Não é tarde demais para combater as mudanças climáticas O sumário do IPCC diz:



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Transcrição:

Sumário dos resultados-chave do Quarto Relatório de Avaliação do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas, Grupo de Trabalho III de Mitigação de Mudanças Climáticas Bangkok, Maio de 2007 Não é tarde demais para combater as mudanças climáticas O sumário do IPCC diz: Os esforços de mitigação das duas ou três próximas décadas terão um grande impacto nas oportunidades de alcançar níveis mais baixos de estabilização. (parágrafo 18) A tabela TS2 do sumário do IPCC vai além, dizendo que para que os aumentos médios de temperatura global estejam limitados entre 2 e 2,4 graus acima de níveis pré-industriais, será necessário que as emissões de CO2 comecem a cair antes de 2015 e sejam 50 a 85% mais baixas do que os níveis de 2000 até 2050. O atraso na redução de emissões leva a investimentos que repercutem em mais caminhos de infra-estrutura e desenvolvimento intensivos em emissões. (parágrafo 21) As evidências científicas sobre mudanças climáticas estão bem estabelecidas. Este último relatório mostra que é possível agir, mas esta ação deve ser feita com urgência se quisermos manter a temperatura média global abaixo de 2 graus centígrados e evitar piores impactos de mudanças climáticas. Os líderes mundiais já possuem toda a informação necessária para lidar com as mudanças climáticas, como a base científica, os impactos nas populações e no planeta e o conjunto de soluções. A única coisa que falta é a vontade política dos governos em agir; algo que os mesmos deverão demonstrar ao final do ano na Convenção de Bali para a negociação da próxima fase do Protocolo de Kyoto. O custo da ação contra o custo da não-ação O custo de estabilização de Gases de Efeito Estufa na faixa de 445 a 535 ppm terá um impacto de menos de 3% no PIB global no intervalo entre este ano e 2030 e a redução das taxas anuais médias de crescimento seria menos de 0,12%. Na faixa entre 535 e 590ppm (equivalente a um aumento de temperatura a longo prazo de aproximadamente 3 graus) a redução do PIB ficaria entre 0,2 a 2,5%. O sumário do relatório também mostra que há um potencial econômico substancial de redução de emissões a níveis abaixo do atual antes da década de 2030. Uma grande fração das medidas de mitigação podem ser alcançadas a partir de custos líquidos negativos (ou seja, economia). (parágrafo 5) O custo de medidas de combate a mudanças climáticas deve ser justaposto ao custo da não-ação, incluindo os custos à economia global, os impactos de mudanças climáticas nas vidas de populações em todo o mundo e os impactos a ecossistemas. Em relação aos custos econômicos, o relatório do Sr. Nicholas Stern, de Outubro de 2006, Aspectos Econômicos das Mudanças Climáticas declarou: A

mudança climática [considerando que nenhuma medida seja tomada, ou cenário Business As Usual] reduzirá a riqueza em quantidade equivalente à redução de consumo per capita entre 5 e 20%. É claramente mais efetivo em termos de custos atuar contra as mudanças climáticas e manter o planeta a uma temperatura abaixo de 2 graus centígrados. O preço do carbono: O sumário do IPCC resume que se as metas de estabilização de emissões estiverem entre 450 e 550 ppm de CO2eq (ou aproximadamente 2 graus centígrados), o preço de carbono estaria em um patamar superior a US$100 /ton eq CO2. (parágrafo 21) Um sinal eficiente de preço de carbono pode representar um potencial de mitigação significativo em todos os setores. (parágrafo 23) Durante anos, o mundo industrializado tratou o ar como depósito de dióxido de carbono e outros gases de efeito estufa. O sumário do IPCC estipula um preço no descarte do carbono na atmosfera. Para limitar a quantidade de poluição de gases de efeito estufa e manter a temperatura média global abaixo de 2 graus celsius, o custo a poluidores será de US$100/ton eq de CO2. A eficiência energética e a energia renovável são capazes de fornecer as respostas a mudanças climáticas: O sumário de IPCC não faz recomendações específicas para formuladores de políticas, mas sintetiza a gama de opções que estes devem considerar ao lidar com mudanças climáticas. Estas opções incluem eficiência energética, energia renovável, cogeração, transporte com combustíveis eficientes, transporte público, iluminação eficiente, gerenciamento agrícola eficiente e redução do desmatamento. Especificamente, o sumário do IPCC diz: É geralmente mais eficiente em termos de custo investir em ganhos de eficiência energética para a satisfação da demanda de serviços energéticos. Ganhos de eficiência tem um efeito positivo na segurança energética, redução da poluição atmosférica regional e local e geração de empregos. Considerando os custos de outras opções de oferta, a geração elétrica renovável, que responde por 18% da oferta de eletricidade em 2005, devem contribuir com 30 a 35% da matriz elétrica em 2030, com preços de carbono até 50 US$/tCO2 eq. (parágrafo 10) O trabalho de eficiência é consistente com nosso relatório de [R]evolução Energética, que mostra que é possível manter o planeta abaixo dos 2 graus centígrados em 2050. Isto pode ser alcançado cortando a demanda por energia pela metade, assegurando que metade da energia necessária seja gerada por fontes renováveis como eólica e solar e a energia restante seja gerada por combustíveis fósseis de forma muito mais limpa e eficiente, como por cogeração descentralizada a gás natural. Os números para eletricidade renovável são infelizmente ainda mais baixos do que em nosso relatório, porque, entre outros fatores, a indústria eólica

global vive atualmente um crescimento anual entre 20 e 30% e é certamente capaz de fornecer um potencial energético maior do que o IPCC indica. Entretanto, o sumário do IPCC também resume duas soluções falsas que não apoiamos: Energia Nuclear. a energia nuclear, que representa 16% da oferta elétrica em 2005, pode contar com 18% de participação na oferta elétrica total em 2030, com preços de carbono de até 50US$ ton eq CO2, mas a segurança, a proliferação de armas nucleares e o descarte de lixo radiativo continuam sendo restrições (parágrafo 10) A energia nuclear é desnecessária, conforme assinalado no cenário de [R]evolução Energética. Não é econômica, demandando subsídios enormes e desvia fundos de fontes de energia renovável. É insegura por uma série de razões, incluindo a possibilidade de proliferação nuclear, e o fato de a indústria nuclear ainda não ter oferecido uma solução para o problema do lixo nuclear. Seqüestro e Absorção de Carbono: Seqüestro em formações geológicas subterrâneas é uma tecnologia nova com um importante potencial de contribuição de mitigação a partir de 2030. Desenvolvimento tecnológico, econômico e regulatório afetarão a contribuição atual. (parágrafo 10) A captura e armazenamento de carbono é cara e desvia fundos e atenção das fontes de energia renovável. É ineficiente, cria compromissos de longo prazo em relação ao monitoramento e armazenamento. E, principalmente, assim como a energia nuclear, o seqüestro de carbono é desnecessário é simplesmente desnecessário. Florestas: Atividades de mitigação relacionadas às florestas podem reduzir consideravelmente as emissões pelas fontes... Cerca de 65% do total do potencial de mitigação... está situado nos trópicos, sendo que 50% deste total poderia ser alcançado pela redução de emissões de desmatamento evitado (parágrafo 15) Considerar o desmatamento e a degradação do solo como uma das principais fontes de emissão de gases de efeito estufa e reduzir estas emissões deveria ser tomado como alta prioridade pelos governos mundiais nos próximos dois anos. Agricultura: Práticas de agricultura em larga escala podem trazer uma significativa contribuição à custos baixos dos crescentes sumidouros de carbono... para redução das emissões de gases de efeito estufa, e por contribuir com os estoques de biomassa para uso energético... (parágrafo 14) O Greenpeace corrobora com a análise do IPCC sobre as várias opções de mitigação das mudanças climáticas provenientes da prática da agricultura embora

identifique limitações no relatório. Ações concretas tais como a redução do uso indiscriminado de fertilizantes e pesticidas, seqüestro de carbono em solos orgânicos, produção sustentável e a redução do consumo de carne são estratégicos no combate às mudanças climáticas e devem ser implementadas por formuladores de políticas. Emissões históricas de gases de efeito estufa: Entre 1970 e 2004, as emissões globais... cresceram em 70% (24% entre 1990 e 2004) (parágrafo 2) Tendências futuras dos cenários de referência: Através das políticas atuais de mitigação das mudanças climáticas bem como as práticas de desenvolvimento sustentável correlatas, as emissões globais de gases de efeito estufa continuarão a crescer nas próximas décadas e o aumento das emissões globais de gases de efeito estufa na linha de base irão variar de 9.7 a 36.7 Gigatoneladas de Carbono Equivalente (25-90%) entre 2000 e 2030. É projetado um crescimento de 45 a 110% de emissões de CO2 decorrentes do uso de energia entre 2000 e 2030. Entre 65 a 75% deste aumento nas emissões de CO2 decorrentes do uso de energia virão dos países Não-Anexo I (Países Não-Anexo I = países em desenvolvimento) (parágrafo 3). Conquistas de Kyoto nos dias atuais e no futuro: As conquistas mais notórias da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança Climática e seu Protocolo de Kyoto são a ampla reação ao problema do clima, estimulando a elaboração de políticas nacionais, a criação de um mercado internacional de carbono e o estabelecimento de novos mecanismos institucionais, que devem orientar os esforços das ações de mitigação no futuro. (parágrafo 25) A literatura identifica muitas opções de reduções de emissões globais de gases de efeito estufa em nível internacional através da cooperação. Também sugere que instrumentos internacionais bem-sucedidos são ambientalmente e economicamente efetivos, incorporando conceitos como eqüidade e viabilidade institucional. (parágrafo 26) O que o Greenpeace diz: Para o segundo período de compromisso de Kyoto, as reduções de emissões devem ser mais profundas e amplas. Metas legais de redução de gases de efeito estufa geram confiança no mercado de carbono e mantêm o preço do carbono competitivo, impulsionando, por sua vez, o desenvolvimento de tecnologias limpas. Combater mudanças climáticas é uma responsabilidade comum: Grandes esforços de cooperação para a redução de emissões ajudarão a reduzir custos globais para se alcançar um dado nível de mitigação, ou aumentarão a efetividade ambiental (parágrafo 26) Estas linhas importantes podem ser encontradas no capítulo 12 do referido estudo, mas foram consideradas muito sensíveis a políticas para serem resumidas no sumário de formuladores de políticas:

Em regimes de redução de concentração estabilizados em níveis baixos e médios, as emissões de gases de efeito estufa de países industrializados teriam que ser reduzidas consideravelmente durante este século. Para níveis baixos e médios de estabilização, os países desenvolvidos teriam que reduzir conjuntamente suas emissões a níveis inferiores aos de 1990 em 2020 (na ordem de -10% a 40% abaixo dos níveis de 1990 para a maioria dos regimes considerados) e a níveis ainda mais baixos em 2050 (40% a 95% abaixo dos níveis de 1990), mesmo se países em desenvolvimento conseguirem reduções substanciais. Na maioria dos regimes considerados para níveis baixos e médios de estabilização, as emissões de países em desenvolvimento devem divergir daquilo que acreditamos que hoje possa ser sua linha de base de emissões, mesmo que países desenvolvidos façam reduções substanciais. Líderes mundiais devem tomar responsabilidade conjunta pelo combate às mudanças climáticas. Isto deve começar com um forte compromisso dos governos que devem se encontrar na Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas em Bali, em dezembro de 2007, para: concordarem em um mandato de negociação da próxima fase do Protocolo de Kyoto, terminado em 2009. O relatório de [R]evolução Energética do Greenpeace pode ser baixado no seguinte endereço: http://www.greenpeace.org.br/energia/energia.php?conteudo_id=3099&sub_campan ha=0&phpsessid=6fd373c1188c8dbd6fb68f586540a17c