TEATRO E A ESCOLA: A IMPORTÂNCIA DO PIBID DE ARTES CÊNICAS RESUMO



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Transcrição:

TEATRO E A ESCOLA: A IMPORTÂNCIA DO PIBID DE ARTES CÊNICAS Nilda Beatriz do Nascimento Lesmo 1 ; Vera Heloisa Cardoso Leite 1 ; Flávia Janiaski Vale 2 ; José Oliveira Parente 2 UFGD/FACALE Caixa Postal 322, 79804-970 Dourados MS, E-mail: verah.cardoso1@gmail.com 1 Bolsistas do Programa Institucional de Iniciação a Docência (PIBID) em Artes Cênicas da UFGD, 2 Orientadores e Coordenadores do PIBID de Artes Cênicas e Professores Mestres do Curso de Artes Cênicas da UFGD. RESUMO O Programa Institucional de Iniciação a Docência PIBID de Artes Cênicas é de tal importância por nos fazer enxergar a realidade escolar possibilitando a troca de experiências transformadas em preciosas vivências. Sendo esse, o primeiro contato, para quem ainda não esteve em sala de aula e, a partir desse momento, é possível perceber se a docência é o caminho a ser seguido pelo futuro arte-educador. Não somente isso, é através da vivência dos alunos atendidos pelo PIBID de Artes Cênicas, no teatro que, eles passam a se socializar, se expressarem e criar, por meio das práticas teatrais. Tendo como metodologia a improvisação teatral, práticas teóricas, jogos teatrais, sendo aplicado nas escolas, tanto no turno em que os alunos estudam, bem como, em oficinas oferecidas no contra turno. A partir disso, o objetivo é fazer com que os alunos sejam capazes de criar, improvisar e se expressarem as práticas vividas nas aulas de teatro. Palavras chaves: Arte-educador; Vivência teatral; Realidade escolar.

INTRODUÇÃO O presente trabalho se propõe a relatar as experiências adquiridas por meio do PIBID(Programa Institucional de iniciação a Docência, nas Escolas Estaduais Pastor Daniel Berg e Escola Estadual Vilmar Vieira Matos em Dourados MS. O projeto de Artes Cênicas no PIBID teve início em 2009 e hoje, conta com 24 pibidianos distribuídos em quatro escolas públicas, nos períodos manhã e tarde. O projeto de Artes Cênicas está voltado em atividades de apreciação, interpretação e criação, tendo como referência alguns artes-educadores, Ana Mae Barbosa( Processo de Triangulação: Fazer, Ver e Pensar), Peter Slade (Jogo Dramático infantil), Ingrid Koudela (Peça Didática), que se tornam fundamentais, especificamente no que se refere aos projetos de trabalho, que enfocam o caráter interdisciplinar e as atividades escolares e que abre possibilidades para práticas cênicas no contexto não só da educação básica, mas em outras fases. As aulas de teatro, nas duas escolas públicas acima mencionadas, tem como foco(proporcionar vivência teatral, desenvolvendo a percepção, a expressão e a criação por meio de práticas teatrais individuais e coletivas, elementares para a noção teatral, assim como incentiva a crítica e a reflexão sobre manifestações teatrais, levando em conta as identidades e diversidades culturais. Além disso, situa a importância do Teatro na Educação, trazendo reflexões sobre os significados atribuídos a essa linguagem artística. Apresenta uma experiência a partir da realização de aulas de teatro dentro do turno dos estudantes, onde foram discutidas com estudantes de graduação em Artes Cênicas, as inquietações sobre o ensino de teatro e as implicações sobre Arte Educação na Formação de Educadores. O teatro confunde-se com a história do homem, de sua necessidade de comunicação, de sua relação com a natureza, através de rituais primitivos e cerimônia religiosa, que o público não era necessariamente o espectador. Um pouco mais tarde, adentra a

Grécia e é estabelecido como arte e passa a ser utilizado para demonstrar cultura e conhecimento. Tudo começa na infância, o faz de conta, a simulação da realidade, ou seja, tudo isso se tem origem no ato de brincar e o fato de a criança querer imitar aquilo que vê. E a escola pode colaborar para que a criança se desenvolva melhor nesse aspecto. O teatro na escola tem uma importância fundamental na educação, fazendo, em Portugal, parte do currículo escolar obrigatório do primeiro ciclo. Que pode colaborar para que a criança tenha oportunidade de atuar efetivamente no mundo, opinando, criticando e sugerindo e, também permite ajudar o aluno a desenvolver alguns aspectos: criatividade, coordenação, memorização, e vocabulário. A escola que insere o teatro em suas atividades faz com que seus alunos construam um crescimento cultural que vai além da sala de aula, por meio do discurso espontâneo da linguagem teatral, motivando e despertando uma aprendizagem prazerosa, construindo o desejo de se aprender. O teatro, quando devidamente estruturado e acompanhado, ajuda o professor a perceber traços da personalidade do aluno, do seu comportamento individual e em grupo, traços do seu desenvolvimento, permitindo um melhor direcionamento para a aplicação do seu trabalho pedagógico. No entanto é de enorme importância que o professor de teatro tenha formação não só pedagógica mas também artística, pois um mau direcionamento poderá levar a problemas futuros irreversíveis no desenvolvimento da criança. Entre as infinitas possibilidades de criação e expressão, a linguagem teatral apresenta de forma mais complexa e integrada com as demais linguagens, no desenvolvimento das habilidades teatrais, o ser humano, através de seu corpo e de suas possibilidades de expressão, é o elemento principal. A linguagem teatral pode estar representada na dança, música e sendo, ao mesmo tempo, audiovisual. Sua complexidade está em exigir do aprendiz mais habilidades. Mas a sublimidade dessa linguagem está no seu principal aspecto, que é ter o ser humano como elemento básico e, por esta arte, primar pelo desenvolvimento integrado deste ser, considerando não somente os seus conhecimentos, mas as suas emoções, sua subjetividade e suas potencialidades. A partir da percepção que se tem sobre a importância e o significado do Teatro como produto de conhecimento e manifestação cultural desenvolvido na sociedade, este artigo busca compreender como a arte teatral está vinculada à Educação, refletindo sobre a sua contribuição para o

desenvolvimento das potencialidades humanas. Considerando o percurso histórico sobre o ensino da Arte e suas implicações, investiga como essa linguagem artística está presente e como é considerada e desenvolvida em algumas instituições de ensino formal público e privado nos níveis de Educação Infantil e Séries Iniciais. Através de entrevista estruturada, direcionada ao sujeito docente, pretendeu-se analisar de que forma as ações educativas têm dado relevância ao desenvolvimento da aprendizagem de forma a abranger o teatro. E perceber em quais circunstâncias de organização curricular e formação os sujeitos docentes realizam suas práticas pedagógicas considerando essa linguagem artística. Fundamenta-se este trabalho nas contribuições dos autores, que trazem reflexões sobre a formação docente, a pesquisa e prática pedagógica no trabalho, com teatro na educação e também sobre a metodologia e avaliação no ensino - aprendizagem, envolvendo o universo das linguagens artísticas, em destaque, a arte teatral. Assim, a Arte permite ao ser humano manifestações de diferentes formas do saber sensível entre as infinitas possibilidades de criação e expressão, a linguagem teatral apresenta se demais linguagens, pois no desenvolvimento das habilidades teatrais, o ser humano, através de seu corpo e de suas possibilidades de expressão é o elemento principal. A partir da percepção que se tem sobre a importância e o significado do texto como produto de conhecimento e manifestação cultural desenvolvido na sociedade. A partir disso, este artigo busca compreender como a arte teatral está vinculada á educação refletindo sobre sua contribuição para o desenvolvimento das potencialidades humanas. Este artigo também investiga como essa linguagem artística está presente e como é considerada e desenvolvida em algumas instituições de ensino público, especificamente, nas séries iniciais. DESENVOLVIMENTO O teatro é uma arte que está sendo cada vez mais esquecida pela população. Algumas pessoas preferem se distrair em uma balada com música eletrônica a frequentar uma boa peça de teatro, sem saber dos benefícios que essa arte traz à cultura e ao

conhecimento da pessoa. Entretanto, existem algumas escolas que estão incluindo o teatro em sua grade de estudos, e isso é de extrema importância na educação, pois traz benefícios tanto para alunos quanto professores. Para os primeiros, ajuda no desenvolvimento de várias áreas, como na coordenação, na criatividade, na memorização, no vocabulário e também na socialização. Ao professor ajuda-os a perceber traços de personalidade de cada aluno, como ele se comporta individualmente e em grupo, permitindo assim um melhor caminho para a adequação do seu trabalho pedagógico. E, se bem direcionada, com assuntos que se interrelacionam, com a ajuda de professores de todas as áreas, o resultado é magnífico. São várias as maneiras de fazer teatro que o professor pode escolher, tais como teatro de fantoches, teatro de máscaras, grupos de teatro, peças musicais e muitos outros. Essa comunidade tem o objetivo de relatar as experiências de teatro nas escolas de ensino publico brasileiras. Enquanto dramatiza, a criança sonha. Quando faz teatro ela tem a oportunidade de recriar sua própria realidade, trazendo à tona sentimentos e emoções que estão guardados ou escondidos. Além disso, interage com o grupo, brinca, sorri, vive e interpreta personagens diversas, dando asas à imaginação e vivenciando ricas experiências com os demais. Fazer teatro, para a criança, nem precisa ser algo muito elaborado, um ato de ensaios cansativos onde o "aprontamento" final da peça chega junto com a exaustão e o enfado total. Fazer teatro pode ser algo dinâmico, sem muitos rodeios, pode ser improviso, criação espontânea, deixar a fala vir e criar uma personagem! Pode também ter um cenário confeccionado com sucatas, nem precisa ser algo muito rico ou elaborado. O caso é que nós, adultos, nos preocupamos demasiadamente com as aparências e transferimos isto às inocentes crianças. Pode-se fazer tudo muito bem feito e ensaiado, mas não cansativamente sempre, e nunca abrindo mão da alegria, da felicidade, da criação, do sonho. O teatro na escola pode colaborar para que as crianças possam se relacionar melhor com os colegas e o meio onde vive; construam seu conhecimento brincando e descobrindo seus espaços, se tornem mais participativos e responsáveis nas atividades em sala, projetos, e dinâmicas; formando indivíduos críticos e atuantes de sua própria realidade, opinando e sugerindo, formando cidadãos que valorizem as experiências e sabem lidar com as diferenças sociais do seu bairro. Os professores, familiares e a comunidade, devem conhecer a importância do teatro na formação dos alunos, a fim

de contribuírem participando junto com os mesmos. Existem várias formas de teatro, porém os mais conhecidos são: onde o próprio homem atua, utilizando tanto máscaras ou fantoches, como também a sua imagem. A se levantar um questionamento em torno da importância de se utilizar o teatro na escola é necessário entender de modo geral, a definição de trajetória histórica do teatro e, isso se constitui um caminho para se compreender essa importância. Posto isso o teatro é de origem pré-histórica, mas atingiu seu apogeu na Grécia do século V a..c como culto ao Deus Dionísio, isto é, lugar onde as peças eram encenadas e apreciadas pelo público e, posteriormente, passou a ser, não só um espaço físico, mas também a arte da interpretação. Por ser uma forma de expressão, o teatro permite a alguém presenciar um fato acontecido em qualquer lugar e tempo, já que ali se revive o sentimento do acontecido. Também o teatro se sustenta, quanto aos seus sentimentos, uma sequência lógica dos fatos narrativos e a encenação da peça leva em consideração o espaço, o lugar que acontecerá a dramatização. No teatro grego havia a utilização da máscara, como forma de concretizar a separação do ator e do personagem, pois acreditava-se na criação como uma dádiva dos deuses, e ator era mero executante, somente mais tarde, na cultura ocidental, é que haverá uma aproximação do ator ás características do personagem. Nesse sentido, o teatro tem um papel importante na vida dos estudantes, uma vez que, sendo devidamente utilizado, auxilia no desenvolvimento criança e do adolescente como um todo, despertando o gosto pela leitura, promovendo a socialização e, principalmente, melhorando a aprendizagem dos conteúdos propostos pela escola. Existe muitas formas de se trabalhar o teatro nas escolas, mas o que se tem visto é a banalização desta forma artística no uso reiterado em datas históricas comemorativas sem um objetivo pedagógico. O contato da criança com o teatro se dá pela escola ou pela igreja. É claro que em ambas as instituições o espetáculo é marcado mais pelo viés pedagógico que pelo estético.

Trabalhar com o teatro na sala de aula não fazer os alunos assistirem as peças somente, mas representa-las e, isso inclui uma série de vantagens: o aluno aprende a improvisar, desenvolve a oralidade, a expressão corporal, impostação de voz, a aprende a se socializar, desenvolve o vocabulário, trabalha o lado emocional entre outras vantagens. Os Parâmetros Curriculares Nacionais buscam identificar os diversos argumentos sobre a importância do conhecimento artístico. A abordagem dramática na educação admite a importância do teatro infantil. O contato com a linguagem teatral ajuda crianças e adolescentes a perder continuamente a timidez, a desenvolver e priorizar a noção do trabalho em grupo, a se sair bem de situações onde é exigido o improviso e a se interessar mais por textos e autores variados. "O teatro é um exercício de cidadania e um meio de ampliar o repertório cultural de qualquer estudante"., argumenta Ingrid Dormien Koudela, consultora do Ministério da Educação na elaboração dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) na área. O teatro na escola, de acordo com os Parâmetros, tem o intuito que o aluno desenvolva um maior domínio do corpo, ou seja, o teatro estimula o indivíduo no seu desenvolvimento mental e psicológico. Mas apesar disso, o teatro é arte, arte que precisa ser estudada não apenas em níveis pedagógicos, como também, uma atividade artística. Dessa maneira, a visão do teatro infantil com função pedagógica começa a ser quebrada na década de 1950 com o surgimento do teatro Tablado, dirigido por Maria Clara Machado. Ela era uma das pessoas que mais escreveu peças para o teatro infantil no Brasil. Em 1955 ela se escreveu a peça infantil mais famosa até hoje: Pluft, o fantasminha. É a história de uma criança fantasma que tem medo de gente. O interessante na peça é a principal característica de Pluft é seu medo de gente, invertendo a situação; conservada pela tradição de que as crianças tem medo de fantasma. Isso tudo mostra que o teatro precisa ser levado á sala de aula como arte, através dele a criança vai se deparar com uma das mais antigas manifestações, aprender e verá que o teatro discute sempre as questões existenciais do homem no mundo.

Os Jogos teatrais são um ótimo caminho para que dentro da sala de aula sejam atingidos objetivos tão importantes para a vida, tais como: o desenvolvimento da expressão, comunicação, do pensamento reflexivo e crítico além do controle de emoções e o aprimoramento da percepção sensorial, da imaginação e da criatividade. O jogo cênico permite de forma lúdica que quem o joga desenvolva inúmeros aspectos tanto individualmente quanto socialmente. Além disso, pode ser utilizado em qualquer fase da vida desde a infância até a vida adulta de acordo com o objetivo a ser atingido. Através do PIBID de Artes Cênicas na região de Dourados, tivemos grandes experiências no que se diz respeito aos processos de criação nas escolas. O programa nos deu abertura para uma gama de possibilidades, após um longo período de estudos tanto nas reuniões quanto as observações em sala de aula e oficinas que ministramos, observamos que o jogo cênico foi fundamental para a evolução do processo. Especificamente nas escolas estaduais Pastor Daniel Berg e Vilmar Vieira Matos, de aula em aula observávamos o crescimento de cada aluno desde os mais tímidos até os mais soltos. Foi realmente incrível chegar ao final de um processo criativo e ver grandes mudanças. Vivenciamos grandes transformações, transformações que só foram possíveis devido a dedicação tanto de nós como futuros educandos quanto especialmente dos nossos grandes guerreiros, os nossos alunos. Iniciamos com o jogo teatral dentro da sala de aula e investimos em aprimorar cada cena construída por cada um deles, trabalhávamos o jogo de acordo com o foco do dia. E não é necessário ir muito longe para conseguir atingir tais objetivos basta observar o tradicional pega-pega americano, brincadeira bastante conhecida na infância que pode servir como forma de aquecimento despertando a atenção e concentração, foco fundamental para uma improvisação por exemplo. E não se pode falar de jogos teatrais sem mencionar a escritora e professora Viola Spolin que nos traz grandes ensinamentos diante da metodologia dos Jogos Teatrais, segundo ela: Todas as pessoas são capazes de atuar no palco. Todas as pessoas são capazes de improvisar. As pessoas que desejarem são capazes de jogar e aprender a ter valor no palco. [...] Aprendemos através da experiência, e ninguém ensina nada a ninguém. Isto é válido tanto para a criança que se movimenta inicialmente chutando o ar, engatinhando e depois andando, como para o cientista com suas equações. (SPOLIN, Viola. Improvisação para o Teatro.)

O jogo sempre terá em comum a solução de um problema através de determinadas regras estabelecidas deixando sempre o jogador em alerta. Além de permitir a liberdade pessoal, o jogo ainda permite com que vivenciemos diferentes formas de investigações levando ao conhecimento do Quem sou eu? enquanto jogador e diante do mundo a sua volta. Tanto o Teatro quanto a Educação são campos do conhecimento humano, considerados extensos e complexos em seus saberes, e que exigem familiaridade para que se desenvolvam estudos unindo-os em uma linha de pesquisa, embora o primeiro esteja presente no segundo há mais de quinze décadas. Apesar de o ensino de Arte, que envolve as quatro linguagens: dança, música, artes visuais e teatro, ter sido significativamente discutido. Pesquisas científicas revelam claramente que tanto a formação de professores, quanto na condução do processo com a criança, torna-se necessário o detalhamento de objetivos específicos, que conduzem à operacionalização do ensino de teatro. São questões pertinentes para o educador, na reflexão sobre suas habilidades, quanto às dimensões e saberes do ato de educar, uma vez que se compreende que ensinar é uma especificidade humana. Os seres humanos têm sido capazes de ensinar essa habilidade ao longo da evolução da humanidade. O saber foi se organizando, se institucionalizando até se constituir em um sistema formal de educação. É preciso considerar que este é um processo inacabado, por ser um ato humano e por se entender que o conhecimento do homem não é elaborado mecanicamente, mas na interação, a partir de investigações, análises e reflexões. Um ensino que, além de possibilitar o conhecimento científico, sensibilize para a construção de valores, é a essência da Educação. A Educação tem, entre suas finalidades, a responsabilidade de gerenciar o maior patrimônio da humanidade, que é levar a compreender, ajudar a construir e manter em processamento o seu conhecimento, considerando toda sua diversidade e inacabamento. A Educação é como um instrumento em que o ser humano percebe e aperfeiçoa a si mesmo e o meio, na tentativa de processar novos meios para produzir melhor e de maneira mais eficaz, a partir do desenvolvimento de sua aprendizagem.

RESULTADO Até o momento não houve resultado, isso porque ainda não houve uma conclusão dos trabalhos, mas é sabido que o teatro é pouco ou quase nada divulgado e, que os alunos pouco ou nada sabem sobre o fazer teatral. E é por esse motivo que o PIBID de Artes Cênicas tem vital importância nas escolas, bem como, a socialização, criação, percepção por meio das práticas teatrais, tanto individual como coletiva. CONCLUSÃO As aulas de teatro nas referidas escolas, ainda estão em processo, por esse motivo não se obteve resultados. REFERÊNCIAS: BARBOSA, Ana Mae. Inquietações e mudanças no ensino da arte. Ana Mae Barbosa(org.) 2ª Edição. São Paulo: Cortez, 2003. BRASIL, Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação de Ensino Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais. Artes. Brasília: MEC/SEF, 1997, 130p. KOUDELA, Ingrid Dormien. Jogos Teatrais. Coleção Debates, São Paulo: Perspectiva, 1990. MACHADO, Maria Clara. Pluft, o Fantasminha. Disponível em: http://www.pucrio.br/pilha6/pdf?/pluft.pdf SPOLIN, Viola. Improvisação para o Teatro. São Paulo. Perspectiva, 5ª Edição, 2010. LEITE, Luiza Barreto. O Teatro na Educação Artística. Rio de Janeiro. 2ª Edição, Achiamé,1980.