PROGRAMAÇÃO DAS ATIVIDADES DE TRANSPORTE DE DERIVADOS DE PETRÓLEO EM COMPLEXOS DUTOVIÁRIOS



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Transcrição:

4 o PDPETRO, Campinas, SP 3.1.0159-1 1 PROGRAMAÇÃO DAS ATIVIDADES DE TRANSPORTE DE DERIVADOS DE PETRÓLEO EM COMPLEXOS DUTOVIÁRIOS Luiz Carlos Felizari 1 (UTFPR), Lúcia Valéria Ramos de Arruda 2 (UTFPR), Ricardo Lüders 3 (UTFPR), Flávio Neves-Jr 4 (UTFPR), 1 Av. Sete de Setembro, 3165, Curitiba-PR, CEP 80230901, felizari@cpgei.cefetpr.br 2 Av. Sete de Setembro, 3165, Curitiba-PR, CEP 80230901, arruda@cpgei.cefetpr.br 3 Av. Sete de Setembro, 3165, Curitiba-PR, CEP 80230901, luders@dainf.cefetpr.br O transporte de petróleo e seus derivados através de dutovias é um setor da cadeia produtiva da indústria petrolífera de custo elevado e com grande potencial para a aplicação de técnicas de otimização visando ganhos de produtividade. Neste sentido, este trabalho desenvolve uma estrutura de otimização que auxilia a tarefa de escalonamento das atividades de transporte de derivados de petróleo em uma malha dutoviária. A rede de dutos em estudo é utilizada para o transporte de derivados leves de alto valor agregado, sendo composta por 9 áreas (3 refinarias, 1 porto e 5 terminais de distribuição). As áreas são interligadas por 15 trechos de dutos com volumes determinados (um deles possui mais de 42000 m 3 ), dos quais 3 operam com reversão de fluxo. A malha é responsável pelo transporte de mais de 10 diferentes tipos de derivados de petróleo na forma de bateladas. Da origem até o destino final, a transferência de um produto pode levar muitas horas. Para cada produto e área da rede é associado um conjunto específico de tancagem. Durante o horizonte de escalonamento muitas bateladas são bombeadas de diferentes áreas, sendo que os trechos de dutos formam um conjunto de recursos compartilhados. Considerando previsões de produção e demanda, o gerenciamento dos inventários de produtos e uso eficiente da rede de dutos não é uma tarefa trivial. Atualmente, a programação das movimentações é realizada com base na experiência de especialistas e cálculos manuais. Alguns artigos encontrados na literatura tratam o problema de escalonamento em rede de dutos, mas o cenário considerado neste trabalho é particularmente complexo. Desta forma, a busca por resultados práticos, considerando uma carga computacional aceitável, torna-se um grande desafio. A abordagem adotada baseia-se na decomposição do problema através dos três elementos chave do escalonamento de operações: alocação de recursos, seqüenciamento de atividades e temporização das tarefas. Os dois primeiros blocos fornecem, a partir de informações de produção e demanda, uma seqüência de produtos candidatos a serem bombeados, respeitando suas respectivas janelas de tempo. Os dados gerados são usados por um modelo de programação matemática (MILP) com abordagem de tempo contínuo no terceiro bloco, o qual determina o escalonamento de curto-prazo com base em restrições operacionais, como, por exemplo, limites de tancagem, volume dos dutos, vazões de bombeio e custo horossazonal de demanda de energia elétrica. O modelo apresentado neste artigo vem sendo extensivamente testado em cenários reais envolvendo mais de 70 bateladas para o horizonte de aproximadamente um mês. Instâncias típicas dos modelos MILP geram em torno de 6000 variáveis (3000 binárias) e 20000 restrições. Tais modelos alcançam soluções ótimas em poucos segundos, utilizando um solver comercial. A partir do desenvolvimento do modelo de otimização, diversos cenários deverão ser analisados e comparados com a atual política de programação de curto-prazo da rede de dutos. Propostas de novas programações são apresentadas, programações existentes são validadas e informações de diagnóstico da rede são obtidas, identificando gargalos, taxas de utilização dos dutos e evolução dos estoques, auxiliando desta forma o processo de tomada de decisão operacional. Escalonamento, Rede de Dutos, MILP, Otimização, Indústria do Petróleo 1. INTRODUÇÃO O transporte de petróleo e seus derivados através de dutovias é um setor da cadeia produtiva da indústria petrolífera de custo elevado e com grande potencial para a aplicação de técnicas de otimização visando ganhos de produtividade (Más e Pinto, 2003). A escolha da programação adequada para as movimentações de produtos, levando em consideração a ordem e o horário de bombeio, os volumes transferidos, o atendimento à demanda, a manutenção de estoques de segurança em horários de sobretaxa de energia (horossazonalidade) pode gerar ganhos financeiros significativos. Atualmente, a programação das movimentações é realizada por especialistas, com base na experiência e cálculos manuais. Entretanto, devido ao grande número de variáveis envolvidas na obtenção dessa programação, implementar uma solução ótima para a operação de uma malha dutoviária não é uma tarefa trivial, mesmo para especialistas experientes.

4 o PDPETRO, Campinas, SP 3.1.0159-1 2 Neste trabalho, a rede de dutos em estudo é composta por duas redes principais: a rede de escuros e a rede de claros. Dada a relevância da rede de claros (transporte de derivados leves de alto valor agregado), esta rede foi escolhida por apresentar particular dificuldade de programação, além de englobar grande parte das operações hoje realizadas. O desenvolvimento de uma ferramenta que possa auxiliar no procedimento de tomada de decisão operacional é algo de grande relevância. O especialista envolvido nas atividades de programação precisa ter à mão indicadores confiáveis no momento de decidir sobre atividades que podem influenciar diretamente na política de tancagem e produção de uma refinaria ou na política de carga e descarga de navios. Assim, um modelo de otimização utilizando técnicas de programação linear inteira mista (Mixed Integer Linear Programming - MILP) usando uma abordagem de tempo contínuo está sendo desenvolvido para, a partir das previsões de produção e demanda, e das boas práticas da operação atual, gerar uma programação ótima das movimentações. A partir do desenvolvimento de um modelo de otimização, diversos cenários poderão ser analisados e comparados com a atual política de programação de curto-prazo da rede de dutos. Propostas de novas programações serão apresentadas, validando programações existentes e obtendo informações de diagnóstico da rede, identificando gargalos, taxas de utilização dos dutos e evolução dos estoques. O modelo de otimização desenvolvido tem por objetivo fazer parte de um sistema informatizado para auxílio à tomada de decisões durante a operação da rede, permitindo evitar significativas reprogramações, prezar o atendimento dos requisitos de entrega de produtos, manter os estoques de refinarias e terminais dentro de limites práticos, e ao mesmo tempo gerenciar a utilização/ocupação dos dutos do sistema. Com isso, pretende-se não apenas otimizar a operação do complexo dutoviário, mas também fornecer informações sobre sua utilização atual, permitindo delinear políticas de aproveitamento futuro da capacidade ociosa da rede. Este artigo está organizado da seguinte forma. A seção 2 apresenta uma revisão de trabalhos encontrados na literatura que abordam desenvolvimentos correlatos. A seção 3 descreve o problema a ser tratado, a metodologia empregada na solução do problema e aspectos da modelagem matemática do cenário em estudo. Na seção 4 são apresentados os resultados obtidos através de um estudo de caso proposto. Finalmente, a seção 5 reúne as conclusões, bem como uma avaliação da aplicabilidade da abordagem adotada. 2. TRABALHOS CORRELATOS As atividades de programação relativas à distribuição de derivados de petróleo receberam uma atenção crescente nos últimos anos. A distribuição e as operações de transferência desses produtos podem ser executadas utilizando estradas de rodagem, linhas férreas, via marítima e polidutos (Magatão, 2005). Segundo Kennedy (1993), polidutos representam uma forma eficiente de transporte de gás e derivados de petróleo, tornando o uso otimizado destes recursos algo de grande interesse para a indústria petrolífera. Entretanto, a maior parte da tomada de decisão operacional em sistemas desta natureza ainda se baseia na experiência de programadores e cálculos manuais. Técnicas de programação matemática têm sido extensivamente utilizadas e implementadas em problemas de planejamento, mas poucos trabalhos se concentram em modelos de escalonamento de curto prazo (short term scheduling), os quais reproduzem de fato o processo de tomada de decisão operacional (Lee et al., 1996). Em linhas gerais, problemas de escalonamento de curto prazo envolvem o uso ótimo de recursos disponíveis com o objetivo de otimizar a produção de uma planta em um dado horizonte de tempo. Estes recursos consistem basicamente de matérias-prima, unidades de produção, utilidades e mão-de-obra especializada. O problema é então designar as tarefas de produção às unidades operacionais, dentro da melhor seqüência e maior nível operacional possíveis, otimizando um dado objetivo de produção (Ierapetritou e Floudas, 1998). O escalonamento de curto-prazo requer a modelagem explícita de decisões discretas. Na literatura, são encontradas diversas abordagens para resolver este problema, sendo que a programação linear inteira mista (MILP) é uma das formulações mais comuns (Magatão, 2005; Stebel, 2006). A principal preocupação quando se empregam modelos MILP na formulação de problemas de escalonamento refere-se à dificuldade de encontrar soluções dentro de um tempo computacional adequado (Reklaitis, 1992). Segundo Applequist et al. (1997), uma característica dos modelos MILP aplicados em problemas práticos está no grande número de variáveis inteiras geradas, tornando o tempo de execução computacional proibitivo em geral. Abordagens de decomposição são imprescindíveis para contornar o problema de explosão combinatorial introduzido pelo emprego de variáveis binárias. Os trabalhos de Subrahmanyam et al (1995) e Wu e Ierapetritou (2003) apresentam uma série de estratégias de decomposição, sem as quais as formulações para o problema de escalonamento de curto-prazo seriam intratáveis. Na literatura, existem alguns trabalhos relacionados ao problema de escalonamento envolvendo transporte dutoviário que empregam técnicas de modelagem MILP (Más e Pinto, 2003; Cafaro e Cerdá, 2004; Magatão et al., 2004; Rejowski e Pinto, 2004; Relvas et al. 2006), mas o cenário tratado neste trabalho é particularmente complexo. A operação de um sistema real exige que uma série de detalhes sejam especificados por um especialista, tornando o escalonamento da rede de dutos em estudo intuitivo e de difícil modelagem.

4 o PDPETRO, Campinas, SP 3.1.0159-1 3 3. PROGRAMAÇÃO DO TRANSPORTE DE PRODUTOS 3.1 Descrição do problema Este trabalho trata do escalonamento de atividades em uma rede de dutos responsável pelo transporte de claros (derivados leves de petróleo de alto valor agregado). A Figura 1 modela, na forma de um grafo, a topologia da rede de dutos em estudo. 1 N1 N2 N3 2 3 4 5 6 7 8 9 N4 N5 N6 12 11 10 15 N7 14 N8 N9 13 Figura 1. Grafo direcionado da rede de dutos A rede é composta por 9 áreas operacionais, incluindo 3 refinarias (nós N1, N3 e N7), 1 porto (nó N9) responsável pelo recebimento e envio de produtos e 5 centros de distribuição. As áreas são interligadas por um conjunto de 15 trechos de oleodutos, sendo que 3 deles são passíveis de reversão no sentido (dutos 5, 7 e 15). Os dutos podem transportar vários tipos de derivados de petróleo (gasolina, querosene de aviação, nafta, diesel, etc.) e álcool entre áreas adjacentes, somando mais de 10 produtos diferentes. As áreas possuem tancagem agregada de um conjunto específico de produtos, podendo ainda operar como fornecedoras ou consumidoras de derivados. Existem movimentações preferenciais para cada produto em cada trecho de duto, formando assim rotas de fluxo conhecidas a priori. A menos dos períodos horossazonais, a rede opera ininterruptamente no transporte dos lotes de produtos agendados (bateladas). Uma batelada pode levar várias horas para alcançar seu destino final, podendo permanecer parada num trecho de duto até ser empurrada por outra batelada. Com base num sistema de planejamento (horizonte de 30 dias), a tarefa de escalonamento da rede consiste em realizar a programação das atividades de bombeio dos produtos requisitados, gerenciando o atendimento das demandas e a manutenção dos estoques. Para tanto, o processo de escalonamento deve considerar as movimentações já realizadas, os estoques disponíveis em cada área, as demandas requeridas, carga/descarga de navios atracados e previsões de produção nas refinarias. Além disso, algumas questões gerais de requisitos e procedimentos operacionais devem ser observadas para uma correta modelagem do sistema: a. As cotas mensais de planejamento são divididas em volumes menores (bateladas) que devem ser bombeados ao longo do horizonte de trabalho; b. Os volumes das bateladas de bombeio são definidos a priori para cada produto, sendo função da tancagem de origem, tancagem de destino ou trecho de duto (operações de reversão); c. A vazão de bombeio é considerada constante (valor típico), de acordo com o produto e rota de fluxo adotada, sendo que em relação a um destino, a vazão de recebimento de uma batelada dependerá das vazões dos produtos que a empurram; d. Dentro da rede em estudo existem rotas de fluxo preferenciais (previamente homologadas) para cada produto a ser movimentado; e. Existem restrições locais em cada terminal ou refinaria, tais como simultaneidade de bombeio/recebimento que devem ser respeitadas no estabelecimento da programação; f. A rotina de evitar a geração de interface entre bateladas não compatíveis (região de contaminação) será delegada a um nível operacional; g. As bateladas utilizadas no procedimento de reversão (mudança no sentido de bombeio) dos dutos presentes no cenário em análise são determinadas previamente; h. Diz-se que ocorre uma operação pulmão quando uma batelada que seja recebida em um tanque da área e ao mesmo tempo seja despachada deste tanque para outro trecho de duto com vazão igual ou não àquela do recebimento. As informações das bateladas referentes à operação pulmão são dados de entrada;

4 o PDPETRO, Campinas, SP 3.1.0159-1 4 i. Limites superiores e inferiores de tancagem agregada para cada tipo de produto em cada área devem ser considerados. Através de uma etapa de pré-processamento, os tempos de recebimento e envio crítico (janelas de tempo desejadas para a batelada) são calculados, prevendo-se em qual tempo os terminais alcançariam os estoques críticos. As janelas de tempo são dados de entrada para o modelo MILP, passíveis de violação sob penalização na função objetivo; j. No início de cada programação, bateladas que estejam previamente nos dutos devem ser consideradas para efeito de cumprimento de demandas e balanço de estoques (inicialização dos dutos); e k. Devido ao elevado consumo energético necessário para o transporte dos produtos em dutos, o bombeamento deve ser, em alguns casos, interrompido periodicamente ao longo dos dias úteis da semana. O período restritivo é das 17:30 h às 20:30 h. No horário de verão, das 18:30 h às 21:30 h. 3.2 Metodologia Dentro do cenário em estudo, a busca por resultados práticos considerando uma carga computacional aceitável torna-se um grande desafio. Desta forma, uma abordagem de decomposição é proposta para tornar viável a implementação do solucionador de programações. A Figura 2 descreve de forma simplificada a arquitetura utilizada na solução do problema. Cenário de Produção e Consumo Cenário de Tanques e Dutos Dados Operacionais Horossazonal Modelo MILP Base de Dados Pré-Processamento (Heurística) Escalonamento das Atividades Operacionais Figura 2. Arquitetura utilizada na solução do problema Esta decomposição é baseada nos três elementos chave do escalonamento de operações: alocação de recursos, seqüenciamento de atividades e temporização das tarefas (Reklaitis, 1992). Em função das taxas de produção e consumo, tamanho típico de bateladas e estoques disponíveis, o bloco Pré-Processamento (procedimento heurístico) determina um conjunto de seqüências candidatas para bombeio. Em adição, o Pré- Processamento indica janelas de tempo para estas seqüências de bateladas. Um terminal pode receber uma batelada a partir do tempo em que este dispõe de um espaço igual ao volume da batelada abaixo do estoque máximo. Da mesma forma, considera-se que um terminal pode enviar uma batelada a partir do tempo em que este detém um estoque igual ao volume da batelada acima do estoque mínimo. Os tempos de recebimento e envio crítico são calculados prevendo-se em qual tempo os terminais alcançariam os estoques críticos (estoque máximo e estoque mínimo). Criam-se assim as duas janelas de tempo desejadas para a batelada, na origem e no destino. Os dados fornecidos pelo módulo de pré-processamento são utilizados pelo bloco Modelo MILP em tempo contínuo para determinar o escalonamento das atividades de transporte de toda a rede de dutos. As janelas de tempo previamente fornecidas deverão ser respeitadas de forma a manter o gerenciamento dos inventários dentro de níveis operacionais. Pela Figura 2, as informações oriundas do bloco de entrada (Cenário de Produção e Consumo, Cenário de Tanques e Dutos, Dados Operacionais) alimentam o bloco Base de Dados. Os blocos Modelo MILP e Pré-Processamento trocam informações com a Base de Dados criando-se instâncias de solução que podem ser acessadas através do módulo visualizador (Escalonamento das Atividades Operacionais) em formato de arquivo texto ou carta de Gantt. 3.3 Modelo matemático O modelo matemático utiliza técnicas de programação matemática inteira mista (MILP) com uma abordagem em tempo contínuo. Em sua formulação, o modelo considera rotas de fluxo previamente cadastradas (origem de bombeio, trechos de dutos e destino final), volume e vazão típica para cada produto a ser transportado. Os trechos de dutos possuem volumes não desprezíveis, sendo que permanecem completamente preenchidos, armazenando diferentes produtos durante os procedimentos de transporte. Enquanto um produto é bombeado a partir de uma área de origem, produtos previamente armazenados ao longo da rota são empurrados com a vazão imposta por esta nova batelada. Produtos armazenados nos trechos de dutos (inicialização da rede) devem ser roteados para seus destinos previamente especificados. Em cada uma das áreas, produtos recebidos dos trechos de dutos podem ser bombeados para tanques específicos ou encaminhados para outros trechos de dutos. Cada

4 o PDPETRO, Campinas, SP 3.1.0159-1 5 área possui um conjunto de tanques que podem armazenar diferentes tipos de produtos. Os níveis de inventário podem ser incrementados ou decrementados de acordo com o volume e vazão de cada produto recebido ou devido às taxas de produção e consumo local. O modelo MILP considera ainda os horários de sobretaxa de energia (horossazonalidade), evitando que operações de bombeio sejam iniciadas dentro destes intervalos. Várias restrições operacionais, tais como simultaneidade de bombeio/recebimento são implementadas, orientando a correta temporização das operações a serem programadas. Foram criadas variáveis para determinar o instante exato em que o procedimento de envio de uma batelada (b B) inicia (ib b,n,n,d ) e termina (fb b,n,n,d ), em relação a um determinado nó (n n N), através de um duto específico (d D, onde d conecta n e n ). De forma similar, outras variáveis contínuas determinam os tempos em que um nó destino inicia (ir b,n,n,d ) e termina o recebimento (fr b,n,n,d ) de uma batelada. Apesar de ser aceitável que produtos permaneçam parados no interior de um trecho de duto, esta situação influencia no custo operacional, devendo ser evitada através das variáveis auxiliares (fstop b,n,n,d ) e (istop b,n,n,d ). A formulação vem sendo extensivamente estudada, onde variáveis binárias foram utilizadas somente para contemplar as condições de horossazonalidade, evitando que operações de bombeio ocorram durante estes instantes de alta tarifa elétrica. A função objetivo é ponderada por fatores de custos operacionais (ktb, ktstop, ktd, kto), onde pesos podem ser definidos de forma a penalizar a solução em relação a satisfação de estoques, atrasos ou adiantamento de bombeio/recebimento em relação às áreas de origem/destino e tempos de parada. Restrições específicas foram criadas de forma a atender o gerenciamento de inventários. Como destacado anteriormente, o módulo de pré-processamento fornece janelas de tempo associadas a cada batelada. O modelo matemático procura então gerenciar o escalonamento das atividades de envio e recebimento nas diversas áreas da rede, respeitando os limites temporais previamente calculados. Algumas violações das janelas de tempo podem ser aceitas em relação às operações de envio na origem (ao b,n,n,d, do b,n,n,d ) ou recebimento no destino final (ad b,n,n,d, dd b,n,n,d ), mas são indesejáveis e devem ser penalizadas na função objetivo. As características operacionais de cada área devem ser consideradas pelo modelo. O número de recebimentos e envios simultâneos em um determinado nó é limitado por conjuntos compartilhados de bombas e válvulas disponíveis. Por exemplo, produtos podem ser enviados de N7 através dos dutos 11, 13 e 14, mas esta área em específico possui recursos para bombear apenas uma batelada em um dado instante de tempo. Numa situação hipotética em que várias bateladas são enviadas a partir de N7, o modelo deve gerenciar os inícios e finais de bombeio, respeitando as características locais de cada área. De maneira semelhante, os dutos 5, 7 e 15 podem sofrer reversão de fluxo, se for conveniente à operação da rede. Para tratar estas condições de reversão de dutos, restrições e condicionais lógicos específicos foram criados. Gerenciar tais situações em escalonamento de dutos é uma tarefa complexa, como aborda o trabalho de Magatão et al. (2004). Além das reversões de dutos, operações de pulmão ao longo da rota de transporte de produtos podem ocorrer. Por exemplo, a nafta é normalmente bombeada da origem N7 para o destino final N1, passando pela área intermediária N4. Esta transferência envolve os dutos 11 e 7, respectivamente. A vazão média de N7 para N4 através do duto 11 é de 450 m 3 /h, sendo que a vazão típica de N4 para N1 através do duto 7 é de 190 m 3 /h. Alternativamente, o produto pode ser bombeado diretamente de N7 para N1 à vazão de 190 m 3 /h, situação em que não é utilizado o conjunto de bombas da área N4. Entretanto, é operacionalmente recomendado que a Nafta seja bombeada de N7 para N4 à vazão de 450 m 3 /h. Neste caso o produto deve ser armazenado em tanques de N4, enquanto é bombeado de N4 para N1 à vazão inferior de 190 m 3 /h. Esta operação libera a área N7 antes da transferência total de Nafta, possibilitando que outras operações de bombeio em N7 sejam realizadas. Restrições específicas foram criadas para o modelo gerenciar tais condições operacionais. Um aspecto importante na criação das variáveis do modelo matemático refere-se ao conceito de rota. Cada rota é composta por uma seqüência de áreas (nós) intercaladas por segmentos de dutos (arestas), construindo o caminho de movimentação das bateladas desde a origem até o destino. A importância desta representação justifica-se quando analisamos a geração das variáveis adotadas na implementação do modelo matemático, cujos índices são elementos de conjuntos esparsos, gerados de acordo com a carteira de bateladas fornecida pelo módulo de pré-processamento. A Equação 1 representada a função objetivo, contemplando as principais variáveis do modelo matemático. (1)

4 o PDPETRO, Campinas, SP 3.1.0159-1 6 4. RESULTADOS Na Figura 3 é mostrada a tela do sistema computacional desenvolvido, apresentando a carta de Gantt gerada para uma solução teste que considera 71 bateladas (incluindo bateladas auxiliares de reversão e pulmão) ao longo do horizonte de aproximadamente 1 mês. A interface apresenta algumas informações a respeito de cada batelada seqüenciada, assim como sua movimentação em relação à topologia da rede. Os pares de bateladas (4, 5), (6, 7), (10, 11), (15, 16) e (19, 20), presentes nos dutos 11 e 6, correspondem a situações onde há operação pulmão, quando ocorre a quebra da batelada em duas (nesse caso com vazões distintas). A batelada 4 tem vazão maior que a batelada 5. Deste modo, o início de bombeio da batelada 5 na área em questão será igual ao início de recebimento da batelada 4 nesta mesma área. Figura 3. Solução para o horizonte de 1 mês (71 bateladas) A batelada 21 auxilia na reversão do duto 7 e está situada entre as bateladas 7 (área N4 área N1) e 22 (área N1 área N4). O duto 15 apresenta 2 casos de reversão através das bateladas 50 e 59. A batelada 50 está situada entre as bateladas 48 (área N1 área N9) e 51 (área N9 área N8). A batelada 59 está situada entre as bateladas 58 (área N9 área N8) e 60 (área N3 área N9). O atendimento às restrições locais de bombeio podem ser observadas nas bateladas 20 e 21 (área N4). Neste caso, a batelada 21 é bombeada somente após o término de bombeio da batelada 20, respeitando a restrição de um bombeio simultâneo na área N4. Outro exemplo compreende a batelada 57 (área N7), onde tem seu início de envio somente após o término de bombeio da batelada 19. As restrições de horossazonalidade atuam no modelo de forma a penalizar as bateladas bombeadas dentro do horário restritivo de pico elétrico. Durante este período, o tempo de bombeio é acrescido em 3 horas, sinalizando que ocorre uma parada destas operações nas áreas relacionadas. Outras informações podem ser obtidas pela tela da Figura 3 como, por exemplo, a taxa de ocupação dos dutos em porcentagem (à direita). Para o duto 11 observa-se uma taxa de utilização de 85%, ou seja, este duto encontra-se ocupado durante 85% do horizonte de tempo considerado, representando um potencial gargalo para o sistema. Como apresentado, a estrutura de otimização permite ao programador visualizar o escalonamento gerado com detalhes de vários dias adiante, prevendo problemas de operação de bombeio, falta de produtos em áreas específicas, auxiliando na tomada de decisão operacional. De forma comparativa, a Tabela 1 mostra os resultados computacionais obtidos para esta e outras instâncias de estudo. A plataforma utilizada nas soluções é composta por um Pentium 4 2.4GHz (1GB RAM), executando o solver ILOG OPL Studio 3.6.1 (ILOG, 2002). Número de Bateladas Número Total de Variáveis Tabela 1 Resultados Computacionais Número de Variáveis Binárias Número Total de Restrições Tempo Computacional (segundos) 11 1548 1020 4118 0,49 71 5264 3060 14148 9,92 84 6424 3774 17342 15,25

4 o PDPETRO, Campinas, SP 3.1.0159-1 7 5. CONCLUSÃO O desenvolvimento do modelo foi baseado em técnicas de programação linear inteira mista com abordagem contínua do tempo. As instâncias resolvidas representaram cenários reais de uma malha dutoviária de claros, onde a dificuldade de programação das atividades é um problema enfrentado pelos especialistas da área. Buscando uma forma de tratar a programação de operações juntamente com o compartilhamento de recursos, gerenciamento de estoques, atendimento às demandas e aos requisitos operacionais, o efeito da complexidade computacional foi minimizado através de uma estratégia de subdivisão do problema. Dessa forma, horizontes de até 1 mês puderam ser tratados, permitindo um planejamento das movimentações a curto e médio prazos. O problema de otimização foi implementado através do solver comercial ILOG OPL Studio 3.6.1 (ILOG, 2002), onde modelos de larga escala foram gerados e resolvidos em tempos computacionais não elevados. As principais dificuldades enfrentadas no desenvolvimento do modelo matemático proposto relacionam-se com o entendimento do problema a ser resolvido e as particularidades do cenário em estudo. Para tanto, um fator primordial foi a compreensão do processo heurístico utilizado para a construção manual da programação de transporte de derivados. O estágio atual do projeto contempla vários elementos práticos que estão em fase de validação junto aos especialistas. O passo seguinte compreende a ampliação da rede, onde mais áreas e dutos serão inseridos no escopo do problema. A metodologia adotada mostrou-se promissora, permitindo que particularidades do cenário em estudo fossem evidenciadas, mostrando que a abordagem proposta pode ser eficiente no auxílio ao procedimento de tomada de decisão operacional. Muitos detalhes foram omitidos devido a restrições de divulgação do financiador do projeto. 6. AGRADECIMENTOS Este trabalho é financiado pelo CENPES/PETROBRAS. Apoio financeiro da Agência Nacional do Petróleo - ANP - e da Financiadora de Estudos e Projetos - FINEP - por meio do Programa de Recursos Humanos da ANP para o Setor Petróleo e Gás - PRH-ANP/MCT (PRH10- UTFPR). 7. REFERÊNCIAS APPLEQUIST, G.; SAMIKOGLU, O.; PEKNY, J.F. and REKLAITIS, G.V. Issues in the use, design and evolution of process scheduling and planning systems. ISA Transactions. v.36(2), p.81-121, 1997. CAFARO, D.C. and CERDÁ, J. Optimal scheduling of multiproduct pipeline systems using a non-discrete MILP formulation. Computers and Chemical Engineering. v.28, p.2053-2068, 2004. IERAPETRITOU, M.G. and FLOUDAS, C.A. Short-term scheduling: New mathematical models vs algorithmic improvements. Computers and Chemical Engineering. v.22(supplement), p.419-426, 1998. ILOG. OPL Studio 3.6.1 User s Manual. France: ILOG Corporation, 2002. KENNEDY, J.L. Oil and Gas Pipeline Fundamentals. Oklahoma: PennWell Publishing Company, 1993. 366p. LEE, H.; PINTO J.M.; GROSSMAN, I.E. and PARK, S. Mixed-integer linear programming model for refinery short-term scheduling of crude oil unloading with inventory management. Industrial and Engineering Chemistry Research. v.35, p.1630-1641, january 1996. MAGATÃO, L. Mixed integer linear programming and constraint logic programming: Towards a unified modeling framework. Maio, 2005. 166p. Tese de doutorado. CEFET-PR/CPGEI, Curitiba, 2005. MAGATÃO, L; ARRUDA, L.V.R. and NEVES-JR, F. A mixed integer programming approach for scheduling commodities in a pipeline. Computers and Chemical Engineering. v.28, p.171-185, 2004. MÁS, R. and PINTO, J.M. A mixed-integer optimization strategy for oil supply in distribution complexes. Optimization and Engineering. v.4, p.23-64, june 2003. MÁS, R. and PINTO, J.M. A mixed-integer optimization strategy for oil supply in distribution complexes. Optimization and Engineering. v.4, p.23-64, 2003. REJOWSKI-JR. R. and PINTO, J.M. Efficient MILP formulations and Valid Cuts for Multiproduct Pipeline Scheduling. Computers and Chemical Engineering. v.28, p.1511-1528, 2004. REKLAITIS, G.V. Overview of scheduling and planning of batch process operations. Proceedings of the NATO. Antalya, Turkey, 1992, p.660-675. RELVAS, S.; BARBOSA-PÓVOA, A.P.F.D.; MATOS, H.A.; FIALHO, J. and PINHEIRO, A.S. Pipeline Scheduling and Distribution Centre Management A Real-world Scenario at CLC. Proceedings of 16th European Symposium on Computer Aided Process Engineering. v.2, p.2135-2140, 2006. STEBEL, S.L. Técnicas de otimização aplicadas em problemas de scheduling dos recursos de estocagem. Maio, 2006. 132p. Tese de Doutorado. UTFPR-PR/CPGEI, Curitiba, 2006.

4 o PDPETRO, Campinas, SP 3.1.0159-1 8 SUBRAHMANYAM, S.; BASSET, M.H.; PEKNY, J.F. and REKLAITIS, G.V. Issues in solving large scale planning, design and scheduling problems in batch chemical plants. Computers and Chemical Engineering. v.19(supplement), p.577-582, 1995. WU, D. and IERAPETRITOU, M.G. Decomposition approaches for the efficient solution of short-term scheduling problems. Computers and Chemical Engineering. v.27, p.1261-1276, 2003. OPERATIONAL SCHEDULING FOR A MULTIPRODUCT PIPELINE NETWORK Pipeline networks have been mainly used to transport petroleum and its derivatives in petroleum industry. The pipeline transportation has great potential for application of optimization techniques, aiming productivity increasement. This paper addresses the problem of developing an optimisation structure to aid the operational decision-making of scheduling activities in a real-world pipeline network. The scenario, used to transport petroleum derivatives, involves 9 areas (3 refineries, 1 harbour, and 5 distribution centres). In addition, it includes 15 pipes, each one with a particular volume (e.g. pipe 1 has more than 42000 m3). Three pipes can have the flow direction reverted, accordingly to operational procedures. More than 10 oil derivatives can be transported. A product can take many hours to reach the final destination. Each product presents a specific tankfarm, according to the considered node. During the scheduling horizon, many batches are pumped from (or passing through) different nodes. Pipes are a disputed resource. The balance between demand requirements and production campaigns, while satisfying inventory management issues and pipeline pumping procedures, is a difficult task. Nowadays, the scheduling process has been conducted by operational experience. Some papers have already addressed scheduling decisions within pipeline networks, but the considered scenario is particularly complex. Thus, the computational burden of determining the short-term scheduling within the considered scenario is a relevant issue. Therefore, a decomposition approach is proposed to address such real-world problem. This decomposition is based on the three key elements of scheduling: assignment of resources, sequencing of activities, and determination of resource timing utilization by these activities. A pre-processing block, which takes into account production/consumption functions, determines candidate sequences of pumping. The pre-processing indicates time-windows to the established sequences. Then, the pre-processed data are used by a continuous-time MILP model, which determines the operational short-term scheduling. Such model considers, for instance, tankage constraints, volume of pipes, typical flow rates, production/consumption constraints and a series of operational requirements. In addition, the electric energy presents on-peak demand hours, and this feature also influences operational decisions. The model has been extensively tested in typical operational scenarios, which, in general, involve more than 70 batches. The scheduling horizon was approximately 1 month. Typical instances yield large-scale MILP models with roughly 6000 variables (3000 binary) and 20000 constraints. Such models have been solved to optimality in few CPU seconds using a commercial package. Many insights have been derived from the obtained solutions, and the proposed approach can aid the decision-making process. Scheduling, Pipeline Network, MILP, Optimization, Petroleum Industry Os autores são os únicos responsáveis pelo conteúdo deste artigo.