Inovação. Chave de Competitividade. ES Research - Research Sectorial



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Transcrição:

Inovação Chave de Competitividade Luís Ribeiro Rosa ES Research - Research Sectorial 22 de Novembro de 2009

Inovação - Uma chave de um novo contexto Especificidades da economia portuguesa Inovação - A realidade portuguesa 1

Porquê agora? Recursos Naturais Ambiente 2010 1950 1980 PIB 2010 = 10 x PIB 1950 Terciarização Globalização Fontes: OCDE, FMI. 2

Este processo tem sido acompanhado por uma intensa pressão sobre os ecossistemas. Os fenómenos do aquecimento global, da perda de biodiversidade ou da escassez de água são problemas de dimensão global que exigem respostas globais. Pegada Ecológica da Humanidade (Número de planetas terra) 1.5 1.25 1.75.5.25 0 Biocapacidade da Terra 1.08 1.19 1.31.95.77.54 1961 1970 1980 1990 2000 2005 A procura da humanidade de recursos vivos do planeta, a pegada ecológica, excedia, em 2005, a capacidade regenerativa do planeta em cerca de 30%. São necessárias iniciativas inovadoras para não colocar em risco o desenvolvimento e bem estar de todos os países. Fonte: WWF Living Planet Report 2008. 3

Paralelamente ao crescimento e à alteração de estrutura da actividade, o mundo assistiu a um crescimento demográfico sem paralelo em toda a história da humanidade acompanhado de uma intensa urbanização. População mundial (Milhões de habitantes) Urbanização (Percentagem de População Urbana * ) 10 000 + 2 300 8 000 69.6 2050 6 000 50.7 2010 4 000 2 000 1950 1960 1970 1980 1990 2000 2010 2020 2030 2040 2050 29 1950 No espaço de duas gerações, a população mundial triplicou em relação àquela que existia em 1950. Em 2007, pela primeira vez, a população urbana ultrapassou a população rural a nível mundial. Fonte: Nações Unidas. 4

Adicionalmente, a redução do proteccionismo e a eliminação definitiva das barreiras concorrenciais tem potenciado o fenómeno de globalização registando-se uma explosão do movimento de pessoas, bens e serviços no mundo traduzido numa cada vez maior interpenetração das economias. Peso do comércio externo no PIB mundial (Percentagem)* Stock de migrantes internacionais no mundo (Milhões e % da população mundial)** 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35 1987 1990 1993 1996 1999 2002 2005 2008 Milhões 250 200 150 100 50 0 1960 1990 1995 2000 2005 2010 3.2 3.1 3.0 2.9 2.8 2.7 2.6 2.5 2.4 2.3 % da Pop. Mundial Globalização da economia mundial * Soma das exportações mundiais de bens e serviços sobre o PIB Mundial. ** Estimativa do número de pessoas nascidas num país diferente de residência. Fontes: OMC, UN, ES Research. 5

As últimas 3 décadas têm operado uma alteração profunda da estrutura da actividade económica com a afirmação da Sociedade do Conhecimento. O sector financeiro, sendo um player muito relevante nesta área de actividade, não se exclui deste processo. Peso do sector dos serviços no PIB mundial (Percentagem) % 70 69 66 62 58 54 50 1980 1983 1986 1989 1992 1995 1998 2001 2004 2006 Informação e conhecimento cada vez mais relevantes na actividade económica, o que se reflecte num peso crescente dos serviços no PIB mundial. Fonte: Banco Mundial. 6

Síntese Restrições de natureza demográfica e ambiental activas e condicionadoras de novos modelos de negócio que reflictam as expectativas desenvolvidas por stakeholders progressivamente mais informados e intervenientes. A redução de barreiras proteccionistas, a evolução tecnológica e a mudança dos modelos de negócios das empresas vieram aumentar de forma significativa o grau de abertura das economias que, em consequência, se encontram agora muito mais expostas à actividade internacional. Um contexto competitivo mais exigente reclama das economias mundiais maiores níveis de qualificação, flexibilidade. E responsabilidade. A chave que emerge neste contexto é a inovação. 7

Inovação - Uma chave de um novo contexto Especificidades da economia portuguesa Inovação - A realidade portuguesa 8

A necessidade de uma melhor adaptação da economia portuguesa à nova economia global é visível no nível inferior de valor acrescentado gerado e na divergência do rendimento per capita face à média europeia. Evolução do PIB Potencial (Percentagem) Evolução do PIB per capita* de Portugal face à Média Europeia (Percentagem) % 79 3.5 3.0 2.5 2.0 1.5 1.0 0.5 Portugal EU 15 UE 27 = 100 78 77 76 75 74 0.0 73-0.5 1993 1995 1997 1999 2001 2003 2005 2007 2009 72 1993 1995 1997 1999 2001 2003 2005 2007 2009 Fonte: Comissão Europeia. 9

O baixo ritmo de crescimento da produtividade mantém-se como a explicação principal para a falta de competitividade da economia portuguesa. PIB por hora efectiva de trabalho (Percentagem, UE15 = 100) 38.5 39.5 40.7 42.1 42.5 43.4 43.7 43.9 45.0 44.7 45.3 45.1 46.5 46.9 48.4 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 Fontes: Comissão Europeia, ES Research. 10

Paralelamente, tem-se assistido em Portugal a um crescente envelhecimento e concentração da população na faixa litoral, apenas parcialmente mitigado pelo afluxo de novos residentes. Envelhecimento da População Portuguesa (Nº de maiores de 65 anos por cada dez menores de 14 anos) Concentração Populacional (Percentagem) 2008 11.5 População 75% Território 25% 1950 2.4 1900 1.7 Os níveis etários correspondentes às idades mais produtivas economicamente tornam-se insuficientes para manter as populações dependentes. A concentração geográfica traz novos desafios na área do ordenamento do território e da mobilidade. 11

O Global Competitiveness Report 2009/2010 distingue três tipos de países, em relação ao seu estádio de desenvolvimento: factor driven (FD stage), efficiency driven (ED stage) e innovation driven (ID stage) *. A importância que a inovação tem enquanto pilar de competitividade para os diferentes grupos de países relaciona-se positivamente com o patamar de desenvolvimento alcançado. Peso dos factores de inovação (Percentagem) 40 30 20 10 Pilares de Competitividade Requerimentos básicos (Instituições, infraestruturas, estabilidade macroeconómica, saúde e educação básica) Potenciadores de eficiência (Formação e educação superior, eficiência e dimensão dos mercados, adopção de novas tecnologias) Factores de inovação (I&D, protecção da propriedade intelectual, instituições de investigação, sofisticação negocial) FD stage ED stage ID stage Em fases mais avançadas de desenvolvimento dos países, a manutenção de vantagens competitivas por parte das respectivas empresas só é possível através da busca continuada de inovações de produto e de processos.!" # $%#&' % (!" )* #&' "!" +,!-./* #&' 0 ' 12

Síntese A economia portuguesa tem apresentado ritmos de crescimento que têm impedido a desejada convergência para a média europeia. O crescimento da produtividade da economia portuguesa deve ser uma prioridade: para uma mesma quantidade de factores produtivos a economia portuguesa gera um menor retorno do que as suas congéneres europeias. Numa economia com um crescimento reduzido e uma baixa produtividade, num contexto mais competitivo, a inovação é uma chave incontornável para a aquisição de capacidade competitiva. 13

Inovação - Uma chave de um novo contexto Especificidades da economia portuguesa Inovação - A realidade portuguesa 14

Portugal é o país da OCDE com menor nível de escolaridade (medido pela percentagem da população que concluiu o 12º ano). Há que apostar continuadamente na qualificação das pessoas (melhorando a qualidade do ensino e investindo na formação dos trabalhadores). Peso da População que concluiu o 12º ano (2007, Percentagem do Grupo Etário) Grupo Etário Países OCDE 25-64 25-34 35-44 45-54 55-64 República Checa 91 94 94 89 85 EUA 88 87 88 89 87 Suíça 86 90 87 85 81 Suécia 85 91 90 83 74 Alemanha 84 85 86 85 81 Dinamarca 75 85 80 71 66 Áustria 80 87 84 78 70 Hungria 79 85 83 79 68 Holanda 73 83 77 71 61 Reino Unido 68 75 69 66 61 Bélgica 68 82 75 63 50 França 69 83 74 63 53 Irlanda 68 83 72 60 42 Grécia 60 75 67 53 37 Polónia 86 92 90 86 74 Itália 52 68 56 48 34 Espanha 51 65 56 44 28 México 33 39 37 29 18 Portugal 27 44 27 20 13 Turquia 29 38 26 22 16 Fonte: OCDE Education at a Glance (2009). Lenta recuperação, muito abaixo da que outros países entretanto realizaram (p.ex. Espanha, França e Itália), num contexto de investimento público em linha com a média da OCDE 15

Entre os principais drivers de inovação, Portugal destaca-se precisamente na taxa de crescimento do indicador recursos humanos qualificados, 7.7%, maior taxa europeia. São ponderados elementos relativos à disponibilidade de recursos humanos altamente qualificados e educados. Recursos Humanos (Crescimento nos últimos 5 anos, 2004-2008, Percentagem) Ranking UE na dimensão recursos humanos 7.7 4.0 0.1 0.2 1.3 2.4 Recursos Humanos (taxa de crescimento médio anual) 23 20 4 2 22 Fonte: European Innovation Scoreboard 2008 (Janeiro 2009). 16

Portugal ainda não atingiu o objectivo fixado na Estratégia de Lisboa: um valor de investimento em actividades de investigação e desenvolvimento (R&D) de 3% do PIB. A Suécia e a Finlândia são os únicos Estados Membros que já superaram essa meta, a média europeia situa-se em 1.85%. Contudo, Portugal subiu 4 lugares no ranking da UE-27, colocando-se ao lado da Espanha. Investimento em R&D na União Europeia (2007, Percentagem do PIB) 4 3 2 UE-27 = 1.85 1 1.18 0 Chipre Eslováquia Bulgária Roménia Grécia Polónia Letónia Malta Lituânia Hungria Itália 1 Estónia Portugal Espanha Irlanda Eslovénia Rep. Checa Luxemburgo Holanda Reino Unido Bélgica França Alemanha Dinamarca Áustria Finlândia Suécia 1 Valor de 2006 por indisponibilidade do valor relativo a 2007. Fonte: Eurostat. 17

Na União Europeia, em 2007, 63.7% do investimento total em R&D registou-se no sector empresarial privado, valor sensivelmente inferior ao dos EUA mas superior ao observado em Portugal, onde o sector universitário e o sector privado não lucrativo (SPNL) têm um contributo muito significativo. O share do SPNL em Portugal é mesmo o mais expressivo da União Europeia. 100 Distribuição sectorial do Investimento em R&D (2007, Percentagem) 80 60 40 20 Sector empresarial (SE) Sector Governamental (SG) Sector universitário (SU) Sector privado não lucrativo (SPNL) 0 UE-27 Luxemburgo Suécia Finlândia Áustria Alemanha Bélgica Irlanda Malta Dinamarca Rep. Checa França Reino Unido Eslovénia Holanda Espanha Portugal Hungria Itália Estónia Roménia Eslováquia Letónia Polónia Bulgária Lituânia Grécia Chipre USA Fonte: Eurostat. UE - 27 EUA Espanha Portugal SE SG SU SPNL 63.7 70.3 55.9 51.4 13.3 11.1 17.6 9.2 22.1 14.3 26.4 29.9 0.9 4.2 0.1 9.5 18

Na área da propriedade intelectual, o output expectável do processo inovador, o European Innovation Scoreboard 2008 classifica Portugal na 14ª posição entre os países da UE 15 (19º na UE 27), suplantando a Grécia, tomando por referência o número de registos de patentes, marcas e designs a nível europeu e comunitário. Patentes, marcas e designs na União Europeia (2007, Nº por milhão de habitantes) 275.0 237.1 284.6 163.8 105.7 118.5 124.6 104.5 121.8 6.5 7.4 29.3 41.9 7.0 55.8 Patentes * Marcas Designs * Os dados relativos às patentes reportam a 2005. Fontes: Eurostat, ES Research Research Sectorial. 19

No que concerne a resultados reais observados da inovação, o indicador geral correspondente coloca Portugal em 24º lugar na UE 27. Os indicadores específicos considerados ponderam a oferta de emprego na área dos serviços e produções hitech, as exportações de produtos de alta tecnologia e as vendas de novos produtos. Emprego em serviços de hi-tech e exportações de produtos de hi-tech na União Europeia (Percentagem) Ranking UE Índice Alemanha UE - 27 Espanha Grécia 1º --- 10º 12º 0.80 0.60 0.55 0.52 26.5 Portugal 24º 0.40 5.1 16.6 3.0 3.3 1.7 2.0 4.9 5.7 7.0 Emprego em serviços hi-tech (2007) Exportação de produtos hi-tech (2006) Fonte: Eurostat. 20

O conjunto de todos os factores referidos posicionou Portugal, em 2008, em termos de indicador de síntese da inovação, no grupo dos denominados Moderate innovators, conjunto de países que se classificou abaixo da média comunitária na generalidade das diversas dimensões consideradas (educação, R&D, empreendorismo, aplicações ou propriedade intelectual). Índice Síntese de Inovação (2008, União Europeia) Catching-up countries Inovadores moderados Seguidores de Inovação Líderes de Inovação UE-27 =.48.22.24.28.29.31.31.32.33.35.36.36.37.40.25.45.45.47.48.50.51.52.53.53.55.57.58.61.64 2007 Bulgária Letónia Roménia Lituânia Polónia Eslováquia Hungria Malta Itália Grécia Portugal Espanha Rep. Checa Eslovénia Estónia Chipre Holanda França Bélgica Luxemburgo Irlanda Áustria Reino Unido Dinamarca Alemanha Finlândia Suécia Fonte: European Innovation Scoreboard 2008 (Janeiro 2009). 21

As barreiras à inovação em Portugal estão claramente identificadas pelos gestores portugueses, o Business Innovation Survey de 2008 * refere aquelas que, na esfera das empresas, mais se fazem sentir. É reconhecida a necessidade de um novo quadro de valores corporativo que permita um enfoque no longo prazo de forma a estabelecer uma ligação entre o reconhecimento geral da importância da inovação e a tomada de acções concretas. Barreiras à inovação nas empresas (2008, Percentagem - Portugal) Importância futura da inovação (2008, Percentagem - Portugal) Foco no curto prazo/foco nas operações 71.7 Falta de uma abordagem sistematizada 48.1 Muito importante 46.7 Falta de cultura nacional de inovação Falta de recursos (humanos, financeiros e tempo) 32.8 27.5 Passará a ser uma condição de sobrevivência 40.0 Falta de métricas que permitam aferir o impacto da inovação Competição por recursos dentro da organização Incentivos de gestão não direccionados para a inovação Dimensão do País /Mercado 26.0 22.9 17.6 13.7 Importante 12.6 Não é uma prioridade de investimento 0.7 * Survey promovido junto de gestores portugueses dos diferentes sectores de actividade pela consultora Strategos. Fontes: Strategos, ES Research Research Sectorial. 22

A Inovação é um veículo privilegiado para a melhoria do posicionamento da economia portuguesa num contexto de competitividade acrescida sob restrições que se afiguram crescentemente condicionadoras no plano social e ambiental. Investimento R&D Financiamento do empreendorismo Sustentabilidade Tecnologias limpas Investimento em tecnologias de informação e comunicação Alta tecnologia Mobilidade Investimento em educação e formação profissional Investimento continuado na flexibilidade organizacional e capacidade de gestão Estabilidade das políticas públicas Competitividade fiscal Inovação A inovação embora não seja um processo linear de conversão de inputs em outputs, explica parcialmente as variações de desempenho económico e de bem estar entre os países. Marketing Flexibilidade das organizações Design Patentes Competitividade 23

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