UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI NOTA DE AULA¹



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Transcrição:

UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI NOTA DE AULA¹ Origem e importância econômica das oleaginosas: algodão, mamona, girassol e amendoim 1. ALGODÃO 1.1 Origem Há inúmeras espécies de algodão, sendo que a mais comum tem origem na África Central. No Paquistão, no sitio arqueológico de Mahenjo-Daro, foram encontrados vestígios de tecidos e cordões de algodão de 2700 a.c. O algodão colorido data de 2500 a.c. Nas Américas (México, America do Sul e Ilhas do Pacifico) há também registros de fibras de um tipo primitivo de algodoeiro no Peru, no sitio arqueológico de Anchon-Chillon, datadas de 2500 a.c. a 1750 a.c. Como planta cultivada em larga escala e utilizada em manufatura, entretanto, acredita-se que seja a Índia o centro mais antigo, remontando ao 8º século antes da Era Cristã. No Brasil: Foi encontrada a espécie selvagem Gossypium mustelinum, no semi-árido do RN, BA e CE. O país também é área de diversidade biológica das espécies Gossypium barbadense (distribuída por toda a região da Mata Atlântica e região Amazônica) e do algodoeiro mocó (Gossypium hirsutum L. var. marie galante Hutch) encontrado no semi-árido nordestino, além do litoral do RN e CE. As espécies de Gossypium L. encontradas no país são silvestres ou são plantas que crescem naturalmente e tem grande capacidade de adaptação. São elas: Gossypium hirsutum L. var. latifolium Upland Gossypium hirsutum L. var. marie galante mocó Gossypium barbadense L. algodão quebradinho Gossypium barbadense L. var. brasiliensis Hutch. rim de boi Gossypium mustelim L. não há relatos de cultivo O algodão teve papel importante na Revolução Industrial. O Brasil e EUA forneciam algodão para as indústrias inglesas. O Maranhão despontou como primeiro grande produtor, seguido de todo Nordeste. Em SP a primeira fábrica de tecidos começou a funcionar em 1813, com 10 teares. No século XIX a cultura entrou em decadência por causa do café. Em 1816 com a Guerra de Secessão, os EUA paralisou sua produção e o Brasil tem um novo surto que durou 10 anos. No Brasil se cultivava o algodão arbóreo de ciclo perene, no século XIX foi introduzido o algodão herbáceo de ciclo anual e fibra curta. Em 1931 ocorreu a introdução da cultura nos municípios de Unaí e Assai. 1.2 Importância econômica Safra 2006/07 Total de área plantada: 34400 mil ha As maiores superfícies de área cultivada são: Índia, China, EUA, Paquistão, Brasil. Os maiores produtores de plumas: China, Índia, EUA, Paquistão e Brasil.

Os maiores em produtividade de plumas: Austrália, Brasil, Turquia, China, EUA e Índia. Safra 2006/07 Os maiores estados produtores são: MT, BA, GO, MS. Origem das importações: EUA, Paraguai, Egito, Israel e Turcomenistão 2. MAMONA 2.1 Origem A mamoneira é xerófila e heliófila, provavelmente originária da Ásia, explorada comercialmente entre as latitudes 40ºN e 40ºS. No Brasil, sua introdução se deu durante a colonização portuguesa, por ocasião da vinda dos escravos africanos. A origem desta planta é muito discutida, já que existem relatos, em épocas bastante longínquas, de se cultivo na Ásia e na África. A diversificação de um grande número de variedades desta planta, encontradas tanto no continente africano, como no asiático, impossibilita qualquer tentativa de estabelecer uma procedência efetiva da mamona. Menção dela é feita desde a mais remota antigüidade, pois segundo autores clássicos já era conhecida à época dos antigos egípcios que a apreciavam como planta milagrosa, sendo igualmente utilizada na Índia desde os tempos imemoriais para os mais diversos fins. A facilidade de propagação e de adaptação em diferentes condições climáticas propiciou a mamona ser encontrada ou cultivada nas mais variadas regiões do mundo, como no norte dos Estados Unidos da América e Escócia. No Brasil a mamona foi trazida pelos portugueses com a finalidade de utilizar seu óleo para iluminação e lubrificação dos eixos das carroças. Desde a era colonial quando dela se extraía o óleo para lubrificar as engrenagens e os mancais dos inúmeros engenhos de cana. O clima tropical e, predominante no Brasil, facilitou o seu alastramento. Assim, hoje podemos encontrar a mamoneira em quase toda extensão territorial, como se fosse uma planta nativa e em cultivos destinados à produção de óleo. 1.2 Importância econômica O óleo de mamona pode ser classificado de 3 tipos: Óleo industrial nº1 Óleo industrial nº3 Óleo medicinal 1 Óleo mamona industrial nº1 Óleo mamona industrial nº3 Os maiores produtores são: Índia, China, Paquistão, Tailândia e Brasil Safra 2007/08 Produção: 106,10 mil ton Produtividade: 642 kg/ha Região maior produtora: Irecê/BA 650 kg/ha 3. GIRASSOL 3.1 Origem

Por muito tempo acredita-se que Helianthus annuus L., era originário do Peru. 1568 Dodonaeus denominou girassol como a flor de ouro do Peru 1753/ 1789/1828 Linneo, Jessien e De Candole cogitaram que o girassol poderia ser originário do México, Canadá, EUA e Brasil Evidências arqueológicas indicaram cultivo 3000 a.c. nos estados do Arizona e Novo México e que sua domesticação pode ter ocorrido antes do milho. O girassol cultivado surge a partir do girassol silvestre. Girassol na Europa 1510 Espanhóis levam girassol do continente americano para o Jardim botânico de Madri 1568 Primeiro girassol unicapitulado 1716 Primeira patente do uso de óleo de sementes girassol para uso industrial Século XVII ou XVIII introdução do girassol na Hungria Século XVIII introdução na Rússia, sendo em 1880 feito o filme Os girassóis na Rússia Girassol na América do Norte 1880 reintrodução do girassol como cultivo comercial 1960 introdução de cultivares russas e descoberta da macho esterilidade Girassol na Ásia, Oceania e África 1875 - presente na Índia, Filipinas e China Século XX o girassol chega ao Continente Africano Girassol na América do Sul Meados do século XIX o girassol foi introduzido na Argentina 1923 primeira fábrica de óleo na Argentina 1957 Iniciou-se a exportação de óleo e subprodutos 2008 o óleo de girassol é o mais consumido na Argentina Girassol no Brasil Iniciou na região Sul do país 1902 primeiro cultivo em SP 1924 outros cultivos no país Final da década de 40 primeiro cultivo no RS Década de 60 primeiro cultivo em SP Metade de década de 60 cultivos em SP, MG, RJ, PE, RS e norte PR Década de 70 outro tentativa em SP Fim da década de 70 criado o Programa de Mobilização Energética 1979 1980 cultivo de sucesso 1981 maior área cultivada no país, no oeste do PR Investimentos em pesquisa Inicio da década de 90 cultivo em GO 1998 renasce o interesse no sul do país 3.2 Importância econômica Maiores produtores: Rússia, Argentina e EUA

Safra 2007/08: 144,3 mil ton 95 mil ha 1519 kg/há O preço no país depende da principal commoditie, o óleo. 4. AMENDOIM 4.1 Origem A documentação arqueológica mais antiga do amendoim refere-se ao material abundantemente encontrado na costa árida do Peru, a partir do chamado Período Inicial, de 3.800 a 2.900 a.c. O encontro de frutos, razoavelmente identificáveis como de Arachis duranensis e A. magna, entre vestígios arqueológicos de Casma, no litoral do Peru, reforça a hipótese de que diferentes espécies silvestres podem ter sido levadas, pelo homem, para regiões fora de sua ocorrência natural, proporcionando, assim, a chance de que espécies que naturalmente não habitam o mesmo local (alopátricas), entrassem em contato e se cruzassem. Alguns dos estudos consideravam que a origem desta planta se dera no Continente Americano, enquanto outros indicavam uma origem primeira no Continente Asiático, de onde o cultivo teria sido difundido para a América. Entretanto, hoje se sabe que o amendoim é de origem Sul-americana e integra o gênero Arachis, juntamente com mais 80 espécies silvestres, anuais e perenes, classificadas em 9 secções taxonômicas, e que ocorrem no Brasil, Paraguai, Bolívia, Argentina e Uruguai. O Brasil é o país que abriga o maior número de espécies, 63, com representantes de todas as secções, sendo que destas, 46 são exclusivas do Brasil. A região que se estende pelos estados do Mato Grosso do Sul e Goiás, no Brasil, é a provável área de origem do gênero Arachis, mas ainda existem controvérsias em relação ao local exato onde teria se originado o amendoim comum. Algumas das teorias apontam para o Peru, outras para o Brasil, e outras para a região norte da Argentina e sul da Bolívia. O amendoim é uma espécie alotetraplóide, ou seja, apresenta 2n=4x=40 cromossomos, que por sua vez provêm de dois genomas distintos, tecnicamente designados A e B. Assim,supõe-se que o amendoim tenha se originado da união de gametas de duas espécies diplóides distintas, cada uma com 2n=20 cromossomos, e que resultou na formação de um híbrido (2n=20 cromossomos e de genoma AB), provavelmente estéril. Este processo foi seguido de duplicação do número de cromossomos por mutação natural, o que restaurou a fertilidade do híbrido, formando assim a nova espécie tetraplóide e fértil, que o homem ajudou a moldar, por seleção de mutantes mais adaptados aos distintos ambientes para onde a levava, além de suas próprias preferências para sabor, cor, forma e outras características importantes para ele, naquela época. Lineu, em 1753, foi o primeiro a descrever a planta de amendoim. 1841 Bentham verificou que existiam algumas formas um pouco diferentes daquela estudada por Lineu, e as descreveu como espécies silvestres do amendoim. O amendoim ( do tupi manduri enterrado ) é a semente comestível da planta Arachis hypogacea L. da família Fabaceae. 4.2 Importância econômica O amendoim é consumido in natura, industrializado ou óleo comestível. Os maiores produtores são: Índia, China, EUA, Nigéria, Indonésia e Senegal Os menores exportadores são: China, EUA e Argentina

Os maiores importadores são: Japão e Europa Safra 2007/08 Produção estimada 226,8 mil ton É a 4ª cultura plantada no mundo, precedida pela soja, algodão e colza (canola) Atualmente, o Brasil é o 13º produtor mundial, com produção de ~ 300000 ton, área de 129500 ha, sendo Minas Gerais o 2º maior produtor brasileiro com 19600 ton em área total de 9800 ha. 5. Exercício de fixação Debater em grupo: A produção de biocombustíveis altera hábitos agrícolas? Sim. A agricultura de subsistência e a produção de alimentos podem perder lugar para atividades mais rentáveis o plantio de cana ou milho para etanol e mamona ou canola para biodiesel, por exemplo. Quais os efeitos dessa tendência?