- Apresentar experiências i entre profissionais i i responsáveis pelo patrimônio cultural.



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Transcrição:

Universidade de Brasília Departamento de Ciência da Informação e Documentação Curso de Arquivologia Disciplina: Conservação e Restauração de Documentos Profa. Lillian Alvares Conservação e Preservação de Acervos Documentais - Aspectos Gerais - 1

Objetivos da Disciplina - Sensibilizar os futuros profissionais para a importância do tratamento dos acervos arquivístivos e bibliotecários sob a custódia de instituições públicas e privadas. - Apresentar experiências i entre profissionais i i responsáveis pelo patrimônio i cultural. - Capacitar os futuros profissionais da Ciência da Informação e de áreas afins em técnicas de conservação e preservação de acervos. - Aprimorar o conhecimento em procedimentos de conservação e preservação 2

- Desde as idades mais remotas, diversos sistemas de registro do pensamento, abstratos ou figurativos, surgiram. - A invenção do sistema alfabético, por exemplo, cerca de 1.200 a.c. foi uma etapa decisiva na história da humanidade. Ao decompor a linguagem falada em determinada simbologia, o alfabeto permitiu que se registrasse o conhecimento na forma de escrita de todas as línguas daquela região, estabelecendo assim vínculos muito fortes de comunicação entre os povos. 3

- A humanidade evolui por meio de um lastro cultural preexistente. Assim, forma-se um elo de continuidade, baseado no registro do patrimônio cultural dos homens. - Patrimônio é constituído por bens passíveis de serem transmitidos às novas gerações. O conhecimento, no entanto, requer uma intervenção voluntária a fim de que sua preservação e entendimento sejam assegurados. - O museu, o arquivo, a biblioteca como os conhecemos hoje, são símbolos e guardiões do patrimônio, reunindo artefatos da nossa memória, partícipe da transmissão de conhecimentos e reflexo da nossa identidade, começou a ser gestado na Idade Média quando a Igreja reuniu grandes coleções. 4

- Até o final do séc. XVIII, as coleções tinham um caráter privado. O acesso às coleções só se efetivou com a Revolução Francesa que converteu as grandes coleções reais em museus e arquivos públicos, e eles foram estabelecidos como um dos instrumentos da democratização do saber, juntamente com as bibliotecas. 5

- O desejo das culturas de conservar para o futuro seu patrimônio permitiu que através dos séculos ocorresse uma acumulação patrimonial. Mas onde guardar o patrimônio? No início, os prédios ocuparam palácios já existentes, cuja arquitetura imponente poderia, e certamente o fez, intimidar o público, além de obrigar a execução de um mínimo de adaptações para obter certa funcionalidade. 6

- No séc. XX a arquitetura começa a procurar a verdadeira identidade, d planejando a adequação entre conteúdo e segurança. Inicia-se, também, intensa atividade investigadora para elaborar as melhores formas de organizar o acervo com vistas a preservação. 7

- A preservação do conhecimento é uma das funções que menos rapidamente mudam. Através dos séculos, o ponto focal da universidade tem sido a biblioteca, com o seu acervo de obras impressas preservando o conhecimento da civilização. Mas apesar de todo o esforço de preservar o conhecimento para as gerações futuras, muitas são as obras danificadas, especialmente as mais antigas. 8

- Um breve passeio entre as estantes de bibliotecas e arquivos podem revelar à olhos atentos, dezenas de documentos com lombadas danificas, capas e páginas soltas, rasgadas, amassadas. Então, o que fazer para restituir a integridade física desses documentos? 9

- Restaurar. Se o documento já foi danificado não resta outro caminho a seguir. Mas é importante t lembrar que a restauração é uma atividade muito onerosa, pois exige equipamentos e materiais de alto custo além de mão de obra especializada. 10

- Diante de um acervo em risco, a primeira atitude deve ser identificar os fatores que promoveram seu desgaste e estabelecer critérios i que estanquem o processo de degradação, implantando o mais rápido possível uma política de conservação preventiva. 11

- As políticas de acervo, no âmbito do acesso e do manuseio do livro raro, recomendam conservar para não restaurar, na medida em que a restauração atinge, apenas, o suporte e não a informação. 12