol pode ser efetuada por médico com a a prescrição de Propofol e supervisão da sua administração é efetuada por médico com frequência de curso ministrado de acordo com curriculum europeu para o treino da sedação em endoscopia digestiva proposto pela European Society of Gastroointestinal Endoscopy ( ESGE) Existe evidência de que o médico gastrenterologista que procede ao exame não é envolvido no processo de sedação do utente Existe evidência de que a monitorização instrumental do utente sedado/anestesiado é efetuada, através da: visualização de uma derivação eletrocardiográfica, frequência cardíaca, pressão arterial, oximetria de pulso;capnografia em utentes com risco acrescido de hipoventilação; disponibilização de um carro de emergência equipado com desfibrilhador Sub-Total ÍNDICE CONFORMIDADE 0% Existe evidência de que o relatório anatomopatológico do material biológico excisado pela colonoscopia é integrado pelo médico prescritor, no processo clínico do utente Sub-Total 4: Responsabilidades ÍNDICE CONFORMIDADE 0% CRITÉRIOS Existe evidência de que a referenciação a consulta de gastrenterologia ou cirurgia (a efetivar no prazo máximo de trinta Sub-Total 6: Referenciação dias de acordo com a situação clínica) é realizada pelo médico prescritor quando o utente apresenta: cancro, pólipo(s) maligno(s) Existe evidência de que é referenciado pelo médico prescritor para a consulta de gastrenterologia (a efetivar no prazo máximo de sessenta dias com caráter prioritário), o utente com: doença inflamatória intestinal; mais de dez pólipos; e pólipos que apresentem características de risco para excisão em ambiente não hospitalar, referidos no relatório da colonoscopia ÍNDICE CONFORMIDADE 0% SIM SIM SIM SIM SIM NÃO N/A 0 0 0 NÃO N/A 0 0 0 NÃO N/A 0 0 0 NÃO N/A 0 0 0 NÃO N/A 0 0 0 EVIDÊNCIA/FONTE EVIDÊNCIA/FONTE EVIDÊNCIA/FONTE EVIDÊNCIA/FONTE EVIDÊNCIA/FONTE Avaliação de cada padrão: x 100= (IQ) de..% Norma nº 004/2014 de 31/03/2014 atualizada a 06/11/2014 6/13

16. A presente Norma revoga a versão de 31/03/201, será de novo atualizada sempre que a evolução da evidência científica assim o determine. 17. O texto de apoio seguinte orienta e fundamenta a implementação da presente Norma Francisco George Diretor-Geral da Saúde Norma nº 004/2014 de 31/03/2014 atualizada a 06/11/2014 7/13

TEXTO DE APOIO Definições, conceitos e orientações A. A Tabela de Evidência é a utilizada pela European Guidelines for Quality Assurance in Colorectal Câncer Screening and Diagnosis 9. B. Por colonoscopia, entende-se a observação do cólon e do reto com recurso a um colonoscópio. C. A colonoscopia é o exame de primeira linha nos utentes que apresentam sinais e/ou sintomas sugestivos da existência de patologia do cólon ou do reto. D. A realização de colonoscopia tem por objetivo o diagnóstico da patologia do cólon ou reto, podendo ainda ser útil no diagnóstico da patologia do íleo terminal. E. A colonoscopia tem uma vertente terapêutica que se materializa, frequentemente, na excisão das lesões polipóides. F. Nos utentes assintomáticos abaixo dos 50 anos, a colonoscopia total é realizada após pesquisa de sangue oculto nas fezes positiva 10. G. Nos utentes assintomáticos com idade superior a 74 anos, a maior probabilidade de detetar patologia neoplásica no cólon e reto determina uma opção preferencial pela realização de colonoscopia, após avaliação de risco individual 11. H. A colonoscopia é considerada total quando é alcançado o pólo cecal, funcionando como referência topográfica a observação do orifício apendicular e/ou da válvula ileocecal. I. A qualidade da preparação deverá ser documentada no relatório do exame. J. Entende-se como colonoscopia de qualidade a que alcançou o nível pretendido, habitualmente o cego, com boas condições de preparação e que permitiu uma observação cuidada da maior extensão de mucosa colorretal possível, com o mínimo de desconforto para o doente e sem complicações imediatas ou tardias. K. Devem ser cumpridos os intervalos recomendados para o rastreio, vigilância pós-polipectomia e após ressecção cirúrgica. O cumprimento destes intervalos pressupõe que a colonoscopia inicial seja total, em boas condições de preparação. Caso tal não tenha ocorrido ou seja desconhecido, poderá ser necessário encurtar os referidos intervalos. L. Devem ser implementados procedimentos no sentido de proporcionar ao doente um exame em que a tolerância seja máxima e o risco de complicações mínimo. M. Antes de qualquer procedimento, o utente deve ser observado de forma a ser obtida a história clínica tendo em vista prever o risco/benefício e a técnica sedativa/anestésica necessária para proceder à colonoscopia com o mínimo de risco para o utente 12. Norma nº 004/2014 de 31/03/2014 atualizada a 06/11/2014 8/13

N. Neste sentido, e tendo em atenção que a colonoscopia se acompanha frequentemente de dor, o que condiciona a sua realização e pode impedir que seja conseguida uma colonoscopia total, a realização do exame com sedação/anestesia deve estar disponível. Para tal, devem ser cumpridos os seguintes pressupostos: 1) Preferencialmente a colonoscopia deve ser realizada sob sedação/anestesia, devendo esta ser efetuada por médico anestesiologista, com o utente devidamente monitorizado e sob observação clínica contínua. Esta orientação baseia-se no seguinte (Nível de Evidência A, Grau de Recomendação I) 5,13 : a) Distinguem-se quatro níveis de sedação: ligeira, moderada, profunda e anestesia. Tratase de um processo evolutivo baseado na observação clínica e na hemodinâmica do utente sedado (Nível de Evidência A, Grau de Recomendação I) 6 ; b) A dificuldade que se coloca ao médico anestesiologista consiste na estabilização do nível de sedação e a não permitir que o mesmo seja superficializado ou aprofundado, para além do desejável. A fronteira entre sedação e anestesia é muito ténue; c) Durante um procedimento deste tipo, o médico deve estar dedicado, exclusivamente, a esta função (Nível de Evidência A, Grau de recomendação I) 6. O. Após o recobro, o médico deve participar na alta clínica do utente que deve ser baseada no estado hemodinâmico e de consciência, bem como na eventual terapêutica da dor pós-colonoscopia 12. P. Deve ser disponibilizado um contacto ao utente para resolução de complicações tardias. Q. O relatório anatomopatológico deve conter os critérios morfológicos de diagnóstico, atualizados. Fundamentação A. A colonoscopia tem vindo a assumir uma importância crescente na actividade diária dos gastrenterologistas, tendo em atenção a sua dupla potencialidade, diagnóstica e terapêutica, conferindo a esta técnica um lugar ímpar no âmbito da patologia do cólon e do reto. B. O seu papel é determinante no contexto da patologia neoplásica do cólon e reto, patologia essa que se associa a uma elevada incidência e mortalidade no nosso país. C.Trata-se de uma técnica não isenta de complicações e que apresenta uma longa curva de aprendizagem, sendo inerente à formação dos especialistas em gastrenterologia. D. A tortuosidade do cólon, a que se associa a sua mobilidade e comprimento, dificultam a realização deste procedimento endoscópico tornando-o frequentemente doloroso, o que, por sua vez, condiciona a adesão dos utentes à sua realização. Norma nº 004/2014 de 31/03/2014 atualizada a 06/11/2014 9/13

E. Grande parte das colonoscopias são efetuadas sob sedação/anestesia 5,6,14-16. Dependendo da farmacocinética e farmacodinamia do fármaco utilizado, do perfil fisiológico do utente e da experiência do profissional, a sedação pode ser dificil de estabilizar e evoluir para anestesia. F. Na sedação/anestesia, é boa prática anestesiológica: 1) A observação prévia de todos os doentes submetidos a sedação/anestesia, de forma a avaliar riscos, planear a técnica e a alta clínica 17,18 ; 2) Universalmente aceite, que o anestesiologista não deve dispersar a atenção e cuidados clínicos por mais do que um utente sob os seus cuidados, conforme recomendação do Colégio de Anestesiologia, aprovada pela Ordem dos Médicos 19. G. Cada profissional deve estar integralmente dedicado à função que desempenha nesses atos clínicos. Avaliação A. A parametrização dos sistemas de informação para a monitorização e avaliação da implementação e impacte da presente Norma é da responsabilidade das administrações regionais de saúde e e dos dirigentes máximos das unidades prestadoras de cuidados de saúde. B. A efetividade da implementação da presente Norma nos cuidados de saúde primários e nos cuidados hospitalares e a emissão de diretivas e instruções para o seu cumprimento é da responsabilidade dos conselhos clínicos dos agrupamentos de centros de saúde e das direções clínicas dos hospitais. C. A implementação da presente Norma nos cuidados hospitalares e a emissão de diretivas e instruções para o seu cumprimento é da responsabilidade das direções clínicas dos hospitais. A. A implementação da presente Norma pode ser monitorizada e avaliada através dos seguintes indicadores: i. Taxa de utentes com prescrição de colonoscopias (i). (ii). Numerador: N.º de utentes a quem foram prescritas colonoscopias Denominador: População a meio do ano i. Taxa de mortalidade por cancro do cólon e reto (i). (ii). Numerador: N.º de óbitos por cancro do cólon e reto Denominador: População a meio do ano Norma nº 004/2014 de 31/03/2014 atualizada a 06/11/2014 10/13

Comité Científico A. A proposta da presente Norma foi elaborada no âmbito do Departamento da Qualidade na Saúde da Direção-Geral da Saúde e do Conselho para Auditoria e Qualidade da Ordem dos Médicos, através dos seus Colégios de Especialidade. A. A proposta da presente Norma foi elaborada por Pedro Narra Figueiredo e José Cotter (coordenação cientifica), Anabela Pinto, Ângela Teixeira, Joaquim Figueiredo Lima e Ricardo Fonseca. B. Todos os peritos envolvidos na elaboração da presente Norma cumpriram o determinado pelo Decreto-Lei n.º 14/2014 de 22 de janeiro, no que se refere à declaração de inexistência de incompatibilidades. C. A avaliação científica do conteúdo final da presente Norma foi efetuada no âmbito do Departamento da Qualidade na Saúde. Coordenação Executiva Na elaboração da presente Norma a coordenação executiva foi assegurada por Mário Carreira e Cristina Martins d Arrábida, do Departamento da Qualidade na Saúde da Direção-Geral da Saúde. Comissão Científica para as Boas Práticas Clínicas Pelo Despacho n.º 7584/2012, do Secretário de Estado Adjunto do Ministro da Saúde, de 23 de maio, publicado no Diário da República, 2.ª série, n.º 107, de 1 de junho de 2012, a Comissão Científica para as Boas Práticas Clínicas tem como missão a validação científica do conteúdo das Normas Clínicas emitidas pela Direção-Geral da Saúde. Nesta Comissão, a representação do Departamento da Qualidade na Saúde é assegurada por Henrique Luz Rodrigues. Referências bibliográficas 1. Rex DK, Petrini JL, Baron TH, Chak A, Cohen J, Deal SE, Hoffman B, Jacobson, BC, Mergener K, Petersen BT, Safdi MA, Faigel DO, Pike IM; ASGE/ACG Taskforce on Quality in Endoscopy. Quality indicators for colonoscopy. Am J Gastroenterol.2006 Apr;101(4):873-85. 2. Rutter MD, Nickerson C, Rees CJ, Patnick J, Blanks RG. Risk factors for adverse events related to polypectomy in the English Bowel Cancer Screening Programme. Endoscopy. 2014 Feb;46(2):90-7. 3. National Institute for Health and Care Excellence. Ulcerative colitis: Management in adults, children and young peoplenice clinical guidelines Issued: June 2013. 4. National Institute for Health and Care Excellence. Crohn's disease: Management in adults, children and young peoplenice clinical guidelines Issued: October 2012. Norma nº 004/2014 de 31/03/2014 atualizada a 06/11/2014 11/13

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19. Portal oficial da Ordem dos Médicos. Recomendações do Colégio de Anestesiologia, 2007, 2011. Disponível em https://www.ordemdosmedicos.pt/. Norma nº 004/2014 de 31/03/2014 atualizada a 06/11/2014 13/13