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Nota da autora Qualquer um de nós conhece alguém que se sente prisioneiro da sua vida e que gostava de fazer algo mais significativo. Mas aos 37 anos, aos 45 ou aos 53 acha que a sua oportunidade já passou. Talvez pense que é tarde demais, que é pouco realista orientar subitamente a sua vida numa nova direção. Talvez pense que perdeu a janela de oportunidade que teve para seguir os sonhos do seu coração. Talvez conheça alguém assim. Então este ebook não chegou a si por acaso. Se tiver alguma questão sobre os temas que vai ter a oportunidade de encontrar neste ebook, pode entrar em contacto comigo pelo meu site: www.joanaareias.com Joana Areias Presidente da SandStorm Coaching Especialista em Inteligência Emocional Fundadora do Life Purpose Coaching System 2
Índice Introdução... 4 Nem sempre foi assim... 6 Life Purpose Coaching System... 9 Porquê? O Propósito... 10 Quem? Conhecer-me.... 13 O quê? O que me envolve.... 18 Como? Ação, Generosidade e Gratidão.... 21 Obrigada!... 25 3
Introdução Os meus pais costumam contar uma história maravilhosa sobre o meu irmão e que eu gostava muito de partilhar. Uma professora do ensino pré-escolar pediu a todos os meninos para fazerem um desenho sobre a história Os Três porquinhos e o lobo mau e o meu irmão que, habitualmente, era chamado de mexerico por ter uma energia impossível de controlar, sentou-se muito concentrado e comprometido a realizar o seu desenho. A professora achou aquilo fascinante e perguntou-lhe o que é que estava a desenhar. Sem tirar os olhos da folha, o meu irmão disse: Estou a desenhar uma pedra muito grande. Espantada a professora insistiu: Uma pedra, explica-me isso melhor. Ao que o meu irmão respondeu: Estou a desenhar uma pedra e os três porquinhos estão atrás dela, escondidos do lobo mau. Adoro esta história porque me faz lembrar que as crianças têm uma enorme capacidade de criatividade e de encontrar as soluções mais inovadoras para os problemas que muitas vezes os adultos consideram impossíveis de resolver. A maioria de nós perdeu a capacidade de inovar e de pensar para lá das regras do bom senso e daquilo que é considerado razoável. Mas a verdade é que as ideias de sucesso foram muitas vezes implementadas das formas mais inesperadas e contra a verdade instituída. 4
O motivo pelo qual lhe conto esta história é porque gostava muito que lesse este ebook com a mente de uma criança, ou seja, deixando de lado todas as limitações que lhe foram ensinadas ao longo da vida e abrisse a sua cabeça para o mar de possibilidades que existe à sua frente. Receba cada página como o mensageiro de uma ideia inovadora que, podendo ou não ser adaptável à sua vida, não deixará de experimentar. Neste ebook vai descobrir um sistema muito simples, criado especificamente para quem quer sentir-se mais realizado e alinhado com o mundo e com ele criar a realidade que sempre quis para si e para a sua vida. Imagine este ebook como uma sessão de Coaching virtual na qual vai começar o processo de autoconhecimento que mudará a sua vida de uma forma fantástica. Por saber o impacto que encontrar o verdadeiro propósito teve na minha vida, aproveito para lhe desejar uma viagem inspiradora no caminho em direção aos seus sonhos. 5
Nem sempre foi assim Sempre admirei aquelas pessoas que desde cedo souberam o que queriam ser quando fossem grandes. Aquelas pessoas que sempre disseram eu quero ser médico, ou arqueólogo, ou jogador de futebol. Claro que entre dizerem e realmente concretizarem isso, existe uma grande distância e é por isso que ainda tenho maior admiração pelas pessoas que sempre quiseram ser algo e que atualmente têm de facto essa profissão. Comigo passou-se de modo diferente. Quando era pequena queria ser bailarina (algumas senhoras certamente se identificarão com isto). Achava o máximo como as bailarinas eram princesas a vida toda, muito femininas e perfeitinhas sem um cabelinho fora do sítio. Pouco depois dos 10 anos de idade, comecei a fazer desporto (atletismo), atividade que realizei durante 11 anos. Acabei por me especializar em Salto com Vara e Salto em Altura, tendo mesmo ficado bem classificada em várias competições nacionais. Tal como qualquer outro atleta, nessa altura o meu sonho era, tornar-me atleta olímpica. Mais tarde, quando comecei a estudar, e como tinha estado muito ligada ao desporto achei que devia ser fisioterapeuta dos atletas. Foi muito gratificante trabalhar na área da medicina desportiva, por permitir ver o fruto do meu trabalho a concretizar feitos maiores e mais significativos do que a simples recuperação de uma lesão. Posteriormente, inscrevi-me no meu segundo mestrado porque achei que seria mesmo muito bom se eu pudesse ser gestora de saúde. Fiz o curso e adorei, aprendi coisas maravilhosas com pessoas fantásticas e comecei a concorrer para cargos de gestão da saúde. Trabalhei alguns anos como gestora e aprendi muito sobre pessoas e sobre comportamentos humanos. A verdade é que, em nenhuma destas situações e potenciais situações profissionais senti que estava a viver todo o meu potencial e, apesar de estar a ter bons resultados, na realidade não estava a destacar-me como ambicionava. 6
Durante muito tempo pensei que os meus resultados eram consequência da minha falta de talento, da conjuntura económica, das limitações da minha equipa ou da personalidade dos meus superiores hierárquicos. Em todos esses anos eu acordava de manhã e, dia após dia, sentada na cama dizia literalmente esta frase Está tudo louco! O que é que eu ando a fazer?. Houve um dia em que tudo mudou e decidi que ia deixar de responsabilizar as circunstâncias pelos meus resultados e pensei, Se existem pessoas de sucesso, eu posso ser uma delas!. Parei de arranjar desculpas e decidi que a partir desse dia ia fazer tudo o que dependesse de mim para concretizar e quando ainda não tivesse concretizado, faria mais qualquer coisa. Esse foi o dia em que descobri exatamente aquilo que queria fazer, a minha verdadeira paixão, o meu lugar no mundo. A partir desse momento recusei-me a acreditar que o trabalho não dá prazer, que tem de ser duro, difícil e custar muito. Por que raio é que apenas alguns afortunados têm a possibilidade de acordar de manhã e ir fazer exatamente aquilo de que gostam. Tenho sorte!, dizem. Recuso-me a acreditar nisto, mesmo que tenha sido o que ouvi durante toda a minha vida. Comecei a estudar Coaching, depois de me ter licenciado e de ter feito 2 mestrados. Imaginem só o dinheiro que já tinha despendido em formação e que agora não serviria para nada. Decidi demitir-me do meu trabalho como gestora, onde tinha um contrato de efetividade, para me dedicar a uma atividade na qual ainda não tinha trabalhado e de forma totalmente independente. Comecei esta atividade do zero, ou seja sem nenhum cliente, sem base de dados para divulgar e sem apoio de ninguém especialista. Tive uma visão para a minha vida e decidi que não ia mais deixar a vida levar-me para onde queria, mas que passaria a ser a mestre da minha alma, a capitã do meu destino. O que aconteceu de diferente? Simplesmente o facto de ter tido um objetivo realmente inspirador. Não havia desculpa nenhuma que me impedisse de concretizar este objetivo e, nas situações em que qualquer outra pessoa pensaria duas vezes, eu decidi avançar e tomar as rédeas do que iria acontecer daí para a frente. A verdade é que em 1 ano apenas, fiz mais formação do que em qualquer outro ano da minha vida e percebi de que forma as minhas formações anteriores me deram bagagem suficiente para pôr em prática o meu novo plano. 7
Aumentei significativamente os meus rendimentos, entrei em contacto com alguns dos mais inovadores profissionais da área para partilharem comigo as suas perspetivas e criei um grupo de pares que trabalham em conjunto para contribuir de forma consistente para o crescimento independente de cada elemento do grupo. Para além de tudo isso, o mais importante, o mais significativo para mim foi a forma como eu mudei. Passei a acordar de manhã com vontade de viver e de ter novas experiências, passei a ver a vida de um ponto de vista positivo, proactivo e responsável e passei a sentir que tenho o poder e a capacidade de ser e fazer o que eu quiser. Imaginem o poder que se ganha quando de repente se acredita que está tudo nas nossas mãos. A verdade é que tinha tudo para desistir. Mas porque é que não o fiz? Porque será que há objetivos que nós concretizamos e outros não, porque será que há coisas que nós concluímos e outras que deixamos pelo caminho? Decidi ir estudar este assunto e foi depois de horas e horas de leitura e de pesquisas biográficas, centenas de conversas com pessoas de sucesso nas mais diversas áreas de vida e dezenas de cadernos cheios de reflexões que criei um sistema de 3 passos que pode ajudar qualquer pessoa a fazer o mesmo. Como encontrei o meu verdadeiro propósito, posso dizer que me sinto completamente realizada por ter a felicidade de acompanhar outras pessoas a fazer o mesmo nos eventos de grupo e nas sessões individuais de Coaching que realizo (www.joanaareias.com). 8
Life Purpose Coaching System O Life Purpose Coaching System surgiu quando comecei a perceber que havia muitas pessoas que estavam a passar pelo mesmo que eu passei. Tinham investido muito numa área profissional que já não as realizava e apesar de se sentirem encurraladas e não saberem como o fazer, achavam que mereciam mais nas suas vidas, mereciam viver com mais entusiasmo e paixão. A verdade é que a maioria dessas pessoas encontrava-se numa de duas situações: ou não sabiam exatamente o que gostavam de fazer nas suas vidas profissionais, ou sabiam exatamente aquilo em que gostavam de ocupar o seu tempo, mas não sabiam como o fazer de forma segura sem comprometer a sua estabilidade familiar. Com este sistema de 3 passos, ajudo as pessoas a conhecer o seu verdadeiro propósito e a fazer a transição de forma segura e confiante. A descoberta do nosso propósito requer a ajuda e orientação de outra pessoa, normalmente alguém que consegue ver em nós aquilo que não vemos, ou alguém que desperta o que há de melhor em nós. PORQUÊ? Quem? O quê? Como? 9
Porquê? O Propósito Se não for realmente um objetivo inspirador, qualquer desculpa serve. Quando temos um propósito deixamos os medos e as preocupações porque sabemos que o nosso propósito vai acontecer por ser algo muito maior do que nós próprios. Quando criamos obstáculos na nossa mente, ou utilizamos as pequenas ou grandes circunstâncias da vida como argumento para não seguirmos o nosso propósito, estamos na verdade a resistir à responsabilidade única de sermos exatamente quem temos a missão de ser. Existem vários tipos de barreiras, entre elas, a falta de recursos, a falta de competências e aspetos da psicologia. A falta de recursos pode dizer respeito à falta de tempo, falta de dinheiro, falta de ajuda, não ter as pessoas certas, não ter o chefe certo, não ter os funcionários certos, não ter o reconhecimento que preciso, etc. Tal como falámos anteriormente, muitas vezes as pessoas de sucesso partem de uma posição de desvantagem em relação a outras pessoas que acabam por ficar pelo caminho. A verdade é que as pessoas de sucesso não aceitam não como resposta e têm a certeza de que aquilo que querem vai acontecer, mesmo não sabendo como ou quando. Aquele que tem um porquê, pode viver com qualquer como e o quê. Stephen Covey Em contexto empresarial acho sempre engraçado observar os superiores hierárquicos a referirem que a empresa não atinge os resultados porque não tem os colaboradores certos e, de forma paradoxal, os funcionários justificarem não atingir melhores resultados porque não têm uma liderança eficaz. Para eliminar este obstáculo é necessário evitar o impacto do Ego e deixar de procurar oportunidades para ficar ofendido, de tentar ter razão ou de ser superior, porque não há nada superior ao Porquê. Quando eu espremo uma laranja, sai sumo de laranja. Porquê? 10
Porque é isso que ela tem lá dentro. Quando alguém nos pressiona e de dentro de nós sai ira, raiva, frustração ou angústia, isso não está de todo relacionado com a pessoa que nos pressionou, mas sim com aquilo que temos dentro de nós. Sempre que julgo outro ser humano, isso não o define como pessoa, mas define-me a mim como alguém que precisa de catalogar os outros. Sempre que tenho um pensamento negativo sobre mim ou sobre outras pessoas estou, na verdade, a afastar-me do meu propósito e a dar energia ao ego. Por outro lado, a falta de competências, como por exemplo, não ter a informação e conhecimentos certos, não ter talento, não ter estrutura genética, não saber tudo o que preciso de saber para começar, são na verdade as desculpas perfeitas para não iniciar nada e muitas vezes escondem os obstáculos da psicologia. A verdade é que, para viver o nosso propósito, frequentemente é necessário pôr de lado a ideia da perfeição, socialmente ambicionada mas impossível de alcançar, seguir a conhecida máxima de uma das principais marcas desportivas e Just Do It. Depois de estar a viver o seu propósito vai experienciar quatro possibilidades de resposta: recebe feedback negativo, recebe feedback positivo, não recebe nenhum feedback ou recebe a dádiva de ter mudado a vida de alguém. Quando receber feedback negativo, respire fundo, receba essa mensagem com gratidão e imagine como ela lhe vai ser útil no futuro, quando se deparar com uma situação semelhante novamente. E depois agradeça com todo o seu coração ter tido a oportunidade de melhorar. Finalmente, as barreiras da psicologia incluem os medos, as crenças, os padrões emocionais, a auto-sabotagem. Normalmente os medos que nos impedem de agir referem-se ao medo de falhar, ao medo de não ser capaz e ao medo de não ser amado. Quantas vezes na sua vida já falhou? Quantas vezes na sua vida sentiu que não foi capaz? Quantas vezes na sua vida sentiu que não estava a ser amado, admirado ou reconhecido? Suponho que algumas. E no entanto ainda cá está, sobreviveu a isso e está tudo bem, você está bem. Certamente que doeu, se calhar até chorou durante umas horas ou talvez dias, mas tudo passa e certamente que hoje se considera uma pessoa melhor e mais forte. 11
Por isso se surgir na sua mente a pergunta E se eu não conseguir? responda imaginando-se pelo fim. Veja-se em conexão com aquilo que quer atrair para a sua vida e, se não acontecer já, perceba que é a maneira que tem de ser, até porque no futuro pode estar algo ainda maior reservado para si e para o receber basta continuar o seu caminho. Não há caminho para a felicidade, a felicidade é o caminho. Wayne Dyer A diferença entre um objetivo que nós concretizamos e outro que não, está relacionado com o nível de paixão que sentimos por esse objetivo. Não existem pessoas desmotivadas apenas objetivos pouco inspiradores. Afinal, qual é que é a diferença entre aqueles que têm sucesso, quando muitas vezes partem de uma posição de desvantagem em relação a outras pessoas que ficam pelo caminho? A diferença está no estado de partida para qualquer objetivo, ou seja, aquilo que leva essas pessoas a tomar determinadas decisões. Se observarmos com atenção, vamos perceber que o fator que as pessoas de sucesso têm em comum (refiro-me a sucesso em qualquer área de vida) é o facto de todas elas gostarem daquilo em que têm sucesso, de ser divertido para elas, de lhes dar prazer. É importante saber o ponto onde nos encontramos (ponto A), é importante saber para onde queremos ir (ponto B) é fundamental saber como vamos lá chegar, que estratégias vamos utilizar e que plano vamos colocar em marcha. Mas o mais importante, o ponto fulcral, o ponto de alavancagem é saber exatamente o Porquê daquilo que está no ponto B. O verdadeiro propósito que está por detrás do objetivo concreto que definimos. A razão de tudo isto é o facto de que aquilo fazemos servir apenas de prova daquilo em que acreditamos. Quando me refiro ao Porquê por detrás de um objetivo eu não me refiro a coisas como lucro, isso são apenas resultados, refiro-me ao propósito, à causa, aquilo em que acredita, o motivo que o faz levantar de manhã e a razão pela qual isto deve ter importância para as outras pessoas. 12
Quem? Conhecer-me. O primeiro passo para encontrar o nosso propósito é perceber quem somos? Perdi a noção do número de pessoas que não faz a menor ideia de quais são as suas paixões e os seus talentos. Não gostam do que fazem, mas também não sabem concretamente aquilo que as faria sentir realizadas. Chego a falar com pessoas que quando confrontadas com a pergunta Quais são os teus maiores sonhos?, ficam em absoluto silêncio e com uma expressão de admiração pelo facto de efetivamente não conseguirem pensar em nada. Muitas passaram tantos anos sem pensar nos seus sonhos e paixões que por momentos parece que deixaram de os ter. O mesmo acontece quando lhes pergunto acerca dos seus talentos Em que é que és bom? O que é que os outros gostavam de conseguir fazer como tu? e aqui deparo-me com dois tipos de situações. A primeira é não saber quais são os seus talentos. Na nossa sociedade não é bem visto o facto de alguém expressar abertamente aquilo em que é bom, normalmente é visto como sinal de arrogância, o que faz com que a maioria de nós acabe por se esquecer que é um génio a estacionar o carro, ou a fazer brownies. A segunda situação é, apesar de conseguir dizer aquilo em que é bom, acaba a desvalorizar qualquer um desses talentos. Aposto que quando o leitor viu, no parágrafo anterior a frase génio a estacionar o carro ou a fazer brownies pensou qualquer coisa como Estacionar o carro? Brownies? Essas tarefas não têm interesse nenhum. A verdade é que nesta fase do sistema, é importante não descartar nenhum pormenor. 13
Lembra-se de, no início deste ebook, lhe ter contado a história do meu irmão e lhe ter pedido para pensar com a cabeça de uma criança? Pois agora é a altura. Para uma criança tudo é importante, se é a melhor a fazer balões com a pastilha elástica, se é o primeiro a passar todos os níveis do novo jogo de computador ou se toda a gente se ri quando conta uma anedota. Esta não é altura para julgamentos, é o momento em que tudo conta. Quando está no seu propósito, está inspirado. Quando tem um propósito ou um projeto fantástico todos os pensamentos quebram os vínculos, a mente ultrapassa qualquer limitação, a consciência expande-se em todas as direções e vai encontrar-se num novo, magnífico e maravilhoso mundo. Nesse momento as forças dormentes, as faculdades e os talentos ganham vida e descobre que é, de longe, uma pessoa muito maior do que alguma vez sonhou ser. Patandjáli Portanto, a primeira estratégia é perceber quais são os seus talentos. Só saberá o que pode ser, quando souber quem é e o que consegue fazer. A maioria de nós vive com o pressuposto de que a excelência está reservada a pessoas especiais com talentos especiais, inacessíveis aos restantes. Mas estudos demonstram que as capacidades espantosas dos peritos não são dons inatos, mas habilidades produzidas por anos de dedicação. Na verdade, estes estudos verificam que os melhores executantes dedicam milhares de horas adicionais à tarefa de se tornarem executantes de excelência, sendo que a prática é o único fator que distingue os melhores dos restantes. É verdade que há certas coisas em que se destaca e muito provavelmente foram coisas às quais dedicou mais horas da sua vida quando comparativamente com as restantes pessoas em seu redor. Ou seja, é a prática e não o talento que detém a chave do sucesso. Por um motivo ou por outro, despendeu mais horas da sua vida a conversar com pessoas, a desenhar, a fazer engenhocas com as peças do velho ferro de engomar da sua mãe, a criar construções com pedaços de cartão ou a fazer misturas com os condimentos do armário da cozinha. O que é certo é que, mesmo sem querer, desenvolveu em si capacidades que o distinguem do comum dos mortais. 14
Em que é que é bom? O que faz com que os outros lhe digam Uau, quem me dera fazer isso como tu!?, O que é fácil para si e difícil para os outros? Em que é que se destaca? Qual era a tarefa que ficava sempre para si nos trabalhos de grupo de escola? E não se esqueça, tudo é importante. A segunda estratégia é perceber quais são as suas paixões. Muitas vezes costumo fazer a analogia de que estar motivado com um projeto fantástico é, mais ou menos, como estar apaixonado. De repente não pensamos em mais nada para além de estar com esse projeto, tudo nos faz lembrar dele e quando estamos com ele, parece que o tempo passa e nem demos por isso. Para encontrar o seu propósito, não chega ter um talento natural. Existem pessoas extremamente dotadas numa determinada coisa, mas que não se sentem como se tivessem nascido para isso. Quem encontra o seu propósito delicia-se com o que faz e não vê o tempo passar. O que é que mais gosta de fazer? Se pudesse passar o resto da vida a fazer apenas uma coisa, o que seria? O que está a fazer, quando passam horas e nem reparou que não foi almoçar nem foi à casa de banho? O que é que lhe dá gozo? E não se esqueça, não interessa se acha que isso pode dar dinheiro ou não, se acha que isso pode ter interesse ou não, não é altura de julgar, tudo conta. É precisamente sobre estes aspetos que trabalhamos nos eventos de grupo de forma profunda e nas sessões individuais de Coaching de forma holística e sustentada, permitindo a todas as pessoas circular livremente em direção aos seus objetivos (saiba mais informações sobre datas e disponibilidades em www.joanaareias.com). Quando o médico perguntou a um doente quantas horas trabalhava por semana, este respondeu-lhe: Não sei. Quantas horas por semana respira o doutor? Quando a vida, o trabalho, a diversão e o amor giram em redor da mesma coisa, temos paixão! Stephen Covey 15
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Quando terminar este exercício vai deparar-se com uma de duas situações: ou já percebeu qual é o seu propósito e vai começar já a vivê-lo diariamente, ou percebeu quais são os seus talentos e as suas paixões, mas não sabe o que isso quer dizer e o que pode fazer com essa informação. Quando fiz este exercício pela primeira vez, deparei-me com a segunda situação, ou seja, fiquei sem saber o que fazer com essa informação. Só depois de ter feito sessões de Coaching é que consegui interpretar exatamente aquilo que tinha obtido com o exercício anterior. Depois de ter passado pelo processo de Coaching todas as informações que recolhi com este exercício ficaram muito mais claras e repletas de sentido. Se estiver nesta situação, não fique preocupado, este é só o primeiro passo do sistema e do caminho em direção ao seu propósito. Neste momento já tem algumas peças do puzzle. Daqui para a frente o objetivo é começar a coloca-las pela ordem certa. 17
O quê? O que me envolve. Frequentemente, quando ouvimos alguém dizer que aquilo que mais ama é filosofia, ou pintura, ou escrever poemas, ou conversar com pessoas, logo de seguida, o próprio ou uma terceira pessoa apresenta algum comentário como: Mas isso não dá dinheiro, ou Com isso ficas no desemprego. Muitas pessoas põem de parte as suas paixões a fim de se dedicarem a coisas de que não gostam, mas que lhes dão segurança financeira. A verdade é que o trabalho por que optou, por lhe pagar as contas, pode facilmente desaparecer na próxima década e, para além disso, se optar pelo que realmente gosta, vai de certeza arranjar uma solução para o tornar rentável. Esta fase do sistema, coloca a pergunta O quê?, ou seja, é a altura em que vamos pegar em todas as informações que recolhemos ao saber quem somos e perceber o que é que podemos fazer em termos práticos para concretizar o nosso propósito. O que hoje está provado foi, no passado, algo simplesmente imaginado. William Blake Esta é a altura de ser criança e pôr a criatividade a funcionar e ter muitas, mas mesmo muitas ideias. Para esta fase trazer os resultados esperados, ou seja, permitir a descoberta do que é que vamos fazer exatamente com os nossos talentos e paixões, é necessário investir tempo e energia. Para ter sucesso nesta fase do sistema é preciso ser disciplinado e a disciplina depara-se com os aspetos duros, práticos e brutais da realidade e faz o que é necessário fazer para que as coisas se concretizem. A disciplina aparece quando o nosso Porquê se associa a um sentimento inabalável de compromisso. O que vai acontecer é que, muito provavelmente, não vai ter a ideia brilhante logo no momento em que iniciar este processo, mas com este exercício vai alterar o seu foco para o mundo infinito de soluções que existem para pôr o seu propósito na prática e ao serviço dos outros. Os nossos pensamentos acerca do nosso propósito são o nosso propósito a tentar ligar-se a nós. Focarmos a nossa atenção e rodearmo-nos desses pensamentos faz parte do processo de ligação com o nosso propósito. E às vezes é tão simples como isso, começar a pensar no assunto. 18
A criatividade é mais importante que o conhecimento. Einstein As pessoas de sucesso partilham atitudes semelhantes, tais como perseverança, autoconfiança, otimismo e ambição. A maneira como percebemos as nossas circunstâncias, criamos e aproveitamos as oportunidades depende, em grande parte, daquilo que esperamos de nós próprios. Os nossos talentos não se tornam evidentes, a não ser que surjam as oportunidades para os utilizarmos. Portanto, tudo depende das oportunidades que dispomos, que criamos e que aproveitamos ou não. Por esse motivo, encontrar e viver o nosso propósito significa estar ligado a outras pessoas que partilham as mesmas paixões e que têm um sentido comum de compromisso. Isto significa que terá de procurar ativamente oportunidades que lhe permitam explorar os seus talentos em diferentes áreas. Quando me refiro a oportunidades, refiro-me a estar atento às necessidades do universo, ou seja estar atento ao que o universo precisa e que está disposto a pagar para obter. Quando nos podemos dedicar a uma atividade que está diretamente ligada a uma necessidade, o talento e a paixão explodem de uma forma incrível. Este ano fui a um Congresso em Londres onde esteve presente o Lord Sebastian Coe. Para quem não sabe, Lord Coe foi um dos responsáveis pela construção dos Jogos Olímpicos de Londres de 2012, mas antes disso bateu 11 recordes do mundo em 800 metros, três dos quais num espaço de 41 dias e um destes só voltou a ser ultrapassado, por outro atleta, 16 anos depois. Neste congresso Coe falou da primeira prova internacional que fez. As corridas de meio fundo exigem alguma estratégia, mas esta estreia de Coe foi discutida durante muito tempo. A verdade é que Coe decidiu correr a primeira volta da prova no máximo das suas capacidades e, tal como seria de esperar, na segunda volta perdeu as forças e acabou por ser ultrapassado pelos adversários de forma evidente. Coe, apesar de ter assegurado o 3º lugar, foi criticado por todos os técnicos que diziam não perceber o que lhe tinha passado pela cabeça. Quando Coe chegou ao pé do seu pai, que também era o seu treinador, este disse-lhe: Boa! Agora só temos de descobrir uma maneira de correres a segunda volta tão depressa como a primeira!. 19
Acho esta história muito inspiradora porque Coe acrescentou que, se tivesse feito as coisas como todos esperavam, se tivesse treinado e competido com os métodos e estratégias que todos os outros usavam, se tivesse simplesmente ido com a corrente, o record nunca teria chegado. O que aconteceu aqui é que Coe tinha um objetivo inspirador, um porquê muito forte, um propósito, uma causa. O Como, só veio mais tarde e veio obviamente confirmar tudo aquilo em que Coe acreditava. Isto faz-nos pensar acerca das barreiras do impossível ou daquilo que sempre nos foi dito que não era possível. És criticado por querer fazer diferente, mas depois de teres sucesso, todos te chamam génio. Lord Sebastian Coe 20
Como? Ação, Generosidade e Gratidão. A primeira parte do Como é o poder da Ação. Imagine só, ser detentor deste poder enorme. De saber exatamente qual é o seu propósito, o motivo pelo qual existe e está aqui, neste momento, na terra e a forma pela qual pode contribuir para as necessidades do universo e para a concretização de um mundo melhor, mais completo e mais rico. Agora imagine-se a não fazer nada com esse poder. Seria no mínimo um desperdício. Por isso esta é a fase de pôr mãos à obra, arregaçar as mangas e começar a implementar as ideias que teve na fase anterior do sistema, é a fase de ação massiva. Veja-se daqui a um ano, detentor de todo este conhecimento, consciente de todo o seu poder, a olhar para o espelho e ver o seu reflexo exatamente igual a hoje. Os mesmos medos, as mesmas angústias, as mesmas crenças limitadoras e os mesmos resultados. É precisamente o que vai acontecer se terminar de ler este ebook e não fizer nada com aquilo que aprendeu. Poderá estar a dizer para si próprio que já tem uma certa idade e se calhar já não vai a tempo. Então sugiro o seguinte, imagine-se daqui a 5 anos, 5 anos mais velho, a acordar de manhã e estar exatamente como está hoje. Ou pior, imagine-se daqui a uma década, com mais 10 anos em cima de si a deitar-se na cama de noite e a ter exatamente os mesmos pensamentos que tem hoje quando vai dormir. O que é que lhe parece? Tenho uma surpresa para si. Estes anos ainda não passaram e sobre eles ainda tem uma palavra a dizer e, imagine só, depende só de si a história que vai contar nessa altura. Pode ser bem diferente da que tem contado até agora. Por isso tenho um desafio para si. Experimente deitar-se todas as noites na sua cama e fazer uma última pergunta antes de adormecer: O que é que eu fiz hoje para me aproximar do meu propósito?. Se tiver alguma coisa para dizer está no bom caminho e pode dormir descansado, porque no dia seguinte estará mais forte. Aceita o desafio? Para que o mal triunfe, basta que as pessoas boas nada façam. Edmund Burke 21
A segunda fase do Como é o poder da Generosidade. A vida é um parêntesis na eternidade. Estamos Em lado nenhum, agora estamos Aqui e depois estamos Em lado nenhum. A única coisa que pode fazer com esta vida é oferecê-la. O propósito é encontrar uma forma de estar ao serviço, independentemente do formato que isso possa ter. Viver em propósito significa que não há acasos nem acidentes. Ignoramos os outros quando nos tentam dizer o que devíamos fazer, porque temos uma certeza grande e inabalável. No entanto, não sentimos a necessidade de discutir ou convencer os outros do contrário, apenas vivemos o nosso propósito e isso fala por si. A minha intenção é respeitar-me sempre e isso inclui a forma como quero viver o meu propósito. A nossa visão do mundo depende da forma como nos respeitamos a nós próprios e de quanto amor temos por nós mesmos. Viver o propósito implica ajudar a procurar o génio dentro dos outros e relembrá-los de que cada ser humano tem um génio dentro de si. Hitler e Gandhi, ambos tinham uma visão, disciplina e paixão contagiantes, mas o que os distinguiu foi a consciência. Quando a consciência governa a visão, a disciplina e a paixão, a liderança perdura e contribui para a construção de um mundo melhor. Stephen Covey A última fase do Como é o poder da Gratidão. No percurso para viver o propósito, não devemos reafirmar vez após vez, aquilo que está a faltar, mas sim estar num estado de gratidão e preparados para receber mais e mais e, consequentemente, partilhar. Quando estamos alinhados com o nosso propósito estamos em sintonia com a pessoa que verdadeiramente somos e, consequentemente, vamos atrair para perto de nós pessoas e relacionamentos ideais e harmoniosos com a energia do nosso propósito. Isto acontece porque, quando vivemos o nosso propósito, a nossa presença provoca alterações nas outras pessoas, transmitimos calma e serenidade. É o mesmo que acontece quando estamos com uma pessoa que, não sabemos porquê, mas faz com que nos sintamos bem. A felicidade é algo que se decide com antecedência, a priori, independentemente das condições e daquilo que há de vir. 22