Educação e Repressão Indivíduo e Sociedade



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Transcrição:

Educação e Repressão Indivíduo e Sociedade Fernanda Rezende R. Almeida, Mona Bittar Universidade Federal de Goiás, Núcleo de Estudos e Pesquisas em Educação,Psicologia e Cultura, 74605-050, Brasil nandarezenderodrigues@gmail.com e monab@bol.com.br PALAVRAS-CHAVE: Repressão, Indivíduo, Sociedade, Psicanálise. 1 INTRODUÇÃO O trabalho aqui apresentado refere-se ao sub-projeto Educação e Repressão 1 Indivíduo e Sociedade, da pesquisa em andamento Educação e Repressão. A pesquisa foi desenvolvida no período de 2009/2010 no Núcleo de Estudos e Pesquisas em Educação, Psicologia e Cultura (NEPPEC), da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Goiás, integrado ao projeto Razão e desrazão: as contrafaces do psicólogo em formação. E surgiu como resultado de desdobramentos da tese de doutoramento de Bittar (2006). Na contemporaneidade, configura-se cada vez mais uma realidade dicotomizada em que a discussão sobre o indivíduo é desvinculada do social, em que as realidades indivíduo e sociedade são compreendidas de forma naturalizada. Em tal realidade configuram-se novas formas de subjetivação e objetivação, que caso compreendidas de forma também estanque podem gerar verdades deturpadas sobre a realidade moderna. O que Adorno e Horckheimer já denunciavam em 1978: (...) o conceito puro de sociedade é tão abstrato quanto o conceito puro de indivíduo, assim como o de uma eterna antítese entre ambos (...) tornandose necessária a análise das relações sociais concretas e da configuração concreta que o indivíduo assume nessas relações (HORKHEIMER E ADORNO, 1978, p.53-54). 1 Na edição das obras de Freud utilizada como referência na elaboração do presente trabalho, a tradução utiliza o termo repressão. Ainda que estejamos cientes de que a tradução não contempla a idéia do conceito de recalque desenvolvido por Freud e não marca a distinção entre recalque e repressão, optamos por utilizar aqui o termo repressão, para ficarmos de acordo com a tradução que utilizamos. 1

Segundo Debord (1994), a sociedade atual se carcateriza pela sociedade do espetáculo, enquanto Lasch (1979) a caracteriza em termos de uma cultura do narcisismo. Tais concepções, segundo Birman (2001), se relacionam na compreensão sobre o que tem sido constituído na modernidade ou como muitos nomeiam, pós- modernidade, afirmando que o que se configura é um culto à imagem individual, ao exibicionismo exarcebado, exaltação do eu, culto ao narcisismo: o sujeito é regulado pela performatividade mediante a qual compõe os gestos voltados para a sedução do outro (BIRMAN, 2001, p. 188). De forma que o indivíduo passa a ser determinado pela sua performance, por apectos simplesmente singulares, esquecida sua relação com o contexto histórico- social moderno: Este [o indivíduo] é apenas um objeto predatório para o gozo daquele e para enaltecimento do eu. As individualidades se transformam, pois, tendencialmente, em objetos descartáveis, como qualquer objeto vendido nos supermercados e cantado em prosa e verso pela retórica da publicidade (BIRMAN, 2001, p. 188) Faz-se necessário e de fundamental importância, portanto, pensar sobre as mediações estabelecidas nessa cultura, que transversalizam a constituição subjetiva moderna; trazendo para o debate a tensão exitente entre essas realidades indivíduo/sociedade, subjetividade/objetividade, psique/realidade objetiva, que só assim poderiam ser compreendidas de forma não distorcida. A psique desligada da dialética social, tomada em abstrato, em si mesma, e posta sob a lupa, se adequa admiravelmente como objeto de investigação em uma sociedade que introduz os sujeitos como mero ponto de referência da força de trabalho em abstrato(adorno, 1991,p.168). Nesse âmbito, a teoria psicanalítica de Freud traz grandes contribuições para a disussão sobre a subjetividade. Ao desenvolver tal teoria, com todos seus preceitos básicos inconsciente, repressão, resistência, sexualidade infantil Freud inaugurou uma nova forma de enxergar o homem. A compreensão de que o sofrimento humano é fruto de sua própria constituição/ estruturação psíquica na relação com a cultura, possibilitou uma rica análise da forma como essa estruturação se configura universalmente, levando em consideração aspectos singulares de cada indivíduo e particulares de cada contexto histórico-social. Em o Mal Estar na Civilização (1930 [1929]), o autor afirma que o homem não se vincula a outro, guiado por um instinto nato de vinculação e de bondade; muito pelo contrário, a vinculação é construída culturalmente e não de forma natural: 2

o homem vincula-se, pois precisa do outro para sobreviver. Isso porque, ao nascer, o indivíduo é colocado em uma situação de desemparo,de falta, frente a situações que lhe causam sofrimento e denunciam sua incompletude, advinda de três fontes principais: a natureza e suas intempéries; o corpo e seus limites/finitude e as próprias relações humanas. E essa falta é o motivo pelo qual o indivíduo se coloca em relação com o outro, mesmo que incialmente de uma forma narcísica. A civilização, então, teria como razão geral proteger o homem do desamparo, permitindo a ele formas de obtenção prazer. O que fica bem claro quando falamos da proteção frente à natureza. Ao longo da história o homem percebeu que ao se vincular, as possibilidades de controle da natureza e obtenção de bens necessários à sobrevivência através do trabalho seriam facilitados e que mantendo essa vinculação tal obtenção poderia ser constante. E que o outro, a partir dessa manutenção, também se transformaria em meio de obtenção de prazer simbolizada principalmente nas relações sexuais e de segurança. Porém, até aqui a civilização enquanto viver em comunidade aparece como solução para a falta, como justificar então os relacionamentos humanos como uma fonte de sofrimento? E mais, como a fonte a ser mais controlada pela civilização? Para responder a esses questionamentos, Freud insere na discussão, a vida instintual humana e seu desenvolvimento. A partir da leitura de Sobre o Narcisimo: uma introdução (1914) e Os instintos e suas vicissitudes (1915) sabe-se que o indivíduo, deixado à deriva do princípio do prazer, estaria sujeito à vida instintual, buscando de forma desenfreada o prazer absoluto, que possivelmente resultaria em sua morte. Pois, segundo Freud (1930 [1929]), nessa busca o indivíduo não cessaria em subjugar outros homens, os matando caso necessário, em nome de obter prazer e afirmar sua superioridade, ficando a mercê de outros indivíduos que seguindo seus desejos também agissem da mesma forma. Por conseguinte, a própria vida instintual do homem que caminha no sentido da completude, sem nenhum regulamento imporia ameaças ao indivíduo e por consequência à espécie humana, ou seja, a obtenção do prazer absoluto siginificaria a anulação subjugação do outro, a impossibilidade de existência do indvíduo e por conseqüência da sociedade. Os processos civilizatórios se desenvolvem, então, de forma a regular as 3

relações humanas, interditando a vida instintual e utilizando-se da energia reprimida para realização de outras formas de obtenção de prazer em conformidade com a civilização. De onde afirmamos que se não em socieade, é impossível a existência do indivíduo, ou seja, que é na relação com a civilização que existe a possibilidade de ser do indivíduo. A civilização se funda no recrudescimento da vida instintual, em que o indivíduo se estrutura no sentido de organizar o conflito estabelecido entre os desejos individuais e a civilização. De forma que a repressão, segundo Freud, aparece como mecanismo psíquico fundamental, que permite ao indivíduo regular sua vida instintual e deslocar essa energia para produções voltadas à sociedade. Portanto, a repressão aparece como representação desse conflito e essencial à preservação do indivíduo e da espécie, trazendo em si uma contradição essencial: ao mesmo tempo que a repressão interdita o prazer absoluto, ela permite ao indivíduo viver em comunidade e obter formas de prazer possíveis, regulando a forma como subjetivamente o indivíduo internaliza e se relaciona com a objetividade. Essa passagem do singular para o universal, do subjetivo para o objetivo representa um marco no entendimento da forma como o homem se constitui, pois inclui nessa constituição a cultura e o outro, essencial para a possibilidade de existência do indivíduo e da própria civilização. Nessa perspectiva, recoloca-se a discussão da relação entre indivíduo e sociedade, subjetividade e objetividade, que devem ser apreendidas como movimento de tensões e de reciprocidade. A separação entre a sociedade e a psique é falsa consciência: eterniza categorialmente a cisão entre o sujeito vivente e a objetividade que impera sobre os sujeitos e que, porém, são eles quem a produzem. Contudo, desta falsa consciência não se pode retirar, por decreto metodológico, o solo em que pisa.os homens não conseguem reconhecer a si mesmo na sociedade, nem tampouco neles, porque encontram-se alienados entre si e frente a todos. Suas relações sociais coisificadas os apresentam necessariamente como seres em si mesmos (ADORNO, 1991, p.139). Está clara a importância de não analisar os determinantes objetivos e subjetivos como fenômenos isolados, pois eles são realidades que se inscrevem numa totalidade que não pode negar as tensões resultantes do confronto das demandas objetivas com as demandas subjetivas. Assim, a discussão deve ocorrer no interior do processo civilizatório, pois o desenvolvimento psíquico se materializa na história, sob determinadas condições concretas que conformam tanto a existência da sociedade quanto a do indivíduo. 4

Segundo Adorno e Horkheimer (1978), é fato que historicamente concepções que compreendem as realidades indivíduo e sociedade como naturalizadas e abstratas, se tornaram predominantes. E, não se pode esquecer, que tais concepções, ao contrário do que elas mesmas afirmam, são produzidas socialmente em um contexto histórico específico: Os fenômenos sociais são produtos históricos, nos quais tendências históricas se apresentam como tensões internas dos próprios processos sociais; é por isso que a oposição entre a pura teoria das formas das relações entre os homens e a dinâmica da História nos deixam, em última análise, na posse de um molde vazio, no qual se perdeu toda a consciência do que é social (HORKHEIMER E ADORNO, 1978, p.19-20). A contemporaneidade é fruto desse processo histórico, em que, se estabelece uma sociedade individualista. Visto que Freud e os autores da Teoria Crítica de Frankfurt criticam a forma como a subjetividade tem sido conformada na realidade e discutida na ciência, parte-se do pressuposto que com essa fundamentação teórica ainda pode ser desenvolvida uma análise da realidade moderna de forma a compreendê-la em sua essência. Assim, a partir dessas concepções podemos pensar também as implicações existentes na Educação, em tempos em que o social vem sendo cada vez mais desqualificado. Como afirmado anteriormente, já se sabe que a compreensão dos mecanismos estruturantes da subjetividade podem revelar aspectos relacionados à tensão existente entre a dinâmica interna do indivíduo e a realidade objetiva. Isso permite que as transversalidades que permeiam e mediam a Educação na contemporaneidade sejam discutidas e colocadas em análise, ressaltando a concepção freudiana sobre a Educação, entendida como as formas de inserção do indivíduo na cultura. 2 OBJETIVOS Valendo-se, então, dessas perspectivas teóricas, a pesquisa se propõe a investigar o conceito de repressão, na obra de Freud, por entendê-lo como mecanismo essencial que insere o indivíduo na realidade e permite sua existência; um mecanismo que liga o objeitvo ao subjetivo, representando uma forma de pensar não naturalizante da relação indivíduo sociedade. Tal investigação foi feita com o intuito de compreender se o conceito de 5

repressão sofreu mudanças desde a produção freudiana e caso tenha sofrido, compreender as conseqüências disso na constituição da subjetividade. Portanto, a pesquisa tem como objetivo geral: investigar se ocorreram mudanças na forma como a repressão/ recalque se apresenta na atualidade e as conseqüências disso na constituição humana e na Educação, buscando: compreender o conceito de repressão na obra freudiana; mapear a produção sobre os conceitos repressão e recalque atualmente; mapear o que tem sido produzido atualmente em nome de psicanálise; compreender se os conceitos citados acima estão sendo entendidos de acordo ou não com os preceitos psicanalíticos e analisar se as possíveis mudanças na forma em que a repressão vem se estruturando, tem consequências na constituição da subjetividade. Além disso, considerando que na contemporaneidade configuram-se formas específicas de subjetivação/objetivação, a compreensão acerca da repressão e suas possíveis modificações, enquanto mecanismo estrutural do indivíduo, possibilita o desvelamento sobre a forma como os conflitos entre a vida instintual humana e a civilização tem sido organizadas e estruturadas. Por conseguinte, esclarece também a relação que vem se estabelecendo entre indivíduo e sociedade. Dessa forma esse sub-projeto tem como objetivos específicos, além dos já citados, referenciar essa discussão a partir da contribuição dos referenciais teóricos da psicanálise e também da teoria crítica. 3 METODOLOGIA A proposta inicial quanto à metodologia de pesquisa, era descrita no plano de trabalho, como uma pesquisa bibilográfica. Porém, no decorrer da pesquisa, outras necessidades para a apreensão do objeto pesquisado surgiram, como a necessidade de compreensão da forma como o conceito repressão tem sido abordado atualmente e não apenas nos textos em que foram discutidos originariamente. Sendo assim, a pesquisa passou a ser desenvolvida a partir de dois procedimentos metodológicos. O primeiro refere-se ao desenvolvimento da pesquisa bibliográfica, a partir de leituras de textos de Freud, da Teoria Crítica da Escola de Frankfurt e de outros referenciados a essas teorias na contemporaneidade. Para 6

tanto foram realizados grupos de estudos semanais com a participação das bolsistas, da orientadora e de outros professores do núcleo de pesquisa, promovendo assim a discussão dos temas recorrentes. O segundo procedimento refere-se a uma pesquisa empírica de mapeamento da produção dos periódicos nacionais de Psicologia disponíveis no portal de periódicos CAPES: <http://www.periodicos.capes.gov.br/portugues/index.jsp?urlorigem=true >, contemplando o período de 2003 à 2007. Para tanto foi utilizado como procedimento a busca por descritores nos resumos do banco de dados, com posterior seleção dos artigos a serem lidos na íntegra. A princípio, utilizou-se como banco de dados, o banco da pesquisa Razão e Des-Razão: suas contrafaces no psicólogo em formação, realizada no mesmo núcleo de estudos no ano de 2008. Esse banco apresentava a catalogação dos resumos dos periódicos nacionais de Psicologia, presentes na lista de disponíveis do portal CAPES, tendo como ano base o ano de 2007, classificados em qualis A ou B e que contemplavam o período de 2003 a 2007, não necessariamente todo o período. Com a finalidade de mapear a produção atual referente aos termos repressão e recalque, esses foram eleitos, inicialmente, como descritores a serem pesquisados no banco de dados anteriormente citado, resultando, após a busca, em poucos resumos com tais descritores, o que não fornecia dados suficientes para a discussão. Devido à baixa recorrência desses descritores, decidiu-se acrescentar um terceiro descritor na busca: psicanálise. Esse descritor foi escolhido com o intuito de mapear a produção de forma geral da psicanálise, buscando a compreensão do que é tratado como psicanálise atualmente, uma vez que essa é a teoria que fundamenta a discussão aqui apresentada. Já que esse entendimento amplia as possibilidades de compreensão da forma como os conceitos repressão e recalque estão sendo utilizados, podendo estar de acordo ou não com os preceitos dessa fundamentação. No entanto, a partir de um novo acesso ao portal CAPES, após o início da busca pelo descritor psicanálise no banco de dados, percebeu-se que a classificação desse portal foi modificada em 2008, resultando na entrada de mais revistas na lista de disponíveis e também em alterações quanto à classificação dos periódicos, o que apontou para a necessidade de atualização do banco. Sendo 7

assim, foi suspensa a busca pelos descritores e realizada a atualização do banco de dados. A partir dessa atualização, o banco foi montado com a catalogação dos 75 periódicos disponíveis no portal CAPES que contemplam o período de 2003 a 2007, resultando num total de 4.758 resumos coletados. Nesses, foram buscados os descritores psicanálise, repressão e recalque, resultando, respectivamente em 527, 14 e 12 recorrências. Em seqüência foi realizada a distribuição da produção anual referente ao total de resumos e a cada descritor, ou seja, a distribuição do número de resumos publicado por ano no período recortado e a distribuição por ano dos resumos que continham os descritores pesquisados. Concomitante à atualização do banco, foram registradas informações sobre cada periódico: nome, cidade, estado, região, Qualis, periodicidade, ano de início, ano de término, período disponível CAPES, período disponível periódico, vinculado a, área de avaliação (CAPES) e área (lista de disponíveis). No decorrer das reuniões sobre os procedimentos metodológicos, com a análise das informações descritas no parágrafo anterior, verificou-se que algumas revistas não eram qualificadas pelo portal, eram avaliadas em outras áreas de conhecimento como, por exemplo, matemática e sociologia, não apresentavam produção entre 2003 e 2007. Devido a tal situação optou-se por adotar critérios com a finalidade de padronizar e tornar fidedigno o banco de dados. Dessa forma só foram mantidos no banco de dados os periódicos que atendiam a todos os seguintes critérios: 1º) presença na lista de disponíveis do portal CAPES, 2º) classificados em qualis A ou B, 3º) apresentar resumos com o formato compatível aos do Portal Scielo < http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_home&lng=pt&nrm=iso >, 4º) com área de avaliação no portal CAPES psicologia e/ou interdisciplinar e 5º) com publicação no período de 2003 à 2007, não necessariamente o período completo. Com a aplicação desses critérios foram excluídos 24 periódicos e 98 resumos. Dessa forma, o banco passa a apresentar 51 periódicos totalizando 4.660 resumos. Com a exclusão de tais periódicos, foi alterado também a quantidade de resumos que apresentam o descritor psicanálise, passado de 527 para 489 resumos. No entanto, quanto aos descritores repressão e recalque não ocorreram alterações. 8

Com o intuito de mapear a produção de psicanálise nos resumos e criar critérios de seleção para a leitura integral dos artigos, foi construída uma planilha para a leitura e classificação dos resumos. Na planilha objetivou-se o levantamento dos seguintes itens: título do artigo, localização do descritor, autores citados, objeto/assunto e metodologia/instrumento. Para a tabulação desses dados, foram criadas categorias específicas para cada um dos intens, que serão apresentadas nos resultados e discussão. Concluída a tabulação dos resumos, inicia-se o seguinte passo da pesquisa, que consiste na seleção dos artigos a serem lidos na íntegra. Uma vez que os resumos referentes aos descritores repressão e recalque citam claramente os elementos que estão sendo pesquisados e apresentam um volume viável (26 artigos), serão todos lidos na íntegra sem passar por seleção prévia. Já os de psicanálise foram selecionados considerando o critério que contempla o referencial teórico do Projeto de Pesquisa, qual seja Freud e autores da Teoria Crítica da Escola de Frankfurt, resultando em 71 artigos. O último procedimento realizado no período de 2009/2010 foi a confecção da planilha para leitura dos artigos na íntegra. A planilha, então, contém intens de identificação: a) autor, b) periódico, c) ano de publicação, d) volume, e) data, f) páginas, g) instiutição do periódico, h) cidade/estado e itens de conteúdo do artigo: a) palavras-chave, b) tema principal, c) objetivo do trabalho, d) enfoque teórico, e) autores explicitados, f) tipo de pesquisa, g) instrumentos de coleta de dados e h) fontes. 4 RESULTADOS/DISCUSSÃO Como foi descrito anteriormente, o banco de dados utilizado pela pesquisa contém 4660 resumos (universo geral), em que que o descritor psicanálise aparece em 489 resumos (universo psicanálise) e os descritores repressão e recalque aparecem, respectivamente, em 14 e 12 resumos. Logo, apenas o descritor psicanálise aparece de forma significativa (0,11) no universo de 4660 resumos, se comparado aos outros dois descritores pesquisados, repressão e recalque, que representam 0, 000... do universo total. Como fica ilustrado na Figura 1: 9

Fonte: Banco de dados Figura 1: Representividade dos descritores psicanálise, repressão e recalque no universo geral Ocorre, que esses descritores podem aparecer de duas formas: 1) apenas um dos descritores por resumo ou 2) mais de um descritor por resumo. Sendo assim, quanto à primeira forma temos: o descritor psicanálise em 484 resumos e os descritores repressão e recalque, respectivamente, em 11 e 8 resumos. Quanto à segunda forma temos: 2 resumos com os descritores psicanálise e repressão, 3 com os descritores psicanálise e recalque e 1 com os descritores repressão e recalque. De forma que apenas o descritor psicanálise, citado separadamente, apresenta representatividade significativa (0,11) dentre os descritores pesquisados, no universo de 4660 resumos. A baixa recorrência dos descritores repressão e recalque se mantém quando analisado o universo psicanálise; já que eles aparecem, respectivamente, em apenas 2 e 3 resumos dos 489 resumos em que o descritor psicanálise é citado (acompanhado ou não). O que é representado na Figura 2: Fonte: Banco de dados Figura 2: Relação Descritores Repressão e Recalque/ Descritor Psicanálise 10

Resumos com Descritor Psicanálise Resumos Esses dados apesar de incipientes, ratificam a necessidade de investigação da produção em psicanálise e questinamento acerac da baixa recorência de conceitos tão caros à teoria psicanalítica. Quanto à distribuição anual da produção geral (4660 resumos) e da produção acerca da psicanálise (489 resumos), verificou-se que há um crescimento ininterrupto no período de 2003 a 2007, conforme demonstram as Figuras 3 e 4: Relação: Quantidade de Resumos/ Ano 1400 1200 1148 1258 1000 800 600 579 828 945 400 200 0 2003 2004 2005 2006 2007 Ano Fonte: Banco de dados Figura 3: Relação: Quantidade de Resumos/ Ano Relação: Quantidade de Resumos com o Descritor Psicanálise/ Ano 160 140 120 100 80 60 40 20 0 150 117 98 102 60 2003 2004 2005 2006 2007 Ano Fonte: Banco de dados Figura 4: Relação: Quantidade de Resumos com o Descritor Psicanálise/Ano Esse crescimento referente à produção sobre psicanálise, também ratifica a importância do estudo sobre esse tema e suas relações com a contemporaneidade. Já as distribuições da produção anual acerca da repressão e do recalque apresentaram variações diferentes a dos recortes acima. Quanto à repressão, 11

verificou-se um aumento ininterrupto na produção a partir do ano de 2005. Já quanto ao recalque, foi verificado o seguinte: um crescimento de produção significativo no ano 2004, seguido de decréscimo em 2005, aumento pouco significativo em 2006 e queda drástica em 2007 (ano em que não foi produzido nenhum artigo sobre o esse descritor). Terminada essa distribuição, foi iniciado o trabalho com os resumos do recorte psicanálise (489 resumos). Portanto, a partir desse momento, os resultados apresentados serão referentes à leitura dos resumos com o descritor psicanálise e tabulação dos dados coletados por meio da planilha descrita no intem 3. A tabela abaixo apresenta a tabulação dos dados referentes aos objetos e assuntos privilegiados nos resumos pesquisados. Transformados em categorias apresenta-se cada categoria em ordem crescente de recorrência. A diversidade de objetos evidencia a diversidade de temáticas abordadas a luz da psicanálise assim como a prevalência de algumas categorias, particularmente as discussões sobre a prática psicanalítica, os conceitos freudianos e lacanianos e a relação da psicanálise com outras áreas de conhecimento. Conforme exposto na tabela a seguir: Tabela 1. Categorias Objetos/Assunto dos Resumos Categorias Total Psicanálise e teoria crítica 3 Intersubjetividade 4 Psicanálise e antropologia 4 Psicanálise e cinema 4 Arte e psicanálise 4 Psicanálise e religião 4 Relação mente-corpo 5 Psicanálise e hospital 5 Pesquisa psicanalítica 5 Psicanálise e cultura 5 Ética e psicanálise 7 Psicanálise e filosofia 7 Perversão 8 Psicanálise e neurociências 8 Psicose 9 Estatuto do corpo na psicanálise 9 Linguagem/semiologia 9 Psicanálise e família 10 Psicanálise e adolescência 10 Psicanálise e instituição 11 Formação do analista 12 Inclusão, diferença e preconceito 12 Psicanálise e maternidade 13 Clinica infantil 13 12

Saúde mental 13 Toxicomania e drogadicção 14 Psicanálise e literatura 15 Psicanálise e conhecimento 15 Relação psicanálise e psiquiatria 16 Subjetividade e contemporaneidade 17 Psicanálise e educação 24 Conceitos psicanalíticos lacanianos 34 Conceitos psicanalíticos freudianos 36 Prática psicanalítica 47 Outros 69 Fonte: Dados da Pesquisa Tais dados serão melhor avaliados e discutidos posteriormente no contraponto com as categorias de recalque e repressão. 5 CONCLUSÕES/CONSIDERAÇÕES FINAIS É importante ressaltar que a leitura dos artigos ainda não foi iniciada, e será realizada no próximo ano de pesquisa com o auxílio da planilha já caracterizada no item 3. Como parte da pesquisa empírica, estava previsto o mapeamento dos periódicos da área de Educação, que não pôde ser realizado no período de 2009/2010. Dessa forma, tal etapa também será realizada na continuidade da pesquisa, a partir dos mesmos procedimentos que foram aplicados aos periódicos de Psicologia. Apenas ao final da coleta desses dados a pesquisa terá subsídios suficientes para: discutir os resultados apresentados de forma mais densa e aprofundada e analisar de forma clara as relações que podem ser feitas entre esses dados, como a relação dos conceitos estudados e a educação. REFERÊNCIAS ADORNO, Theodor W. De la relación entre sociologíay psicología. In. Actualidad de la filosofia. Barcelona: Ediciones Paidós Ibérica, 1991. BIRMAN, J. Mal- estar na atualidade : a psicanálise e as novas formas de subjetivação. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2001. 13

BITTAR, Mona. Indivíduo e Sociedade A fertilidade da teoria de Freud na contemporaneidade. Goiânia, GO, 2006. 140f. Tese (Doutorado em Educação Brasileira). Universidade Federal de Goiás, UFG. DEBORD, G. La Societé Du spetacle. Paris: Gallimard, 1994. FREUD, S. Sobre o Narcisismo: uma introdução (1914). In: Obras Completas, v.xiv. Rio de Janeiro: Imago, 1996.. Os instintos e suas vicissitudes (1915). In: Obras Completas, v.xiv. Rio de Janeiro: Imago, 1996.. O Mal-Estar na Civilização (1930). In: Obras Completas, v. XII. Rio de Janeiro: Imago, 1996. HORKHEIMER, Max e ADORNO, Theodor (org). Temas básicos de Sociologia. São Paulo: Ed. Cultrix, 1978. LASCH. Christopher. A Cultura do narcisismo - a vida americana numa era de esperanças em declínio. Rio de Janeiro: Imago, 1983. 14