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Transcrição:

Anos médios de estudo, 2010 (log) Macro Setorial 8 de maio de 2015 Educação Cenário desfavorável no curto prazo deve reduzir o ritmo do setor O setor de educação particular, que teve forte expansão nos últimos anos, deve desacelerar. Os principais fatores que influenciaram o crescimento recente do setor (queda do desemprego, aspectos demográficos mais favoráveis e expansão do crédito público estudantil) devem sofrer alterações que vão reduzir o ritmo de expansão. No curto prazo, o ensino básico deverá ser afetado pelo aumento da inadimplência e pela migração de estudantes para o ensino público. No segmento de ensino superior, além do impacto do aumento do desemprego, haverá as implicações das alterações nas regras do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). No longo prazo, com a retomada do crescimento econômico e a estabilização do mercado de trabalho, ambos os segmentos devem voltar a apresentar desempenho favorável. O setor de ensino particular no Brasil apresentou forte crescimento nos últimos anos. De 2006 a 2013, segundo dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), a participação de alunos matriculados na rede particular aumentou de 17,8% para 24,4%. Essa expansão está associada ao aumento de renda da população, a aspectos demográficos e à maior disponibilidade de crédito estudantil. Entre 2006 e 2010, a massa salarial real aumentou 50,8%, possibilitando que mais pessoas tivessem acesso ao ensino particular. Além disso, a redução nas taxas de fecundidade aumentou a renda disponível para gasto com ensino pago. Outro fator que impulsionou o ensino particular, em especial o ensino superior, foi o aumento do crédito estudantil, que cresceu mais de 1.000% no período. Apesar desse restrospecto positivo, esperamos uma retração do setor. Essa piora reflete a deterioração do mercado de trabalho, principalmente o aumento do desemprego e a queda da renda real. Além disso, as regras do crédito público para o financiamento estudantil estão sendo alteradas, o que deve afetar as novas concessões. No entanto, o setor de ensino possui boas perspectivas no longo prazo em função do déficit educacional existente no País. Comparando-se os dados de anos de estudo com o PIB per capita, notase que, no Brasil, estuda-se, em média, menos tempo do que em países com nível de renda semelhante. Anos de estudo no Brasil são inferiores ao patamar de renda 1,2 1,1 1 0,9 0,8 0,7 0,6 0,5 0,4 EUA Alemanha Rússia Reino Unido França Colômbia Chile China Brasil 2 2,5 3 3,5 4 4,5 5 PIB per capita US$, 2010 (log) Fonte:Barro R. & J. W. Lee, FMI/World Economic Outlook, Itaú O setor de educação pode ser dividido em dois macrossegmentos: ensino básico, que engloba a educação infantil, o ensino fundamental e o ensino médio, e ensino superior. Recentemente, as escolas particulares de ensino básico aumentaram a sua participação frente às públicas. Entretanto, as instituições de ensino superior (IES) privadas vêm diminuindo a sua participação no mercado. Essa diferença nas tendências de participação dos dois segmentos está relacionada ao momento vivido por eles. O mercado de ensino superior privado já está maduro e tende a manter a taxa de participação estável nos próximos anos. Já o de ensino básico A última página deste relatório contém informações importantes sobre o seu conteúdo. Os investidores não devem considerar este relatório como fator único ao tomarem suas decisões de investimento.

ainda está em fase de consolidação e tende a apresentar um crescimento mais elevado. A participação das instituições particulares no ensino básico aumentou, em média, 2,3% a.a. entre 2006 e 2013 90% Participação das escolas particulares Ensino básico (direita) Ensino superior (esquerda) 22% A participação nas matrículas em escolas particulares vem aumentando nos últimos anos 18% 16% 14% 12% 10% participação das instituições particulares no total de matrículas ensino médio ensino fundamental 89% 88% 20% 18% 8% 6% 4% 2% 0% 87% 16% O segmento de ensino básico privado é mais sensível à renda do que o de ensino superior. Isso ocorre porque é mais fácil um aluno de escola particular migrar para uma escola pública no ensino básico do que no ensino superior. Além disso, a forma de financiamento nos dois segmentos também é diferente. Enquanto no ensino superior grande parte dos estudantes se financia com recursos próprios ou com crédito estudantil, no ensino básico a renda familiar é a principal fonte de recurso para o pagamento da mensalidade. Ensino básico A queda acentuada na taxa de fecundidade influenciou a elevação dos gastos das famílias com educação básica. Isso ocorre porque a quantidade de dependentes na família influencia a renda disponível para gastos com educação particular. O ensino básico se beneficia desse efeito por ser mais dependente da renda familiar. A taxa de fecundidade no Brasil recuou 28% de 2000 a 2015 2,39 taxa média de filhos por mulher A participação das matrículas em escolas particulares no ensino fundamental aumentou de 10,4% em 2006 para 15% em 2013. No ensino médio, a proporção de matrículas em instituições particulares em 2013 foi de 13,2%. 2,09 1,87 1,72 2000 2005 2010 2015 Outro impacto da queda na taxa de fecundidade é a redução da população jovem, que compõe a maioria dos estudantes do ensino básico. De acordo com as Página 2

projeções do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a proporção da população até 19 anos, que era de 40% em 2000, será de 32% em 2015 e de 24% em 2030. Essa redução expressiva tem impacto na demanda por ensino básico. Analisando-se os dados da população por região, nota-se que esse recuo na proporção de jovens ocorrerá em todas as regiões. No entanto, o Norte e o Nordeste vão continuar tendo uma população mais jovem que a brasileira, o que representa uma oportunidade de crescimento do segmento de educação básica nesses locais. Envelhecimento da população é desfavorável para o setor 40 32 24 49 40 30 45 35 26 37 37 29 29 22 22 Brasil Norte Nordeste Sudeste Sul Centro- Oeste 2000 2015 2030 proporção da população com até 19 anos de idade, % Outro fator que impacta a renda disponível para gastos com educação é o mercado de trabalho. Nos últimos anos, o desemprego no Brasil apresentou uma forte queda, atingindo patamares historicamente baixos. Houve também uma forte elevação dos salários reais. A soma desses dois fatores levou a um crescimento médio da massa salarial real de 5,4% ao ano na última década. Essa expansão da renda impulsionou o ensino privado, principalmente a educação básica. O crescimento do setor estimulou o reajuste das mensalidades acima da inflação. Nos últimos oito anos, o aumento médio das mensalidades foi de 8,4% ao ano. A inflação do setor de serviços medida pelo IPCA (Índice de Preços ao consumidor Amplo) foi, em média, de 7,3% no período. 41 32 25 Preço das mensalidades tem crescido acima da média do setor de serviços 12% 11% 10% 9% 8% 7% 6% 5% 4% variação anual Ensino Fundamental Ensino Médio IPCAServiços 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 O forte aumento de preços no setor e a deterioração do mercado de trabalho devem reduzir a demanda pela educação particular. O desemprego tem aumentado desde 2014. Além disso, a proporção de pessoas que reportam dificuldade em conseguir emprego também aumentou, o que denota um piora adicional do mercado de trabalho nos próximos meses. Projetamos que o desemprego deve atingir 7,2% em 2015 e permanecer nesse patamar em 2016. Desemprego aumenta e dificuldade em conseguir emprego sugere piora adicional à frente 95 90 85 80 75 70 65 60 55 50 45 40 35 emprego difícil de encontrar - % total (esquerda) taxa de desemprego (direita) 10,7 10,2 30 4,2 abr-07 abr-09 abr-11 abr-13 abr-15 9,7 9,2 8,7 8,2 7,7 7,2 6,7 6,2 5,7 5,2 4,7 Fonte: IBGE, FGV, Itaú Página 3

O aumento do desemprego deve elevar a inadimplência no setor de ensino e a migração de alunos para o ensino público. O ensino básico tende a ser mais afetado por esse efeito, pois não possui opções de crédito estudantil como no ensino superior. A forte concorrência no ensino básico, especialmente no ensino médio, pressiona a margem do setor e aponta a necessidade de redução do número de escolas desse segmento. Segundo os dados do Inep, de 2006 a 2013 o número de escolas particulares de ensino médio aumentou 14%. Nesse mesmo período, o número de matrículas recuou 3,3%. Crescimento do número de escolas acima do número de matrículas deve pressionar as margens do setor 120 115 110 105 95 90 85 80 índice base: 2006= Matrículas Escolas Apesar das dificuldades conjunturais do setor, o déficit educacional existente em algumas regiões representa a oportunidade de crescimento para o setor no médio e longo prazos. A proporção da população com ensino médio completo é baixa, sendo que em alguns Estados é de apenas 25%. Ensino superior Em 2013, a participação do setor privado no total de matrículas do ensino superior foi de 73,5%. No entanto, essa proporção diminuiu nos últimos anos. A principal razão para esse recuo é o aumento do número de vagas oferecidas pelo setor público. Entre 2006 e 2013, o número de matrículas no setor público aumentou 60% e 55% no setor privado. As matrículas nas IES particulares cresceram 55% de 2006 a 2013 170 160 150 140 130 120 110 90 índice base: 2006= Públicas Particulares Um dos fatores que incentivaram a expansão do ensino superior privado nos últimos anos foram os programas do governo voltados aos estudantes de baixa renda, como o Programa Universidade para Todos (Prouni) e o Fies. O Prouni é o programa que concede bolsas para estudantes com renda familiar bruta de até três salários mínimos mensais por pessoa. Essas bolsas podem ser parciais (de 50% do valor do curso) ou integrais. De 2006 a 2014, a quantidade de bolsas do Prouni cresceu 173,2%. Esse crescimento foi impulsionado pelas bolsas integrais, que aumentaram 185,4% no período. Prouni cresceu 173,2% de 2006 a 2014 350 300 250 200 150 50 0 em milhares de bolsas ofertadas Parcial Integral 2005 2008 2011 2014 Fonte: Sisprouni, Itaú Página 4

Milhares Macro Setorial sexta-feira, 8 de maio de 2015 O Fies, que oferece crédito estudantil com juros baixos e condições facilitadas de pagamento, expandiu-se fortemente nos últimos anos. De acordo com os dados do Ministério da Educação (MEC), os do Fies cresceram, em média, 36,3% ao ano entre 2000 e 2014. Crescimento médio do Fies foi de 36,3% ao ano de 2000 a 2014 800 A mudança das regras do Fies, em conjunto com a deterioração do mercado de trabalho, deve impactar a demanda do setor nos próximos anos. A demografia é outro fator que pode impactar a demanda nas IES. Segundo o IBGE, a população na faixa entre 20 e 30 anos passará de 16,7% em 2015 para cerca de 14,5% em 2030. Como a maioria dos estudantes do ensino superior está nessa faixa etária, a tendência é de queda na proporção de estudantes em relação ao tamanho da população. 700 600 500 em milhares de Diminuição da população entre 20 e 30 anos deve impactar a demanda das IES 400 300 200 0 2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 Fonte: MEC, Itaú O cenário de crescimento acelerado do Fies não deve continuar nos próximos anos. O governo anunciou alterações nas regras do programa que devem diminuir o número de nos próximos anos. As medidas anunciadas devem impactar o caixa das IES, através da alteração no número de parcelas do repasse de recursos. Além disso, as novas restrições aplicadas aos estudantes devem reduzir as novas matrículas. Alterações nas regras do Fies devem impactar as margens de lucro das IES Medida Repasse de recursos às IES Desempenho do aluno no Enem Teto para reajuste das mensalidades Regra nova 8 pagamentos anuais mínimo de 450 pontos na prova e nota acima de zero na redação 6,40% Regra antiga 12 pagamentos anuais não havia exigência não havia teto Validade todos os novos todos os Impactos na IES descasamento de fluxo de caixa queda na receita queda na margem de lucro Por fim, as mensalidades no ensino superior vêm crescendo acima da inflação medida pelo IPCA. Contudo, esse aumento é inferior ao avanço do IPCA de serviços. De 2007 a 2014, as mensalidades cresceram, em média, 5,6% ao ano. No mesmo período, o IPCA de serviços aumentou 7,3%, e o IPCA, 5,5%. No entanto, a expectativa para o aumento das mensalidades é de desaceleração. Entre os fatores que devem contribuir para esse cenário estão: a regra do Fies, que limita o aumento de preços a 6,4%, e o aumento do desemprego. O desemprego mais alto, além do efeito sobre a demanda, barateia a mão de obra, diminuindo a pressão sobre os custos. Nota da IES no CPC* restrição ao financiamento de nota mínima cursos com nota 3 de 3 ou 4 novos queda na receita ( nos cursos com nota 3 ou 4) *CPC Conceito Preliminar de Curso, calculado com base na avaliação de desempenho de estudantes, corpo docente, infraestrutura, recursos didáticopedagógicos. Fonte: MEC, Inep, Itaú. Página 5

As mensalidades do segmento crescem acima da inflação, mas devem desacelerar 9% 8% 7% 6% variação anual Conclusão O setor de ensino deve enfrentar dificuldades associadas à deterioração do mercado de trabalho e à restrição ao crédito nos próximos anos. Além disso, a demografia estará menos favorável. Entretanto, os fundamentos desse setor são sólidos, e ainda há espaço para expansão, principalmente nos Estados em que a renda é mais baixa. 5% 4% Ensino superior IPCA Serviços IPCA Paula Yamaguti 3% 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 Pesquisa macroeconômica Itaú Ilan Goldfajn Economista-Chefe Para acessar nossas publicações e projeções visite nosso site: http://www.itau.com.br/itaubba-pt/analises-economicas/publicacoes/ Informações Relevantes 1. Este relatório foi preparado e publicado pelo Departamento de Pesquisa Macroeconômica do Banco Itaú Unibanco S.A. ( Itaú Unibanco ). Este relatório não é um produto do Departamento de Análise de Ações do Itaú Unibanco ou da Itaú Corretora de Valores S.A. e não deve ser considerado um relatório de análise para os fins do artigo 1º da Instrução CVM n.º 483, de 6 de Julho de 2010. 2. Este relatório tem como objetivo único fornecer informações macroêconomicas, e não constitui e nem deve ser interpretado como sendo uma oferta de compra ou venda ou como uma solicitação de uma oferta de compra ou venda de qualquer instrumento financeiro, ou de participação em uma determinada estratégia de negócios em qualquer jurisdição. As informações contidas neste relatório foram consideradas razoáveis na data em que o relatório foi divulgado e foram obtidas de fontes públicas consideradas confiáveis. O Grupo Itaú Unibanco não dá nenhuma segurança ou garantia, seja de forma expressa ou implícita, sobre a integridade, confiabilidade ou exatidão dessas informações. Este relatório também não tem a intenção de ser uma relação completa ou resumida dos mercados ou desdobramentos nele abordados. As opiniões, estimativas e projeções expressas neste relatório refletem a opinião atual do analista responsável pelo conteúdo deste relatório na data de sua divulgação e estão, portanto, sujeitas a alterações sem aviso prévio.] O Grupo Itaú Unibanco não tem obrigação de atualizar, modificar ou alterar este relatório e de informar o leitor. 3. O analista responsável pela elaboração deste relatório, destacado em negrito, certifica, por meio desta que as opiniões expressas neste relatório refletem, de forma precisa, única e exclusiva, suas visões e opiniões pessoais, e foram produzidas de forma independente e autônoma, inclusive em relação ao Itaú Unibanco, à Itaú Corretora de Valores S.A. e demais empresas do Grupo. 4. Este relatório não pode ser reproduzido ou redistribuído para qualquer outra pessoa, no todo ou em parte, qualquer que seja o propósito, sem o prévio consentimento por escrito do Itaú Unibanco. Informações adicionais sobre os instrumentos financeiros discutidos neste relatório se encontram disponíveis mediante solicitação. O Itaú Unibanco e/ou qualquer outra empresa de seu grupo econômico não se responsabiliza, e tampouco se responsabilizará por quaisquer decisões, de investimento ou de outra forma, que forem tomadas com base nos dados aqui divulgados. Observação Adicional nos relatórios distribuídos no (i) Reino Unido e Europa: Itau BBA International plc: Este material é distribuído e autorizado pelo Itau BBA International plc (Itau BBA UK) em conformidade com o Artigo 21 do Financial Services and Markets Act 2000. O material que descreve os serviços e produtos oferecidos pelo Itaú Unibanco S.A. (Itaú) foi elaborado por aquela entidade. IBBA UK é uma subsidiária do Itaú. Itaú é uma instituição financeira validamente existente sob as leis do Brasil e membro do Grupo Itaú Unibanco. Itaú BBA International plc está sediado em The Broadgate Tower, level 20, 20 Primrose Street, London, United Kingdom, EC2A 2EW e está autorizado pela Prudential Regulation Authority e regulado pela Autoridade de Conduta Financeira e do Prudential Regulation Authority (FRN 575225). Itaú BBA International plc Sucursal Lisboa é regulado pelo Banco de Portugal para a realização de negócios. Itaú BBA International plc tem escritórios de representação na França, Colômbia, Alemanha e Espanha que estão autorizados a realizar atividades limitadas e as atividades de negócios realizados são regulados pelo Banque de France, Superintendencia Financiera de Colombia, Bundesanstalt fur Finanzdienstleistungsaufsicht (BaFin) e Banco de España, respectivamente. Nenhum dos referidos escritórios e subsidiárias lida com clientes de varejo. Para qualquer dúvida entre em contato com o seu gerente de relacionamento. Para mais informações acesse: www.itaubba.co.uk; (ii) EUA: A Itaú BBA USA Securities Inc., uma empresa membro da FINRA/SIPC, está distribuindo este relatório e aceita a responsabilidade pelo conteúdo do mesmo. O investidor americano que receber este relatório e desejar realizar uma operação com um dos valores mobiliários analisados neste relatório, deverá fazê-lo através da Itaú USA Securities Inc., localizada na 767 Fifth Avenue, 50th Floor, New York, NY 10153; (iii) Ásia: Este relatório é distribuído em Hong Kong pela Itaú Asia Securities Limited, autorizada a operar em Hong Kong nas atividades reguladas do Tipo 1 (operações com títulos e valores mobiliários) pela Securities and Futures Commission. A Itaú Asia Securities Limited aceita toda a responsabilidade legal pelo conteúdo deste relatório. 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Esse material é destinado apenas para Clientes Profissionais (conforme definido pelo módulo de Conduta de Negócios da DFSA), outras pessoas não deverão utilizá-lo; (vi) Brasil: A Itaú Corretora de Valores S.A., uma subsidiaria do Itaú Unibanco S.A., autorizada pelo Banco Central do Brasil e aprovada pela Comissão de Valores Mobiliários brasileira, está distribuindo este relatório. Caso haja necessidade, entre em contato com o Serviço de Atendimento a Clientes, telefones nº. 4004-3131 (capital e áreas metropolitanas) ou 0800-722-3131 (outras localidades) durante o expediente comercial, das 09h00 às 20h00. Se desejar reavaliar a solução apresentada, após a utilização destes canais, ligue para a Ouvidoria Corporativa Itaú, telefone nº. 0800 570 0011 (em dias úteis das 9h00 às 18h00), ou entre em contato por meio da Caixa Postal 67.600, São Paulo-SP, CEP 03162-971. * Custo de uma Chamada Local Página 6