MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. ESCOLA SECUNDÁRIA EÇA DE QUEIRÓS (401675) Póvoa de Varzim



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Transcrição:

Ex.mo Sr. Coordenador do Grupo de Trabalho para a Avaliação das Escolas Rua António Carneiro, 8 4349-003 PORTO Sua Referência Sua Comunicação Nossa Referência Data E-mail de 5/7/2006 24/07/2006 ASSUNTO: Relatório de Avaliação Externa Acusamos a recepção do e-mail supra-referido e do relatório provisório de avaliação externa desta escola, a ele anexo, o qual nos mereceu a melhor atenção. Pese embora estarmos em plena época de exames e na preparação do novo ano lectivo (matrículas, constituição de turmas e distribuição de serviço), o mesmo foi entregue a todos os membros da comunidade educativa que participaram directamente no processo, nomeadamente nas audições que a equipa levou a cabo. Da sua leitura atenta e, sem prejuízo do contraditório que exerceremos de seguida, percebe-se que a equipa de avaliadores, que dispôs apenas de dois dias para entrevistar os vários intervenientes, reteve uma imagem desta escola que nos parece globalmente correcta e próxima da realidade. Registamos muito positivamente o profissionalismo, a elevação e a simpatia com que os membros da equipa levaram a cabo o seu trabalho, nomeadamente nos contactos com os vários elementos da comunidade educativa. Quanto ao relatório e às suas conclusões / considerações finais, parece-nos pertinente e acertado dizer o seguinte: 1. QUANTO AOS FACTOS a. Esta escola tinha 80 alunos inscritos no 8º Ano e não 50 como é referido na página 2 (II - Enquadramento). b. Refere-se, no 1º parágrafo da página 3, que os alunos que frequentam a escola são maioritariamente da classe média e média-alta. No mesmo sentido, se afirma no 1º parágrafo da página 5 que a população servida pela escola é privilegiada em

termos socio-económicos e culturais. Na nossa opinião, estas afirmações carecem de fundamentação. Com efeito, alguns alunos serão da classe média e média-alta. Algumas das famílias que servimos serão económica e culturalmente privilegiadas. No entanto, temos sérias dúvidas que estas constituam a maioria. c. Em todo o documento existe uma omissão que reputamos grave e de que consideramos sermos os principais responsáveis: com efeito, nos nºs 1.1, 2.1 e 2.2 do capítulo IV, refere-se várias vezes o excelente trabalho da psicóloga, da assistente social e do SPO na prestação do Serviço Educativo da escola, mas não se refere o excelente e imprescindível contributo que tem dado a docente de apoio educativo e todo o Núcleo de Apoio Educativo (NPA), quer aos alunos com necessidades educativas especiais, quer aos alunos oriundos dos países estrangeiros, quer ao nível das salas de estudo. Solicitamos a correcção desta injusta omissão. d. Nas considerações finais (penúltima consideração), é referido que a ESEQ teve apenas 10 turmas de 10º Ano, contra 15 no ano anterior. Ora, de facto, a ESEQ teve 11 turmas de 10º Ano e não 10. 2. QUANTO ÀS OPINIÕES / CONSIDERAÇÕES Partilhamos com a equipa avaliativa as seguintes opiniões / considerações: a. Que a ESEQ é reconhecida pela comunidade que serve como sendo uma escola onde se cultiva a exigência; b. Que os alunos da ESEQ obtêm resultados escolares satisfatórios (bastante positivos) quando comparados com os resultados obtidos a nível nacional; c. Que o bom comportamento e a disciplina são valorizados na escola e se constituem como um dos seus pontos fortes; d. Que a escola proporciona apoios educativos e oportunidades de aprendizagem a todos os alunos, num ambiente de justiça e equidade; e. Que a ESEQ proporciona um clima de bom relacionamento e de respeito entre todos os membros da comunidade escolar;

f. Que a coordenação e articulação intra-departamental é desigual e ainda incipiente. (A este respeito, o Conselho Executivo iniciará em Setembro um programa de acção que tentará melhorar este ponto negativo); g. Que a ESEQ tem uma linha de desenvolvimento estratégico (escola vocacionada para a formação de alunos que pretendem prosseguir estudos superiores) e que essa linha ou objectivo estratégico é reconhecido e partilhado pela comunidade educativa, tendo a escola vindo a obter bons resultados no prosseguimento deste objectivo; h. Que os resultados alcançados, a estabilidade e a motivação dos professores, os níveis de participação da comunidade educativa, a qualidade do clima interno garantem estabilidade e um progresso sustentado no rumo que escolheu. Não partilhamos, pelo contrário, discordamos das seguintes opiniões / considerações da equipa avaliativa: i. A participação e desenvolvimento cívico dos alunos são bastante incipientes e não ocupam o centro das preocupações da comunidade escolar (p.3). É nossa firme convicção que o desenvolvimento cívico dos alunos da ESEQ é excelente e se mede com o dos alunos de qualquer escola nacional ou estrangeira, seja pública ou privada. Por conseguinte, o desenvolvimento cívico dos alunos da ESEQ não é incipiente, mas sim notável. Quanto à participação cívica, consideramos que a mesma é a necessária e adequada à boa formação do carácter e ao exercício pleno da cidadania dos alunos. Além de que é aquela que os alunos e as famílias consideram bastante. Por outro lado e salvo melhor opinião, numa escola secundária pública, a participação e o desenvolvimento cívico dos alunos nunca ocuparam o centro das preocupações da comunidade escolar. O desenvolvimento cívico e a participação são duas dimensões muito importantes na formação do indivíduo, estão inscritas nos projectos educativos das escolas, (curiosamente, o mesmo não acontece ao nível dos planos curriculares e programas prescritos pelo Ministério da Educação), mas não são o centro de preocupação da comunidade escolar, nem a principal missão da escola, como bem percebem os alunos e as suas famílias.

Dito de outra forma: a participação cívica dos alunos da ESEQ na escola é aquela que eles e as suas famílias consideram mais ajustada aos seus interesses. Portanto, não é incipiente, mas sim judiciosa, apropriada, consentânea. j. No entanto, dado esta visão assentar fundamentalmente na continuidade de uma missão e acção já centenárias, não são induzidas na comunidade escolar atitudes de inovação e mudança, quer em termos de projecto educativo quer em termos de metodologias pedagógicas. Fica pois prejudicada a abertura à inovação e a procura activa de novos projectos ou parcerias enquanto elementos mais centrais do processo de ensino-aprendizagem (p.4). k. Ainda que realizando com eficácia grande parte das suas tarefas pedagógicas, trata-se de uma escola pouco dada à inovação, quer em termos de metodologias do ensino/aprendizagem, quer no âmbito da sua acção pedagógica. (p.10). Ao contrário do que afirmam e parecem defender os avaliadores externos, os bons resultados escolares dos alunos desta escola e o respeito e confiança que a comunidade educativa nela deposita advêm, precisamente, do facto de a escola não viver em mudanças permanentes, nem em sucessivas inovações, nem de projectos arrojados e fracturantes. Dito de forma mais simples: ao contrário do que sugerem os avaliadores, a Educação e a Escola não precisam de mudanças nem de inovação. Estão cheias desse maná. Parafraseando Joaquim Azevedo, a Educação e a Escola precisam de melhorias, ou seja, de acções humildes, determinadas e persistentes que permitam ultrapassar fragilidades e melhorar os seus resultados. É o que pensamos que esta escola tem feito e com bons resultados, conforme também reconhecem os avaliadores. Mas, se observarmos bem e olharmos para o passado recente, vemos que o país tem assistido a constantes inovações pedagógicas em resultado das inovadoras teorias de desenvolvimento curricular de que são exemplo a escola cultural, a área-escola, as recentes áreas curriculares não disciplinares e as novas metodologias de ensino (projecto e portefólio). Vemos que o país tem assistido a reformas e a revisões curriculares, enfim, tudo medidas muito inovadoras e modernas que, assentes na mudança, auguravam um futuro mais risonho para a educação dos nossos jovens. No entanto, quando olhamos para os resultados destas aberturas à mudança e à inovação, ficamos esclarecidos.

Mas que não se pense que a ESEQ é contra a mudança e a inovação. A escola defende e promove a mudança e a inovação, de acordo com o paradigma da melhoria. Ou seja, mudamos e inovamos sempre que a mudança e a inovação nos parecem ser a melhor solução para resolvermos um problema, ultrapassarmos uma dificuldade ou enfrentar um desafio. Por isso, queremos refutar energicamente que a ESEQ seja uma escola pouco dada à inovação (à boa inovação). Bastaria vermos que a ESEQ está ligada à Internet (multiposto) desde 1995, possui domínio registado desde 2001, utilizada software de gestão de alunos, de pessoal, de horários, da acção social escolar, do inventário, da biblioteca, enfim. Foi escola piloto na revisão curricular decorrente do Decreto-Lei nº 286/89; foi das primeiras escolas do país a instalar todos os órgãos de gestão e estruturas intermédias, no quadro do Regime de Autonomia, Administração e Gestão das Escolas; foi convidada para organizar os Encontros Nacionais do Ensino Secundário; foi das primeiras escolas do país a desenvolver projectos de apoio educativo a alunos oriundos de países estrangeiros; foi uma das 13 escolas pioneiras a aderir a um projecto de avaliação externa (projecto AVES); os seus docentes e alunos foram pioneiros na utilização das plataformas de ensino à distância, como o comprovam o projecto Teleduc, iniciado há 5 anos sobre uma plataforma desenvolvida pelo NIED da Universidade de Campinas do Brasil, utilizando hoje, em paralelo, a Plataforma Moodle; tem feito importantes investimentos nas instalações, em equipamentos informáticos e em novas tecnologias; foi convidada pela Associación dos Ensinantes de Ciências de Galicia ENCIGA para organizar o seu XIX Congresso Internacional (o que, talvez, nenhuma escola do país tenha já feito); os alunos dispõem, permanentemente e para além dos existentes nas salas de aula, de 10 postos de acesso livre à Internet, a funcionar mesmo; dispõem de dois jornais diários na Sala de Convívio Veja-se a página da escola na Internet. A que falta de inovação se referem os avaliadores? Das metodologias de ensino-aprendizagem disponíveis, quais as que seriam mais inovadoras que aquelas que utilizamos (e, obviamente de melhor qualidade)? É que, por aquilo que temos observado, muitas escolas inovam ; muitas outras procedem a mudanças na sua organização interna e, até, na estratégia, mas não temos visto que melhorem, quer nos resultados obtidos pelos alunos quer nos indicadores de gestão E

esta escola, mesmo sendo pouco dada à inovação pede meças a qualquer outra nos resultados obtidos pelos seus alunos, na gestão do pessoal, dos equipamentos e dos recursos financeiros. Por conseguinte, a alegação de que esta escola é pouco dada à inovação nas metodologias do ensino-aprendizagem e na acção pedagógica, não nos parece exacta. l. No entanto, a capacidade de resposta da escola a futuras conjunturas mais adversas, quer internas quer externas, parece ser limitada. (p.4) m. Esta opção estratégica, ainda que claramente assumida, parece ser pouco flexível (p.9) n. No entanto, como foi dito anteriormente, a Escola dispõe de uma reduzida flexibilidade nas suas opções estratégicas que, tornam a Escola bastante vulnerável em face das alterações que lhe sejam impostas externamente (âmbito de ensino ou de metodologias de aprendizagem) ou internamente alterações ao nível do Conselho Executivo). (pp.10-11) o. Finalmente e relativamente ao futuro, a Escola poderá encontrar conjunturas adversas, face às quais terá muita dificuldade em reagir, em particular se. (p.11). Estas quatro asserções revelam que os avaliadores, mesmo após estudarem a escola e após entrevistarem alguns dos seus membros, mantiveram inalterável ao longo de todo o processo de avaliação a ideia, de algum modo preconceituosa, do nosso ponto de vista, que se traduz da seguinte forma: Quanto maior for a diversidade da oferta educativa, mais preparada estará uma escola para enfrentar o futuro, melhor serão as suas respostas às conjunturas externas e mais fácil a sua reacção a alterações impostas externamente. Ora, pode ser assim ou não. Nunca a diversidade da oferta educativa de uma escola foi condição sine qua non ou apólice de seguro para ser uma boa escola. Para obter bons resultados escolares. Para fazer bem o seu trabalho e cumprir bem a sua missão ou para enfrentar uma conjuntura adversa, como as mudanças de orientação educativa (reforma ou revisões curriculares) ou a alteração de Direcção Executiva. A ideia tão em voga nos dias de hoje, na linha, aliás, da agenda política do momento, de que as escolas, todas, devem alargar a sua oferta de modo a que 50% do leque incida sobre vias profissionais ou profissionalizantes, parece estar subjacente às teses

dos avaliadores acima referidas, nomeadamente, quanto à vulnerabilidade e falta de capacidade de reacção da ESEQ a novas conjunturas. Discordamos. A diversidade da oferta educativa das escolas não é, por si só, uma panaceia ou um remédio para os males da educação de hoje, nomeadamente, a falta de saídas profissionais, a repulsa dos jovens pela escola, a resolução dos problemas do desemprego, etc. Nem é garantia de solidez e capacidade para enfrentar conjunturas adversas no futuro. Aliás, poderíamos elencar várias escolas, excelentes escolas, públicas e privadas, cuja oferta educativa assenta quase exclusivamente num tipo de cursos e que têm enfrentado com sucesso o futuro e as solicitações da comunidade. Veja-se a título de exemplo a Escola Secundária Aurélia de Sousa no Porto (oferta predominante de cursos de prosseguimento de estudos) e a escola Profissional Bento de Jesus Caraça (oferta exclusiva de cursos profissionais de preparação para a vida activa). Não se pode dizer destas escolas que a sua capacidade para enfrentar, nem que a reduzida variedade de ofertas seja uma vulnerabilidade. Têm a oferta para que estão vocacionados. Oferecem aquilo que sabem fazer bem. Por último, em nossa opinião, em vários dos itens avaliados, os relatores estruturam as suas apreciações de acordo com uma visão dicotómica de pólos opostos. Parece que houve um posicionamento de espírito, uma espécie de reserva mental, relativamente a alguns itens que obrigou a que a cada avaliação positiva correspondesse, também, uma avaliação negativa que a contrabalançasse. Por isso, no relatório, surgem dezassete vezes a expressão no entanto e dez vezes a expressão mas. Com os melhores cumprimentos O Presidente do Conselho Executivo José Eduardo Lemos de Sousa