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Transcrição:

Princípio 7 Critério 7.1 Indicador 7.1.1 O SISA e seus programas cumprem com as leis locais e nacionais e tratados, convenções e outros instrumentos internacionais relevantes. O SISA e seus programas cumprem as relevantes leis locais, nacionais e tratados internacionais, assim como convenções e outros instrumentos ratificados ou adotados pelo Brasil. O SISA e seus programas contemplam os princípios dos tratados, convenções e outros instrumentos internacionais, respeitada a legislação nacional. 1

Evidências: Lei n. 2.308, de 22 de outubro de 2010 - Cria o Sistema Estadual de Incentivos a Serviços Ambientais SISA, o Programa de Incentivos a Serviços Ambientais ISA Carbono e demais Programas de Serviços Ambientais e Produtos Ecossistêmicos do Estado do Acre e dá outras providências. Seção I - Princípios do SISA Art. 2º O SISA deverá respeitar os princípios nacionais e internacionais sobre o tema, em especial os que se seguem: IV - respeito aos conhecimentos e direitos dos povos indígenas, populações tradicionais e extrativistas, bem como aos direitos humanos reconhecidos e assumidos pelo Estado brasileiro perante Organização das Nações Unidas e demais compromissos internacionais; VI - fomento da cooperação nacional e internacional, tendo por objetivo a interoperabilidade e o reconhecimento das atividades, das ações, dos serviços, dos produtos e dos créditos resultantes dos programas do SISA; VII - observação da Lei Federal n. 12.187, de 29 de dezembro de 2009, que instituiu a Política Nacional de Mudança do Clima, assim como das políticas nacionais e normas gerais que venham a regular os incentivos e pagamentos por serviços ambientais; Parágrafo único. São adotados, para fins desta lei e seu regulamento, em respeito aos melhores conhecimentos científicos disponíveis, as definições estabelecidas pela Convenção-quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas IPCC), pela Convenção de Biodiversidade (Plataforma Intergovernamental Científico-politica sobre Biodiversidade e Serviços Ambientais IPBES), no texto e nas deliberações no âmbito da Convenção das Nações Unidas de Combate a Desertificação, da Convenção Relativa às Zonas Úmidas de Importância Internacional (Convenção de Ramsar), bem como no previsto pela Lei Federal n. 12.187, de 2009, que dispõe sobre Política Nacional de Mudanças do Clima, além de outras normas nacionais e internacionais que regulam o tema. Constituição da República do Brasil, nos termos de seus artigos 23, 24 e 225, Art. 23. E competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios: VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas; VII - preservar as florestas, a fauna e a flora; Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre: VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição; Dicas para autoavaliação: Aponte leis, tratados, convenções e outros instrumentos internacionais, considerados durante a elaboração do programa. Como o SISA e seus programas atuam em consonância com as determinações legais consideradas? Fontes de Informação: 2

2º A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência suplementar dos Estados. 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades. 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário. Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial a sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e a coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao poder público: I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas; 4º A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á na forma da lei, dentro de condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais. Lei nº 6.001, de 19 de dezembro de 1973 Estatuto do Índio Art. 1º Esta Lei regula a situação jurídica dos índios ou silvícolas e das comunidades indígenas, com o propósito de preservar a sua cultura e integrá-los, progressiva e harmoniosamente, à comunhão nacional. Art. 2 Cumpre à União, aos Estados e aos Municípios, bem como aos órgãos das respectivas administrações indiretas, nos limites de sua competência, para a proteção das comunidades indígenas e a preservação dos seus direitos: III - respeitar, ao proporcionar aos índios meios para o seu desenvolvimento, as peculiaridades inerentes à sua condição; IV - assegurar aos índios a possibilidade de livre escolha dos seus meios de vida e subsistência; V - garantir aos índios a permanência voluntária no seu habitat, proporcionando-lhes ali recursos para seu desenvolvimento e progresso; IX - garantir aos índios e comunidades indígenas, nos termos da Constituição, a posse permanente das terras que habitam, reconhecendo-lhes o direito ao usufruto exclusivo das riquezas naturais e de todas as utilidades naquelas terras existentes; Art. 18. As terras indígenas não poderão ser objeto de arrendamento ou de qualquer ato ou negócio jurídico que restrinja o pleno exercício da posse direta pela comunidade indígena ou pelos silvícolas. Art. 22.Cabe aos índios ou silvícolas a posse permanente das terras que habitam e o direito ao usufruto exclusivo das riquezas naturais e de todas as utilidades naquelas terras existentes. 3

Art. 62. Ficam declaradas a nulidade e a extinção dos efeitos jurídicos dos atos de qualquer natureza que tenham por objeto o domínio, a posse ou a ocupação das terras habitadas pelos índios ou comunidades indígenas. Decreto nº 7.747, de 5 de junho de 2012 - Institui a Política Nacional de Gestão Territorial e Ambiental de Terras Indígenas PNGATI, e dá outras providências. Art. 1º Fica instituída a Política Nacional de Gestão Territorial e Ambiental de Terras Indígenas PNGATI, com o objetivo de garantir e promover a proteção, a recuperação, a conservação e o uso sustentável dos recursos naturais das terras e territórios indígenas, assegurando a integridade do patrimônio indígena, a melhoria da qualidade de vida e as condições plenas de reprodução física e cultural das atuais e futuras gerações dos povos indígenas, respeitando sua autonomia sociocultural, nos termos da legislação vigente. Art. 2º São ferramentas para a gestão territorial e ambiental de terras indígenas o etnomapeamento e o etnozoneamento. Parágrafo único. Para fins deste Decreto, consideram-se: I Etnomapeamento: mapeamento participativo das áreas de relevância ambiental, sociocultural e produtiva para os povos indígenas, com base nos conhecimentos e saberes indígenas; e II Etnozoneamento: instrumento de planejamento participativo que visa à categorização de áreas de relevância ambiental, sociocultural e produtiva para os povos indígenas, desenvolvido a partir do etnomapeamento. Art. 3º São diretrizes da PNGATI: III - protagonismo e autonomia sociocultural dos povos indígenas, inclusive pelo fortalecimento de suas organizações, assegurando a participação indígena na governança da PNGATI, respeitadas as instâncias de representação indígenas e as perspectivas de gênero e geracional; IV - reconhecimento e valorização da contribuição das mulheres indígenas e do uso de seus conhecimentos e práticas para a proteção, conservação, recuperação e uso sustentável dos recursos naturais imprescindíveis para o bem-estar e para a reprodução física e cultural dos povos indígenas; V - contribuição para a manutenção dos ecossistemas nos biomas das terras indígenas por meio da proteção, conservação e recuperação dos recursos naturais imprescindíveis à reprodução física e cultural das presentes e futuras gerações dos povos indígenas; VI - proteção territorial, ambiental e melhoria da qualidade de vida nas áreas reservadas a povos indígenas e nas terras indígenas; VII - proteção territorial e ambiental das terras ocupadas por povos indígenas isolados e de recente contato; 4

X - reconhecimento, valorização e desenvolvimento da gestão ambiental como instrumento de proteção dos territórios e das condições ambientais necessárias à reprodução física, cultural e ao bem-estar dos povos e comunidades indígenas; XI - garantia do direito à consulta dos povos indígenas, nos termos da Convenção nº 169 da Organização Internacional do Trabalho OIT, promulgada pelo Decreto no 5.051, de 19 de abril de 2004; XII - reconhecimento dos direitos dos povos indígenas relativos a serviços ambientais em função da proteção, conservação, recuperação e uso sustentável dos recursos naturais que promovem em suas terras, nos termos da legislação vigente; e XIII - promoção de parcerias com os governos estaduais, distrital e municipais para compatibilizar políticas públicas regionais e locais e a PNGATI. Lei de Gestão de Florestas Públicas (Lei Federal nº 11.284/2006) Atribui aos Estados a gestão, o planejamento, a formulação, a implementação, o monitoramento, a avaliação de ações e criação de normas que objetivem a proteção do meio ambiente, florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais e controle da poluição e, dessa forma, a redução de emissões de gases de efeito estufa por desmatamento e degradação florestal, a manutenção de estoques de carbono florestal nos Estados e a provisão e conservação de outros serviços ambientais e produtos ecossistêmicos; Novo Código Florestal Brasileiro (Lei 12.651 de 25 de maio de 2012) Art. 1º - Esta Lei estabelece normas gerais sobre a proteção da vegetação, áreas de Preservação Permanente e as áreas de Reserva Legal; a exploração florestal, o suprimento de matéria-prima florestal, o controle da origem dos produtos florestais e o controle e prevenção dos incêndios florestais, e prevê instrumentos econômicos e financeiros para o alcance de seus objetivos. (Incluído pela Lei nº 12.727, de 2012). Parágrafo único. Tendo como objetivo o desenvolvimento sustentável, esta Lei atenderá aos seguintes princípios: III - ação governamental de proteção e uso sustentável de florestas, consagrando o compromisso do País com a compatibilização e harmonização entre o uso produtivo da terra e a preservação da água, do solo e da vegetação; (Incluído pela Lei nº 12.727, de 2012). IV - responsabilidade comum da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, em colaboração com a sociedade civil, na criação de políticas para a preservação e restauração da vegetação nativa e de suas funções ecológicas e sociais nas áreas urbanas e rurais; (Incluído pela Lei nº 12.727, de 2012). V - fomento à pesquisa científica e tecnológica na busca da inovação para o uso sustentável do solo e da água, a recuperação e a 5

preservação das florestas e demais formas de vegetação nativa; (Incluído pela Lei nº 12.727, de 2012). VI - criação e mobilização de incentivos econômicos para fomentar a preservação e a recuperação da vegetação nativa e para promover o desenvolvimento de atividades produtivas sustentáveis. (Incluído pela Lei nº 12.727, de 2012). Capítulo VI - Do Cadastro Ambiental Rural Art. 29. É criado o Cadastro Ambiental Rural CAR, no âmbito do Sistema Nacional de Informação sobre Meio Ambiente SINIMA, registro público eletrônico de âmbito nacional, obrigatório para todos os imóveis rurais, com a finalidade de integrar as informações ambientais das propriedades e posses rurais, compondo base de dados para controle, monitoramento, planejamento ambiental e econômico e combate ao desmatamento. Art. 41. É o Poder Executivo federal autorizado a instituir, sem prejuízo do cumprimento da legislação ambiental, programa de apoio e incentivo à conservação do meio ambiente, bem como para adoção de tecnologias e boas práticas que conciliem a produtividade agropecuária e florestal, com redução dos impactos ambientais, como forma de promoção do desenvolvimento ecologicamente sustentável, observados sempre os critérios de progressividade, abrangendo as seguintes categorias e linhas de ação: (Redação dada pela Lei nº 12.727, de 2012). I - pagamento ou incentivo a serviços ambientais como retribuição, monetária ou não, às atividades de conservação e melhoria dos ecossistemas e que gerem serviços ambientais, tais como, isolada ou cumulativamente: a) o sequestro, a conservação, a manutenção e o aumento do estoque e a diminuição do fluxo de carbono; b) a conservação da beleza cênica natural; c) a conservação da biodiversidade; d) a conservação das águas e dos serviços hídricos; e) a regulação do clima; f) a valorização cultural e do conhecimento tradicional ecossistêmico; g) a conservação e o melhoramento do solo; h) a manutenção de Áreas de Preservação Permanente, de Reserva Legal e de uso restrito; Declaração Universal dos Direitos Humanos; A Assembleia Geral proclama A presente declaração universal dos direitos humanos como o ideal comum a ser atingido por todos os povos e todas as nações, com o objetivo de que cada indivíduo e cada órgão da sociedade, tendo sempre em mente esta Declaração, se esforce, através do 6

ensino e da educação, por promover o respeito a esses direitos e liberdades, e, pela adoção de medidas progressivas de caráter nacional e internacional, por assegurar o seu reconhecimento e a sua observância universal e efetiva, tanto entre os povos dos próprios Estados-Membros, quanto entre os povos dos territórios sob sua jurisdição. Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança Climática; http://www.mma.gov.br/redd/images/publicacoes/mma_notainformativa_02.pdf MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE Secretaria De Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental Nota Informativa nº2 - O Anexo I da decisão 1/cp.16 (ou Acordos de Cancun) traz orientações para os países em desenvolvimento implementarem ações de Redução de Emissões de desmatamento e degradação (REDD+). As salvaguardas que esses países, incluso o Brasil, devem promover e apoiar tem foco: 1. na garantia de direitos, especialmente de povos indígenas e populações tradicionais, que são considerados vulneráveis; 2. na integridade ambiental dos resultados de redução de emissões alcançados, de modo a evitar deslocamento das atividades que causam o desmatamento para outras regiões e a não-permanência ou perda de estoques de carbono concentrado nas florestas; 3. E no reforço a boa governança, a transparência e a participação. A fim de informar como as salvaguardas são tratadas e respeitadas, a decisão 1/cp.17 (referente à 17ª Conferência das Partes, realizada em Durban, na África do Sul em 2011) indicou como os países devem organizar informações que servirão ao propósito de articular a implementação das salvaguardas e também de subsidiar as comunicações Nacionais a convenção Quadro. A mera existência de arcabouços legais e institucionais relativos aos temas de enfoque das salvaguardas de REDD+ não garante, por si só, sua efetiva aplicação. É do interesse nacional garantir a redução de emissões e o aumento de estoques aliados a boa governança florestal, transparência e participação pública, além da promoção de um modelo de desenvolvimento que melhore as condições de vida das populações que vivem e dependem dela, com pleno reconhecimento de seus direitos. Convenção sobre Diversidade Biológica - Decreto Legislativo nº 2, de 1994 Art. 1º E aprovado o texto da Convenção sobre Diversidade Biológica, assinada durante a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada na cidade do Rio de Janeiro, no período de 5 a 14 de junho de 1992. Preâmbulo As Partes Contratantes, conscientes do valor intrínseco da diversidade biológica e dos valores ecológico, genético, social, 7

econômico, cientifico, educacional, cultural, recreativo e estético da diversidade biológica e de seus componentes; Reafirmando que os Estados têm direitos soberanos sobre os seus próprios recursos biológicos, Reafirmando, igualmente, que os Estados são responsáveis pela conservação de sua diversidade biológica e pela utilização sustentável de seus recursos biológicos, Reconhecendo, ademais, que medidas especiais são necessárias para atender as necessidades dos países em desenvolvimento, inclusive o aporte de recursos financeiros novos e adicionais e o acesso adequado as tecnologias pertinentes, Observando, nesse sentido, as condições especiais dos países de menor desenvolvimento relativo e dos pequenos Estados insulares, Reconhecendo que o desenvolvimento econômico e social e a erradicação da pobreza são as prioridades primordiais e absolutas dos países em desenvolvimento, Convieram no seguinte: Artigo 1 -Objetivos Os objetivos desta Convenção a serem cumpridos de acordo com as disposições presentes, são a conservação da diversidade biológica, a utilização sustentável de seus componentes e a repartição justa e equitativa dos benefícios derivados da utilização dos recursos genéticos, mediante, inclusive, o acesso adequado aos recursos genéticos e a transferência adequada de tecnologias pertinentes, levando em conta todos os direitos sobre tais recursos e tecnologias, e mediante financiamento adequado. Artigo 11 - Incentivos Cada Parte Contratante deve na medida do possível e conforme o caso, adotar medidas econômicas e socialmente racionais que sirvam de incentivo a conservação e utilização sustentável de componentes da diversidade biológica. Declaração das Nações Unidas sobre os Direitos dos Povos Indígenas A Assembleia Geral, Guiada pelos propósitos e princípios da Carta das Nações Unidas e pela oa- no cumprimento das obrigações assumidas pelos Estados de acordo com a Carta, Celebrando o fato de os povos indígenas estarem organizando-se para promover seu desenvolvimento político, econômico, social e cultural, e para por fim a todas as formas de discriminação e de opressão, onde quer que ocorram, Convencida de que o controle, pelos povos indígenas, dos acontecimentos que os afetam e as suas terras, territórios e recursos l es ermitira manter e reforçar suas instituições, culturas e tradições e promover seu desenvolvimento de acordo com suas aspirações e necessidades, 8

Proclama solenemente a Declaração das Nações Unidas sobre os Direitos dos Povos Indígenas, cujo texto figura a continuação, como ideal comum que deve ser perseguido em um espírito de solidariedade e de respeito mútuo: Artigo 8 2. Os Estados estabelecerão mecanismos eficazes para a prevenção e a reparação de: b) Todo ato que tenha por objetivo ou consequência subtrair-lhes suas terras, territórios ou recursos. Artigo 18 Os povos indígenas tem o direito de participar da tomada de decisões sobre questões que afetem seus direitos, por meio de representantes por eles eleitos de acordo com seus próprios procedimentos, assim como de manter e desenvolver suas próprias instituições de tomada de decisões. Artigo 19 Os Estados consultarão e cooperarão de oa- com os povos indígenas interessados, por meio de suas instituições representativas, a fim de obter seu consentimento livre, prévio e informado antes de adotar e aplicar medidas legislativas e administrativas que os afetem. Artigo 20 1. Os povos indígenas têm o direito de manter e desenvolver seus sistemas ou instituições políticas, econômicas e sociais, de que lhes seja assegurado o desfrute de seus próprios meios de subsistência e desenvolvimento e de dedicar-se livremente a todas as suas atividades econômicas, tradicionais e de outro tipo. Artigo 23 Os povos indígenas têm o direito de determinar e elaborar prioridades e estratégias para o exercício do seu direito ao desenvolvimento. Em especial, os povos indígenas têm o direito de participar ativamente da elaboração e da determinação dos programas de saúde, habitação e demais programas econômicos e sociais que lhes afetem e, na medida do possível, de administrar esses programas por meio de suas próprias instituições. Artigo 26 1. Os povos indígenas têm direito as terras, territórios e recursos que possuem e ocupam tradicionalmente ou que tenham de outra forma utilizado ou adquirido. 2. Os povos indígenas têm o direito de possuir, utilizar, desenvolver e controlar as terras, territórios e recursos que possuem em razão da propriedade tradicional ou de outra forma tradicional de ocupação ou de utilização, assim como aqueles que de outra forma tenham adquirido. 9

3. Os Estados assegurarão reconhecimento e proteção jurídicos a essas terras, territórios e recursos. Tal reconhecimento respeitará adequadamente os costumes, as tradições e os regimes de posse da terra dos povos indígenas a que se refiram. Artigo 27 Os Estados estabelecerão e aplicarão, em conjunto com os povos indígenas interessados, um processo equitativo, independente, imparcial, aberto e transparente, no qual sejam devidamente reconhecidas as leis, tradições, costumes e regimes de posse da terra dos povos indígenas, para reconhecer e adjudicar os direitos dos povos indígenas sobre suas terras, territórios e recursos, compreendidos aqueles que tradicionalmente possuem, ocupam ou de outra forma utilizem. Os povos indígenas terão direito de participar desse processo. Artigo 29 1. Os povos indígenas têm direito à conservação e à proteção do meio ambiente e da capacidade produtiva de suas terras ou territórios e recursos. Os Estados deverão estabelecer e executar programas de assistência aos povos indígenas para assegurar essa conservação e proteção, sem qualquer discriminação. Artigo 32 1. Os povos indígenas têm o direito de determinar e de elaborar as prioridades e estratégias para o desenvolvimento ou a utilização de suas terras ou territórios e outros recursos. 2. Os Estados celebrarão consultas e cooperarão de boa- com os povos indígenas interessados, por meio de suas próprias instituições representativas, a fim de obter seu consentimento livre e informado antes de aprovar qualquer projeto que afete suas terras ou territórios e outros recursos, particularmente em relação ao desenvolvimento, a utilização ou a exploração de recursos minerais, hídricos ou de outro tipo. Artigo 38 Os Estados, em consulta e cooperação com os povos indígenas, adotarão as medidas apropriadas, incluídas medidas legislativas, para alcançar os fins da presente Declaração. Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho; ARTIGO 2º 1. Os governos terão a responsabilidade de desenvolver, com a participação dos povos interessados, uma ação coordenada e sistemática para proteger seus direitos e garantir respeito a sua integridade. 2. Essa ação incluir medidas para: 10

a) garantir que os membros desses povos se beneficiem de oportunidades previstas na legislação nacional para os demais cidadãos; ARTIGO 6º 1. Na aplicação das disposições da presente Convenção, os governos deverão: a) consultar os povos interessados, por meio de procedimentos adequados e, em particular, de suas instituições representativas, sempre que sejam previstas medidas legislativas ou administrativas suscetíveis de afetá-los diretamente; b) criar meios pelos quais esses povos possam participar livremente, ou pelo menos na mesma medida assegurada aos demais cidadãos em todos os níveis decisórios de instituições eletivas ou órgãos administrativos responsáveis por políticas e programas que lhes afetem; 2. As consultas realizadas em conformidade com o previsto na presente Convenção deverão ser conduzidas de oa- e de uma maneira adequada às circunstâncias, no sentido de que um acordo ou consentimento em torno das medidas propostas possa ser alcançado. ARTIGO 7º 1. Os povos indígenas terão direito a definir suas próprias prioridades no processo de desenvolvimento na medida em que afete sua vida, crenças, instituições, bem-estar espiritual e as terras que ocupam ou usam para outros fins, e de controlar, na medida do possível, seu próprio desenvolvimento econômico, social e cultural. Além disso, eles participarão da formulação, implementação e avaliação de planos e programas de desenvolvimento nacional e regional que possam afetá-los diretamente. Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação sobre a Mulher Os Estados-partes na presente Convenção, Considerando que a Carta das Nações Unidas reafirma a nos direitos fundamentais do homem, na dignidade e no valor da pessoa e na igualdade de direitos do homem e da mulher, Observando as convenções internacionais concluídas sob os auspícios das Nações Unidas e dos organismos especializados em favor da igualdade de direitos entre o homem e a mulher, Observando, ainda, as resoluções, declarações e recomendações aprovadas pelas Nações Unidas e pelas Agências Especializadas para favorecer a igualdade de direitos entre o homem e a mulher. Preocupados, contudo, com o fato de que, apesar destes diversos instrumentos, a mulher continue sendo objeto de grandes discriminações, 11

Resolvidos a aplicar os princípios enunciados na Declaração sobre a Eliminação da Discriminação contra a Mulher, para isto, a adotar as medidas necessárias a fim de suprimir essa discriminação em todas as suas formas e manifestações, Concordaram no seguinte: Artigo 7º Os Estados-partes tomarão todas as medidas apropriadas para eliminar a discriminação contra a mulher na vida política e pública do país e, em particular, garantirão, em igualdade de condições com os homens, o direito a: a) votar, em todas as eleições e referendos públicos e ser elegível para todos os órgãos cujos membros sejam objeto de eleições públicas; b) participar na formulação de políticas governamentais e na execução destas, e ocupar cargos públicos e exercer todas as funções públicas em todos os planos governamentais; c) participar em organizações e associações não-governamentais que se ocupem da vida pública e política do país. Artigo 14 2. Os Estados-partes adotarão todas as medidas apropriadas para eliminar a discriminação contra a mulher nas zonas rurais a fim de assegurar, em condições de igualdade entre homens e mulheres, que elas participem no desenvolvimento rural e dele se beneficiem, e em particular assegurar-lhes-ão o direito a: a) Participar da elaboração e execução dos planos de desenvolvimento em todos os níveis; Nível de cumprimento Lacunas 1. Não cumprido 2. Parcialmente cumprido 3. Efetivamente Cumprido X Princípio 7 Critério 7.1 Indicador 7.1.2 O SISA e seus programas cumprem com as leis locais e nacionais e tratados, convenções e outros instrumentos internacionais relevantes. O SISA e seus programas cumprem as relevantes leis locais, nacionais e tratados internacionais, assim como convenções e outros instrumentos ratificados ou adotados pelo país. O SISA e seus programas detalham como suas políticas e medidas vão contribuir para melhorar o respeito, a proteção e cumprimento dos direitos humanos dos Povos Indígenas e comunidades locais. 12

Evidências: Lei n. 2.308, de 22 de outubro de 2010 - Cria o Sistema Estadual de Incentivos a Serviços Ambientai SISA, o Programa de Incentivos a Serviços Ambientais ISA Carbono e demais Programas de Serviços Ambientais e Produtos Ecossistêmicos do Estado do Acre e dá outras providências. Seção I - Princípios do SISA Art. 2º O SISA deverá respeitar os princípios nacionais e internacionais sobre o tema, em especial os que se seguem: IV - respeito aos conhecimentos e direitos dos povos indígenas, populações tradicionais e extrativistas, bem como aos direitos humanos reconhecidos e assumidos pelo Estado brasileiro perante a Organização das Nações Unidas e demais compromissos internacionais; V - fortalecimento da identidade e respeito à diversidade cultural, com o reconhecimento do papel das populações extrativistas e tradicionais, povos indígenas e agricultores na conservação, preservação, uso sustentável e recuperação dos recursos naturais, em especial a floresta; Seção II - Definições II - serviços ambientais ou ecossistêmicos: funções e processos ecológicos relevantes gerados pelos ecossistemas, em termos de manutenção, recuperação ou melhoramento das condições ambientais, em beneficio do bem-estar de todas as sociedades humanas, nas seguintes modalidades: XVI - valorização do conhecimento tradicional ecossistêmico: valorização do conhecimento no manejo e uso dos recursos naturais e em atividades eco-turísticas, decorrente de culturas vinculadas a comunidades indígenas, tradicionais e extrativistas ou de produtor rural, associada à preservação, manutenção, recuperação ou conservação dos recursos naturais, com respeito a sua forma de organização, de recreação, de expressão estética e espiritual, bem como de suas informações e práticas individuais ou coletivas; Seção V - Dos instrumentos do SISA Subseção I - Instrumentos de participação, gestão, controle e registro Art. 6º São instrumentos de participação, gestão, controle e registro do SISA: II - a Comissão Estadual de Validação e Acompanhamento; Art. 12. A Comissão Estadual de Validação e Acompanhamento será composta por, no mínimo, oito membros, assegurando-se composição paritária entre a sociedade civil organizada e o poder público, sendo os representantes da sociedade civil indicados pelo coletivo de conselhos, dentre seus membros. 1º A Comissão Estadual de Validação e Acompanhamento será vinculada ao Instituto de Regulação, Controle e Registro e terá as seguintes competências: I - garantir a transparência e o controle social dos programas, subprogramas, planos de ação e projetos especiais do SISA; II - analisar e aprovar propostas de normas do SISA apresentadas pelo Instituto de Regulação, Controle e Registro; Dicas para autoavaliação: Quais são os principais pontos dispostos na política do SISA e seus programas voltados para assegurar o respeito, a proteção e o cumprimento dos direitos humanos dos Povos Indígenas e comunidades locais? Fontes de Informação: 13

V - elaborar e apresentar relatórios anuais de suas atividades ao Coletivo de Conselhos; GT Indígena - Comissão Estadual de Validação e Acompanhamento CEVA Resolução n 001, de 20 de agosto de 2012 Considerando o Plenário da Comissão Estadual de Validação e Acompanhamento do Sistema de Incentivos a Serviços Ambientais SISA, em reunião realizada no dia 12 de janeiro de 2012, no uso de suas atribuições que lhe confere ao artigo 12 da Lei n 2.308 de 22 de outubro de 2010 e o artigo 8º do regimento interno da CEVA, resolve: Art. 1º - Instituir um Grupo de Trabalho denominado de GT Indígena, com duração definida até dia 30 de junho de 2015, tendo como missão estabelecer o diálogo entre o SISA, as comunidades indígenas e a sociedade civil sobre as ações e os programas de implementação do SISA e ser a voz indígena dentro do SISA. Nível de cumprimento Lacunas 1. Não cumprido 2. Parcialmente cumprido 3. Efetivamente Cumprido X 14

Princípio 7 Critério 7.1 Indicador 7.1.3 O SISA e seus programas cumprem com as leis locais e nacionais e tratados, convenções e outros instrumentos internacionais relevantes. O SISA e seus programas cumprem as relevantes leis locais, nacionais e tratados internacionais, assim como convenções e outros instrumentos ratificados ou adotados pelo país. Os Provedores de Serviços Ambientais Beneficiários do SISA e seus programas e as instituições interessadas no tema têm capacidade de compreender, implementar e monitorar requisitos legais deste Sistema. 15

Evidências: Desde o processo de consulta para elaboração da Lei do SISA, há em curso um esforço por parte do governo estadual para disponibilizar informação de forma acessível para todos os grupos interessados. Porém, levando em consideração o caráter inovador do sistema e a peculiaridade da linguagem utilizada, muitas vezes de difícil entendimento para o público em geral, o processo de capacitação dos atores do SISA deve ser contínuo e de longa duração, para que possa alcançar a diversidade deste público. É importante ressaltar que há necessidade de disponibilização de recursos financeiros e humanos para realização de atividades de capacitação. Pode-se considerar que até o momento houve uma priorização do público indígena, com as seguintes atividades já realizadas: 1. De 30 de Janeiro a 3 de fevereiro 2012 - Curso de formação e informação para lideranças indígenas sobre Serviços ambientais e SISA com a participação de 40 indígenas de 22 TIs, (HuniKui, Yawanawa, Nukini, Ashaninka, Puyanawa, Shanenawa, Katukina, Nawa, Jáminawa, Manchineri, Arara).Custo aproximado: R$50.000.00 financiado em grande parte pelo Forest Trends. Nesta oficina tivemos a participação e apresentação da COIAB (Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira), SURUI (Associação Metareilá do Povo Indígena Suruí), e GTA (Grupo de Trabalho Amazônico). 2. Em 02 de maio de 2012 - Mini-curso sobre Mudanças Climáticas, Serviços Ambientais e Sistema Estadual de Incentivo a Serviços Ambientais (SISA), realizado de no município de Jordão AC, com a participação de 50 indígenas HuniKui do município de Jordão. Oficina realizada com recursos da WWF. Custo aproximado: R$8.000.00 3. De 02 a 04 de julho de 2013 - Oficina de Intercâmbio e Aprendizagem sobre o Sistema de Incentivos a Serviços Ambientais do Acre SISA e apresentação da Carta de Princípios para obter recomendações e validação dos indígenas presentes na oficina. Oficina realizada na aldeia indígena Puyanawa. Com a participação de 40 representantes de 22 Terras indígenas de 11 povos indígenas (HuniKui, Yawanawa, Nukini, Ashaninka, Puyanawa, Shanenawa, Katukina, Nawa, Jáminawa, Manchineri, Arara). Custo aproximado: R$30.000.00 com recursos da KFW para mobilização e Fundo Amazônia para alimentação e hospedagem dos participantes. 4. De 01 a 03 de Outubro 2013 Realização da Oficina de Formação e Informação para Lideranças Indígenas e Agentes Agroflorestais no Centro de formação dos Povos da floresta - CPI com a participação de 35 agentes agroflorestais, professores e lideranças indígenas. Oficina realizada com recursos do Fundo Amazônia em parceria com SEMA como parte das oficinas de vigilância. Dicas para autoavaliação: Indique as capacitações realizadas neste tema. Que metodologia foi utilizada na capacitação e como os beneficiários do SISA e seus programas foram instrumentalizados para compreender, implementar e monitorar aspectos legais relevantes ao programa? Fontes de Informação: 16

Nível de cumprimento Lacunas 1. Não cumprido 2. Parcialmente cumprido X 3. Efetivamente Cumprido Precisa-se ainda de um programa de formação de lideranças dos diferentes segmentos sociais que compõem os conselhos para o adequado acompanhamento do SISA. 17

Princípio 7 Critério 7.2 Indicador 7.2.1 ESTADO DO ACRE O SISA e seus programas cumprem com as leis locais e nacionais e tratados, convenções e outros instrumentos internacionais relevantes. Onde o SISA e seus programas não forem consistentes com a legislação estadual ou nacional ou com relevantes tratados, convenções ou outros instrumentos internacionais, um processo de revisão será conduzido para resolver as inconsistências O SISA e seus programas estabelecem procedimento de revisão para abordar inconsistências entre os padrões, tratados internacionais, convenções ou instrumentos e o marco legal local ou nacional de inserção do programa Evidências: O processo de adequação do SISA passa pelos procedimentos formais da administração pública estadual, conforme descrito a seguir: 1. IMC identifica e monitora legislação (participação em instâncias nacionais, em debates no parlamento e comissões); 2. IMC apresenta normas ou mudanças legais para adequação, para CEVA apenas conhecer e opinar; 3. IMC encaminha para PGE para formulação de lei ou decreto se assim for necessário; 4. PGE encaminha para Casa Civil para envio do governador à ALEAC, quando lei, ou publica quando decreto. Dicas para autoavaliação: Como se dá o processo de revisão do programa? Como potenciais inconsistências entre o marco legal de estabelecimento do programa e padrões, convenções ou instrumentos são abordadas? Quais processos são estabelecidos para a resolução das incongruências encontradas? Fontes de Informação: Nível de cumprimento Lacunas 1. Não cumprido X 2. Parcialmente cumprido 3. Efetivamente Cumprido Ainda falta um detalhamento, de que maneira o SISA e seus programas contribuirão de forma explícita para melhorar o respeito, a proteção e cumprimento dos direitos humanos, em concordância com essas leis e tratados. Cabe mencionar que estas atividades requererão de recursos ainda não previstos. Ainda não se tem um procedimento específico para levantamento de inconsistências com os marcos legais internacionais, nacionais e estaduais. 18