PERCEPÇÃO E ANÁLISE DA QUALIDADE DE VIDA EM PORTADORES DA DOENÇA DE PARKINSON



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Transcrição:

PERCEPÇÃO E ANÁLISE DA QUALIDADE DE VIDA EM PORTADORES DA DOENÇA DE PARKINSON Débora Elmers Noronha 1 Elenita Costa Beber Bonamigo 2 RESUMO OBJETIVO. Analisar a qualidade de vida (QV) dos portadores da Doença de Parkinson (DP) e investigar possíveis relações da QV com o estágio da doença e o sexo. MÉTODO. Estudo descritivo, com 10 indivíduos com idade média de 69,5 anos, de ambos os sexos, através do instrumento Parkinson DiseaseQualityof Life(PDQL). RESULTADOS. Os resultados para os domínios sintomas parkinsonianos, sintomas sistêmicos e função emocional apresentaram-se entre muito bom e ótimo, o que refere uma excelente percepção da QV e bom com relação ao domínio função social. A QV relacionada com o estágio da doença apresentou uma forte correlação inversa com os sintomas parkinsonianos (r= - 0,839), com os sintomas sistêmicos (r= -0,783) com a função social (r=-0,885) e com o somatório do PDQL (r=-0,772), todos com significância estatística (p 0,05). A única variável que não apresentou relação com o estágio da doença foi a função emocional (p=0,557). CONCLUSÃO: Conclui-se que os parkinsonianos tem uma boa/muito boa percepção de sua QV. Que estágios iniciais da doença, associados a prática de fisioterapia e atividades físicas tem ótima resposta principalmente no que diz respeito aos sintomas parkinsonianos e sintomas sistêmicos. Palavras Chave: Doença de Parkinsosn, Qualidade de vida, PDQL 1 Fisioterapeuta egressa da UNIJUÍ.debora_fst@hotmail.com 2 Fisioterapeuta, Docente e pesquisadora do Departamento de Ciências da Saúde DCSa da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul UNIJUI, Mestre em Ciências do Movimento pela UDESC.elenita@unijui.edu.br

ABSTRACT The objective of this study is to analyze the quality of life (QL) of patients with Parkinson's disease (PD) and to investigate possible links to the disease stage. Descriptive study, with 10 individuals with average age of 69.5 years, of both sexes, through the instrument PDQL.The results for the domains parkinsonian symptoms and systemic symptoms and emotional function were between very good and great, what about an excellent perception of QL and good with respect to social function domain. The QL related to the disease stage showed a strong inverse correlation with Parkinson s symptoms (r = -0.839), with systemic symptoms (r = -0.783) with the social function (r = -0.885) and with the sum of PDQL (r = -0.772), all with statistical significance (p 0.05). The only variable that was not associated with the disease stage was the emotional function (p=0,557). We conclude that the Parkinson s patient have a good/very good perception oftheir QL. Early stages of the disease, associated with the practice of physiotherapy and physical activities have great results especially with respect to the Parkinson s symptoms and systemic symptoms. Keywords:Parkinsosn disease, quality of life, PDQL INTRODUÇÃO A doença de Parkinson (DP) é definida como uma enfermidade crônica de caráter progressivo que acomete um em cada mil indivíduos da população em geral. Sua prevalência aumenta com a idade e geralmente acomete indivíduos acima dos 65 anos. Tal enfermidade apresenta sinais e sintomas clássicos resultantes da depleção de dopamina na substância negra, como tremor em repouso, rigidez muscular, bradicinesia, hipocinesia e alterações na postura e no equilíbrio.a causa da DP ainda não é completamente conhecida, mas fatores genéticos e ambientais parecem contribuir para seu aparecimento. (CAMARGOS et al 2004). Por ser crônica e neurodegenerativa, pode gerar comprometimentos físico, mental, social e econômico, e ainda, afetar o humor, a cognição, o psicológico, a fala

e a comunicação, interferindo na qualidade de vida (QV) dos indivíduos acometidos e de seus familiares. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), saúde é definida como estado de completo bem-estar físico, mental e social e não somente pela ausência de doença ou enfermidade. Recentemente, o conceito tornou-se mais abrangente e passou a ser denominada Qualidade de Vida relacionada à saúde (QVRS). O conceito de QV é bastante complexo e, em geral, saúde é aceita como parte essencial da QV, que engloba um conceito multidimensional que reflete a avaliação subjetiva de satisfação pessoal em relação ao bem estar físico, funcional, emocional e social. (SANT e OLIVEIRA 2008). Dessa forma, as medidas de qualidade de vida relacionadas à saúde (QVRS) tornaram-se fundamentais nas três últimas décadas. Informações a esse respeito são importantes para o planejamento de estratégias, de custo, e efetividade de tratamento, além de promoverem o bem-estar de pacientes crônicos, como os portadores de DP. (GOULART, PEREIRA 2004). Findley apud Camargoset al. (2004) ressaltou que os estudos não têm investigado detalhes a respeito da QV na DP e, portanto, pouco se conhece sobre o real impacto da doença na vida do paciente e de sua família. Recentemente, alguns autores têm se preocupado em investigar os aspectos mais importantes relacionados à QV na DP para melhorar o planejamento das intervenções terapêuticas direcionadas a esses pacientes. Estudos clínicos tem demonstrado uma importante deterioração na QVRS dos indivíduos portadores da DP, quando comparados com indivíduos na mesma faixa etária e condições sócio demográficas semelhantes que não possuem diagnóstico de DP. O objetivo deste estudo é analisar a qualidade de vida (QV) dos portadores da Doença de Parkinson (DP) e investigar possíveis relações com o estágio da doença e o sexo.

MATERIAIS E MÉTODOS População e Amostra A população deste estudo compreende indivíduos com diagnóstico de doença de Parkinson. A amostra foi composta por 10 indivíduos, (50% sexo masculino), que freqüentam a clinica escola de fisioterapia da Unijuí. Os participantes deveriam estar classificados entre os estágios 1 e 5 da Escala de Hoehn&Yahr Modificada, ter idade igual ou superior a 40 anos, não apresentar déficit cognitivo, comprometimento na fala e audição ou qualquer outro fator que interferisse no entendimento das questões. Todos os participantes foram esclarecidos quanto aos objetivos da pesquisa e assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido.o estudo seguiu as recomendações da resolução 196/96 do conselho Nacional de saúde para estudos com seres humanos, sendo que o projeto foi encaminhado ao CEP daunijuícom Parecer Consubstanciado número 314/2011. Instrumentos e Procedimentos Os indivíduos responderam a um questionário com dados sócio demográficos e relacionados ao tempo de acometimento da doença, sintomas e medicações utilizadas. A seguir foi realizado o estadiamento através da escala dehoehn&yahr e aplicado o protocolo PDQL, com um tempo de aproximadamente 15 minutos. Em função das características socioculturais da amostra, optou-se pela aplicação do questionário sob a forma de entrevista em que as perguntas foram lidas sempre na mesma ordem. A escala de Hoehn&Yahr é uma escala de avaliação da incapacidade dos indivíduos com doença de Parkinson que identifica de uma forma rápida e prática o estado geral dos mesmos, os classificados nos estágios de 1 a 3 apresentam incapacidade leve a moderada, enquanto os que estão nos estágios 4 e 5 apresentam incapacidade grave.( LANA et al, 2007). Estágio 1Doença unilateral. Estágio 1,5 Envolvimento unilateral e axial. Estágio 2Doença bilateral sem déficit de equilíbrio. Estágio 2,5 Doença bilateral leve, com recuperação no teste do empurrão.

Estágio 3Doença bilateral leve a moderada; alguma instabilidade postural; capacidade de viver independente Estágio 4Incapacidade grave, ainda capaz de caminhar ou permanecer de pé sem ajuda. Estágio 5Confinado à cama ou cadeira de rodas a não ser que receba ajuda. QUADRO 1Fonte: Adaptado de Schenkman, 2001. PDQL O Parkinson DiseaseQualityof Life (PDQL), é específico para DP, e foi criadopor De Boer e colaboradores em 1996 com base em outros questionários de qualidade de vida e em uma série de entrevistas feitas por neurologistas a pacientes com DP. Seu desenvolvimento seguiu critérios como: ser relativamente curto e simples, ser válido e suscetível de análise estatística, medir a saúde física e emocional e refletir áreas de funções que são importantes para os portadores da DP.O PDQL é composto por 37 itens agrupados em 4 domínios: sintomas parkinsonianos (14 itens),sintomas sistêmicos (7 itens) função social (7 itens)e função emocional (9 itens). O tempo de investigação é referido aos últimos 3 meses e as possíveis pontuações para cada item são 1 (o tempo todo) 2 (quase sempre) 3 ( algumas vezes) 4 (poucas vezes) 5 (nunca). O escore para cada domínio é determinado pela média dos pontos de cada item deste domínio. Considera-se dado perdido somente quando o numero de itens não respondido é maior que 50% dos itens do domínio em questão. A soma da pontuação média de cada domínio é efetuada e altos escores refletem melhor percepção do individuo em relação a sua QV. (De Bouer apud CAMPOS 2010). Segundo Campos(2010), opdql tem seus direitos assegurados pelo MapiResearchTrust, que o divulga além de coordenar traduções e validações do mesmo. Há traduções do PDQL para várias línguas e adaptaçõesdeste para diversospaíses. ANÁLISE ESTATÍSTICA Os dados foram processados no pacote estatístico PASW Estatistics Data Editor (versão 18.0, Chicago, IL, EUA). A análise descritiva está apresentada como

média ± desvio padrão, mediana (valor mínimo valor máximo), frequência relativa e absoluta. Para variáveis quantitativas realizou-se o teste de normalidade Kolmogorov-smirnov, para comparação das médias paramétricas utilizou-se o teste T(Student) Nas variáveis qualitativas, utilizou-se o teste exato de Fischer. Considerou-se significativo p 0,05. A relação entre o estágio da doença e os domínios da qualidade de vida foram analisados através do coeficiente de correlação de Pearson e Spearman. RESULTADOS Participaram desse estudo 10 indivíduos com DP, de ambos os sexos, com idademédia de 69,5 anos, variando entre 46 e 82 anos (tabela 1). Em relação ao sexo 50% eram mulheres. Quanto ao estado civil 70% dos indivíduos eram casados, 20% viúvos e 10% solteiros. Tabela 1: Caracterização da amostra Variáveis Total M F P Gênero 10(100) 5(50) 5(50) - IdadeMédia±DP 67,90±10,81 67±13,08 68,80±9,47 0,809ᶝ Mediana 69,5(46-82) 68(46-82) 73(56-79) Estado Civil 0,444 Casado 7(70) 3(60) 4(80) Solteiro 1(10) 0(0) 1(20) Viúvo 2(20) 2(40) 0(0) Separado 0(0) 0(0) 0(0) F: gênero feminino; M: gênero masculino; : teste exato de Fischer; ᶝ:teste T Student; *: p 0,05, estatisticamente significativo. Fonte fichas de avaliação Os indivíduos foram classificados de acordo com a escala de Hohen e Yahr, onde foi possível classificar 30%indivíduos no estágio 1 da doença, 10% no estágio 2, e 20% dos participantes nos estágios 3 e 4 cada e 10% no estágio 5, conforme é possível observar na tabela 2.

Tabela 2: Classificação do estágio da DP segundo Hoehn&Yahr Estágio da DP Total (%) M (%) F (%) 1 3(30) 3(60) 0(0) 1,5 0(0) 0(0) 0(0) 2 1(10) 0(0) 1(20) 2,5 1(10) 0(0) 1(20) 3 2(20) 1(20) 1(20) 4 2(20) 1(20) 1(20) 5 1(10) 0(0) 1(20) DP: Doença de Parkinson F: gênero feminino; M: gênero masculino; Fonte fichas de avaliação Quando questionados quanto aos primeiros sintomas da doença, 60% dos participantes responderam ser o tremor a primeira manifestação, seguido de rigidez (40%) e alterações na marcha (10%). Os participantes citaram ainda bradicinesia, dores musculares, fadiga, alterações posturais e depressão como sintomas que apareceram no curso da doença. Quanto ao uso de medicação 100% dos indivíduos fazem uso de algum anti parkinsoniano, associado a anti hipertensivo (40%), anti depressivo (20%) e relaxante muscular (10%) dos indivíduos. Os domínios abordados pelo PDQL compreendem sintomas parkinsonianos, sintomas sistêmicos, e funções emocional e social. Observou-se neste estudo queos resultados para os domínios sintomas Parkinsonianos, sintomas sistêmicos e função emocional apresentaram-se entre muito bom e ótimo, o que refere uma excelente percepção da QV por parte desses indivíduos no que diz respeito a esses domínios, fato este que pode estar relacionado com a questão de os participantes nãoestarem em sua maioria em estágios mais avançados na escala de classificação de Hoehn&Yahr (acima do estágio 3). Já o domínio função social mostrou-se diferenciada em relação aos demais domínios, onde os resultados ficaram entre bom e muito bom, o que não é considerado um resultado ruim, apenas está um pouco abaixo dos demais que se classificavam entre muito bom e ótimo. Ao todo, 50% dos participantes deste estudo tem uma ótima percepção de sua qualidade de vida.

Tabela3- Análise qualitativa domínio sintomas parkinsonianos Variáveis Total M F Ruim 1(10) 1(20) 0(0) Bom 2(20) 1(20) 1(20) Muito Bom 6(60) 2(40) 4(80) Ótimo 1(10) 1(20) 0(0) F: gênero feminino; M: gênero masculino; Fonte protocolo PDQL A apresentação clínica da DP pode variar entre os indivíduos. Os sintomas motores característicos são: tremor de repouso, bradicinesia, rigidez e instabilidade postural que ocorre em fases mais tardias da doença. A esse conjunto de sinais e sintomas denomina-se síndrome parkinsoniana ou parkinsonismo (STEFANI et al., 2002). No domínio sintomas parkinsonianos 60% dos indivíduos participantes da pesquisa tem uma percepção muito boa de sua QV, o que significa que o quadro clínico característico da doença ainda não se manifestou,e/ou não os atrapalha. Tabela 4- Análise qualitativadomínio sintomas sistêmicos Variáveis Total M F Ruim 0(0) 0(0) 0(0) Bom 1(10) 1(20) 0(0) Muito Bom 5(50) 1(20) 4(80) Ótimo 4(40) 3(60) 1(20) F: gênero feminino; M: gênero masculino; Fonteprotocolo PDQL Os sintomas sistêmicos compreendem os sintomas secundários do processo evolutivo da patologia. Questões como alterações no sono, problemas intestinais, dificuldades com a memória, problemas de continência urinária e excesso de salivação fazem parte do quadro de sintomas sistêmicos. Neste domínio 40% dos participantes referiu não ter problemas e tem uma ótima percepção de sua QV. Tabela 5- Análise qualitativa domínio função emocional

Variáveis Total M F Ruim 0(0) 0(0) 0(0) Bom 1(10) 0(0) 1(20) Muito Bom 5(50) 3(60) 2(40) Ótimo 4(40) 2(40) 2(40) F: gênero feminino; M: gênero masculino; Fonte protocolo PDQL A função emocional refere-se aos sentimentos e comportamento dos indivíduos, e leva em consideração que os sintomas, as mudanças e as dificuldades que surgem ao decorrer do processo de adoecimento podem levar o Parkinsoniano a quadros depressivos, de fragilidade e instabilidade emocional. No presente estudo, não houve por parte dos participantes problemas relacionados a função emocional, domínio este que 40% dos indivíduos tem uma ótima percepção relacionada a sua QV. Outro importante domínio relacionado a vida do Parkinsoniano, é a função social, função esta que em decorrência das alterações provenientes da patologia podem levar o indivíduo a um afastamento do convívio social e das atividades que antes realizava,além de uma forte tendência ao isolamento, como podemos analisar na tabela 6, 30% dos participantes referem ter problemas neste aspecto. Tabela 6- Análise qualitativadomínio função social Variáveis Total M F Ruim 3(30) 1(20) 2(40) Bom 2(20) 1(20) 1(20) Muito Bom 5(50) 3(60) 2(40) Ótimo 0(0) 0(0) 0(0) F: gênero feminino; M: gênero masculino; Fonteprotocolo PDQL O tempo de evolução da doença variou de 2 a 22 anos, sendo que o indivíduo com maior tempo de doença apresentou-se mais comprometido, segundo a escala de Hoehn&Yahr, porém o indivíduo com menor tempo de evolução da doença não foi o que apresentou menor índice de gravidade. A baixa correlação (r=0,467) demonstra a grande variação na evolução da doença, em alguns casos evoluindo rapidamente e em outros mantendo-se estável por muitos anos, provavelmente pela medicação e prática de atividade física.

Tabela 7 Correlação do estágio da doença de parkinson com as variáveis estudadas Variáveis Estágio da Doença de Parkinson R P Tempo de diagnóstico 0,467 0,244¹ Sintomas parkinsonianos -0,839 0,002¹* Sintomas sistêmicos -0,783 0,007¹* Função emocional -0,212 0,557¹ Função social -0,885 0,001²* Somatório dos domínios -0,772 0,009²* ¹:correlação de Pearson; ²: correlação de Spearman; *: p 0,05, estatisticamente significativo. A qualidade de vida também foi relacionada com o estágio a doença (tabela 7). Observou-se uma forte correlação inversa com os sintomas parkinsonianos (r= - 0,839), com os sintomas sistêmicos (r= -0,783) com a função social (r=-0,885) e com o somatório do PDQL (r=-0,772), todos com significância estatística (p 0,05). A única variável que não apresentou relação com o estágio da doença foi a função emocional (p=0,557) demonstrando que a função emocional independe da doença. DISCUSSÃO Descrita primeiramente por James Parkinson em seu ensaio intitulado Shaking Pulse (1807), a doença de Parkinson é um dos distúrbios de movimento que mais acomete os idosos. É caracterizada por quatro sinais clínicos essenciais: tremor de repouso, rigidez, bradicinesia e instabilidade postural. (HAASE et al 2008). Por ser crônica e neurodegenerativa, pode gerar comprometimentos físico, mental, social e econômico, e ainda, afetar o humor, a cognição, o psicológico, a fala e a comunicação, interferindo na qualidade de vida (QV) dos indivíduos acometidos e de seus familiares. Caracteriza-se por acometimento de neurônios da zona compacta da substância negra com presença dos corpúsculos de Lewy, diminuição da produção de dopamina, resultando em desordens do movimento. De etiologia incerta a DP parece estar ligada a distúrbios genéticos e a fatores ambientais. (SANTOS 2010).

A DP, afeta uma em cada mil pessoas na população em geral, com os sintomas frequentemente surgindo ao redor dos 60 anos de idade, acometendo ambos os sexos. (SILVA et al, 2009). No presente estudo, a idade varioude 46 a 82 anos, sendo 50% dos indivíduos parkinsonianos eram do sexo masculino. Emboraa literatura aponte igual distribuição entre os sexos, para O Sullivan e Schmitz (2004) existe uma tendência ao maior acometimento entre os homens. Houve referência de 100% de tremor entre os entrevistados, 60% apresentaram rigideze 80% da amostra referiram a presença de bradicinesia e 70% referiu fadiga. Segundo Silvaet al (2009), os sintomas clássicos da DP podem acarretar limitações nas atividades de vida diária, redução no nível das atividades e perda da independência funcional. Embora o tremor seja o sintoma mais encontrado entre os parkinsonianos, seguido da rigidez e bradicinesia, aos sintomas comumente se associam alterações cognitivas e de comportamento, como tendência ao isolamento, ansiedade, distúrbios do sono, fadiga, problemas de memória e depressão, favorecendo o sedentarismo e a dependência e interferindo na percepção de sua qualidade de vida (RODRIGUES et al., 2005). A manifestação inicial da doença de Parkinson mais freqüentemente referida é o tremor (LEVY; OLIVEIRA, 2003). É descrito como sendo de repouso assimétrico, que atinge 70 a 90% dos indivíduos. Exacerba-se durante a marcha, no esforço mental e em situações de tensão emocional; diminui com a movimentação voluntária do segmento afetado e desaparece com o sono (NITRINI; BACHESCHI, 2003). Está presente preferencialmente nas extremidades (freqüentemente envolve polegar e punho), e sua freqüência varia de 4 a 6 Hz (GREENBERG et al., 2005). A rigidez é uma das marcas clínicas do Parkinson, podendo em alguns casos estar ausente na fase inicial da doença. Os pacientes frequentemente se queixam de peso e dureza nos membros. È sentida uniformemente nos músculos e está presente independentemente da tarefa, amplitude ou velocidade dos movimentos. (HAASE 2008). Considera-se que a alteração das propriedades mecânicas dos músculos e articulações, produzidas pela DP, possa contribuir com a presença da rigidez. Da mesma forma que a rigidez se apresenta nos músculos, apresenta-se nos órgãos internos, como fígado, estômago e intestino, tornando-os mais lentos (BRAGA et al., 2002).

A bradicinesia é um sinal que mais serve para diferenciar o Parkinson de outras alterações motoras. Correspondem a uma lentidão dos movimentos, especialmente os automáticos,havendo uma pobreza geral da movimentação. (DELISA 2002). A bradicinesia é o sintoma mais incapacitante da doença e contribui para queixas comuns como dificuldade em levantar-se da cadeira e entrar e sair do carro. A acinesia e a hipocinesia estão diretamente relacionadas à bradicinesia e também limitam a mobilidade. A acinesia é a lentidão em iniciar o movimento, enquanto a hipocinesia refere-se à diminuição da amplitude e tamanho do movimento. (UMPHRED, 2004). Com a progressão da doença, a ocorrência de alterações na postura e na marcha contribui para elevado risco de quedas. (CAMARGOSet al. 2004). Todas essas alterações acarretam redução no nível de atividade, o que gera, conseqüentemente, mais imobilidade. A atividade do indivíduo também é dificultada pelos episódios de freezing, que, juntamente à hipocinesia, acarretam perda de independência funcional. Para avaliar a gravidade da doença de Parkinson nos indivíduos estudados, usou-se a escala de Hoehn&Yahr, no qual foi observado um maior número de casos na classificação de grau 1 (30%), seguido de grau 3 (20%) e grau 4(20%). Esta escala abrange, essencialmente, medidas globais de sinais e sintomas que permitem classificar o indivíduo quanto ao nível de incapacidade. Os indivíduos classificados nos estágios de 1 a 3 apresentam incapacidade leve a moderada, enquanto os que estão nos estágios 4 e 5 apresentam incapacidade grave (RODRIGUES 2005).Desta forma, metade dos participantes estáclassificada entre os estágios 1 a 3, apresentando incapacidades leves, fato que se pode associar ao bom resultado na percepção da QV no protocolo PDQL, pois quanto maior o grau de comprometimento, maiores as dificuldades de transporte e locomoção, aumentando a dependência e a carga familiar, e levando o indivíduo a uma piora na sua QV. Como os participantes apresentavam graus de comprometimento leve a moderado, até porque todos fazem acompanhamento fisioterápico que contribui para manutenção e melhoria da saúde do indivíduo, pode-se sugerir que graus mais avançados da doença poderiam comprometer mais outros aspectos do PDQL, como por exemplo, sintomas parkinsonianos e sintomas sistêmicos, que tem uma boa resposta no que diz respeito a sua evolução e tolerância a fisioterapia e atividades

físicas. Tal fato foi apontado por outros autores que descreveram que quanto maior o estágio da doença, pior a qualidade de vida nos aspectos físicos, emocional e cognitivo. A intervenção fisioterápica inclui a terapia convencional e ocupacional, terapia com estímulos visuais, auditivos e somato-sensitivos. Os estímulos facilitariam os movimentos, o início e continuação da marcha, o aumento do tamanho dos passos e a redução da freqüência e intensidade dos momentos trava e destrava comum ao parkinsoniano. (SANTOS et al, 2010). A QV pode ser considerada como um conceito multidimensional que reflete uma avaliação subjetiva da satisfação pessoal do paciente em relação à sua vida e a outros aspectos como relacionamento com a família, sua própria saúde, a saúde de pessoas próximas, questões financeiras, moradia, independência, religião, vida social e atividades de lazer.camargoset al.(2004),em seu estudo, verificaram que a QV do portador de DP está comprometida em várias dimensões, entre elas, física, mental/emocional, social e econômica. O conceito qualidade de vida refere-se a indicadores objetivos e principalmente subjetivos de felicidade e de satisfação. Segundo a OMS QV é definida como a percepção do indivíduo de sua posição na vida, no contexto cultural e no sistema de valores em que ele vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, preocupações e desejos (the WHOQOL group apud CAMPOS, 2010). Segundo Camargoset al. (2004) estudos clínicos tem demonstrado uma importante deterioração na QV dos portadores de DP. Avalia-se a QV através do comprometimento físico-mental, emocional, social e econômico associados aos sinais e sintomas e às complicações secundárias da DP que interferem no nível de incapacidade do indivíduo e podem influenciar negativamente a qualidade de vida (QV) do mesmo, levando-o ao isolamento e a pouca participação na vida social. Ao queserefere aos domínios em questão no protocolo PDQL, função social apresentou escores mais baixos comparados aos demais, isso porque alterações na DP por vezes modificam a rotina do indivíduo, e até o impedem de realizar atividades que antes eram realizadas com naturalidade..

CONCLUSÃO Conclui-se com este trabalho, que os parkinsonianos tem uma ótima percepção de sua QV. Que estágios iniciais da doença, associados a pratica de fisioterapia e atividades físicas tem ótima resposta principalmente no que diz respeito aos sintomas parkinsonianos e sintomas sistêmicos. Fica, porém o alerta para a necessidade de sempre estar se mantendo o individuo parkinsoniano inserido na sociedade, papel este que cabe a família, já que as mudanças e alterações advindas do processo evolutivo da doença, em muitos casos limitam e modificam o cotidiano do indivíduo e podem leva-lo a quadros depressivos e privá-los das atividades sociais. O protocolo PDQL constitui um bom instrumento de avaliação da QV dessa população, visto que abrange importantes aspectos da vida do parkinsoniano, é de fácil entendimento e aplicação. Fica a necessidade de que sejam realizados novos estudos da qualidade de vida dos Parkinsonianos, com uma população mais heterogênea, com classificações em vários níveis na escala de Hoehn&Yahr, para que seja investigado se estágios mais avançados refletem uma pior percepção na QV. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRAGA, A; XAVIER, A. L.; MACHADO, R. P. Benefícios do treinamento resistido na reabilitação da marcha e equilíbrio nos portadores da doença de Parkinson. Revista da Pós-Graduaçãoda Universidade Gama Filho, Goiânia, 2002. CAMARGOS ACR, CÓPIO FCQ, SOUSA TRR, GOULART F. O impacto da doença de Parkinson na qualidade de vida: uma revisão de literatura. RevistaBrasileira de Fisioterapia. 2004;8(3):267-72. CAMPOS, Marcos. Tradução adaptção cultural e validação do Parkinson sdiseasequalityoflifequestionnaire (PDQL) para o português falado no Brasil o PDQL-BR. Dissertação de Mestrado Universidade Federal de Uberlandia MG, 2010.

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