UNIVERSIDADE FEDERAL DO TRIÂNGULO MINEIRO Diretoria de Enfermagem Plano De Intervenções De Enfermagem BANHO DIARIO E CUIDADOS AO CLIENTE INTERNADO 1-Conceito: É a higienização corporal diária do cliente e os cuidados indicados simultaneamente. PIE Data: 01/10/2010 Revisão: 2-Considerações especiais: O banho diário deverá ser realizado em todos os clientes acamados, independente de suas condições. O horário da higienização corporal deverá ser estabelecido em rotina de cada unidade de internação, porém o quanto possível, deverá obedecer a preferência do cliente. Se o banho não for realizado no horário estabelecido, ele deverá ser realizado posteriormente, sem deixá-lo para o dia seguinte. Relatar as características da pele e mucosas obtidas por meio da técnica de inspeção e palpação. Os clientes que tiverem condições de ir ou de serem encaminhados ao banho de aspersão deverão ser estimulados a fazê-lo, para promover uma maior participação no autocuidado. Orientar o cliente e/ou família quanto às práticas de autocuidado com a higiene corporal. Clientes acamados impossibilitados ou com dificuldades de expelir a secreção traqueal, oral e/ou nasal, quando presentes, deverão ser aspirados antes do banho. A limpeza (materiais: 1 compressa úmida com água e 1 compressa com solução degermante padronizada) e a desinfecção (materiais: 1 compressa embebida com álcool 70%) do colchão e da cama deverão ser realizadas concomitante ao banho do cliente acamado ou quando trocado a roupa de cama do cliente que deambula. Os curativos de feridas deverão ser realizados após o banho, preferencialmente, no entanto, em algumas situações poderão ser realizados no momento do banho, desde que sejam cumpridas todas as recomendações para a prevenção de infecções, a fim de evitar esforço adicional dos profissionais e mobilização demasiada do cliente. A troca (remoção e reposição) do sistema de oxigenação (extensões de látex ou de silicone, copo umidificador, máscara de nebulização contínua e outros insumos de suporte de oxigênio), do sistema de aspiração (extensões de látex e frasco de aspiração) e do sistema de nutrição (equipos enteral e parenteral) deverá ser feita logo após o banho, pelo plantão responsável pelo mesmo. A troca (remoção e reposição) do sistema de infusão (extensões, equipos e three ways) deverá ser realizada a cada 72 horas, logo após o banho, pelo plantão responsável pelo mesmo. Os equipos utilizados para infusão de hemocomponentes e hemoderivados deverão ser descartados logo após o término da infusão.
A troca das fixações de sondas gástrica, enteral, vesical e da traqueostomia deverá ser realizada após o banho, pelo plantão responsável pelo mesmo. A troca das fixações e a realização do curativo do cateter vascular central com clorexidine alcoólico 0,5% e do cateter venoso periférico com álcool 70%, deverá ser realizada após o banho, pelo plantão responsável pelo mesmo. A privacidade do cliente deverá ser assegurada em qualquer tipo de banho indicado. 3-Grupos de risco Clientes graves com queda do nível de saturação de oxigênio durante a mobilização Clientes hemodinamicamente instáveis Clientes com lesão medular Clientes com fraturas Clientes com cateteres, drenos, tração e fixadores transesqueléticos e em uso de outros acessórios. Clientes em pós operatório imediato 4-Objetivos e metas Promover a higienização e os cuidados com conforto e segurança em todos os clientes hospitalizados 5-Quando aplicar/ aprazamento Diariamente, e quando necessário, de acordo com avaliação profissional. Quando solicitado pelo cliente. 6- Habilidades necessárias Habilidades cognitivas Habilidades psicomotoras Habilidades interpessoais Habilidades éticas e legais 7-Intervenções específicas de enfermagem Ações frente às intercorrências 7.1- Cuidados no preparo para o banho: Explicar ao cliente, quando consciente, e ao acompanhante a finalidade do procedimento a ser realizado. Avaliar as necessidade de cuidado do cliente para estabelecer qual o tipo de banho a ser indicado. Avaliar a necessidade de aspirar as vias aéreas superiores e Se o cliente se recusar a receber o cuidado obedecer a sua vontade e relatar no prontuário. Caso seja indicado o banho de aspersão, providenciar cadeira para o cliente que apresentar risco de queda.
inferiores. Verificar a disponibilidade de outros profissionais para auxiliálo, quando o cliente estiver acamado, confuso ou com dificuldades para a mobilização. Desligar a bomba de infusão da dieta enteral, se presente, pelo menos, 15 minutos antes do banho. Reunir as roupas e todos os materiais que serão utilizados durante o banho, incluindo o biombo. Promover a impermeabilização de curativos, faixas e gesso com cobertura plástica fixada com fita adesiva. Verificar a temperatura da água. Retirar os eletrodos do monitor cardíaco fixados à pele, o manguito, o sensor de oximetria e outros, quando presentes. 7.2- Cuidados durante o banho: 7.2.1- Banho de aspersão sem ajuda: Fornecer a roupa e os materiais necessários para o banho. Manter a porta do banheiro destrancada, com aviso de ocupado. Solicitar ao cliente que escove os dentes e passe o fio dental. Limpar e fazer a desinfecção da cama, do colchão e da cadeira/poltrona e colocar a roupa de cama, enquanto o cliente toma banho. Recolher as roupas usadas e deixar o banheiro em ordem. Observar o cliente e intervir quando necessário. 7.2.2- Banho de aspersão com auxílio: Fazer a limpeza e a desinfecção da cadeira de banho. Encaminhar o cliente ao banheiro na cadeira de banho. Abrir o chuveiro e testar a temperatura da água com as suas mãos. Oferecer os materiais necessários para a higienização oral e corporal ou realizá-los de acordo com o déficit de autocuidado identificado. Se o cliente relatar tonturas, abaixar a cabeça dele, aproximando o queixo à linha médio esternal. Se não relatar melhora, comunicar ao médico imediatamente.
Oferecer a roupa ou vestí-lo. Retornar com o cliente à unidade, deixando-o sentado na poltrona/cadeira. Retirar a roupa de cama; fazer a limpeza e a desinfecção do colchão e da cama e colocar roupa de cama limpa. 7.2.3- Banho no leito: Incentivar a participação do cliente no banho, se possível. Desprezar o efluente contido na bolsa coletora drenado por meio de estomas ou drenos tubulares e/ou laminares. Abaixar a cabeceira, quando não for contra indicado. Auxiliar ou realizar a higienização oral. Quando o cliente estiver consciente e orientado, utilizar, preferencialmente, pasta e escova dental ao invés de solução dentifrícia. Iniciar o banho pela cabeça (lavar os cabelos e o couro cabeludo, fazer a barba e lavar o rosto), em seguida, os membros e a parte anterior do tórax e do abdome. Depois, higienizar a parte dorsal do tórax e do abdome e, por último, a genitália e a região anal. Realizar o curativo de lesões, quando necessário. Fazer a limpeza e a desinfecção do colchão e da cama, e trocar a roupa de cama. Elevar a cabeceira, se não contra indicado e se necessário. Hidratar a pele sobre as proeminências ósseas com ácido graxo essencial e o restante do corpo com creme hidratante, exceto entre os dedos. Aplicar pomada preventiva de assaduras em região inguinal, Se a genitália e a região perianal for higienizada antes da parte dorsal do tórax e do abdome, a compressa de banho deverá ser trocada. Se o curativo for indicado, proteger a área adjacente à ferida e a colchão com lençóis ou compressas com a finalidade de impedir que a solução injetada contamine ou molhe às regiões afins. Utilizar o acido graxo essencial sobre proeminências ósseas em clientes que apresentarem o escore inferior a 11 pontos na escala de Braden.
genitália e perianal. Colocar a fralda descartável, se necessário, e vestir o cliente. 7.2.4- Cuidados ao final do banho: Reiniciar a infusão da dieta, quando for o caso. Fixar à pele novos eletrodos e posicionar o manguito e o sensor de oximetria de pulso. Oferecer o pente ou escova ou pentear os cabelos do cliente. Realizar os curativos de cateteres, drenos e traqueostomia (Soro fisiológico 0,9%) e de dispositivos vasculares centrais (clorexidine alcoólico 0,5%) e periféricos (álcool 70%), conforme procedimento operacional padrão institucional. Proceder a troca da fixação de sondas enteral, gástrica, vesical de demora, de drenos, do acesso venoso periférico e da traqueostomia com esparadrapo ou dispositivo próprio. Alterar o local de fixação da sonda vesical, quando presente. Em mulheres: face interna da coxa direita ou esquerda e em homens: região hipogástrica ou supra púbica direita ou esquerda. Em clientes acamados, fazê-la antes da hidratação da pele. Trocar o sistema de oxigenação e de aspiração e os equipos de nutrição enteral e parenteral. Trocar o sistema de infusão (equipos, three ways e extensores), quando atingido o aprazamento de validade. Realizar os curativos em lesões, quando presentes. Recolher a roupa e desprezá-la no hamper. Não jogar a roupa no chão. Organizar a unidade e promover conforto e segurança ao cliente. Proceder as anotações de enfermagem relacionadas ao banho e aos demais procedimentos realizados, incluindo o exame físico. Na ausência de clorexidine alcoólico 0,5%, utilizar álcool 70%. 8-Resultados esperados Higienização do cliente em sua totalidade com a troca das fixações, realização de curativos e com a limpeza e a desinfecção concorrente da unidade, de acordo com os protocolos institucionais,
resultando em uma assistência de qualidade e livre de danos e de riscos para o cliente. 9- Referências SILVA, A.M et al. Técnicas de Enfermagem. São Paulo: Rideel, 2009, 246p. TAYLOR, C; LILLIS, C; LEMONE, P. Fundamentos de enfermagem: a arte e a ciência do cuidado de enfermagem. 5 ed. Porto Alegre: Artmed, 2007. 1592p. LECH, J. Manual de Procedimentos de Enfermagem. Hospital Alemão Osvaldo Cruz. São Paulo: Martinari, 2006. 238p. POTTER, P.A; PERRY, A.G. Fundamentos de Enfermagem. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. 1726p SCHULL, P.D. Enfermagem Básica: teoria e pratica. São Paulo: Rideel. Ltda, 1996. 501p. VEIGA, D.A; CROSSETI, M.G.O. Manual de Técnicas de Enfermagem. Porto Alegre: Sagra-DCLuzzatto,1993. Elaborado por Thaís S. Guerra Stacciarini Marina Hygina Cunha