A Guerra Eletrônica no Mundo



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O ENSINO DE GUERRA ELETRÔNICA NO CIGE Perspectivas para o futuro Pedro Eduardo de Sousa Dias, Cap Com Ch Sec Psq do CIS Flávio Oliveira da Silva Netto, Cap Com Instr CIGE A Guerra Eletrônica no Mundo Nos conflitos das últimas duas décadas, a Guerra Eletrônica tem sido um fator decisivo para a vitória. O grande investimento em pesquisa e desenvolvimento tecnológico deu às O Cap. Com. Pedro Eduardo de Sousa Dias, concluiu o Curso de Comunicações da AMAN em 1996 e exerce atualmente a função de chefe da Seção de Pesquisa do CIS CIGE. Possui os Cursos Básico de GE, Extensão de GE de Comunicações, todos no CIGE; além do Curso de Especialização em Análise de Ambiente Eletromagnético CEAAE, no ITA. O Cap. Com. Flávio Oliveira da Silva Netto, concluiu o Curso de Comunicações da AMAN em 1999 e exerce atualmente a função de instrutor do Mód GE NCom da Div Ens CIGE. Possui o Curso Básico de GE do CIGE; além do Curso de Especialização em Análise de Ambiente Eletromagnético CEAAE, no ITA. grandes potências mundiais a assimetria tecnológica. Esta é definida como uma vantagem muito grande devido ao domínio tecnológico em áreas como a GE, que podem desequilibrar o combate antes do seu início. Um modo de buscar novamente o equilíbrio no combate é através da assimetria conceitual, que consiste em formar recursos humanos com bom conhecimento técnico capazes de modificar a doutrina de emprego das Forças Armadas para tentar explorar os pontos vulneráveis da tecnologia utilizada pelo inimigo. Os países como o Brasil, em desenvolvimento, devem buscar a assimetria conceitual enquanto não conseguem atingir um nível elevado de desenvolvimento tecnológico. Conseguir obter essas duas assimetrias é muito importante no combate moderno, podendo poupar muitas vidas com a utilização armamentos com maior alcance, mais precisos e imunes a despistamentos. A Guerra Eletrônica no Exército Brasileiro No Exército Brasileiro (EB), o termo Guerra Eletrônica já é muito conhecido e facilmente associado aos sistemas de comunicações (Com). Quando alguém fala que a Companhia de Guerra Eletrônica participará de uma manobra, todos já sabem que devem utilizar Medidas de Proteção Eletrônica (MPE) para os seus sistemas de comunicações, pois a Cia GE poderá fazer uso das Medidas de Apoio à Guerra Eletrônica (MAGE) e das Medidas de Ataque Eletrônico (MAE). No entanto, a GE não se restringe aos sistemas de comunicações. Existem, ainda, os sistemas radares e os optrônicos, conhecidos como sistemas de não comunicações (NCom), que são pouco utilizados pelo EB, mas muito utilizados por outros exércitos do mundo. Dentre os sistema de NCom pouco utilizados pelo EB, mas muito necessários no combate moderno, podemos citar os seguintes: 1) Radares de Vigilância Terrestre (RVT) Esse tipo particular de radar que tem por função detectar alvos terrestres, viaturas e tropas. Os RVTs disponíveis atualmente operam na banda I (8 a 10 GHz) e J (10 a 20 GHz) e são, na sua maioria, portáteis. São empregados principalmente por tropas de Infantaria e Cavalaria. Podendo ser transportado por dois combatentes e montado em cerca de três minutos, podendo detectar um homem a cerca de 12 km, pequenas viaturas até 24 km e grandes viaturas até 36 km. O Brasil ainda não possui este tipo de radar.

2) Sistemas de NCom para Blindados Uma viatura blindada pode ser dotada de uma gama de recursos de GE NCom, podendo-se citar equipamentos de visão noturna, telêmetros LASER, visão termal, receptores de alerta radar (RWR), receptores de alerta LASER (LWR), bloqueadores de radar, iluminadores para munições guiadas por LASER, etc. Empregados principalmente por tropas de Cavalaria, podendo ter empregos específicos como plataformas de MAGE e MAE. Deve-se considerar que nossos blindados não possuem recursos de alerta contra mísseis e bloqueadores de radar, e que os poucos recursos existentes não são empregados de forma adequada por falta de conhecimento técnico de quem os opera. 3) Sistemas de NCom para Helicópteros As aeronaves de asas rotativas, assim como os blindados, são plataformas que embarcam diversos sistemas de GE NCom, a destacar: os sensores de alto proteção RWR e LWR, lançadores de Chaff e Flare, transponder (IFF), equipamentos de visão noturna, radares de navegação, radares meteorológicos, altímetros, telêmetros LASER, mísseis, etc. Empregados pela Aviação do Exército em proveito de todos os tipos de missão da Força, nossos helicópteros estão vulneráveis a ataques de mísseis e armamentos antiaéreos pelo simples motivo de não saber que estão sendo observados. 4) Óculos de Visão Noturna (OVN ou NVG) Empregados por tropas especializadas como os Comandos e Forças Especiais ou pelos pilotos de helicópteros, os óculos de visão noturna são um instrumento importantíssimo no combate noturno, fornecendo uma grande vantagem a quem dele se utiliza. Normalmente há a possibilidade de se usar a iluminação infravermelha atrelada aos óculos, o que pode se tornar uma ameaça ao próprio usuário se não for bem dimensionado. 5) Mísseis anti-radiação Os mísseis anti-radiação são dispositivos enquadrados como Medidas de Ataque Eletrônico (MAE) destrutivas, sendo guiados pela energia eletromagnética emitida pelo próprio alvo, que pode ser um posto rádio ou um sistema de radar. Esta tecnologia deve ser de conhecimento de todos que se utilizam de forma direta ou indireta equipamento que emitam radiação eletromagnética com o objetivo de saber como proteger seus sistemas desta ameaça. O Brasil já dispõe desta tecnologia, a empresa Mectron, situada em São José dos Campos SP está desenvolvendo um produto nacional. 6) Mísseis anti-carro e mísseis solo-ar Outra tecnologia que deve ser dominada pelos elementos de manobra é a dos mísseis anti-carro e dos mísseis solo-ar, como exemplo temos os mísseis MSS 1.2 AC e o IGLA. Estes equipamentos são de dotação de unidades de infantaria e de Artilharia Antiaérea, respectivamente. São a mais simples e eficiente arma contra Blindados e Helicópteros, os quais ficam totalmente vulneráveis a estes artefatos caso não possuam nenhum sistema de alerta. 7) Radares de Artilharia Antiaérea Os radares para defesa aérea de baixa altitude são equipamentos indispensáveis para as atividades da Artilharia Antiaérea. Estes radares são de três tipos: Vigilância, Busca e Acompanhamento (Diretor de Tiro). Eles

devem ser dotados das melhores tecnologias de MPE disponíveis e ter seus operadores muito bem treinados para evitar as MAE inimigas, sejam elas destrutivas (mísseis anti-radiação) ou não destrutivas (bloqueio ou despistamento) O funcionamento e o emprego de todos estes sistemas de NCom citados não devem continuar sendo de conhecimento de uma parcela pequena de militares ligados diretamente à GE. O Ensino de GE no EB atualmente Hoje, o ensino de Guerra Eletrônica no Exército Brasileiro é voltado principalmente para o campo das comunicações. É mais que natural essa tendência, uma vez que as atividades do EB utilizam muito mais equipamentos que atuam neste campo. O CIGE, por intermédio da Divisão de Ensino, ministra cursos de GE para oficiais e praças oriundos da Arma de Comunicações do EB e de outras Forças singulares, habilitando-os a desempenhar funções no Sistema Tático de Guerra Eletrônica (SITAGE) e no Sistema Estratégico de Guerra Eletrônica (SEGE). Em 2004, foi realizado o 1 o Curso de Segurança do Sinal, curso voltado a oficiais das demais armas, quadros e serviços, habilitando-os a aplicar de forma mais eficiente as MPE Com. Os cursos para oficiais ministrados no Centro Integrado de Guerra Eletrônica (CIGE) devem passar a cursos de Pós Graduação Lato Sensu a partir do próximo ano. Esta mudança tem como finalidade dar aos alunos formados um embasamento técnico melhor para que, em um futuro não muito distante, possamos obter a tal assimetria conceitual. Os cursos ministrados no CIGE são os seguintes: CURSO Básico GE Cat B Básico GE Cat C Intermediário GE Cat B Intermediário GE Cat C Planejamento GE Ap Op Manutenção de GE Segurança do Sinal PÚBLICO ALVO Oficias de Com e QEM Subtenentes e Sargentos de Com Oficias de Com Subtenentes e Sargentos de Com Oficias de Com Subtenentes e Sargentos de Mnt Com Oficiais combatentes exceto Com É fácil perceber a aplicabilidade destes cursos de GE, para aqueles que servem no CIGE, os conhecimentos de MEA, CME e MPE têm aplicação direta nas atividades do Centro, particularmente no campo das Comunicações. Os militares que realizam o Curso de Segurança do Sinal, também encontram aplicação direta para seu curso, na confecção de documentos de comunicações que garantam maior segurança na exploração. Traçando um panorama do que é GE e onde ela está presente podemos ver que a GE encontra-se em todas as Armas, Quadros e Serviços. No simples ato de utilizar um equipamento rádio podemos destacar a presença das MPE nos procedimentos utilizados pelo Rádio Operador, este é, talvez, o exemplo mais simples de se ver como a GE está presente em qualquer especialidade. Restam, então, alguns questionamentos: E os conhecimentos de NCom transmitidos nos cursos são importantes para os militares das demais armas, quadros e serviços? Qual sua aplicabilidade? Para responder estas perguntas basta observar os diversos tipos de sistema de NCom citados anteriormente que devem ser utilizados nas atividade da Força Terrestre e não são. Mudanças necessárias para o Ensino de GE no EB O Ensino de Guerra Eletrônica não deve ficar mais tão focado na formação dos militares que servirão nas unidades de GE. Devemos abrir uma nova linha de ensino com o objetivo de atender às necessidades dos militares que trabalham em unidades blindadas, de aviação e de Artilharia Antiaérea. Para que eles possam proteger melhor os seus equipamentos e plataformas para cumprir suas missões. É fundamental que o planejador ou o usuário desses equipamentos e plataformas compreendam seu funcionamento e dominem a sua operação para uma aplicação eficaz. Assim como o comunicante utiliza um equipamento rádio com propriedade, os militares de outras armas devem operar os meios eletrônicos de um blindado, de um helicóptero ou de um radar de da mesma maneira. A GE e o Exército Brasileiro precisam de profissionais mais habilitados ao desempenho de suas funções.

Para que consigamos ter a assimetria conceitual e operadores com melhor preparo, faz-se necessário a existência de novos instrutores com boa experiência sobre o emprego tático das unidades blindadas, de aviação e de Artilharia Antiaérea. Eles deverão interagir com os instrutores de GE e os alunos para buscar, quando necessário, modificar a forma de emprego destas unidades para se contrapor as ameaças tecnológicas da GE inimiga. Esses pontos só serão atingidos através da criação de cursos e/ou estágios para este novo público alvo. Proposta de novos cursos de GE Com base no que foi apresentado anteriormente foi formulada a proposta de criação de novos estágios e/ou cursos de GE voltados para atender as necessidades específicas dos militares que servem em unidades blindadas, de aviação e de Artilharia Antiaérea. Em linhas gerais eles seriam estruturados de forma que os instrutores que hoje estão na Divisão de Ensino do CIGE ministrariam as seguintes Unidades Didáticas: Fundamentos Técnicos (Sec Ens A), Conceitos Básicos de Sistemas de GE (Sec Ens B) com ênfase no campo das Não- Comunicações, e Organização e Emprego da GE (Sec Ens C). A última seria modificada com o acréscimo de três matérias novas, que seriam: Organização e Emprego da GE nas Unidades Blindadas, Organização e Emprego da GE na Artilharia Antiaérea, a Organização e Emprego da GE na Aviação do Exército. Estas novas matérias seriam ministradas por instrutores da arma de Infantaria ou de Cavalaria com experiência em unidades blindadas, de Artilharia com curso de e por pilotos com curso de piloto de combate, respectivamente. Inicialmente, seria criado um estágio, visando a especialização de militares no preparo e emprego de equipamentos como os RVT, NVG, RWR, IRWR, Chaff, Flare, etc. Após a conclusão do estágio, alguns deles seriam nomeados instrutores das novas matérias do(s) curso(s) em questão. Como estes militares formados e transferidos para o CIGE/Div Ens seriam iniciados os trabalhos de definição de assuntos e objetivos para estas novas disciplinas com a finalidade de definir o Plano de Disciplinas (PlaDis) deste(s) curso(s). Poderão ser criados até três novos cursos para oficiais e três novos cursos para praças. Eles poderão ser condensados em até dois cursos conforme a necessidade, sendo um para oficiais e outro para praças. O quadro abaixo resume a proposta destes cursos: Curso Fatores GE para as U Bld Cat GE para a Cat GE para a aviação Cat GE para as U Bld GE para a GE para a aviação Público alvo Instrutores novos Of de Inf ou Cav que servem em Unidades Bld curso de e que servem em U de Pilotos e gerentes de aviônica Inf ou Cav que servem em U Bld Art com curso de e que servem em U de mecânicos de aviônica Of de Inf ou Cav com EsAO e para as U Bld Cat EsAO, curso de e para a Cat Piloto com EsAO e para a aviação Cat Of de Inf ou Cav com EsAO e para as U Bld Cat EsAO, curso de e para a Cat Piloto com EsAO e para a aviação Cat - Instrução Geral de Guerra Eletrônica - Sistemas de Guerra Eletrônica - Organização e Emprego da Guerra Eletrônica A disciplina é responsável por fornecer os conhecimentos técnicos necessários ao entendimento dos Sistemas de GE apresentados pela disciplina e as disciplinas de específicas para cada curso têm a finalidade de apresentar e discutir o emprego operacional dos equipamentos e sistemas apresentados. Conclusão Disciplinas comuns Disciplinas peculiares nas U Bld na na Av Ex nas U Bld na na Av Ex A guerra moderna já não admite mais que o combatente seja apenas fisicamente preparado para grandes esforços e restrições físicas. Hoje, o militar tem de ser tecnicamente capaz de lidar com a alta tecnologia, tirando proveito dela para auferir vantagens no combate. A Guerra Eletrônica, como um elemento multiplicador do poder de combate de uma força, tem um papel muito importante em qualquer conflito e, visando sanar algumas lacunas que existem hoje no ensino de GE, é que foram propostos estes cursos. Eles têm o objetivo de abrir os horizontes da Guerra Eletrônica para campos de atuação que lhe são afetos mas que não estão recebendo a devida atenção.

Abrir as portas do CIGE e apresentar a GE para as outras armas representa a quebra de um grande paradigma. E como diz a célebre frase de Alexandre, O Grande Dividir para Conquistar. É dessa forma que a Guerra Eletrônica ocupará seu lugar merecido no âmbito do Exército Brasileiro e do Brasil.