Ocorrênciaecontrole de pragas na safrinha de milho nas regiões NorteeOeste doparaná



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Transcrição:

ISSN1518-4269 Ocorrênciaecontrole de pragas na safrinha de milho nas regiões NorteeOeste doparaná 45 Dezembro,2004 Introdução Atualmente, tem-seobservado, naculturado milho, aumento na incidência edensidade populacional deinsetos-praga que causam danossignificativos àlavoura. As mudanças em sistemasdecultivo, taiscomooplantiodireto, ouso de irrigação eoplantio safrinha, têm contribuído paramodificar aincidênciadepragas, com reflexos diretos naprodução. Essas modificações permitem aocorrência de plantas hospedeiras ederestos decultura no campodurantetodoo ano, favorecendo asobrevivência eoaumento dadensidade populacionaldeinsetos.oscultivos irrigadospodem propiciar condições demicroclima favoráveis àproliferação de determinados insetos. As alterações naépocadecultivotambém favorecerem a incidência easeveridadedepragas, por exporem acultura a diferentes condiçõesclimáticas. Espécies deinsetos queantes ocorriam em baixos níveispopulacionaisou estavam ausentes na cultura do milho podem encontrar condições ecológicas favoráveis ao seu desenvolvimento, transformando-seemfatorlimitanteaumaboa produtividadedalavoura. PauloAfonsoViana PequisadordaEmbrapaMilhoe Sorgo,35701-970, pviana@cnpms.embrapa.br Levantamentodasituaçãoelocalidades amostradas No Estado doparaná, foram selecionadas três propriedadesem cada um dosmunicípios de Londrina, Campo Mourão, Medianeira, Toledo, JoséMagidWaquil PesquisadorEmbrapaMilhoe Sorgo,35701-970, waquil@cnpms.embrapa.brl FernandoHercosValicente PesquisadordaEmbrapaMilho esorgo,35701-970, valicent@cnpms.embrapa.br IvanCruz PesquisadordaEmbrapaMilho esorgo,35701-970, ivancruz@cnpms.embrapa.br Figura1. Locais amostradosnolevantamentodeinsetos-pragaem lavourasdemilhosafrinha,nasregiõesnorteeoestedo Paraná.2003.

Tabela 1. Principais espécies de insetos amostrados, no Norte e Oeste do Paraná. 2003. 1Geocorissp.,A.variegatus,D.luteipes,tripes,coleópterosdiversos. Marechal Cândido Rondon e Palotina (Figura 1), para o levantamento dos principais grupos de pragas aéreas que atacam a cultura do milho. A seleção e a localização das propriedades foi realizada com a colaboração do Iapar, Emater-PR e das cooperativas Copervale, Copagril, Lar e Coamo. O levantamento foi realizado quando o milho encontrava-se com 35dias após o plantio. Primeiramente, foiavaliada a situação da lavoura no que se refere aos aspectos gerais de cultivo, com ênfase no controle de insetos e na utilização de inseticidas, através de um questionário. Em seguida, foi amostrado o número médio de plantas em dez metros lineares de fileira, o número de plantas atacadas pela lagarta-do-cartucho e o número de insetosencontrados em 20 plantas. Tabela 2. Ocorrência de pragas As espécies de insetos que ocorreram com maior freqüência na safrinha foram o pulgãodo-milho(rhopalosiphummaidis), seguido da lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda), de adultos de vaquinha (Diabrotica speciosa), da cigarrinha-do-milho (Daubulusmaidis), do percevejo predador (Orius sp.) e do percevejo barriga-verde (Dichelops sp.). Outros insetos encontrados em baixa freqüência foram adultos de bezouro (Astylus variegatus) e o predador (Geocoris sp.). Nos locais amostrados, a maior freqüência do pulgão-domilho foi registrada na região de Toledo, enquanto os adultos de vaquinha foram mais freqüentes em Campo Mourão (Tabela 1). A percentagem média de plantas atacadas pela lagarta-do-cartucho foi de 19,6%. A maior infestação ocorreu em Palotina, onde Percentagem de plantas de milho atacadas por Spodopterafrugiperda e Dichelops sp.,nonorteeoestedoparaná.2003. InseticidasutilizadosnasregiõesNorteeOestedoParaná 2

3 Tabela3. Inseticidasutilizados no tratamentodesementesdemilho, no Norte e Oeste d o Paraná.2003. 34,6% das plantas apresentavam sintomas de ataque. Na safrinha, embora os agricultores tenham manifestado preocupação, na fase inicial da lavoura, com a presença do percevejo barriga-verde (Dichelopssp.),houve baixa incidência dessa praga, ocorrendo menos de 1% de plantas atacadas (Tabela 2). Tratamento de sementes essa prática mostrou-se bastante utilizada nas regiões amostradas, onde 77,8% das propriedades empregaram essa tecnologia. A utilização de inseticidas foibastante diversificada, com predominância da mistura do Futur com o Gaucho, sendoutilizada e m 2 7, 8 % d a s propriedades (Tabela 3). O Gaucho foi utilizado em 16,7% das propriedades e o Cruiser, em 11,1%. O emprego do tratamento de sementes estáassociadoaocontrolede pragas subterrâneas, como a larva de vaquinha, coró, elasmo, e, principalmente, visando a proteção contra o ataque do percevejo barriga-verde. Pulverizações foliares Osinseticidasutilizados em pulverização visaram basicamente o controle da lagarta-do-cartucho e o percevejo barriga-verde. Os inseticidas empregados para o controle da lagarta apresentaram grande diversidade, com expressiva utilização de fisiológicos (Match, Rimon, Certero) ou de sua mistura com um piretróide, sendo empregados em 60,8% das propriedades. Em seguida, o Lannate (carbamato) foi utilizado em 27,8% das lavouras amostradas (Tabela 4). Esses resultados mostram a importância dessa praga para o milho, sendo o controle utilizado em 88,9% das propriedades. O númeroreduzido de inimigos naturais encontrados nas amostragenscontribuiu para a necessidade do emprego desses inseticidas. Para o controle dopercevejobarriga-verde, 22,0% das lavouras utilizaram os organofosforados Folisuper e Azodrin. Medidas de controle para as pragas mais freqüentes na safrinha de milho Lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda) esse inseto é considerado a principalpraga do milho no Brasil. O ataque na planta ocorre desde a suaemergênciaatéopendoamento e espigamento, podendo reduzir a produção e m até 34%. O ataque inicia-se com as lagartas raspando as folhas, deixando áreas transparentes. Com o seudesenvolvimento, a lagarta localiza-se nocartuchoda planta, destruindo-o. O estádio em que a planta de milho sofre osmaiores danos é o de oito a dez folhas. A época ideal de realizar medidas para o controle é quando 17% das plantas estiverem com o sintoma de folhas raspadas. Os inimigos naturais, como o predador Doru luteipes e os parasitóides Trichogramma spp.,

Tabela4. Inseticidasfoliaresutilizadosemlavourasdemilho,noNorteeOestedoParaná.2003. Telenomus sp., Chelonus insularis e Campoletis flavicincta, são importantes agentes de controle biológico dessa praga. Várias doenças também atacam a lagarta, sejam elas causados por fungos Nomuraea rileyii, Botrytis rileyi, Beauveria globulifera; por vírus, Baculovirus; por bactérias, Bacillus thuringiensis e outrosagentes de menor importância, como nematóides e protozoários. Existe um grande número de inseticidas (Tabelas 5 e 6) registrados para o controle da lagarta que podem serem aplicados via pulverização e, em alguns casos, através de água de irrigação (insetigação). Esses inseticidas diferem em seletividade, ou seja, causam impacto diferenciado sobre os inimigos naturais. Larva de vaquinha (Diabrotica speciosa) - os adultos nãocausam danos significativos à cultura, mas as larvas atacam asraízes do milho, causando expressivo prejuízo nas lavouras nos Estados do Sul e em algumas áreas dasregiões Sudeste e Centro-Oeste. O ataque da larva interfere na absorção de nutrientes e água, reduz a sustentação das plantas, ocasiona o acamamento de plantas e espigas improdutivas. Mais de 3,5 larvas por planta sãosuficientes para causar sérios danos ao sistema radicular. O controle dessa larva tem sido baseado quase que exclusivamente no emprego d e inseticidas químicos(tabelas 5 e 6), aplicados via tratamento de sementes ou aplicação de granulados e pulverizaçãonosulcodeplantio. Tantooexcessoquanto a baixa umidade do solo são desfavoráveis à larva. O m é t o d o d e preparo de solo influencia a população desse inseto. A ocorrência da larva é maior em sistema de plantiodireto do queemplantio convencional. Osagentes de controle biológico maiseficientessão os inimigos naturais Celatoria bosqi, Centistes gasseni e os fungosbeauveria bassiana e Metarhizium anisopliae. Pulgão-do-milho (Rhopalosiphum maidis) - esse inseto raramente constituiproblema para a cultura, devido à ação eficiente dos inimigos naturais (predadores e parasitóide). Ele ataca aspartesjovens da planta, preferencialmente o cartucho, mas pode infestar também o pendão e gemas florais. O inseto suga a seiva das plantas e transmite viroses, principalmente 4

5 omosaico. Ainfestação do pulgão no estádio depré-florescimentoprejudicaa formação de grãos, originando espigas pequenas, que, quando torcidas manualmente, apresentam oaspecto de "grãosfrouxos". Vários inimigos naturaisparasitam epredam opulgão do milho, mantendosuapopulação sob controle. Fatoresclimáticoscomo ventos echuvas freqüentessão desfavoráveisaoinseto.ocontrolequímico (Tabela6) somente éjustificável em altas populações dapraga, principalmente quando coincidecomopré-florescimento, podendo, nesse caso, acarretarperda significativanalavoura. Percevejo barriga-verde (Dichelops sp.) devido aépocaderealização da amostragem, esseinseto apresentou baixa freqüência. Entretanto, essa pragatem preocupado os agricultores dessas regiões, requerendo medidas para oseu controle. O percevejo épraga tipicamentedasoja, mas, com oplantio domilho em sucessão, ou mesmo em rotação, passou acausar danos também ao milho, logo após aemergência das plantas. Os danosocorrem nafase inicial dedesenvolvimentodacultura, podendo causarperdasparciais ou totais das lavouras. Osadultos eninfas, ao sealimentarem na basedas plântulas demilho, introduzem seusestiletes através dabainhaatéas folhas internas, causando lesões que, posteriormente, após aaberturadas folhas, resultam em vários furos dedistribuição simétricano limbo foliar, apresentando halos amarelados ao redordosfuros. Outros sintomas são adeformação das plantas, podendo levá-las àmortee/ou intenso perfilhamento, os quais sãototalmente improdutivos. sistêmicos ouatravésdepulverizações (Tabelas 5e6), logo após aemergência das plantas, quando constatada apresençados insetos. Cigarrinha-do-milho (Daubulus maidis) os prejuízos causados por essa espécie são devido àtransmissão do vírus do rayado finoe doismolicutes(espiroplasma efitoplasma), causando osenfezamentos pálido evermelho. Os prejuizos causadosporessas doenças podem chegar amais de80%, dependendo do patógeno, dos fatoresambientais eda sensibilidadedoshíbridos cultivados.a incidência da doença estáassociadaàalta densidadepopulacional dacigarrinha, que geralmenteocorre no finaldoverão(plantios tardios). Os sintomasdedanos sãofolhas com riscas amareladas (rayado fino), clorosenas bordase internódios curtos (enfezamento pálido) ou avermelhamento generalizado (enfezamento vermelho) eespigas com grãos frouxos. Os métodos decontrolemaiseficientessão os culturais, evitando-seamultiplicação do vetor em plantios sucessivos, erradicação deplantas voluntárias na áreaantesdo plantio euso de cultivaresmenos susceptíveis aospatógenos. Também recomenda-se evitar oplantio de milho pipocaemilho doce em áreas com histórico recente de alta incidência dos enfezamentos, dada aaltasusceptibilidade da maioria dessas cultivares. Pode também ser utilizado otratamento de sementescom inseticidas sistêmicos (Tabela6). Ocontrolepode serfeito através do tratamento desementes com inseticidas

Tabela 5. 1 Inseticidas parao controledaspragas mais freqüentes do milho safrinha, nonorte e OestedoParaná1. Fonte:MAPA Dezembro/2004. 6

7 Tabela 6. Inseticidas parausonotratamentodesementespara o controle das pragas mais freqüentes do milho safrinha,nonorteeoestedoparaná. 1Fonte:MAPA Dezembro/2004.

8 LiteraturaConsultada CRUZ, I. Controle biológico emmanejo integrado depragas. In: PARRA, J. R. P.; BOTELHO, P.S.M.; CORREA-FERREIRA, B.S.; BENTO, J.M.S. (Ed.). Controlebiológico no Brasil: paraitóides epredadores. São Paulo: Manole, 2002, cap. 32, p. 543-579. CRUZ, I.; VALICENTE, F. H.; SANTOS, J. P. dos; WAQUIL, J. M.; VIANA, P. Manual de identificação depragasdaculturado milho. SeteLagoas: EMBRAPA-CNPMS, 1997. 67 p. CRUZ, I.; VIANA, P. A.; WAQUIL, J. M. Manejo daspragasiniciais demilho mediante otratamento de sementescominseticidas sistêmicos. Sete Lagoas: EMBRAPA-CNPMS, 1999. 39 p. (EMBRAPA-CNPMS. Circular Técnica, 31). VIANA, P. A. Management of Diabrotica speciosa in Brazil. In: INTERNATIONAL CONGRESS OFENTOMOLOGY, 21. Foz do Iguaçu. Abstracts... Londrina: EmbrapaSoja, 2000b. v.1. p. 42. VIANA, P. A.; CRUZ, I.; WAQUIL, J. M. Controledepragas naculturado milho irrigado. In: RESENDE, M.; ALBUQUERQUE, P.E.P.; COUTO, L. Aculturadomilho irrigado. Brasília, DF :Embrapa Informação Tecnológica, 2003. cap. 6, p. 127-156. VIANA, P.A.; CRUZ, I.; WAQUIL, J.M. Controledepragas. In: PEREIRA FILHO, I. A. (Ed.). Ocultivo do milho verde.brasília, DF: Embrapa Informação Tecnológica, 2003. cap. 8, p. 129-146. VIANA, P.A.; WAQUIL, J. M.;CRUZ,I.Pragas iniciais.in:cruz,j.c.;versiani,r.p.; FERREIRA, M. T. R. Cultivodomilho. Sete Lagoas: EmbrapaMilhoeSorgo,2000. (EmbrapaMilhoeSorgo. SistemadeProdução, 1). Disponívelem: <http://www.cnpms.embrapa.br/publicacoes/ milho/prsementes.htm> Acessoem5ago. 2005. WAQUIL, J. M.; VIANA, P. A. Eficiênciado tratamento do solo ou dasementeno controle dedalbulusmaidis emmilho.in: CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO, 21., 1996, Londrina. Resumos... Londrina: IAPAR, 1996. p. 319. WAQUIL, J.M. Cigarrinha emilho. Revista Cultivar,Pelotas, n. 14, p. 14-16, 2000. Circular Técnica, 45 MinistériodaAgricultura PecuáriaeAbastecimento Exemplaresdestaediçãopodemseradquiridosna: EmbrapaMilhoeSorgo Endereço: CaixaPostal151 35701-970 Fone: (31)3779-1000 Fax: (31) 3779-1088 E-mail: sac@cnpms.embrapa.br 1ªedição 1ªimpressão(2004):200exemplares Comitê de Publicações Expediente Presidente: JamiltonPereiradosSantos Secretário-Executivo: PauloCésarMagalhães Membros: CamilodeLélisTeixeiradeAndrade,Cláudia TeixeiraGuimarães,CarlosRobertoCasela,JoséCarlos CruzeMárcioAntônioRezendeMonteiro Editoração: CommuniqueME