REPRESENTAÇÃO OFICIAL PORTUGUESA 52ª Exposição Internacional de Arte Bienal de Veneza 2007



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Transcrição:

REPRESENTAÇÃO OFICIAL PORTUGUESA 52ª Exposição Internacional de Arte Bienal de Veneza 2007 Artista Ângela Ferreira Curador Jürgen Bock Pavilhão Português Fondaco Marcello, San Marco 3425 (Calle dei Garzoni), Veneza www.iartes.pt/veneza2007 Inauguração da Representação Portuguesa: 8 de Junho 18h00 Abertura ao público: 10 Junho 21 Novembro 2007 11h00 19h00 (Encerra às segundas-feiras) Organização e produção: Ministério da Cultura / Instituto das Artes

REPRESENTAÇÃO OFICIAL PORTUGUESA Ângela Ferreira é a artista que representa Portugal na 52ª Exposição Internacional de Arte da Bienal de Veneza, que se realiza de 10 de Junho a 21 de Novembro de 2007. A representação oficial portuguesa, organizada e produzida pelo Instituto das Artes, é comissariada por Jürgen Bock. A Casa Tropical de Jean Prouvé fotografada por Bernard Renoux em Brazzaville em 1996. Bernard Renoux Ângela Ferreira (n. Maputo, 1958) expõe regularmente desde 1990. O seu trabalho é motivado por questões de natureza política, a partir das quais desenvolve uma análise sobre as relações e influências da história, em particular da história da arte, na arte contemporânea, utilizando o potencial comunicativo da arte neste processo de negociação. As apelativas esculturas modernistas produzidas por Ângela Ferreira são frequentemente combinadas com textos, fotografias e vídeos. Estes trabalhos propõem um conjunto de reflexões sobre o que se tem considerado como dados adquiridos na História da Arte. A cidade de Veneza com mais de um século de bienais e na qual as representações nacionais se instalam em edifícios modernistas, daí resultando intermináveis negociações com a (pós) modernidade apresenta-se como o palco ideal para a exploração destas temáticas por Ângela Ferreira. Com o projecto Maison Tropicale, a artista traça uma reflexão sobre a história colonial e as suas ressonâncias contemporâneas, pós e neocoloniais. A exposição portuguesa realiza-se pela primeira vez no Fondaco Marcello, um espaço de excelente visibilidade localizado na margem do Grande Canal, entre as pontes da Accademia e de Rialto. Patrocinador principal Apoio Para efectuar o download em alta resolução das imagens contidas neste dossier de imprensa, bem como de outras a disponibilizar brevemente, deverá aceder ao site do Instituto das Artes e clicar na imagem pretendida: www.iartes.pt/veneza2007 excepção feita à fotografia de Bernard Renoux que pode ser adquirida em http://www.renoux-photo.com Parceiro em Veneza

AS CONSTRUÇÕES INVISÍVEIS DE ÂNGELA FERREIRA (*) Fortemente motivada por questões do foro político, Ângela Ferreira é uma investigadora do uso de teorias, em particular de teorias de história da arte, e da sua relação ou do seu impacto na arte contemporânea, assunto cuja complexidade negoceia através do potencial de comunicação inerente à arte e com a qual a artista, subtilmente, estimula o observador a questionar os objectos que cria. Estes objectos adquirem a forma de esculturas modernistas esteticamente apelativas e executadas com rigor perfeccionista, sendo frequentemente apresentadas em instalações associadas a textos, fotografias e vídeos. Em consonância com a ideia de história da arte enquanto construção, o trabalho de Ângela Ferreira lança a dúvida sobre aquilo a que nos habituámos a considerar como factos dessa história, podendo-se então questionar, como Douglas Crimp já o fez: Qual história? A história de quem? E uma história para que fim? Veneza, como cidade com o historial único de mais de um século de bienais, com as suas mostras nacionais de arte e intermináveis negociações com o (pós) modernismo, é uma plataforma perfeita para Ângela Ferreira abordar estes assuntos. Nascida na antiga colónia portuguesa de Moçambique em 1958, Ângela Ferreira estudou na África do Sul do apartheid, mas desde o início da década de 1990 que vive entre Portugal e a África do Sul. A sua situação em trânsito entre culturas comum à identidade de muitos portugueses impele-a à exploração intensiva dos diferentes universos do centro e da periferia, realçando a importância da perspectiva e do posicionamento do indivíduo e/ou do artista. Conceptualmente, a obra de Ângela Ferreira pode situar-se entre a falência do modernismo nos denominados centros de difusão e o impacto contraditório da sua tentativa de implantação, pelos colonizadores, em África e noutras colónias e periferias em todo o mundo, onde o objectivo utópico da emancipação do homem combinado com o potencial da arte enquanto instrumento de crítica, motor crucial da vanguarda que se manifestou nesses centros, parece ter outra validade. O fim da vanguarda e das suas qualidades intrínsecas, a sua história e o impacto que esta teve, são agora discutidos nessas periferias, tendo o centro perdido a prerrogativa de proclamar a importância política do modernismo no que toca às noções de utopia e emancipação. Parafraseando um teórico de arte contemporâneo, o trabalho de Ângela Ferreira não só sobrevive ao fim anunciado da vanguarda, como recupera a questão da emancipação e dos ideais utópicos ao reformular a crítica das utopias como uma crítica às utopias. O seu trabalho revela como ilusória a liberdade artística prometida pelo modernismo nos centros e, devido à falta de latitude política, como falsa a autonomia na periferia. As grandes narrativas apresentam-se agora estilhaçadas e sob a forma de inúmeros fragmentos mais pequenos. Por um lado, anseia-se por vezes por métodos familiares e confortáveis para classificar a vanguarda histórica, a cadeia interminável de estilos e metodologias claramente identificáveis com o Estilo Internacional na arte moderna e na arquitectura. Por outro lado, o trabalho de Ângela Ferreira acentua as possibilidades que se abriram através das mudanças profundas a que essas narrativas estão a ser sujeitas. Ao desmontar as estratégias básicas e frequentemente dogmáticas das verdades adquiridas, o seu trabalho apresenta uma abordagem social, política e crítica aos resultados do modernismo, aos velhos centros da sua criação e às suas remotas consequências nas periferias. Em vez de se limitar a simular a metodologia modernista da

análise profunda, a artista propõe como alternativa local a aplicação desse método ao próprio modernismo. Estas preocupações de Ângela Ferreira materializam-se, como já se referiu, em esculturas organizadas em instalações, as quais, todavia, não se deixam conquistar pela política. A proposição crítica dos seus objectos não é imediata, antes fervilha subtil e imediatamente debaixo da superfície das suas belas esculturas, que assim se oferecem como espaço entre o objecto e o político, espaço esse que o observador é incentivado a ocupar. Ângela Ferreira não procura impor-nos uma lição. Em vez disso, estimula o nosso próprio imaginário político e o nosso pensamento crítico. Jürgen Bock (*) Texto do Catálogo Oficial das Representações Nacionais da Bienal de Veneza 2007.

MAISON TROPICALE O projecto Maison Tropicale de Ângela Ferreira reflecte sobre a história colonial e as suas ressonâncias contemporâneas, pós e neocoloniais. Durante a reorganização territorial levada a cabo pelos poderes coloniais em África após a II Guerra Mundial, o Ministério do Ultramar francês teve a oportunidade de promover, na sequência de um concurso, um projecto modernista de produção em massa de habitações esteticamente sofisticadas que permitisse um maior acesso da população a uma arquitectura e design de qualidade, contando para isso com a colaboração do construtor francês Jean Prouvé, que Maison Tropicale, 2007 criou um modelo de casas pré-fabricadas em módulos de alumínio. Os projectos de Prouvé nunca alcançaram o sucesso desejado na Europa, mas a possibilidade de instalar um grande número das suas habitações nas colónias africanas, conduziu ao desenvolvimento da sua Casa Tropical. Dos milhares de unidades inicialmente previstos, só três protótipos acabaram por sair da oficina do construtor. Em 1949, a primeira Casa Tropical foi enviada por avião para o Níger, sendo instalada na sua capital, Niamey. Duas outras casas foram transportadas para o Congo e instaladas em Brazzaville, em 1951. Com a (re)descoberta da obra de Jean Prouvé nos anos 1990, essas casas também suscitaram renovado interesse, tornando-se parte do processo de fetichização a que os objectos do construtor francês foram sujeitos pelo mercado do design de época. Foi neste novo contexto que as três Casas Tropicais foram desmontadas e transportadas para França, onde foram restauradas, sendo posteriormente aí apresentadas, bem como nos Estados Unidos. Esta é a história que se conhece da Casa Tropical de Prouvé e é neste ponto que começa a história da Maison Tropicale de Ângela Ferreira. A instalação apresentada no Pavilhão Português em Veneza convoca a desterritorialização destas casas, que não se situam em França ou nos Estados Unidos, nem no Níger ou no Congo, transformando-as num contentor de História em trânsito entre o mundo colonizador e o mundo colonizado; e depois porque a artista faz a história de Prouvé regressar a África, entre o mundo descolonizado e o mundo pós-moderno, na sua realidade pós e/ou neocolonial. Na (re)encenação que faz dos locais que acolheram as construções de Prouvé em África, Ângela Ferreira sublinha os seus vestígios e a ausência das casas, agora evocadas nos objectos esculturais resultantes da sua arquitectura modular e acumulados num espaço claustrofóbico, em deriva perpétua. Jürgen Bock, Maio 2007 Maison Tropicale, 2007

biografias Ângela Ferreira Nasceu em Maputo, Moçambique, em 1958. Vive e trabalha em Lisboa e na Cidade do Cabo, África do Sul, desde 1992. Ângela Ferreira expõe regularmente desde 1990. Das muitas exposições individuais realizadas destacam-se: Ângela Ferreira, Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian (1990); Sites and Services, South African National Gallery, Cidade do Cabo (1992); Double Sided I and II, Fundação Chinati, Marfa, EUA e Íbis Art Centre, Nieu Bethesda, África do Sul (1996); Casa Maputo: Um Retrato Íntimo, Museu de Serralves, Porto (1999); No Place at All / Em Sítio Algum, Museu do Chiado Museu Nacional de Arte Contemporânea, Lisboa (2003) e Random Walk, Galeria Filomena Soares, Lisboa (2005). Tem também participado em exposições colectivas e bienais internacionais, entre as quais: 1a e 2a Bienal de Joanesburgo (1995 e 1997); Bienal de Istambul (1999); Signs of Life, Bienal Internacional de Melbourne (1999); Squatters, Museu de Serralves, Porto, e Witte de With, Roterdão (2001); In the Meantime, De Appel Foundation, Amesterdão (2001); Continuare, Bienal da Maia (2003); Re-Location / Shake the Limits, ICCA-MNAC, Bucareste (2004); L Universel? Dialogues avec Senghor, Joal Fadiouth, Universidade de Dakar, Senegal (2004); Territorio Oeste, MACUF, Corunha (2006), (Re)volver, Plataforma Revólver, Lisboa (2006), e, em preparação, Troca de Olhares, Instituto Camões, Maputo (2007). Ângela Ferreira é professora convidada na Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa. Jürgen Bock Nasceu em Wuppertal, Alemanha, em 1962. Vive e trabalha em Lisboa desde 1993. Curador independente, Jürgen Bock foi responsável, entre outros, pelo programa do 1.º Project Room do Centro Cultural de Belém (2000-2001), apresentando os artistas Eleanor Antin, Nathan Coley, Harun Farocki, Renée Green, Nuno Ribeiro, Allan Sekula e Heimo Zobernig, pela Bienal da Maia de 2003 e pela participação alemã na Trienal da Índia/Nova Deli de 2005, com o artista Andreas Siekmann. Concebeu e editou o livro Da Obra ao Texto Diálogos sobre a Prática e a Crítica na Arte Contemporânea, com textos de vários autores (CCB, Lisboa, 2002), e organizou a publicação em Portugal dos volumes TITANIC s wake, de Allan Sekula (versão portuguesa, Maumaus, Lisboa, 2003) e Negociações na Zona de Contacto, de Renée Green (Assírio & Alvim, Lisboa, 2003). Jürgen Bock é director da Escola de Artes Visuais Maumaus, em Lisboa, e ensina no Mestrado de Práticas Artísticas Contemporâneas, da Faculdade de Belas-Artes da Universidade do Porto.

Ângela Ferreira Nasceu em 1958, em Maputo, Moçambique. / Born in 1958, Maputo, Mozambique. Vive e trabalha em Lisboa. / Lives and works in Lisbon. Exposições individuais / Solo exhibitions 2006 Angela Remix, La Chocolataria, Santiago de Compostela. 2005 Random Walk, Galeria Filomena Soares, Lisboa. 2003 Ângela Ferreira, Em Sítio Algum / Ângela Ferreira, No Place at All, Museu do Chiado MNAC, Lisboa. Visitas Privadas MNSR, Galeria Luís Serpa Projectos, Lisboa. 2002 Visitas Privadas / Private Views, Museu Nacional Soares dos Reis, Porto. Zip Zap Circus School. Instalação de arte pública. / Public art installation. Institute of Contemporary Art. Cape Town. 2001 Pega 2000. Galeria Catete, Museu da República. Rio de Janeiro. Duas Casas. / Two Houses. Galeria Luis Serpa Projectos. Lisboa. 2000 Pega 2000. Módulo Centro Difusor de Arte. Lisboa. Sem título 1998 / Untitled 1998. ARCO Ifema (stand Galeria Luis Serpa). Madrid. 1999 Casa. Um retrato íntimo da casa em que nasci. / House. An intimate portrait of the house where I was born. Fundação de Serralves. Porto. Sem título 1998. / Untitled 1998. Galeria Luís Serpa Projectos. Lisboa. La Lavanderia Fundació. Barcelona. 1998 Kanimambo. Escultura pública. / Public sculpture. Expo 98 Exposição Mundial de Lisboa. Lisboa. 1997 Double Sided Part II. Ibis Art Center. Nieu Bethesda. South Africa. Amnésia. / Amnesia. Bienal Internacional das Caldas da Rainha. Portugal. 1996 Double Sided Part I. Chinati Foundation. Marfa. U.S.A. Reordering Reality. Módulo Centro Difusor de Arte. Porto. Marquises. Coincidências Jornadas de Arte Contemporânea. Porto. 1995 Uma Escala, uma Sequência, o Engenho da Deriva e um Filme Retardado (A Scale, a Sequence, a Derivative Machine and a Retarded Film. Museu do Chiado MNAC. Lisboa.

1993 Sites and Services. Módulo Centro Difusor de Arte. Lisboa. 1992 Sites and Services. The Annexe (Invited Artist Program). South African National Gallery. Cape Town. 1990 A Propósito de. Fundação Calouste Gulbenkian / Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão. Lisboa. Exposições Colectivas Seleccionadas / Selected Group Exhibitions 2007 AfterLife. Michael Stevenson Gallery. Cape Town. Troca de Olhares / Exchanging Visions. Instituto Camões. Maputo. Moçambique. Ana V, Armanda D, Angela F, Fernanda F, Maria L, Susannne T. Centro Cultural de Lagos. Portugal. An Atlas of Events. Fundação Gulbenkian. Lisboa. 2006 Territórios de Oeste / Western Territories. MACUF. Union Fenosa. La Coruña. Às Portas do Mundo / At the Entrance of the World. Casa do Brasil. Maputo. Moçambique. Moving Still. Espace Videographe. Montreal. / Saw Video. Ottawa. Re(volver). Plataforma Revólver. Lisboa. L Universel? Dialogues avec Senghor. Unesco. Paris. 2005 L Universel? Dialogues avec Senghor. Culturgest. Lisboa. / Spacex- Exeter. UK. Lágrimas / Tears. Mosteiro de Alcobaça. Portugal. O Contrato Social / The Social Pact. Museu Bordalo Pinheiro. Lisboa Às Portas do Mundo / At the Entrance of the World, Palácio D. Manuel. Évora. Portugal. 2004 L Universel? Dialogues avec Senghor. Joal Fadiouth, Dakar University. Le Franchouk, Dunkerque, Senegal. Re-Location/Shake the Limits. ICCA-MNAC. Bucarest 1944-2004 Cinquenta Anos de Arte Portuguesa / 1944-2004 Fifty Years of Portuguese Art. Museu do Chiado-MNAC. Lisboa. 1980-2004. Museu de Francisco Tavares Proença Júnior. Castelo Branco. Portugal. Horizontes 20 anos 20 instalações / Horizons 20 years 20 installations. Galeria Luis Serpa Projectos. Cordoaria Nacional. Lisboa. 2003 Video Brasil 2003. São Paulo. Lisboa photo 2003. Galeria Luis Serpa Projectos. Lisboa. Continuare, Bienal da Maia, Maia. 2002 Diferença e Conflito. O Século XX nas Colecções do Museu do Chiado MNAC. / Difference and Conflict. The 20th Century in the Museu do Chiado NMCA Collections. Museu do Chiado MNAC. Lisboa. Contemporary Art from Portugal. European Bank. Frankfurt.

2001 Phoebus Gallery. Rotterdam. La Fabrica. Madrid. In the Meantime. De Appel Foundation. Amsterdam. Sul / South. Instituto Camões. Maputo. Squatters. Museu de Arte Contemporânea de Serralves. Porto. Squatters #1. Witte de With. Rotterdam. Total Object Complete with Missing Parts. Tramway Gallery. Glasgow. Crossing the Line. Home Project. Lisboa. Novas Aquisições e Doações 2000-2001. / New Acquisitions and Donations 2000-2001. Museu do Chiado MNAC. Lisboa. 2000 Soft Serve 2: a Multimedia Art Event. South African National Gallery. Cape Town. Um Oceano Inteiro para Nadar. / An Entire Ocean to Swim On. Culturgest. Lisboa. More Works about Buildings and Food. Fundição de Oeiras. Portugal. A. R. E. A. 2000. Kjarvalsstadir. Reykyavik. Initiare. Centro Cultural de Belém. Lisboa. Colecção Banco Privado. Museu Arte Contemporânea de Serralves. Porto. 1999 A Geração de 1911. / 1911 Generation. Fundação Calouste Gulbenkian. Lisboa. Tage der Dunkelheit und des Lichts. Zeitgenossische Kunst aus Portugal. Kunst Museum Bonn. Bonn. Signs of Life. Melbourne International Bienial. Melbourne. The Passion and the Wave. Istanbul Biennial. Istanbul. Entremundos. La Rábida. Huelva. Chambres, Rooms, Zimmer. Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa. Lisboa. Colecção António Cachola. Museo Extremeño e Iberoamericano de Arte Contemporáneo. Badajoz. 1998 Navegar é Preciso. Centro Cultural de São Paulo. São Paulo. Bienal de Arte de Pontevedra. Pontevedra. Colecção MEIAC. ARCO Ifema (stand Museo Extremeño e Iberoamericano de Arte Contemporáneo). Madrid. Bienal AIP. Europarque. St. Maria da Feira. Portugal. Graft. Africus 2nd Johannesburg Biennial. Cape Town. 1997 Prémio União Latina / União Latina Prize. Fundação Calouste Gulbenkian. Lisboa. Pode a Arte ser Afirmativa? / Can Art Be Afirmative. Culturgest. Lisboa. Sombras na Água. / Shadows on the Water. Galeria André Viana. Porto. A Arte, os Artistas e o Outro. / Art, the Artists and the Other. Fundação Cupertino de Miranda. Vila Nova de Famalicão. Portugal. Zonas de Interferência. / Zones of Interference. Karmeliter Kloster. Portugal-Frankfurt 97 (Frankfurt Buch Messe). Frankfurt. 1996 Artistas / Arquitectos. / Artists / Architects. Centro Cultural de Belém. Lisboa. Jetlag. Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa. Lisboa. Ecos de la Materia. Museo Extremeño e Iberoamericano de Arte Contemporáneo. Badajoz.

1995 Arrivals / Departures. Africus 1st Johannesburg Biennial. Museum Africa. Johannesburg. Peninsulares. Galeria Antoni Estrani. Barcelona. 1994 Depois de Amanhã. / The Day After Tomorrow. Centro Cultural de Belém. Lisboa. Acabamentos de Luxo / Luxury Finishes. Associação Portuguesa de Arquitectos. Lisboa. 1993 New Wood Sculptures. South African National Gallery. Cape Town. 1991 Recent Acquisitions. South African National Gallery. Cape Town. National Sculpture New Directions. Centre for African Studies University of Cape Town. Cape Town. 1989 African Studies Festival. Centre for African Studies University of Cape Town. Cape Town. Images of Wood. The Johannesburg Art Gallery. Johannesburg. Bibliografia Seleccionada / Selected Bibliography Catálogos individuais/ Individual catalogues Ângela Ferreira. Em Sítio Algum. / Ângela Ferreira. No Place at All. Lisboa: Museu do Chiado MNAC / IPM, 2003. Casa. Um retrato íntimo da casa em que nasci. Porto: Fundação de Serralves, 1999. Uma Escala, uma Sequência, o Engenho da Deriva e um Filme Retardado. Lisboa: Museu do Chiado MNAC / IPM, 1995. Ângela Ferreira. A Propósito de. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian / Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão, 1990. Textos em catálogos / Texts in catalogues Perrier, Sophie Afterlife. Cape Town: Hansa Print, 2007. Carlos, Isabel Troca de Olhares / Exchanging Visions. Lisboa: Instituto Camões, 2007. Oliveira, Filipa (Re)volver. Lisboa, 2006. Champesme, Marie entrevista em / interview in L Universel? Dialogues avec Senghor. France: Face à Face, 2004. Lapa, Pedro A Viagem como Metáfora. Ângela Ferreira. Lisboa: Museu do Chiado MNAC / IPM, 2003. Renton, Andrew Ângela Ferreira. Em Sítio Algum / Ângela Ferreira. No Place at All. Lisboa: Museu do Chiado MNAC / IPM, 2003. Marí, Bartomeu Around the Corner. A few reflections on Squatters. Squatters #1. Rotterdam: Witte de With, 2001. Sacramento, Nuno e / and de Bruijn, Hilde In the Meantime. Amsterdam: De Appel Foundation, 2001. Carlos, Isabel. Initiare. Lisboa: Instituto de Arte Contemporânea / Centro Cultural de Belém, 2000. Lapa, Pedro Arte e Espaço Social. More Works about Buildings and Food. Oeiras: Câmara Municipal de Oeiras, 2000. Younge, Gavin A.R.E.A. 2000. Kjarvalsstadir: A.R.E.A. 2000, 2000. Fernandes, João Ângela Ferreira: O Retrato da Casa ou as Referências de uma Intimidade. Casa. Um retrato íntimo da casa em que nasci. Porto: Fundação de Serralves, 1999.

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Ângela Ferreira Obras seleccionadas Die Vlermuis Huis / A Casa Morcego (segundo a casa Die Es desenhada e construída por Gabriël Fagan em Camps Bay, Cidade do Cabo) 2006 Colecção privada, Lisboa Vista da instalação [(Re)volver, Plataforma Revólver, Lisboa, 2006] Fotografia: Ângela Ferreira Em 1966, Gabriël Fagan construiu um edifício modernista minimalista com um telhado escultural em Camps Bay, na Cidade do Cabo. Na escultura de Ângela Ferreira podemos observar a apropriação do edifício de Fagan, materializado aqui na forma de uma estrutura semelhante a um esqueleto que, de pernas para o ar, se tornou parte da estrutura do tecto do espaço expositivo. No espaço, a atenção centra-se agora no telhado escultural que flutua de forma elegante alguns centímetros acima do chão da galeria, sublinhando (literalmente), com o seu aspecto ondulante, a estrutura que a segura e a liga ao tecto da galeria. O escultural telhado funcional da África do Sul transforma-se, em Lisboa, numa base abstracta e não utilizada da escultura evocativa da arquitectura, provocando o pensamento em torno, não só da relação entrelaçada da arquitectura e da escultura, como também acerca do envolvimento recíproco das culturas africana e europeia, e da relação entre centro e periferia. Em Die Vlermuis Huis / A Casa Morcego não se trata da travessia da arquitectura para a escultura, mas do reconhecimento de uma dependência e de uma inversão. J.B.

Ângela Ferreira Obras seleccionadas Random Walk 2005 Cortesia da artista / Galeria Filomena Soares, Lisboa Vista parcial da instalação (Galeria Filomena Soares, Lisboa, 2005) Fotografia: Ângela Ferreira A escultura Random Walk assume a forma de uma estrutura temporária de andaimes construída dentro do espaço principal da galeria. Do ponto de vista conceptual, esta peça baseia-se na teoria económica com o mesmo nome, que se refere à imprevisibilidade do mercado económico. A instalação é contextualizada através de uma série de fotografias que realçam a fragilidade e a instabilidade de uma moeda africana em comparação com uma moeda europeia. A instalação permite ao visitante abandonar o espaço convencional da galeria, oferecendo-lhe um percurso arquitectónico aleatório alternativo no espaço. J.B.

Ângela Ferreira Obras seleccionadas Hotel da Praia Grande (O Estado das Coisas) 2003 c-print, cor, 124 x 153 cm Cortesia da artista / Galeria Filomena Soares, Lisboa Esta fotografia evoca uma ideia de História e a sua relação com um leque de outras histórias (política, da arte, do cinema e da arquitectura). A fotografia mostra a artista debruçada de uma piscina, em frente a um hotel modernista isolado na costa de Portugal, perto de Lisboa. O título da fotografia e a acção performativa de repetição de um gesto que se tornou num dos mais icónicos da revolução de 1974 (a distribuição dos cravos) evoca um outro acontecimento que teve lugar neste hotel durante a depressão que se seguiu, entre a revolução e 1986, quando Portugal entrou para a CEE. Em 1981, o realizador Wim Wenders filmou O Estado das Coisas, um melancólico filme auto-reflexivo acerca das condições de trabalho dos cineastas não comerciais. O enredo do filme de Wenders baseia-se na história de uma equipa de filmagens encalhada em Portugal durante a rodagem de um remake de um filme de ficção científica. A equipa vê-se obrigada a interromper as filmagens por falta de fundos de Hollywood. No filme de Wenders, o argumento e as circunstâncias reais da produção de um filme entrecruzam-se (a equipa de Wenders estava alojada no hotel utilizado como cenário do filme). A fotografia de Ângela Ferreira associa esses acontecimentos ao mito de uma sociedade portuguesa melancólica numa espera interminável pelo progresso e pela mudança duas ideias essenciais no desenvolvimento do pensamento modernista. J.B.

Ângela Ferreira Obras seleccionadas Zip Zap Circus School 2000-02 Cortesia da artista / Galeria Filomena Soares, Lisboa Vista geral da instalação (Cidade do Cabo, 2002) Fotografia: David Goldblatt Zip Zap Circus School 2000-02 Cortesia da artista / Galeria Filomena Soares, Lisboa Vista da instalação (Em Sítio Algum, Museu do Chiado, Lisboa, 2003) Fotografia: Mário Valente Esta instalação inspirou-se num projecto nunca construído do arquitecto Pancho Guedes que, como Ângela Ferreira, se move entre duas culturas. Para a exposição colectiva More Works about Buildings and Food (Hangar K7, Oeiras, 2000), Ângela Ferreira alargou a sua exploração do discurso modernista ao acrescentar a planta de Guedes de um projecto arquitectónico circense à arquitectura da exposição concebida por Pedro Gadanho. O seu modelo da Zip Zap Circus School utilizou os mesmos materiais de construção que os utilizados na arquitectura da exposição. A Zip Zap Circus School de Oeiras, que a artista considerou um protótipo, tornou-se numa continuação da arquitectura expositiva do white cube, fazendo ao mesmo tempo referência a noções estabelecidas de arquitectura africana. Em 2001, na exposição In the Meantime, no centro de arte contemporânea De Appel em Amesterdão, Ângela Ferreira voltou a utilizar a arquitectura de Zip Zap Circus School como veículo para a sua exploração dos conceitos de modernidade, realçando a dicotomia entre as interpretações europeia e africana da arquitectura. A artista apresentou a maqueta da escola de circo construída com os mesmos materiais que Mies van der Rohe utilizou no seu modelo da casa de campo Ellenwoude em 1912, relacionando assim os discursos de Mies e de Guedes. Uma fotografia do modelo de Mies e uma reprodução da planta de Guedes para a escola de circo faziam referência aos dois originais, bem como às respectivas filosofias contrastantes se não mesmo contraditórias. No centro da Cidade do Cabo, num não-lugar resultante de um ambicioso, mas fracassado, programa dos anos sessenta para a construção de uma via rápida no centro da cidade, Ângela Ferreira apresentou a Zip Zap Circus School como uma escultura pública temporária. Neste caso, não existia já uma exposição ou edifício cujas limitações espaciais pudessem influenciar ou interferir com a possível posição do seu projecto. Visto de um determinado ângulo, cada um dos componentes da maqueta dava a ilusão de que o local estava ocupado por um edifício completo. Porém, de outros pontos de vista, cada elemento parecia estar cortada ao meio, revelando três plataformas semelhantes a palcos, que a artista disponibilizou aos estudantes para a realização de espectáculos durante a instalação. A instalação de Ângela Ferreira na Cidade do Cabo em 2002 esteve de novo ligada ao modelo de Mies van der Rohe da casa Ellenwoude em Wassenaar (Holanda). O projecto arquitectónico da escola de circo continua por concluir. A técnica de Mies, de utilizar uma maqueta à escala real, foi aqui apropriada para uma instalação utópica, uma possível estrutura de acolhimento para um projecto comunitário no futuro. J.B.

Ângela Ferreira Obras seleccionadas Case Study House #21 2001 Col. da artista, Lisboa Vista parcial da instalação (Squatters, Museu de Serralves, Porto, 2001) Fotografia: Rita Burmester Case Study House #21 2001 Col. da artista, Lisboa Detalhe da instalação (Squatters, Museu de Serralves, Porto, 2001) Fotografia: Rita Burmester Case Study House foi um programa arquitectónico experimental na cidade e nos arredores de Los Angeles, desenvolvido nas décadas de 1950 e 1960, no qual arquitectos americanos experimentaram novos materiais e testaram a construção modular de estrutura metálica. Uma das ideias modernistas fundamentais neste projecto foi trazer o jardim para dentro de casa, sendo a Case Study House #21, de 1951, do arquitecto Pierre Koenig um exemplo perfeito desta nova proposta da relação casa/jardim.na instalação de Ângela Ferreira com o mesmo título, a atenção do observador é dirigida do edifício onde decorre a exposição (o Museu Serralves no Porto) para o jardim. Ângela Ferreira cobriu o interior da Casa de Serralves com tela esticada sobre uma estrutura de madeira, introduzindo uma disposição tipo Case Study House recorrendo a uma técnica que evoca a arquitectura experimental utilizada por Mies van der Rohe no seu projecto para a casa Kröller-Müller em Wassenaar (Holanda) em 1912. A artista utiliza alguma mobília para reintroduzir uma certa privacidade no museu público, que utiliza uma antiga casa unifamiliar para as exposições. Numa mesa de apoio modernista, uma pequena fotografia emoldurada mostra de forma íntima uma pistola, contextualizando em conjunto com a vista ampliada do jardim o elemento sonoro da instalação: a leitura de uma adaptação de um texto retirado de uma das publicações portuguesas de maior pendor fascista sobre a história colonial (A Derrocada do Império Vátua e Mouzinho de Albuquerque, de Francisco Toscano e Julião Quintinha, 1930), onde se descreve o suicídio de Mouzinho de Albuquerque, o conquistador de Moçambique, incapaz de se adaptar ao estilo de vida em Portugal depois de regressar de África. No texto adaptado por Ângela Ferreira, o jardim da morte de Albuquerque foi substituído pelo jardim de Serralves, contaminando não só o jardim do museu com este episódio da história colonial portuguesa, como também o sonho arquitectónico americano com as suas referências especiais a jardins. J.B.

Ângela Ferreira Obras seleccionadas Casa Maputo: Um Retrato Íntimo 1999 Col. Museu do Chiado MNAC, Lisboa Fotografia: Mário Valente A instalação baseia-se numa transposição tridimensional de projecções cartográficas (projecção de Robinson e Gnómica) que formam dois objectos esculturais, e que servem simultaneamente de ecrãs para duas projecções de vídeo de imagens de uma casa modernista em Maputo. Num dos ecrãs, a imagem projectada é a refilmagem de uma fotografia a preto e branco da casa, tirada logo a seguir à sua construção na década de 1950. A segunda projecção centra-se no realçar de um conjunto de detalhes da casa numa fotografia a cores tirada na altura da produção da instalação. J.B.

Ângela Ferreira Obras seleccionadas Sites and Services 1991-92 Col. Instituto das Artes / Ministério da Cultura Vista parcial da instalação (Continuare, Bienal da Maia 2003) Fotografia: Mário Valente Sites and Services é composto por quatro esculturas semi-abstractas, assemblages de elementos de cimento com redes de aço e tubos plásticos que fazem referência simultaneamente à prática artística modernista e aos processos da construção civil, apresentados em conjunto com 12 fotografias a cores, onde se reconhecem os materiais e as formas utilizadas nas esculturas. As fotografias mostram uma vasta área de terreno nos arredores da Cidade do Cabo, equipada com infra-estruturas rudimentares e preparada para a construção de casas, estabelecida sob a égide de um programa governamental denominado Sites and Services. O objectivo do programa era dar resposta à necessidade urgente de habitação e equipamento das zonas em desenvolvimento com os serviços básicos electricidade, água e esgoto de modo a oferecer abrigo a grandes vagas de população migrante, que, violando as leis do apartheid em vigor, se deslocavam do campo para as principais áreas urbanas em busca de trabalho. Na sua instalação, Ângela Ferreira está interessada nos discursos que articulam a arte minimal e naqueles que articulam a arte política e global. As linhas gerais e a documentação deste programa governamental específico evocam a disposição formal dos objectos no contexto da arte minimal. A utilização de materiais de construção civil nas suas esculturas é, por seu lado, reminiscente da prática modernista em geral. A prática desconstrutivista da artista torna-se aqui numa metáfora da desconstrução analítica da teoria da arte moderna. A artista apropria-se de métodos modernistas na tentativa de estimular a consciência de como os sistemas culturais negoceiam os conceitos de aqui e ali, de centro e periferia, e das complexidades do original e do simulacro. Em Sites and Services, Ângela Ferreira não está interessada na documentação pela documentação, nem no exercício clássico formal da assemblage ao utilizar estes processos como um meio para estabelecer uma interface entre o político e o estético. As referências políticas nas fotografias, juntamente com o método formal da arte pela arte utilizado pela artista, criam novos caminhos de relacionamento com os espectadores. J.B.

PAVILHÃO PORTUGUÊS FONDACO MARCELLO Fondaco Marcello é um espaço expositivo situado num edifício histórico de Veneza construído no séc. XVI/XVII e originalmente concebido como armazém ( Fondaco ), como indicia a sua estrutura interior em open space. Tem uma área global de 360 m2 e a remodelação de que foi objecto em 2004/2005 manteve as fachadas de tijolo originais e as características espaciais no seu interior. Fondaco Marcello situa-se na margem do Grande Canal, muito próximo do Palácio Grassi e entre as pontes da Accademia e Rialto, frente à estação de vaporetto de San Tomà. O Pavilhão Português fixa-se neste espaço até 2009 para acolher também as representações nacionais na Bienal de Arquitectura de 2008 e na Bienal de Artes Visuais de 2009. Fondaco Marcello Vistas exterior e interior Fondaco Marcello Maqueta Fondaco Marcello San Marco 3415 (Calle dei Garzoni), Veneza