PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO DO CURSO DE FARMÁCIA



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Transcrição:

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO Universidade Federal de Alfenas. UNIFAL-MG Rua Gabriel Monteiro da Silva, 700. Alfenas/MG. CEP 37130-000 Fone: (35) 3299-1000. Fax: (35) 3299-1063 PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO DO CURSO DE FARMÁCIA Alfenas - MG 2012

PROJETO POLITICO PEDAGÓGICO DO CURSO DE FARMÁCIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALFENAS - UNIFAL-MG - Projeto Político Pedagógico do Curso de Farmácia apresentado ao Núcleo Docente Estruturante NDE como requisito necessário para atender as estratégias propostas pelo Programa Nacional de Reorientação da Formação Profissional em Saúde Pró-Saúde - e pelas Diretrizes Curriculares Nacionais. Coordenadora: Profa. Márcia Helena Miranda Cardoso Podestá Alfenas - MG 2012

DIRIGENTES, COLEGIADOS E COMISSÕES. Reitor Paulo Márcio de Faria e Silva Vice-Reitor Edmêr Silvestre Pereira Júnior Procuradora Geral Soraya Helena Coelho Leite Chefe de Gabinete Paulo César de Oliveira Secretária Geral Adriana Teófilo Silva Vieira Pró-Reitora de Graduação Lana Ermelinda da Silva dos Santos Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação Antônio Carlos Doriguetto Pró-Reitora de Extensão Maria de Fátima Sant'anna Pró-Reitor de Recursos Humanos Júlio Cesar Barbosa Pró-Reitora de Administração Vera Lúcia de Carvalho Rosa Assessor de Planejamento Tomás Dias Sant'Ana Diretor do Instituto de Ciências Biomédicas Adir Araújo Diretora da Faculdade de Ciências Farmacêuticas Magali Benjamim de Araújo Magali Benjamim de Araújo Diretora do Instituto de Ciências Exatas Lira Celeste Alves

Diretora do Instituto de Química Alzira Maria Serpa Lucho Coordenadora do Curso de Farmácia Márcia Helena Miranda Cardoso Podestá Diretora do DRGCA Geórgia Valéria Andrade Loureiro Nunes Presidente COPEVE Eliza Maria Rezende Dázio Coordenadora CEAD Gabriel Gerber Hornink Assessoria de Assuntos Interinstitucionais Masaharu Ikegaki Coordenação de Extensão do Curso de Farmácia Sandra Maria Oliveira Morais Veiga Diretora do Núcleo de Controle de Qualidade Magali Benjamim de Araújo Diretor da Farmácia Universitária Ricardo Radighieri Rascado Diretora do Laboratório de Análises Clínicas Maria Rita Rodrigues Colegiado do Curso de Farmácia Márcia Helena Miranda Cardoso Podestá (Presidente) Walnéia Aparecida de Souza Stella Maris da Silveira Duarte Renato Rizo Ventura Acadêmico Rodrigo Luiz Dominiquini

1 NÚCLEO DOCENTE ESTRUTURANTE NDE Profa. Márcia Helena Miranda Cardoso Podestá Presidente - Profa. Ana Lúcia Leite Moraes Profa. Antonella Sachsida Braga Vilela Prof. Diogo Teixeira Carvalho Profa. Elisangela Monteiro Pereira Prof. Geraldo Alves da Silva Prof. Marcello Garcia Trevisan Profa. Marcia Cristina Livonesi Profa. Maria Rita Rodrigues Profa. Sandra Maria Oliveira Morais Veiga Profa. Vanessa Bergamin Boralli Marques Readequação do Projeto Político Pedagógico para atender as estratégias propostas pelo Programa Nacional de Reorientação da Formação Profissional em Saúde (Pró-Saúde) - e as orientações das Diretrizes Curriculares Nacionais. Profa. Olinda Maria Gomes da Costa Vilas Boas (Coordenadora do Curso de Farmácia no período de abril de 2010 a abril de 2012) TAE: Marlene Alves dos Santos (Secretária da Coordenação do Curso de Farmácia)

2 IDENTIFICAÇÃO DO CURSO Curso Graduação em Farmácia Modalidade de Grau Bacharelado Habilitação Farmacêutico Título acadêmico Bacharel em Farmácia Modalidade de ensino Presencial Regime de matrícula Semestral Regime de progressão curricular Seriado Tempo de integralização Mínimo 5,0 anos - Máximo 7,5 anos Carga horária Total 4815 horas Regime de Ingresso Número de vagas para ingresso Forma de ingresso Semestral 50 (por período de oferta de vagas para ingresso) Processo Seletivo Turno de funcionamento Local de funcionamento Integral (Matutino e Vespertino) Campus Sede: R: Gabriel Monteiro da Silva 700 Centro 37130 000 Alfenas/MG

3 SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO... 4 2. CARACTERIZAÇÃO E CONCEPÇÃO DO CURSO... 5 2.1 Denominação e Identificação da Instituição... 5 2.2 Situação Jurídica... 5 3. IDENTIFICAÇÃO DO CURSO... 6 4. O CURSO DE FARMÁCIA NA UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALFENAS... 12 4.1 Diagnóstico da Situação Atual do Ensino do Curso de Farmácia... 12 5. PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO... 26 5.1 Objetivo do Curso... 26 5.2 Perfil do Egresso... 26 5.3 Temas Abordados na Formação... 27 5.4 Ambientes de Atuação... 27 5.5 Infraestrutura Recomendada... 28 5.6 Estágio Obrigatório e Estágio Não Obrigatório... 28 5.7 Atividades Complementares... 30 5.8 Disciplinas Optativas... 30 5.9.Trabalho de Conclusão de Curso - TCC... 30 5.10. Conclusão do Curso... 31 6. PERFIL GRÁFICO DO CURSO DE FARMÁCIA... 34 7. DISCIPLINAS OPTATIVAS... 35 7.1 Disciplinas optativas curriculares... 35 7.2 Disciplinas optativas livres... 35 8. EMENTÁRIO... 41 9. AVALIAÇÃO DAS ATIVIDADES CURRICULARES... 60 10. ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO DO PROJETO P. PEDAGÓGICO... 60 11. CONSIDERAÇÕES FINAIS... 61 12. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA... 62

4 1. APRESENTAÇÃO Ao apresentar o Projeto Político Pedagógico do Curso de Farmácia da Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL-MG), é importante esclarecer que não é um texto pronto. A releitura e a participação dos docentes e discentes nas demais etapas da construção do projeto, as orientações e os eventos promovidos pelo Conselho Federal de Farmácia, Conselho Regional de Farmácia, Ministério da Saúde e Ministério da Educação, contribuíram para adicionar novos elementos no Projeto político pedagógico. Seus itens foram escritos e reescritos, resultando em momentos de discussão e reflexão para reestruturá-lo e adequá-lo às Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Farmácia. Em novembro de 2010, com a criação do Núcleo Docente Estruturante (NDE) - (RESOLUÇÃO Nº 21/2010) muitos pontos de reflexão partiram de sugestões apresentadas e, até mesmo, solicitadas pelos docentes em discussões sobre reforma curricular, ou de estudos e assessorias de outras Instituições Superiores de Ensino e constituíram um projeto inovador construído de forma gradativa e reflexiva. A interação dialógica refletida no projeto foi resultante de um processo de análise dos conteúdos curriculares para adequação, às Diretrizes Curriculares, do Curso de Farmácia da Universidade Federal de Alfenas - UNIFAL- MG. As propostas para a elaboração do Projeto Político Pedagógico do Curso de Farmácia da UNIFAL-MG frente às Diretrizes Curriculares Nacionais (CNE. Resolução CNE/CES 2/2002) - culminaram num planejamento básico para estabelecer o que fazer, quando fazer, como fazer, quem fazer e em que sequência fazer. Para tal o NDE e a coordenação promoveram, e continuam promovendo, várias discussões durante todo seu trabalho, avaliando as dificuldades e acertos, vivenciando uma construção compartilhada do conhecimento. As ideias de ciclos de formação, núcleos de conhecimento por complexidade crescente, interdisciplinaridade, estágios com caráter técnico-social estão presentes em todo o projeto que traduz inovação e participação daqueles que são os verdadeiros responsáveis pela efetivação de um bom ensino.

5 2. CARACTERIZAÇÃO E CONCEPÇÃO DO CURSO 2.1 Denominação e Identificação da Instituição Nome: Universidade Federal de Alfenas Sigla: UNIFAL- MG Endereço: Rua Gabriel Monteiro da Silva, 700. Centro Alfenas - MG. CEP: 37130-000 Caixa Postal: 221 Telefone: (35) 3299-1062 Fax: (35) 3299-1063 Homepage: http://www.unifal-mg.edu.br E - mail: reitoria@unifal-edu.br CGC/MF: 17.879.859/0001-15 2. 2 Situação Jurídica: Instituição de Ensino, Pesquisa e Extensão, fundada em 03 de abril de 1914 com a implantação do Curso de Farmácia. Federalizada pela Lei nº 3.854 de 18 de dezembro de 1960, é Instituição Federal de Ensino, vinculada ao Ministério da Educação, constituída sob a forma de Autarquia, em Regime Especial, através do Decreto nº 70.686, de 07 de junho de 1972 e credenciada como Centro Universitário Federal, conforme Portaria nº. 2. 101 de 1º de outubro de 2001, do Ministro da Educação, com autonomia didático-científica, administrativa, disciplinar, de gestão financeira e patrimonial, na forma da lei. Em 29 de julho de 2005, a lei n 11.154 transforma a Efoa/Ceufe em Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL-MG). Reitor: Prof. Dr. Paulo Márcio de Faria e Silva Vice-Reitor: Prof. Dr. Edmêr Silvestre Pereira Júnior

6 3. IDENTIFICAÇÃO DO CURSO UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALFENAS A Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL-MG), originalmente, Escola de Farmácia e Odontologia de Alfenas (Efoa), foi fundada no dia 03 de abril de 1914, por João Leão de Faria, com a implantação do curso de Farmácia e, no ano seguinte, com a do curso de Odontologia. A Efoa foi reconhecida pela Lei Estadual nº 657, de 11 de setembro de 1915, do Governo do Estado de Minas Gerais. Primeira Diretoria: João Leão de Faria, Diretor; Amador de Almeida Magalhães, Vice-Diretor; Nicolau Coutinho, Tesoureiro e José da Silveira Barroso, Secretário. Em 11 de setembro de 1916, doações angariadas por uma comissão de alunos possibilitaram a criação da biblioteca. O reconhecimento nacional realizado pelo então Ministério da Educação e Saúde Pública consta no Art. 26 do Decreto 19.851 e, em 23 de março de 1932, quando foi aprovado o novo regulamento, enquadrando-a nas disposições das leis federais. A Lei nº 3.854, de 18 de dezembro de 1960, determinou sua federalização, estando sua direção a cargo do Prof. Paulo Passos da Silveira. A transformação em Autarquia de Regime Especial efetivou-se por meio do Decreto nº 70.686, de 07 de junho de 1972. Essa transformação favoreceu a implantação do curso de Enfermagem e Obstetrícia, autorizado pelo Parecer nº 3.246, de 05 de outubro de 1976 e pelo Decreto nº 78.949, de 15 de dezembro de 1976 e reconhecido pelo Parecer do CFE nº 1.484/79, Portaria MEC nº 1.224, de 18 de dezembro de 1979. Sua criação atendia, nessa época, à política governamental de suprimento das necessidades de trabalho especializado na área de saúde. Em 1999, foram implantados os cursos de Nutrição, Ciências Biológicas e a Modalidade Fármacos e Medicamentos, para o curso de Farmácia, todos autorizados pela Portaria do MEC 1.202, de 03 de agosto de 1999, com início em 2000. A partir das ampliações dos cursos e da visão da Instituição, realizouse a mudança para Centro Universitário Federal (Efoa/Ceufe) um ano após início dos novos cursos (Portaria do MEC nº 2.101, de 1º de outubro de 2001).

7 Visando atender às exigências legais das Diretrizes Curriculares, o curso de Ciências Biológicas foi desmembrado em modalidades, originando os cursos de Ciências Biológicas (Licenciatura), com início no segundo semestre de 2002, aprovado pela Resolução 005/2002, do Conselho Superior, de 12 de abril de 2002 e Ciências Biológicas (Bacharelado), com início no primeiro semestre de 2003, baseado na Portaria do MEC 1.202, de 03 de agosto de 1999. Dando continuidade à expansão da Efoa/Ceufe, em 2003, iniciou-se o curso de Química (Bacharelado), aprovado pela Resolução 002/2003, de 13 de março de 2003, do Conselho Superior. A Efoa/Ceufe se preocupou não apenas com a expansão dos cursos presenciais, mas também dos cursos a distância, criando, em fevereiro de 2004, o Centro de Educação Aberta e a Distância CEAD, o qual passou a construir novas propostas de cursos de graduação e de especialização a distância. Em 29 de julho de 2005, a Instituição foi transformada em Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL-MG), pela Lei 11.154. Atendendo às políticas nacionais para a expansão do ensino superior, a UNIFAL-MG implantou em 2006 os cursos de Matemática (Licenciatura), Física (Licenciatura), Ciência da Computação e Pedagogia, além de ampliar o número de vagas para o curso de Química (Bacharelado) de 20 para 40 alunos. Dando sequência ao processo de expansão universitária, em 2007, foram implantados os cursos de Química (Licenciatura); Geografia (Bacharelado); Geografia (Licenciatura); Biotecnologia, mais as Ênfases Ciências Médicas e Ciências Ambientais no curso de Ciências Biológicas e ampliouse a oferta de vagas, para o curso de Nutrição. Destaca-se que, em 2006, criaramse 445 vagas e, em março de 2007, o número de alunos matriculados chegou a 1779, sendo que 293 (16,5%) dos matriculados estavam no período noturno. Em 2008, o curso de Ciências Biológicas com Ênfase em Ciências Médicas foi transformado no de Biomedicina. No ano de 2009, foram inaugurados os cursos de História (Licenciatura); Letras - Bacharelado em Português e Bacharelado em Espanhol; Letras - Licenciatura em Português e Licenciatura em Espanhol; de Ciências Sociais (Licenciatura/Bacharelado) e o curso de Fisioterapia, no primeiro semestre, no campus de Alfenas. Atendendo às tendências de expansão das Instituições Federais de Ensino Superior, foi aprovada pelo Conselho Superior da UNIFAL-MG, a criação dos campi nas cidades de Varginha e Poços de Caldas e, de outro, em Alfenas. Foram

8 criados, para o campus de Varginha, os cursos de Bacharelado Interdisciplinar em Ciência e Economia; Ciências Atuariais; Administração Pública e Ciências Econômicas, e os cursos de Bacharelado Interdisciplinar em Ciência e Tecnologia; Engenharia Urbana e Ambiental; Engenharia de Minas, e Engenharia Química, para o campus de Poços de Caldas, com início no primeiro semestre de 2009. No segundo semestre de 2009, passaram a ser oferecidas as licenciaturas a distância em Química e Ciências Biológicas, com polos em Campos Gerais e Boa Esperança, respectivamente. O cenário político-social das regiões Sul e Sudeste de Minas Gerais propiciou as discussões entre as universidades federais, resultando, em junho de 2011, na aprovação à participação da UNIFAL-MG no consórcio pelo Conselho Universitário. A Pós-graduação, iniciada na Instituição na década de 1980, oferece vários cursos de Especialização presenciais, na área de saúde, no campus de Alfenas: Gerontologia; Farmacologia Clínica; Análises Clínicas; Atenção Farmacêutica; Endodontia; Implantodontia; Periodontia; Terapêutica Nutricional, entre outros. O campus de Varginha oferece Controladoria e Finanças. Na área de Educação, é oferecido o curso Teorias e Práticas na Educação, na modalidade a distância, nos polos: Bambuí, Bragança Paulista, Franca, Santa Isabel e Serrana. Atualmente, a UNIFAL-MG oferece onze programas de pós-graduação stricto sensu, em nível de Mestrado e Doutorado, recomendados pela Capes: Ciências Farmacêuticas; Química, Ecologia e Tecnologia Ambiental; Enfermagem; Ciência e Engenharia dos Materiais; Biociências Aplicadas à Saúde; Ciências Odontológicas; Física; Gestão Pública e Sociedade, Ciência e Engenharia Ambiental e o Multicêntrico em Ciências Fisiológicas. O Programa de Pós-graduação em Ciências Farmacêuticas teve início em agosto de 2005, dividido em duas áreas de concentração: Desenvolvimento e avaliação microbiológica e físico-química de fármacos, toxicantes e medicamentos ; Obtenção, identificação e avaliação de compostos bioativos. O Programa de Pós-graduação em Química teve início em março de 2008, dividido em quatro áreas de concentração: Físico-Química ; Química Analítica ; Química Inorgânica e Química Orgânica.

9 Em 2009, iniciaram-se o Mestrado e o Doutorado em Ciências Fisiológicas, integrando o Programa Multicêntrico de Pós-Graduação em Ciências Fisiológicas da Sociedade Brasileira de Fisiologia (SBFis). Em 2010, iniciou-se o Mestrado em Ecologia e Tecnologia Ambiental, dividido em duas áreas de concentração: Tecnologia Ambiental e Meio Ambiente: Sociedade e Diversidade Biológica. Em 2011, os programas de Pós-graduação em Enfermagem, Biociências Aplicadas à Saúde e Ciência e Engenharia dos Materiais iniciaram suas atividades. O Programa de Pós-graduação em Enfermagem conta com três linhas de pesquisa: o processo do cuidar em Enfermagem; Gestão em serviços de saúde e Enfermagem e saúde materno-infantil. O Programa de Pós-graduação em Biociências Aplicadas à Saúde conta com três áreas de concentração: Doenças infecciosas e parasitárias; Fisiopatologia e Neurociências e Comportamento. O Programa de Pós-graduação em Ciência e Engenharia dos Materiais apresenta uma área de concentração intitulada Desenvolvimento, Caracterização e Aplicação de Materiais e quatro linhas de pesquisa: Ligas Metálicas para Aplicações Tecnológicas; Tecnologia de Materiais Aplicados à Saúde; Materiais Amorfos e Semicristalinos; Materiais e Compósitos Cerâmicos. Em 2012 os Programas de Pós-graduação em Gestão Pública e Sociedade, Ciência e Engenharia Ambiental, Física e Ciência Odontológicas foram recomendados pela CAPES e iniciaram suas atividades. O Programa de Pósgraduação em Gestão Pública e Sociedade, instalado no Campus de Varginha MG está inserido na área de concentração denominada Gestão Pública e Sociedade e conta com duas linhas de pesquisa: Estado, regulação e desenvolvimento econômico e Gestão, instituições e políticas públicas. O Programa de Pósgraduação em Ciência e Engenharia Ambiental, Campus de Poços de Caldas MG, conta com a área de Concentração em Ciência e Engenharia Ambiental. Esta área aborda de forma inter e multidisciplinar os estudos de preservação e remediação de ambientes naturais, envolvendo aspectos de ciências naturais (física, química e biologia), ciências humanas (gestão, planejamento e educação) e/ou ciência aplicada (Engenharia Ambiental). Busca formar recursos humanos capazes de evidenciar, identificar, discutir e propor soluções em relação aos problemas ambientais decorrentes de ambientes antropizados, bem como avaliar ecossistemas, a fim de caracterizá-los e descrevê-los para preservação ou uso sustentável.

10 O Programa de Pós-graduação em Física, Campus Sede em Alfenas MG, em associação ampla com a Universidade Federal de Lavras e Universidade Federal de São João Del Rei, está estruturado em duas áreas de concentração: Física da Matéria Condensada e Física de Partículas e Campos, e visa preencher a lacuna da ausência de cursos de pós-graduação Stricto sensu em Física na região geográfica onde estão situadas as instituições participantes da associação. O Programa de Pós-graduação em Ciências Odontológicas, Campus Sede em Alfenas MG, conta com uma área de concentração, Odontologia, e oferece 04 linhas de pesquisa: Epidemiologia das doenças bucais, Biologia dos tecidos do complexo bucomaxilofacial, Alterações patológicas do complexo bucomaxilofacial e Bioengenharia de materiais odontológicos e reparação tecidual. Os Programas de Pós-graduação contam com o apoio da Capes e da FAPEMIG por meio de bolsas concedidas aos alunos, além do Programa Institucional de Bolsas da UNIFAL-MG. Também estão previstos novos cursos de pós-graduação strictu sensu: mestrados em Energia e Sustentabilidade e Ciências e Engenharia Ambiental em Poços de Caldas; mestrado em Gestão Pública e Sociedade em Varginha e, em Alfenas, mestrados em Educação, Estudos Culturais, Biometria e Matemática Aplicada, além do doutorado em Química em Alfenas. As atividades de pesquisa dos discentes de graduação são viabilizadas mediante os Programas Institucionais de Bolsas de Iniciação Científica, sendo eles: PIBIC/CNPq (Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica/CNPq); PIBITI/CNPq (Bolsas de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação); PIBICT/FAPEMIG (Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica e Tecnológica); PROBIC/UNIFAL-MG (Programa de Bolsas de Iniciação Científica); PAIND (Programa de Apoio à Instalação de Novos Docentes); PAIRD (Programa de Apoio à Instalação de Recém-Doutores). Para alunos procedentes do 2º Ano do Ensino Médio das Escolas Públicas Municipais ou Estaduais ou Federais dos municípios de Alfenas, de Poços de Caldas e de Varginha, estão disponíveis o PIBICT-Júnior/FAPEMIG (Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica Jr) e o PIBIC-EM (Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica para o Ensino Médio). As ações de extensão, hoje consolidadas e a criação da Universidade da Terceira Idade (Unati), representam outra via de direcionamento dos trabalhos

11 acadêmicos, a qual possibilita o contato e o intercâmbio permanentes entre o meio universitário e o social, intensificando as relações transformadoras entre ambas por meio de processos educativos, culturais e científicos, visando à melhoria da qualidade do ensino e da pesquisa, à integração com a comunidade e ao fortalecimento do princípio da cidadania, bem como ao intercâmbio artístico-cultural. Reconhecida nacionalmente pela qualidade do ensino aos 98 anos, a UNIFAL-MG mais uma vez, se prepara para outras conquistas com a implantação de novos cursos presenciais e polos para o ensino a distância. Dentre os cursos presenciais foram aprovados pelo Conselho Superior: Medicina, Terapia Ocupacional, Serviço Social e Filosofia, em trâmite pelo MEC. Dessa maneira, como Instituição Pública de Ensino Superior, a UNIFAL-MG acredita responder, efetivamente, às demandas educacionais da sociedade e participar dos problemas e desafios impostos pelo desenvolvimento local, regional e nacional. A UNIFAL-MG, aos 98 anos, é reconhecida atualmente como instituição de ensino superior de destacada qualidade, com bons resultados em seus cursos de graduação e de pós-graduação e apresenta para os próximos anos oportunidade de crescimento e de melhoria de suas atividades de ensino, de pesquisa, de extensão e de inovação tecnológica.

12 4. O Curso de Farmácia na Universidade Federal de Alfenas Os grandes desafios que a educação farmacêutica enfrenta estão ligados às transformações ocorridas a partir de 2002, com a publicação das Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Farmácia. Conforme estabelecido nos Encontros Nacionais de Coordenadores de Curso de Farmácia, promovidos pelo Conselho Federal de Farmácia, e os Fóruns Nacionais de Educação Farmacêutica, promovidos pela Associação Brasileira de Ensino Farmacêutico, sobre a educação farmacêutica e o exercício profissional, a estrutura organizacional e o modelo de oferta têm que ser construídos de forma bastante flexível para atender às diferentes situações no tempo e no espaço, considerando as rápidas mudanças tecnológicas e as necessidades da vida cidadã, como as tendências regionais e do mundo do trabalho, de forma que o egresso possa ter uma formação que abranja todas as áreas de atuação da profissão farmacêutica. Dentre os novos componentes da reforma proposta pelas Diretrizes Curriculares, destacam-se a flexibilidade curricular e a interdisciplinaridade, como norteadoras de uma nova atitude acadêmica de ensinar. Surge um novo paradigma unificador, como um componente essencial para impulsionar uma reavaliação da própria atitude de ensinar e aprender. 4.1 Diagnóstico da Situação Atual do Ensino do Curso de Farmácia A escola não é estática nem intocável. Está sujeita às transformações, como o estão outras instituições. Novas formações sociais surgem, e a escola muda, assim como tem seu papel de agente de mudança, numa realidade essencialmente dinâmica. Como um reflexo conjuntural tais apontamentos foram determinantes para se estabelecer o currículo mínimo de um curso de Farmácia. O currículo mínimo para os Cursos de Farmácia no Brasil, com as respectivas Habilitações de Farmacêutico, Farmacêutico Industrial e Farmacêutico Bioquímico, foi imposto através do parecer do relator, Conselheiro Raymundo Moniz Aragão, do Conselho Federal de Educação, de número 287/69, aprovado em 11 de abril de 1969, que se incorporou à Resolução nº 4, da mesma data, a qual fixa os mínimos de conteúdos e

13 duração do Curso de Farmácia que perdurou até a implantação da Lei de Diretrizes e Bases (LDB). A diversificação da formação e a fragmentação do conhecimento farmacêutico contidas nesta resolução apenas reforçam as determinadas pelo primeiro currículo mínimo, estabelecido na resolução 268/62, que aprovou a inclusão dos termos Farmacêuticos (profissional da farmácia de dispensação) e Farmacêutico Bioquímico, com opção em quatro especialidades: Indústria Farmacêutica e de Alimentos, Controle de Medicamentos e Análises de Alimentos, Química Terapêutica e Laboratório de Saúde Pública (SANTOS 1993). Essa diversificação teria sido decorrente da necessidade, que representantes da categoria farmacêutica sentiram, de encontrar uma solução para a marcante evasão nas escolas. Tanto o parecer 287/69 como a Resolução 04/69 trazem em seu bojo o atendimento de prerrogativas estabelecidas no Acordo MEC-USAID de 23/06/65 e na Lei 5.540 de 28/11/68 que implantou a reforma Universitária no Brasil, ou seja, o desenvolvimento de um ensino tecnicista e formador de especialista que atendesse uma demanda do atual estágio desenvolvimentista e dependente, implementado pela ditadura militar no Brasil. A implantação de um modelo fragmentado de ensino, priorizando a estrutura departamental, sugestões da Faculdade de Farmácia e Bioquímica da Universidade de São Paulo e da Faculdade de Farmácia da Universidade Federal do Rio de Janeiro resultou para os Cursos de Farmácia na aceitação de uma formação de profissionais distantes de seu objetivo de estudo: o medicamento enquanto elemento essencial nas ações de saúde. (BRASIL, 1990). Dessa forma, o parecer reafirmou a farmácia pública como sendo um estabelecimento comercial, considerando, ainda, a manipulação de fórmulas ultrapassadas (uma vez que os remédios eram industrializados) e, portanto, o farmacêutico teria atuação restrita na farmácia. O ato de dispensar foi considerado uma simples entrega de remédios e, subjetivamente, um incentivo a pratica da responsabilidade técnica à distância. (RELATÓRIO, 1988). Para a proposição da alternativa Farmácia Industrial, o relator considerou que a indústria de transformação empregava tecnologia, na qual predominavam os processos físicos, e a utilização deste argumento justificaria a ausência de obrigatoriedade da disciplina de Química Farmacêutica no currículo, instrumento essencial à pesquisa e tecnologia. Somente em 11/02/76 é resgatada

14 esta situação, pelo parecer 599/76 da Câmara de Ensino Superior, através da mobilização da Associação Brasileira de Ensino de Farmácia e Bioquímica (ABENFARBIO), entretanto, esta conjuntura perdurou por sete anos, desmobilizando a formação de novos docentes e pesquisadores nesta área, bem como desativando laboratórios universitários (RELATÓRIO, 1988). Somando-se às deficiências instaladas o aval de governantes brasileiros e de alguns setores da própria categoria farmacêutica, estimulou-se o direcionamento do profissional farmacêutico para áreas não privativas, principalmente as Análises Clínicas. Se a resolução 268/62 já se apresentava inadequada, o equivocado 287/69 reforçava a fragmentação da profissão farmacêutica, com divisão da categoria em torno dos títulos de Farmacêutico, Farmacêutico Bioquímico e Farmacêutico Industrial e esta divisão, somada às outras variáveis de títulos, nomes de disciplinas e conteúdo programático, descaracterizou o profissional farmacêutico como o profissional do medicamento. Apenas em 1981, com a realização do Seminário de Farmacologia Clínica, pela Secretaria de Ensino Superior do Ministério da Educação e Cultura (SESu/MEC), com apoio da secretaria de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde e da Central de Medicamentos do Ministério da Previdência e Assistência Social, configurou-se a preocupação governamental com as questões do medicamento, seu orçamento e demandas públicas, bem como com a restituição da importância do profissional farmacêutico para gerenciar suas relações (BRASIL, 1984). Eram evidentes as preocupações dos órgãos públicos, pois valorizavam a contenção do orçamento público para os medicamentos, explicitando as devidas preocupações técnicas e financeiras com a administração de setores conveniados com o INAMPS. Os objetivos a seguir, firmados no Seminário de Farmácia Hospitalar, evento realizado em outubro de 1982 cujos anais foram publicados em 1985 (BRASIL, 1985), retratam bem esta preocupação: Conhecer os custos atuais da assistência farmacêutica oficial no Brasil. Promover informações que visem à racionalização da terapêutica em nível hospitalar. Avaliar a responsabilidade profissional do farmacêutico e o paciente. Dimensionar as condições atuais do ensino de Farmácia direcionado para os aspectos gerenciais de produção, distribuição, dispensação e controle de medicamentos.

15 Estabelecer diretrizes capazes de implementar o ensino de farmácia hospitalar, de biodisponibilidade, de análise de líquidos orgânicos, de farmacocinética, de farmacovigilância e de interação de medicamentos. Eleger centros para atualização profissional de farmacêuticos vinculados às atividades de farmácia hospitalar. Para os farmacêuticos, o início da década de 80, também foi marcado pela organização dos estudantes de farmácia, que contestavam o reconhecimento da profissão do biomédico, conseguindo através da aprovação do âmbito desta profissão. Em síntese, negavam a permissão do exercício e a assinatura de laudos em exames de análises clínicas por estes profissionais. Sem dúvida, este movimento representou a maior manifestação de mobilização e de repercussão da categoria, graças especificamente à organização dos estudantes de todo Brasil, já que as entidades dos farmacêuticos se encontravam totalmente desarticuladas, desacreditadas e distantes dos problemas que afetavam os profissionais e os setores nos quais deviam interceder. Ao mesmo tempo, este movimento teve o mérito de explicitar a contradição que vivia a profissão farmacêutica, provocando a constatação de que havia uma crise de identidade no farmacêutico, afastado que estava do seu eixo principal de atuação: o medicamento. O Projeto Político Pedagógico para o curso de Farmácia na UNIFAL- MG desde o I Encontro Nacional de Avaliação do Ensino Farmacêutico ocorrido de 08 a 10 de outubro de 1991 em Anápolis e, dos Encontros Regionais de Avaliação do Ensino Farmacêutico ocorrido em outubro de 1992 em Brasília (RELATÓRIO, 1991, RELATÓRIO, 1992) a Escola de Farmácia e Odontologia de Alfenas, hoje Universidade Federal de Alfenas, sempre preocupada com os rumos da profissão farmacêutica, procurou participar, acompanhar e relatar à comunidade as decisões ocorridas em nível nacional. Tendo como Coordenadora do Curso de Farmácia, em setembro de 1992, a Profa. Fátima de Souza, que demonstrando sua preocupação, junto ao ensino de Farmácia da instituição, solicitou indicações de representantes dos Departamentos de Ciências Biológicas, Ciências Exatas, Farmácia e Análises Clínicas para constituição de Comissão de Ensino Farmacêutico da Efoa, que foi composta pelo Prof. Antônio Martins de Siqueira, Profª Maísa Pereira de Lima Brigagão, Profa. Maria Sinira Rocha de Oliveira, Profa. Maria Elisa Pereira Bastos de Siqueira e contando com a participação dos acadêmicos Alan Kardec de Lima e

16 Sheila Maria Nogueira, de forma a darem início aos estudos sobre currículo mínimo do Curso de Farmácia da instituição. Na oportunidade, foram estabelecidas subcomissões de ensino e realização no dia 19/11/1992 do 1º Encontro sobre Ensino Farmacêutico da Efoa, envolvendo acadêmicos, professores da instituição e contando com a presença dos professores José Augusto Alves Dupim e Maria de Lourdes Valladão da Faculdade de Farmácia da UFMG. Ainda, naquela ocasião, foi sugerida e aprovada a emissão de diploma único para conclusão do Curso de Farmácia, com apostilamento da Habilitação em Análises Clínicas quando concluída. Durante esses períodos de estudos algumas melhorias para o Curso de Farmácia foram propostas e iniciadas: A Farmácia Escola do Departamento de Farmácia deveria ser campo de estágio curricular para atuação do acadêmico junto à comunidade na dispensação e manipulação de medicamentos, através de formas farmacêuticas produzidas pela disciplina de Farmacotécnica e Tecnologia de Cosméticos. O Laboratório Industrial Farmacêutico deveria produzir uma linha básica de medicamentos com o objetivo de integrar-se ao Sistema Único de Saúde e suprir as necessidades dos Centros de Atendimento Municipais, através de convênios com Prefeituras de forma a produzir medicamentos para atender as necessidades de instituições filantrópicas. A disciplina de Farmácia Hospitalar, ministrada como optativa, deveria prestar assessoria aos hospitais da região na reestruturação de suas farmácias hospitalares. No departamento de Análises Clínicas o Laboratório de Análises Clínicas, destinado a campo de estágio curricular supervisionado, aos alunos do 9º período da Habilitação Farmácia Bioquímica e prestaria, também, serviço de exames laboratoriais à comunidade. Como atividade de extensão a operação saúde, atividade extramuro, foi reforçada visando ao atendimento da população carente da região urbana e rural, envolvendo estudantes dos Cursos de Farmácia e de Enfermagem numa ação integrada de atenção primária à saúde.

17 Comissão foi designada pela portaria nº 405 de 24/11/93 destinada a fixar normas e condições de estágios do Curso de Farmácia e Habilitação Análises Clínicas. A partir março de 1994 a coordenação do Curso de Farmácia passa a ser respondida pela Profa. Magali Benjamim de Araújo e, mediante portaria nº 372 de 11/11/94 é oficializada uma nova Comissão de Ensino Farmacêutico da Efoa, sob a presidência da então Coordenadora do Curso com os membros: Profa. Maria Sinira Rocha de Oliveira, Profa. Maria de Fátima Sant Anna, Profa. Denise Aparecida Correa Moreira, Profa. Cássia Carneiro Avelino e discentes Alexandre Magnus de Oliveira e Geraldo Mangelo de Almeida, representações dos Departamentos Acadêmicos e discentes. Os trabalhos iniciados anteriormente pela Comissão de Ensino Farmacêutico foram continuados e concluídos dentro do processo de implementação, além do acompanhamento dos Encontros Curriculares em nível nacional. Foram promovidas em datas previamente marcadas, reuniões, no período março a outubro de 1995 com convocação dos docentes de disciplinas afins, para avaliação de interdisciplinaridade, definição de cargas horárias e direcionamento de conteúdos programáticos, visando atender melhor o perfil delineado nas proposições de reforma curricular da instituição. Em novembro de 1995 foi encaminhada à Egrégia Congregação para apreciação e aprovação a proposta para alterações no currículo do Curso de Farmácia da EFOA, onde foram definidas as estratégias para implementação das alterações na grade curricular, as etapas a serem seguidas para o sucesso da implantação, as normas a serem seguidas na fase de transição e os recursos humanos necessários para atender as mudanças. O ajuste do currículo, nessa oportunidade, foi realizado por se tornar evidente que a instituição não poderia mais esperar pelas decisões dos estudos de Reforma Curricular Nacional, o que também diminuiria o impacto das mudanças num futuro próximo. Dessa forma, foram propostas as seguintes alterações: Reestruturação do estágio supervisionado em Farmácia, com conteúdos de atividades, campos de atuação, carga horária e grupos de discussão em Administração (gestão de estoque, métodos de aquisição de medicamentos e de matéria prima, promoção de vendas), Assistência Farmacêutica (manipulação, armazenamento, conservação, dispensação e educação

18 sanitária sobre medicamentos) e Garantia de Qualidade dos serviços e produtos. Implantação da disciplina de Farmácia Hospitalar como obrigatória que já havia sido aprovada na 583ª reunião da Egrégia Congregação o seu funcionamento como optativa. Alterações com diminuição de cargas horárias para as disciplinas de Parasitologia, Farmacognosia, Bioestatística e Botânica aplicada a Farmácia que passou a ser designada Farmacobotânica. As mudanças educacionais provocadas pelo estabelecimento da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional em 1996 (LDB nº 9.394/96) indicavam profundas alterações, inclusive de ordem conceitual, que deveriam ser introduzidas na seleção dos Projetos que se candidataram dos currículos. Isto levou a instituição a observar e repensar o modelo organizacional em que estava estruturado o atual currículo de Farmácia, percebendo que as experiências de ensino estavam sendo vivenciadas isoladamente, de forma particularizada, não se constituindo em referências para o debate e a reflexão. Em nível nacional, o processo de sistematização das propostas encaminhadas pelas IES de Farmácia para subsidiar a elaboração das Diretrizes Curriculares para os Cursos de Farmácia, onde se estabelecia a formação de profissional farmacêutico especialista, foi consolidado através do encontro ocorrido em Brasília no ano de 1998, e as Diretrizes Curriculares estabelecidas para os Cursos de Farmácia, na versão de maio 1999, foram colocadas em consulta pública para posterior aprovação pelo CNE. A I Conferência Nacional de Educação Farmacêutica realizada em agosto de 2000 em Brasília estabeleceu como proposta final dos grupos de trabalho a construção do projeto político pedagógico, a ser implementado nas instituições de ensino devendo ser considerados como ponto importante da avaliação institucional na medida em que não se restringe somente ao aspecto tecnicista e sim reflita o compromisso social dos indivíduos que compõem a instituição de ensino. Tomando por base todo esse processo de formação do profissional especialista, o que realmente vinha de encontro aos anseios da instituição, pois, na tentativa de ampliar as opções acadêmicas foi iniciado em 13 de março de 2000 a modalidade Fármacos e Medicamentos conforme autorização expressa na Portaria 1202 de 30/07/99, processo que já havia iniciado desde 1996.

19 O Curso de Farmácia da UNIFAL-MG, a partir daí inicia o processo de reconstrução do projeto político pedagógico, baseado nas recomendações da proposta de Diretrizes Curriculares, com reuniões ocorridas no período de quatro de abril a 30 de agosto de 2000. Como metodologia de estudo primeiramente foi apresentado aos docentes à versão da proposta de Diretrizes Curriculares para o Ensino Farmacêutico e, para melhor entendimento, equipes foram organizadas para entendimento frente a esta nova proposta de ensino. Estas reuniões tiveram por objetivos: Estabelecimento do perfil comum para o Curso de Farmácia e dos perfis específicos das Habilitações Análises Clínicas e Toxicológicas e Fármacos e Medicamentos pretendido pela instituição. Identificação da situação atual do ensino universitário brasileiro. Discussão da nova forma de abordagem para análise dos conteúdos. Reestruturação e integração de conteúdos programáticos e disciplinares, a partir de discussão dos planos de ensino dos períodos. Mobilização e incentivo de participação do corpo docente através de apresentação e discussão de textos como Ensino Universitário, Qualidade em Educação, Professor defende direito à cola, Professores para o próximo milênio, Avaliação Educacional: processo para verificar aprendizagem e construir subjetividades, A Universidade e Mercado de Trabalho e apresentação do relatório sobre a conferência I Conferência Nacional de Educação Farmacêutica realizada em agosto de 2000 em Brasília, tendo como representante da instituição a Profa. Helenice Aparecida de Carvalho. Mediante os estudos realizados foram gerados 17 relatórios, a partir de reuniões diurnas e noturnas, entre a Pró-Diretoria de Graduação, Coordenação do Curso e corpo docente da instituição. A II Conferência Nacional de Educação Farmacêutica, ocorrida em outubro de 2001 em Brasília, trouxe novas metas para o ensino farmacêutico com vistas ao atendimento às necessidades da saúde individual e coletiva. A representação da instituição nessa conferência foi feita pelo Prof. Amon Sério Vieira, Coordenador do Curso de Farmácia nessa oportunidade.

20 Através destes instrumentos de estudos apresentados foi possível iniciar a construção do Projeto político pedagógico para o Curso de Farmácia que deveria ser implantado em 2002, mas, diante das novas Diretrizes Curriculares Nacionais dos Cursos de Graduação em Farmácia CNE/CES 1300/01 aprovada em 06/11/2001 surge um novo paradigma unificador como componente essencial para impulsionar uma reavaliação da própria atitude de ensinar e aprender. Procurando adequar-se e posicionar-se em direção ao futuro, a Universidade Federal de Alfenas através da comissão designada pela Portaria nº 081 de 20 de fevereiro de 2002 e tendo como coordenadora do Curso de Farmácia a Profa. Magali Benjamim de Araújo, designada pela Portaria nº 138 de 22 de março de 2002, apresenta projeto político pedagógico para o Curso de Farmácia da UNIFAL-MG diante dos novos paradigmas que deveriam nortear a formação do profissional farmacêutico, engajado no processo de transformação social rumo à construção de uma nova sociedade mais digna e fraterna. As perspectivas para este novo momento estão em torno da valorização do conhecimento, do saber e da facilidade de acesso às informações, cada vez mais amplas e abrangentes. No entanto, já é notável que o domínio do conhecimento sem uma integração das dimensões cognitivas, afetivas e psicomotoras do profissional/cidadão, certamente, gerará uma sociedade desigual e caótica. É necessário, portanto, garantir a formação do profissional de Farmácia capaz de adaptar-se, inclusive, às novas situações tão frequentes no mundo em transformação. Diante disto, cumpre-nos formar um Farmacêutico ocupado com questões humanas, éticas e científicas, voltados para a promoção de saúde, interagindo com o meio social, e buscando integrar, na sua práxis profissional, aspectos de ordem científica, técnica, político-social e humana. Para atender ao perfil do egresso, o farmacêutico deverá ser um profissional com conhecimentos científicos, capacitação técnica e habilidades para a definição, promoção e aplicação de políticas de saúde, participação do avanço da ciência e tecnologia, atuação em equipes multidisciplinares, em todos os níveis de atenção sanitária. A capacitação profissional deve estar alicerçada no desenvolvimento de competências para o exercício do pensamento crítico e juízo profissional, Gerenciamento, Análise de Dados, Documentação, Tomada de Decisões e Solução de Problemas; Comunicação oral e escrita; Construção do

21 Conhecimento e Desenvolvimento Profissional; Interação Social; Atuação Ética e responsável, com compreensão da realidade social, cultural e econômica do seu meio. O profissional deverá compreender as diferentes concepções da saúde e enfermidade; os princípios psicossociais e éticos das relações e os fundamentos do método cientifico; distinguir âmbito e prática profissional, inserindo sua atuação na transformação de realidades em benefício da sociedade. DAVINI (1997) define currículo integrado como um plano pedagógico e sua correspondente organização institucional, que articula dinamicamente trabalho e ensino, prática e teoria, ensino e comunidade. As relações entre trabalho e ensino, entre problemas, suas hipóteses e soluções devem ter sempre, como pano de fundo, as características sociais e culturais do meio em que esse processo se desenvolve. O currículo, até então, adotado para o Curso de Farmácia na Escola de Farmácia e Odontologia de Alfenas - Centro Universitário Federal se adequava as novas proposições, uma vez que a análise precisa ser deslocada para os processos de produção de conhecimento (como aprender) e de reconstrução crítica (reelaboração crítica). No entanto, as mudanças de paradigmas têm trazido dificuldades já que o ensino estava centrado nos processos de instrução e transmissão (IMBERON, 2000). Parece que tais características não são próprias apenas da nossa instituição, pois empecilhos ao avanço do ensinar já foram citados (BORDENAVE, 1977). Excessiva abrangência do conteúdo, ocasionando elevada carga horária; Falta de integração entre os programas das diversas disciplinas, ocasionando duplicação de conteúdos e erros de sequência; Sistemas curriculares rígido, impedindo a livre opção do aluno e o tempo para a realização da pesquisa; Programas de curso mal planejados, com pouca preocupação com a aprendizagem; Programas de curso com pouca aplicação no desempenho profissional. Balizado no contexto social, existe a necessidade de mudança em todas as estruturas curriculares até mesmo porque a Organização Mundial da Saúde, desde 1993, já havia definido que a meta do profissional farmacêutico do

22 futuro seria a Atenção Farmacêutica, o que permitiria a aproximação do acadêmico com a realidade social. A fim de alcançar os objetivos explicitados pelo Conselho Nacional de Educação/Câmara de Educação Superior, procurou estruturar e organizar o Curso de Farmácia da UNIFAL-MG pretendendo sempre que possível como princípio norteador. Abordar as áreas de conhecimento, habilidades, atitudes e valores éticos, fundamentais à formação profissional e acadêmica. Contemplar a abordagem de temas observando o equilíbrio teóricoprático, desvinculado da visão tecnicista, permitindo na prática e no exercício das atividades a aprendizagem da arte de aprender. Buscar a abordagem precoce de temas inerentes às atividades profissionais de forma integrada, evitando a separação entre ciclo básico e profissional. Favorecer a flexibilização curricular de forma a atender interesses mais específico-atualizados, sem perda dos conhecimentos essenciais ao exercício da profissão. Comprometer o aluno com o desenvolvimento científico e a busca do avanço técnico associado ao bem estar, à qualidade de vida e ao respeito aos direitos humanos. Ser organizado de forma a permitir que haja disponibilidade de tempo para a consolidação dos conhecimentos e para as atividades complementares objetivando progressiva autonomia intelectual do aluno. Através da Portaria n 188 de 08 de junho de 2005 assume a Coordenação do Curso de Farmácia o Prof. Geraldo Alves da Silva, tendo como principal objetivo dar continuidade ao trabalho iniciado pela Profa. Magali Benjamim de Araújo. Sob sua Coordenação além da participação do III, IV e V Encontro de Coordenadores do Curso de Farmácia, promovido pelo Conselho Federal de Farmácia, e do I Seminário dos Coordenadores de Cursos de Graduação das Áreas de Saúde e Agrárias ENADE-SINAES, foram criadas as seguintes comissões: - Comissão de Reestruturação Curricular do Curso de Farmácia de acordo com as Diretrizes Curriculares aprovadas pelo Conselho Nacional de Educação, composta por: Magali Benjamim de Araújo (Presidente); Masaharu Ikegaki; Maria de Fátima

Sant Anna; Antônio Carlos da Silva; Olinda Maria Gomes da Costa Vilas Boas; Denise Aparecida Correa Moreira; Acadêmico Alessandro Rezende Santos. 23 - Comissão Coordenadora do Trabalho de Conclusão de Curso, composta por: Ana Lúcia Leite Moraes (Presidente); Maria Rita Rodrigues; José Maurício S. F. da Silva; - Comissão de Acompanhamento e Avaliação do Processo de Implantação das Diretrizes Nacionais, composta por: Geraldo Alves da Silva Presidente; Fernanda Borges de Araújo Paula; Lira Celeste Alves; Magali Benjamim de Araújo; Roseli Soncini; Acadêmico Túlio Felipe Pereira; - Comissão de Estagio, composta por: Luciene Alves Moreira Marques (Presidente) e posteriormente substituída pela Profa. Walnéia Aparecida de Souza e por: Gislaine Ribeiro Pereira; Rosângela Vieira Siqueira; Amon Sério Vieira; Antônio Luengo Garcia; Acadêmico Paulo Henrique Borges; - Comissão de Acompanhamento e Avaliação das Atividades Complementares, composta por: Stella Maris da Silveira Duarte (Presidente); Denise Aparecida Correa Moreira; Márcia Helena Miranda Cardoso Podestá; Valdemar Antonio Paffaro Junior; Acadêmico Ronan Augusto Leite Coelho; Ainda em 2005, os acadêmicos do curso de Farmácia, através do Processo 23087.001837/2005-81, encaminham pauta de reivindicações tendo como principal item à alteração do tempo do Curso de Farmácia. A solicitação é atendida pela coordenação que altera a duração do curso de 4,5 anos para cinco anos e os alunos passam a contar com mais tempo para desenvolverem projetos de pesquisa, extensão, monitorias e atividades complementares. Aproveitando a mudança no período de integralização do curso, foram promovidas alterações na dinâmica curricular em relação à nomenclatura, cargas horárias e períodos para as disciplinas. Devido a estas alterações o curso de farmácia apresentou duas dinâmicas curriculares. A primeira para os acadêmicos com entrada a partir de 2004/2 e a segunda para os acadêmicos com entrada a partir de 2007/1. No mês de dezembro de 2007, a professora Olinda Maria Gomes da Costa Vilas Boas participa do I Fórum Nacional de Educação Farmacêutica realizado em Brasília, uma iniciativa do Ministério da Saúde, através da Secretaria de Ciência,

24 Tecnologia e Insumos Estratégicos e do Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos em parceria com a Associação Brasileira de Ensino Farmacêutico (ABENFAR). Seu objetivo foi debater, com entidades representativas da classe farmacêutica, estudantes, professores de farmácia e representantes dos serviços de saúde, as prioridades para a formação do profissional farmacêutico para atender as necessidades do país e do SUS. O tema central para o Fórum, "O farmacêutico que o Brasil necessita", teve por objetivo instigar a categoria para a construção de propostas para a educação diretamente relacionadas com a realidade social do país e as demandas da sociedade, especialmente do SUS, para o farmacêutico. A programação do I Fórum privilegiou a participação ativa dos presentes, por meio de "espaços de diálogo" formados por quatro grupos de discussão. Neste fórum a Profa. Olinda Maria Gomes da Costa Vilas Boas foi informada que o programa Pró-Saúde seria aberto para as demais graduações da área saúde, além dos cursos de Medicina, de Enfermagem e de Odontologia, através de edital dos Ministérios da Saúde e da Educação. A Coordenação do Curso de Farmácia, ciente da proposta do Pró-Saúde e da importância para reorientação profissional, orienta a Profa. Olinda para que elabore e coordene um projeto Pró- Saúde para o Curso de Farmácia. O Edital de Convocação Nº 13/2007 da Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde de 11 de dezembro de 2007, para a seleção para o Programa Nacional de Reorientação da Formação Profissional em Saúde - Pró- Saúde. A professora Olinda, juntamente com a Comissão nomeada para implantação do Pró-Saúde, encaminhou o projeto com a participação dos Cursos de Farmácia, de Enfermagem e de Nutrição. O resultado com a aprovação foi publicado pela Portaria Nº -7, de 27 de março de 2008, da Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, que homologou o resultado da seleção dos Projetos que se candidataram ao Pró-Saúde e dentre estes, o apresentado pela Universidade Federal de Alfenas. Por meio da Portaria n 1.026 de 06 de agosto de 2 009 assume a Coordenação do Curso de Farmácia o Prof. Dr. Ricardo Radighieri Rascado, tendo como principal objetivo dar continuidade ao trabalho iniciado pelo Prof. Dr. Geraldo Alves da Silva que, visando atender o Modelo Referencial de Ensino para uma Formação Farmacêutica com Qualidade, proposto pelo Conselho Federal de