PRINCIPAIS ORGANIZAÇÕES ENVOLVIDAS ELETRONUCLEAR ELETROBRÁS TERMONUCLEAR S. A. CNEN COMISSÃO NACIONAL DE ENERGIA NUCLEAR



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Transcrição:

PRINCIPAIS ORGANIZAÇÕES ENVOLVIDAS ELETRONUCLEAR ELETROBRÁS TERMONUCLEAR S. A. CNEN COMISSÃO NACIONAL DE ENERGIA NUCLEAR INB INDÚSTRIAS NUCLEARES DO BRASIL Pág. 1 GPO.T / Maio-2005

R O T E I R O 1. ELETRONUCLEAR...4 1.1 OBJETIVOS DA ELETRONUCLEAR...5 1.1.1 VISÃO DA ELETRONUCLEAR...5 1.1.2 MISSÃO DA ELETRONUCLEAR...5 1.1.3 OBJETIVOS ESTRATÉGICOS DA ELETRONUCLEAR...5 1.2 CONSELHOS E DIRETORIA DA ELETRONUCLEAR...6 1.2.1 CONSELHOS DA ELETRONUCLEAR...6 1.2.2 DIRETORIA DA ELETRONUCLEAR...6 1.3 POLÍTICA DE SEGURANÇA DA ELETRONUCLEAR...7 1.3.1 A SEGURANÇA DAS USINAS CONSTRUÍDAS NO PAÍS...7 1.3.2 POLÍTICA DE GESTÃO INTEGRADA DA SEGURANÇA...8 1.3.3 SEGURANÇA ACIMA DE TUDO...8 1.3.4 ESQUEMA DE...9 1.3.5 CONCEITO DE BARREIRAS MÚLTIPLAS PARA USINAS NUCLEARES...10 1.3.6 PLANO DE EMERGÊNCIA...11 1.4 INSTALAÇÕES DO PARQUE GERADOR DA ELETRONUCLEAR...13 1.4.1 CENTRAL NUCLEAR ALMIRANTE ÁLVARO ALBERTO...13 1.4.2 USINA NUCLEAR ANGRA 1...14 1.4.3 USINA NUCLEAR ANGRA 2...16 1.4.4 SIMULADOR DE ANGRA 2...17 1.4.5 LABORATÓRIO D MONITORAÇÃO AMBIENTAL...18 1.5 TRATAMENTO DE REJEITOS...19 1.5.1 ARMAZENAMENTO DE REJEITOS...20 1.5.2 EFLUENTES...20 1.5.3 REJEITOS SÓLIDOS...21 1.5.4 CONTROLE DE ÁREAS DAS USINAS...21 1.6 PROCESSOS DE LICENCIAMENTO...22 1.6.1 LICENCIAMENTO NUCLEAR...22 1.6.2 LICENCIAMENTO AMBIENTAL...22 1.7 ANGRA 3: FUTURA UNIDADE GERADORA...23 1.7.1 PROCESSO DE APRECIAÇÃO DA RETOMADA DE ANGRA 3...24 1.7.3 ORÇAMENTO PARA A RETOMADA DE ANGRA 3...25 1.7.4 PROCESSO LICENCIATÓRIO PARA ANGRA 3...26 1.7.4 LICENCIAMENTO NUCLEAR DE ANGRA 3...27 1.7.5 LICENCIAMENTO AMBIENTAL DE ANGRA 3...28 1.7.6 INVESTIMENTOS JÁ REALIZADOS PARA ANGRA 3...29 1.7.7 INFRA-ESTRUTURA JÁ DISPONÍVEL PARA ANGRA 3...30 1.7.8 SITUAÇÃO DO PROJETO DE ENGENHARIA PARA ANGRA 3...31 1.7.9 EQUIPAMENTOS JÁ ADQUIRIDOS PARA ANGRA 3...32 1.7.10 PROGRESSO FÍSICO DO EMPREENDIMENTO ANGRA 3...33 1.7.11 CRONOGRAMA DE IMPLANTAÇÃO DO EMPREENDIMENTO ANGRA 3...34 1.7.12 SITUAÇÃO GERAL PARA A RETOMADA DO EMPREENDIMENTO ANGRA 3...35 Pág. 2 GPO.T / Maio-2005

2. CNEN - COMISSÃO NACIONAL DE ENERGIA NUCLEAR... 36 2.1 MISSÃO DA CNEN...36 2.2 ÁREAS DE ATUAÇÃO DA CNEN...36 2.2.1 ÁREA DE RADIOPROTEÇÃO E...36 2.2.2 ÁREA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO...37 2.2.3 ÁREA DE APOIO LOGÍSTICO...37 2.3 UNIDADES VINCULADAS À CNEN...37 2.4 PRINCIPAIS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS PELA CNEN...38 2.4.1 ATIVIDADES DE LICENCIAMENTO...38 2.4.2 ATIVIDADES DE FISCALIZAÇÃO...38 2.4.3 ATIVIDADES RELACIONADAS ÀS SALVAGUARDAS NUCLEARES...38 2.4.4 ATIVIDADES RELACIONADAS A REJEITOS RADIOATIVOS...39 2.4.5 ATIVIDADES DE PESQUISA DE CENTRAIS NUCLEARES...39 2.4.6 ATIVIDADES DE PESQUISA DO CICLO DO COMBUSTÍVEL...39 2.4.7 ATIVIDADES DE PESQUISA DE INSTALAÇÕES NUCLEARES...40 2.4.8 ATIVIDADES DE PESQUISA DE APLICAÇÕES NUCLEARES NO MEIO AMBIENTE... 40 2.4.9 ATIVIDADES DE PESQUISA DE APLICAÇÕES NUCLEARES NA ÁREA MÉDICA... 40 2.4.10 ATIVIDADES DE PESQUISA DE MATERIAIS E PROCESSOS FÍSICOS/QUÍMICOS... 41 3. INB INDÚSTRIAS NUCLEARES DO BRASIL... 42 3.1 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DA INB...42 3.2 UNIDADES VINCULADAS À INB...43 3.3 RESPONSABILIDADE SOCIAL CORPORATIVA DA INB...43 3.4 CULTURA DE SEGURANÇA DA INB...44 3.5 ATIVIDADES DE PRESERVAÇÃO AO MEIO AMBIENTE...45 3.5.1 INB RESENDE...45 3.5.2 INB CALDAS...46 3.5.3 INB CAETITÉ...46 3.5.4 INB BUENA...47 3.6 A GARANTIA DA QUALIDADE NA INB...48 3.6.1 POLÍTICA E OBJETIVOS DA QUALIDADE...48 3.7 A INB E OS PROCESSOS DE LICENCIAMENTO...49 3.8 ATIVIDADES DE RADIOPROTEÇÃO E MONITORAÇÃO...49 3.8.1 INB RESENDE...49 3.9 CICLO DO COMBUSTÍVEL NUCLEAR...51 4. LEI SOBRE DEPÓSITO DE REJEITOS... 52 Pág. 3 GPO.T / Maio-2005

1. ELETRONUCLEAR ELETRONUCLEAR foi criada em 1 de agosto de 1997, como resultado da fusão da área nuclear de FURNAS Centrais Elétricas S.A., responsável pela operação de Angra 1 e pela construção de Angra 2, com a NUCLEN, empresa de engenharia detentora da tecnologia de projeto de Angra 2 e 3. Dessa forma, a empresa dispõe de competência e capacitação técnica nas áreas de projeto, construção e operação de usinas nucleoelétricas. Reunindo o que há de melhor no setor, em termos de recursos humanos e capacitação tecnológica, a ELETRONUCLEAR está plenamente apta a responder ao desafio de consolidar a indústria de geração nucleoelétrica no Brasil, propiciando ao país uma tecnologia de ponta e a utilização de um combustível do qual dispõe em abundância. As atividades da empresa compreendem, hoje, a operação da Usina Nuclear Angra 1, com 657 MW, e Angra 2, com 1350 MW. Estas Usinas, em conjunto com Angra 3, prevista para operar também com 1350 MW, constituem a Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto - CNAAA, situada na praia de Itaorna, no Município de Angra dos Reis. A conclusão da Usina Nuclear Angra 3, acrescentando mais 1350 MW à rede, tornará o Estado do Rio de Janeiro praticamente independente da importação de energia de outros estados. Neste mercado, altamente competitivo, é meta primordial da Empresa otimizar o custo de produção da energia elétrica de origem nuclear, mantendo os mais elevados padrões de segurança no projeto, construção e operação das usinas que integram a CNAAA. No tocante à produção de produção de energia, em 2001, a ELETRONUCLEAR foi responsável pela produção de 4,1% do total de energia elétrica consumida no Brasil. Em termos do Estado do Rio de Janeiro, representa 50% da capacidade instalada no Estado e responde pela produção de 47% da energia aí consumida. A ELETRONUCLEAR é responsável pela grande diminuição da dependência energética do Estado do Rio de Janeiro (quantidade de energia importada de outros estados para atender ao consumo local) que passou de 61% em 1999 para apenas 15% em 2001. Ao longo do 2º semestre de 2001, a energia gerada pelas usinas Angra 1 e Angra 2 contribuiu para que o país superasse a grave crise de abastecimento de energia elétrica, devido à falta de chuvas e ao conseqüente baixo volume de águas nos reservatórios das usinas hidroelétricas. Pág. 4 GPO.T / Maio-2005

1.1 OBJETIVOS DA ELETRONUCLEAR 1.1.1 VISÃO DA ELETRONUCLEAR Estar comprometida com a melhoria da qualidade de vida da população, gerando uma energia limpa, mantendo-se na vanguarda tecnológica e sendo reconhecida pela excelência do seu desempenho. 1.1.2 MISSÃO DA ELETRONUCLEAR Produzir energia elétrica com elevados padrões de segurança e eficiência e custos competitivos, preservando a capacidade de projetar, construir e gerenciar seus empreendimentos. 1.1.3 OBJETIVOS ESTRATÉGICOS DA ELETRONUCLEAR Otimizar a produção de Angra 1 e Angra 2, apresentando padrões de segurança e desempenho acima da média; Implementar um programa de gerenciamento de rejeitos, com foco na redução dos volumes produzidos no armazenamento em caráter intermediário e na obtenção de solução para o armazenamento definitivo; Retomar a construção de Angra 3; Atuar, ativamente, na condução do Programa Nuclear Brasileiro e na divulgação dos benefícios da energia nuclear para o país; Dotar a empresa de instrumentos que permitam, continuamente, a realização profissional de seus empregados, o desenvolvimento de seus processos corporativos, o seu equilíbrio econômico-financeiro e o gerenciamento do seu conhecimento. Pág. 5 GPO.T / Maio-2005

1.2 CONSELHOS E DIRETORIA DA ELETRONUCLEAR 1.2.1 CONSELHOS DA ELETRONUCLEAR 1.2.2 DIRETORIA DA ELETRONUCLEAR Pág. 6 GPO.T / Maio-2005

1.3 POLÍTICA DE SEGURANÇA DA ELETRONUCLEAR Por ocasião da sua fundação, em 1º de agosto de 1997, a Diretoria da ELETRONUCLEAR implementou, de imediato, uma Política de Segurança a ser seguida por toda a empresa. Em substituição a esta política, em 07 de dezembro de 2004, foi aprovada uma revisão, agora denominada Política de Gestão Integrada da Segurança, visando uma ampla integração de todas as suas ações de segurança, conforme a seguir: A segurança das usinas nucleares e da população que vive nas suas proximidades e do meio ambiente, sempre foi a principal preocupação da indústria nuclear. O projeto, a construção e a operação das usinas de Angra obedecem aos mais elevados padrões de segurança, nacionais e internacionais. 1.3.1 A SEGURANÇA DAS USINAS CONSTRUÍDAS NO PAÍS O projeto das usinas nucleares adotadas no país utiliza a estratégia de defesa em profundidade, que consiste no estabelecimento de múltiplos níveis de proteção, ou seja, a construção de barreiras sucessivas que impedem a liberação de material radioativo para o meio ambiente, que é o chamado sistema passivo de proteção. Possuem ainda diversos dispositivos técnicos que constituem o sistema ativo de segurança. Em caso de ocorrências operacionais anormais, estes dispositivos atuam para desligar o reator de forma segura, remover o calor residual do núcleo, evitar escape de substâncias radioativas e fornecer alimentação elétrica de emergência destinada a suprir todos os circuitos de proteção de segurança, em caso de perda de alimentação externa. Procedimentos rigorosos de acompanhamento, verificação e controle são adotados desde o início do projeto básico, durante as diversas etapas de fabricação dos componentes, construção civil, montagem e testes dos equipamentos e sistemas, bem como ao longo da operação da usina, o que garante a sua segurança. Para conceder a Autorização de Operação, a Comissão Nacional de Energia Nuclear - CNEN, órgão do Governo Federal responsável pelo licenciamento das instalações nucleares, atua ao longo de todo este processo, avaliando os Relatórios de Análise de Segurança e demais documentos relativos ao empreendimento, verificando o atendimento às suas exigências e realizando inspeções e auditorias. Organismos internacionais como a Agência Internacional de Energia Atômica - IAEA e a Associação Mundial de Operadoras Nucleares - WANO também supervisionam as atividades desenvolvidas na Central Nuclear de Angra. Além do atendimento aos requisitos dos órgãos ligados à energia nuclear, o licenciamento de uma usina nuclear requer também o cumprimento das exigências dos órgãos de licenciamento ambiental, como o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), a Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente (FEEMA) e de entidades municipais Pág. 7 GPO.T / Maio-2005

1.3.2 POLÍTICA DE GESTÃO INTEGRADA DA SEGURANÇA A ELETRONUCLEAR tem o compromisso de gerar energia elétrica limpa e com elevados padrões de segurança. Para tal, é fundamental o comprometimento de sua força de trabalho em conduzir todas as atividades relacionadas à segurança de forma integrada, privilegiando a Segurança Nuclear, que inclui a Garantia da Qualidade e o Meio Ambiente, bem como a Segurança do Trabalho, a Saúde Ocupacional e a Proteção Física. Os seguintes princípios devem ser considerados: 1. A Segurança Nuclear é prioritária e precede a produtividade e a economia, não devendo nunca ser comprometida por qualquer razão; 2. Os requisitos legais e outros requisitos relativos aos vários aspectos da segurança integrada deverão ser atendidos; 3. O treinamento para qualificação dos empregados e prestadores de serviço deverá assegurar os conhecimentos relativos aos diversos aspectos da segurança integrada necessários à execução adequada de seus trabalhos; 4. A saúde e a segurança das pessoas, assim como os impactos ao meio ambiente, deverão ter seus riscos preventivamente minimizados ou eliminados; 5. Os processos de comunicação interna e externa da Empresa deverão ser transparentes e suficientes, de modo a permitir que qualquer condição insegura seja prontamente informada; 6. A Empresa deve buscar o contínuo aperfeiçoamento de suas práticas relacionadas com a Gestão Integrada da Segurança. 1.3.3 SEGURANÇA ACIMA DE TUDO Procedimentos rigorosos de acompanhamento, verificação e controle, consolidados através de um Programa de Garantia da Qualidade, abrangendo o projeto básico, as diversas etapas de fabricação dos componentes, a construção civil e a montagem e a realização de testes funcionais de desempenho de equipamentos e sistemas, bem como, de testes periódicos de rotina, fazem parte das medidas adotadas para impedir a ocorrência de acidentes com liberação de radioatividade. Pág. 8 GPO.T / Maio-2005

1.3.4 ESQUEMA DE Normas Nacionais e Internacionais Sistemas de Segurança Múltiplos com Redundâncias Rigoroso Controle de Qualidade SEGURANÇA Treinamento dos Operadores Licenciamento de Segurança pela CNEN Inspeções de Organismos Internacionais Pág. 9 GPO.T / Maio-2005

1.3.5 CONCEITO DE BARREIRAS MÚLTIPLAS PARA USINAS NUCLEARES BARREIRAS CONTRA A LIBERAÇÃO DE PRODUTOS RADIOATIVOS 5 Envoltório de concreto 4 Envoltório de aço 2 Revestimento da vareta de combustível EDIFÍCIO DO REATOR 1 Absorção dos produtos de fissão pelo próprio combustível 3 Blindagem Biológica de Concreto Pág. 10 GPO.T / Maio-2005

1.3.6 PLANO DE EMERGÊNCIA Plano de Emergência Externo (PEE) da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto é uma medida adicional de segurança, pois, as usinas foram construídas seguindo o conceito de defesa em profundidade, isto é, possuem diversas barreiras protetoras sucessivas e dispõem de vários sistemas redundantes de segurança, que impedem a liberação de material radioativo para o meio ambiente. O PEE incorpora as recomendações da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), com base em estudos e normas internacionais. É importante observar que este é um plano de caráter preventivo, isto é, as medidas previstas serão implementadas antes que ocorra qualquer liberação de material radioativo para o meio ambiente. O PEE abrange uma área com raio de 15 km em torno das usinas, denominada ZPE Zona de Planejamento de Emergência. Esta área foi subdividida em setores anulares, com raio de 3, 5, 10 e 15 km, denominadas respectivamente ZPE-3, ZPE-5, ZPE-10 e ZPE-15. A população é informada periodicamente através das Campanhas de Esclarecimento e, anualmente, em apoio à Defesa Civil, a ELETRONUCLEAR distribui 40.000 calendários na região dos 15 km em torno da central nuclear, com informações sobre o Plano de Emergência, teste das sirenes e instruções de procedimento da população em caso de acidente. Pág. 11 GPO.T / Maio-2005

É prevista a notificação da população por meio das sirenes, que dispõem atualmente de sistema de transmissão de informações em viva-voz e de avisos transmitidos pelas estações locais de rádio e TV. Somente para as ZPE s 3 e 5 estão previstas evacuações preventivas das populações. No restante da região, isto é, ZPE s 10 e 15, a população deverá permanecer inicialmente abrigada em suas residências, locais de trabalho, etc., aguardando instruções da Defesa Civil. A coordenação geral do PEE é de responsabilidade da Defesa Civil estadual, que conta com o apoio da Coordenadoria Municipal de Defesa Civil de Angra dos Reis e de outros órgãos. A ELETRONUCLEAR é diretamente responsável pelas ações emergenciais dentro de sua área de propriedade, bem como de algumas ações de apoio à CNEN e à Defesa Civil, nas ZPE s 3 e 5. Os meios necessários para a operacionalização do PEE encontram-se disponíveis na região, tais como quartéis do Corpo de Bombeiros, unidades da Defesa Civil Municipal, Polícia Militar, Polícia Rodoviária. Os Órgãos envolvidos na operacionalização do PEE são: Coordenação de Programas Técnico-Científicos e Nucleares, do MCT Ministério da Ciência e Tecnologia, CNEN Comissão Nacional de Energia Nuclear, DEFESA CIVIL Federal, Estadual e Municipal, ELETRONUCLEAR e diversos órgãos de apoio federais e estaduais. Pág. 12 GPO.T / Maio-2005

1.4 INSTALAÇÕES DO PARQUE GERADOR DA ELETRONUCLEAR As principais instalações são as usinas Angra 1 e 2 e, futuramente, Angra 3. 1.4.1 CENTRAL NUCLEAR ALMIRANTE ÁLVARO ALBERTO Situada na Praia de Itaorna, Município de Angra dos Reis, Estado do Rio de Janeiro, a Central Nuclear de Angra está próxima dos principais centros consumidores de energia do país. A escolha do local envolveu uma série de condicionantes, ligadas às características do sistema de geração nuclear, tais como abundância de água de refrigeração e facilidade de transporte e montagem de equipamentos pesados, sendo precedida de inúmeros estudos desenvolvidos com o apoio de empresas de consultoria internacionais, com ampla experiência em seleção de sítios para a construção de usinas nucleares. A proximidade dos grandes centros de consumo evita a construção de dispendiosos sistemas de linhas de transmissão e a conseqüente elevação do custo da energia produzida. A Central Nuclear de Angra recebeu o nome de Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto em homenagem a este pioneiro pesquisador do campo da tecnologia nuclear no Brasil. Álvaro Alberto da Motta e Silva (1889 1976) impôs-se como o principal articulador de uma política nacional de energia nuclear, sendo um dos incentivadores da criação da Comissão Nacional de Energia Nuclear, em 1956. Foi também liderança incansável na criação do Conselho Nacional de Pesquisas, cuja presidência exerceu de 1951 até 1955. Membro de sociedades científicas nacionais e internacionais, presidiu a Academia Brasileira de Ciências de 1935 a 1937. A Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto é constituída pelas Usinas Angra 1, Angra 2 e Angra 3 e suas instalações de apoio, dentre as quais destacam-se o Laboratório de Monitoração Ambiental, um Simulador para o treinamento dos operadores de Angra 2 e também de outras instituições nacionais e estrangeiras e um Centro de Informações. Pág. 13 GPO.T / Maio-2005

1.4.2 USINA NUCLEAR ANGRA 1 Em 1968, o Governo Brasileiro decidiu ingressar no campo da produção da energia nucleoelétrica, com o objetivo primordial de propiciar ao setor elétrico a oportunidade de conhecer esta moderna tecnologia e adquirir experiência para fazer frente às possíveis necessidades futuras. Como àquela época já estava prevista uma complementação termelétrica na área do Rio de Janeiro, foi decidido que este aumento se fizesse mediante a construção de uma usina nuclear de cerca de 600 MW. Esta incumbência foi, então, confiada pela ELETROBRÁS à FURNAS Centrais Elétricas S.A., que realizou uma concorrência internacional, vencida pela empresa norte-americana WESTINGHOUSE. A construção de Angra 1 foi iniciada em 1972, a primeira reação em cadeia foi estabelecida em 1982 e a usina entrou em operação comercial em 1985. Desde então já gerou mais de 40 milhões de MWh, energia equivalente ao consumo aproximado de 20 milhões de habitantes ao longo de um ano, ou de um milhão de habitantes ao longo dos seus 20 anos de operação. Após a solução de alguns problemas surgidos nos primeiros anos de sua operação, Angra 1 apresenta um excelente desempenho, tendo operado em 2001 com um fator de disponibilidade de 83%. Isto a coloca dentro dos padrões mundiais de desempenho, de acordo com os critérios da WANO e do INPO. A seguir e apresentada uma vista da usina Angra 1 e seus dados operacionais nos últimos anos: Pág. 14 GPO.T / Maio-2005

A usina, com 657 MW de potência, é constituída pelos edifícios do Reator, de Segurança, do Combustível, do Turbogerador, Auxiliares Norte e Sul e da Administração. e o Circuito de Captação e de Descarga de Água do Mar. Edifício do Reator: o principal deles, pelas características especiais de sua construção, pois é em seu interior que ocorre a fissão nuclear. Repousando diretamente sobre a rocha, é de forma cilíndrica e tem 58 m de altura e 36 m de diâmetro. Sua estrutura de concreto tem 75 cm de espessura. Em seu interior há um envoltório de contenção em aço, de 30 mm de espessura. Internamente ao envoltório estão localizados os componentes principais do sistema nuclear gerador de vapor, tais como o vaso de pressão do reator, os geradores de vapor, e o pressurizador. Edifício de Segurança: nele, localiza-se a maioria dos componentes dos sistemas destinados a garantir a segurança da usina, como o de Injeção de Segurança e o de Remoção de Calor Residual. Edifício do Combustível: onde estão as áreas de armazenagem dos elementos combustíveis novos e usados, bem como os equipamentos que possibilitam a sua movimentação na operação de recarga do reator nuclear, recebimento do combustível novo e remessa do combustível usado. Edifício do Turbogerador: abriga o grupo Turbogerador, seus acessórios, os condensadores e a maioria dos componentes dos sistemas auxiliares convencionais. A potência elétrica instalada em Angra 1 está concentrada em um único turbogerador. Edifícios Auxiliares Sul e Norte: neles está a maioria dos componentes auxiliares do Sistema Nuclear de Geração de Vapor. Também se localizam os painéis auxiliares de controle, a Sala de Controle de Angra 1, a maioria dos sistemas de ventilação, o ar condicionado e o grupo gerador diesel de emergência. Edifício da Administração: onde são realizados serviços de apoio à operação da usina, localiza-se próximo ao Edifício Auxiliar Sul. Circuito de Captação e de Descarga de Água do Mar: Angra 1 possui ainda uma estrutura independente que abriga o. Esta água é utilizada para refrigeração do condensador de vapor. Pág. 15 GPO.T / Maio-2005

1.4.3 USINA NUCLEAR ANGRA 2 Em junho de 1975, o Governo Brasileiro assinou com a República Federal da Alemanha o Acordo sobre Cooperação para Uso Pacífico da Energia Nuclear. Dentro do âmbito deste acordo, em julho de 1975 foi concretizada a aquisição das usinas Angra 2 e 3 à empresa alemã Kraftwerk Union A.G. - KWU, subsidiária da SIEMENS. As obras civis de Angra 2 foram contratadas à Construtora Norberto Odebrecht e iniciadas em 1976. Entretanto, a partir de 1983, o empreendimento teve o seu ritmo progressivamente desacelerado devido à redução dos recursos financeiros disponíveis. Em 1991, o Governo decidiu retomar as obras de Angra 2 e a composição dos recursos financeiros necessários à conclusão do empreendimento foi definida ao final de 1994, sendo então realizada em 1995 a concorrência para a contratação da montagem eletromecânica da usina. As empresas vencedoras associaram-se formando o consórcio UNAMON, o qual iniciou as suas atividades no canteiro em janeiro de 1996. A primeira reação em cadeia ocorreu em 14 de julho de 2000. A "trial operation" (fase de teste em que a usina opera continuamente a 100%) foi concluída em 21 de dezembro de 2000. Durante o período de comissionamento e de testes (até 31 de dezembro de 2000), Angra 2 produziu 2.622,65 GWh. Segue-se uma vista da usina Angra 2: Angra 2 foi projetada com uma potência de 1.309 MW mas, graças à adoção de melhorias tecnológicas e ao excelente desempenho de seus sistemas e operadores, seu valor nominal foi revisto, passando para 1.350MW disponíveis para operação em regime contínuo, valor este homologado pela ANEEL e incorporado aos processos de planejamento e programação do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). Pág. 16 GPO.T / Maio-2005

1.4.4 SIMULADOR DE ANGRA 2 O Centro de Treinamento Avançado com Simulador (CTAS), tem por objetivo o treinamento das equipes de operação da central, condição fundamental para garantir sua segurança. O treinamento em simulador é um meio internacionalmente consagrado como eficaz e econômico para a formação inicial e a manutenção da competência das equipes de operação. A sala de controle do simulador, uma réplica funcional da sala de controle de Angra 2, contém praticamente toda a sua instrumentação, reproduzindo o mesmo comportamento dinâmico observável na sala de controle da usina. Além de treinar as equipes de operação da Angra 2, também são ministrados treinamentos para operadores e técnicos estrangeiros de usinas da Alemanha, Espanha, Argentina, Suíça e Estados Unidos - e nacionais, da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), do Instituto de Pesquisas Energéticas(IPEN) e, ainda, da Eletropaulo. Segue-se uma vista do Simulador de angra 2 Pág. 17 GPO.T / Maio-2005

1.4.5 LABORATÓRIO D MONITORAÇÃO AMBIENTAL A ELETRONUCLEAR, na sua área de influência, prioriza ações voltadas à preservação ambiental e aos interesses das comunidades locais. O Laboratório de Monitoração Ambiental tem como objetivo principal elaborar, implementar e executar os programas e estudos necessários para permitir a avaliação dos possíveis impactos causados pela operação da Central Nuclear no meio ambiente e na população da região. Criado em 1978, o Laboratório fica em Mambucaba, a aproximadamente 10 km da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto (CNAAA), desenvolvendo um trabalho ambiental permanente na região entre Angra dos Reis e Paraty. Um grupo de 14 técnicos, entre biólogos, físicos e químicos, altamente especializados nas áreas de radiometria, radioquímica, química e biologia, executa os programas de monitoração ambiental, cumprindo as exigências dos órgãos fiscalizadores nacionais e internacionais. O controle de qualidade das análises de amostras ambientais é realizado pelo Laboratório através da sua participação nos Programas de Intercomparação mantidos pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), pela Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos(EPA/USA) e pelo Instituto de Radioproteção e Dosimetria, da Comissão Nacional de Energia Nuclear (IRD/CNEN). Entre as tarefas realizadas pelo laboratório, destacamos os estudos pré-operacionais desenvolvidos no período de julho de 1979 a outubro de 1981, para a medição dos níveis de radioatividade natural e artificial e estudos populacionais dos seres vivos - flora e fauna - que habitam o ambiente marinho local. Atualmente, faz parte das suas atividades a coleta de amostras ambientais como algas, microanimais, animais de fundo e peixes; registro e estocagem de amostras testemunhos, análises físico-químicas e radiométricas de amostras, medidas instantâneas de radiação e a avaliação da biomassa, onde é verificado o tamanho da população de diversos organismos do ambiente marinho da região. Anualmente, os resultados destes estudos são comparados aos dados iniciais do Programa Pré-operacional, com o objetivo de avaliar a influência da implantação da usina nos meios monitorados. Até o presente, as únicas variações - certa diminuição da diversidade das algas pardas e aumento na população de moluscos - foram observadas apenas nos pontos de coleta mais próximos da descarga de efluentes líquidos da usina (aproximadamente 600m) e são devidas ao incremento térmico causado por estes efluentes. As demais populações permanecem com as mesmas características da fase pré-operacional. Pág. 18 GPO.T / Maio-2005

1.5 TRATAMENTO DE REJEITOS Os rejeitos radiativos são materiais ou substâncias (gases, líquidos ou sólidos) resultantes da operação de usinas e de outras atividades, cuja radiatividade excede os limites estabelecidos pela CNEN - Comissão Nacional de Energia Nuclear, que não possam ser reaproveitados pela indústria nuclear. Estes limites foram criados visando garantir a saúde do homem e a preservação do meio ambiente. A geração nuclear é um das poucas atividades industriais, e certamente o único dos segmentos de geração de eletricidade, que tem controle total sobre seus resíduos e rejeitos, podendo avaliar com exatidão o impacto ambiental do funcionamento de uma usina. O gerenciamento dos rejeitos nucleares envolve o tratamento e acondicionamento de cada tipo de rejeito, tendo como principal objetivo a diminuição do volume e radiatividade iniciais. Para isso, emprega técnicas altamente sofisticadas, resultado de trabalhos desenvolvidos mundialmente ao longo de várias décadas. Cabe ressaltar que a destinação final dos rejeitos nucleares está equacionada a nível mundial, dispondo-se de processos seguros para seu controle e estocagem, de forma segura e sem riscos para o meio ambiente. Os rejeitos gerados numa usina nuclear são classificados em categorias distintas. Rejeitos de baixa, média ou alta atividade, quanto ao nível de radiatividade, e de curta, média ou alta duração, quanto ao tempo de vida ativa. Materiais e equipamentos que foram expostos à radiação durante a operação das instalações nucleares, como luvas, panos de limpeza, plásticos e vestimentas de proteção, são de baixa ou média atividade e de vida curta, média ou longa. O combustível usado, descarregado do reator, de alta atividade e longa duração, pode ser armazenado em tanques especiais ou reprocessado. Os rejeitos de baixa e média radiatividade são compactados dentro de tambores de aço e transportados para depósitos iniciais dentro da própria usina, junto ao prédio do reator. A movimentação desses tambores é feita por controle remoto, com uso de um vagonete elétrico. O depósito inicial, protegido por espessas paredes de concreto, que vedam a passagem de todo tipo de radiação, abriga esse material por dois ou três anos. Após esse prazo, o material já apresenta uma perda considerável de sua radiatividade, sendo então transferido para depósitos intermediários, com paredes de concreto de quarenta centímetros de espessura, localizados na própria área da usina, e continuamente monitorados. Finalmente pode ser transportado para depósitos definitivos conforme a norma da CNEN, construídos em locais apropriados. Determinados rejeitos de baixa atividade podem ser reavaliados após algum tempo, para que possam ser reaproveitados ou transformados em lixo comum, podendo ser incinerados ou reciclados. Pág. 19 GPO.T / Maio-2005

1.5.1 ARMAZENAMENTO DE REJEITOS Os rejeitos líquidos e sólidos, de baixa e média atividade, gerados durante a operação das usinas de Angra, são processados de acordo com procedimentos específicos e acondicionados em tambores testados e qualificados segundo a Norma da CNEN, baseada em normas e requisitos internacionais. Após devidamente lacrados e identificados, os tambores contendo os rejeitos de Angra 1, são enviados para o Depósito Intermediário de Rejeitos, localizado dentro da área da CNAAA, próximo à Usina, e constituído por dois galpões construídos especialmente com esta finalidade. Os rejeitos produzidos por Angra 2 ficam estocados em uma área especial destinada para esse fim, no subsolo da própria Usina. Todos esses rejeitos ficarão armazenados na Central Nuclear até a construção do Depósito Definitivo de Rejeitos, de acordo com a legislação vigente, que será controlado pela CNEN. Os rejeitos de alta atividade de uma usina nuclear são formados pelos elementos combustíveis usados. Na verdade, não são propriamente rejeitos, pois possuem valor comercial e são matéria prima para o reprocessamento. No caso das usinas de Angra, os elementos combustíveis usados são estocados em piscinas especiais próprias para esse fim, em prédios da usina com acesso controlado, blindagem apropriada, ventilação especial, etc. Enfim, cercados de todos os requisitos de segurança exigidos internacionalmente. 1.5.2 EFLUENTES São resíduos do processo industrial que, decorrentes da Geração Nuclear, são classificados em convencionais (não radioativos) e radioativos. O descarte destes efluentes obedece a controles específicos, sendo avaliados os elementos presentes em função dos limites adotados pela legislação em vigor. No caso dos efluentes radioativos, metas anuais de descarte são adotadas, de modo a diminuir a geração e o conseqüente descarte destes efluentes. Efluentes Convencionais O descarte de efluentes é feito segundo as normas vigentes, sendo realizadas análise fisico-químicas em diversos sistemas antes do lançamento para o meio ambiente. Para a melhoria deste processo está em fase final de construção um sistema para tratamento de todos os efluentes de Angra 2 (Sistema GN), com previsão de interligação futura com Angra 1. Efluentes Radioativos O descarte destes efluentes é contabilizado mensalmente e comparado com a projeção da meta anual. Este controle é efetuado separadamente por Usina. São classificados como Efluentes Gasosos e Efluentes Líquidos Pág. 20 GPO.T / Maio-2005

1.5.3 REJEITOS SÓLIDOS São materiais oriundos de manutenções especiais, processos de descontaminação, etc. Estes materiais, sempre que viável, têm seu volume reduzido através de prensagem, de modo a gerar a menor quantidade de embalados possível. Em alguns casos, em função da origem, natureza ou dimensões destes materiais, estes são acondicionados em embalagens especiais (caixas metálicas, tambores com camadas internas de concreto), com armazenamento diferenciado. Uma vez que ainda não foi definido o local final para armazenamento de rejeitos radioativos sólidos, todos os depósitos da CNAAA são classificados como intermediários. O rejeitos de Angra 1 são armazenados no Depósito Intermediário de Rejeitos, atualmente em operação, estando em curso um programa de ampliações e melhorias. Para Angra 2, existe um local interno à Usina (Sistema KPE), no qual são acondicionados embalados com rejeitos radioativos. 1.5.4 CONTROLE DE ÁREAS DAS USINAS As áreas classificadas como radiologicamente controladas são monitoradas periodicamente, no sentido de identificar quaisquer alterações em suas características radiológicas (níveis de radiação e de contaminação), sendo os compartimentos sinalizados, com informações referentes ao atuais níveis de radiação e de contaminação presentes. A distribuição das áreas contaminadas em função da totalidade das áreas controladas é mantida dentro de um valor definido como meta (5%), sendo o perfil atual mostrado na figura abaixo: Pág. 21 GPO.T / Maio-2005

1.6 PROCESSOS DE LICENCIAMENTO O objetivo do licenciamento é assegurar que uma usina nuclear seja projetada, construída e operada com a máxima segurança para o pessoal da própria usina, para o público e para o meio ambiente. 1.6.1 LICENCIAMENTO NUCLEAR A CNEN (Comissão Nacional de Energia Nuclear) é o órgão federal responsável pela emissão de licenças, autorizações e fiscalização em conformidade com as normas emitidas por este órgão, no que se refere aos aspectos radiológicos de Instalações Nucleares. O processo de licenciamento nuclear compreende várias etapas, nas quais a CNEN analisa a documentação pertinente a cada uma delas e, após sua aprovação, emite as respectivas licenças ou autorizações, quais sejam: Aprovação do Local, Licença de Construção, Autorização para Utilização de Material Nuclear, Autorização para Operação Inicial e Autorização para Operação Permanente. Todas as atividades desenvolvidas durante estas etapas são fiscalizadas pela CNEN, que mantém fiscais residentes no local. Angra 1 dispõe da Licença de Operação Permanente (AOP), concedida pela CNEN após o cumprimento de todas as condicionantes estabelecidas na respectiva Autorização de Operação Inicial (AOI). A AOI de Angra 2 foi emitida em 24.03.2000 e a sua AOP foi requerida pela ELETRONUCLEAR em 28.11.2002. A Aprovação do Local de Angra 3, concedida originalmente em 1980, foi referendada pela Resolução CNEN nº 11/02, de 19.09.2002 e a ELETRONUCLEAR já enviou àquele órgão os documentos necessários para a obtenção da Licença de Construção. 1.6.2 LICENCIAMENTO AMBIENTAL O IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - é o órgão do Governo Federal responsável pelo licenciamento ambiental de empreendimentos industriais de grande porte. De acordo com a legislação ambiental estabelecida em 1986 pelo CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente, a construção, instalação, ampliação e funcionamento de quaisquer estabelecimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais, considerados efetiva ou potencialmente poluidores, bem como os capazes sob qualquer forma, de causar degradação ambiental, dependem de prévio licenciamento, caracterizado por três fases distintas: Licença Prévia - LP, Licença de Instalação - LI e Licença de Operação - LO. O Licenciamento Ambiental de um empreendimento é baseado no seu EIA/RIMA e tem por objetivos identificar os possíveis impactos ambientais, socioculturais e econômicos que possam resultar da instalação do empreendimento, buscar minimizar esses impactos e propor medidas mitigadoras, bem como compensatórias, na forma de benefícios para a comunidade. Pág. 22 GPO.T / Maio-2005

1.7 ANGRA 3: FUTURA UNIDADE GERADORA A usina Angra 3, projetada com 1309 MW, foi contratada em 1976, juntamente com Angra 2, visando uma redução de custos, devido a terem o mesmo projeto. Por serem usinas similares, e visto o excelente desempenho operacional de Angra 2, a potência de Angra 3 será elevada para 1.435 MW. Em 1984, deu-se início à mobilização do canteiro de obras, no mesmo sítio de Angra 1 e Angra 2. Foram executados os serviços de cortes de rocha e de abertura de cavas para os blocos de fundação, porém, as obras foram paralisadas por falta de recursos, em 1986. Grande parte do suprimento de equipamentos importados, entretanto, já está concluída. Os equipamentos estão armazenados no local e a ELETRONUCLEAR mantém um sistema de preservação e inspeções técnicas que garantem as perfeitas condições de sua utilização. Em agosto de 2001, a ELETRONUCLEAR submeteu ao CNPE - Conselho Nacional de Política Energética, proposta de retomada do empreendimento, cujo progresso atual é de 30 %. Em dezembro, a ELETRONUCLEAR foi autorizada pelo CNPE a seguir com as ações relativas ao empreendimento levando em conta a Moção 31 do CONAMA, de novembro de 2001, que recomenda a realização dos procedimentos relativos ao processo de licenciamento ambiental de Angra 3. Em agosto de 2002, a ELETRONUCLEAR fez a apresentação da situação do empreendimento ao CNPE propondo o equacionamento econômico, financeiro e orçamentário, bem como ambiental e solução para armazenamento de rejeitos radioativos. Para atender ao Plano Decenal de Expansão do Sistema Elétrico 2002-2011, o CNPE, através da resolução N 8, de 17 de setembro de 2002, estabeleceu as condições para a retomada do empreendimento, autorizando a ELETRONUCLEAR a adotar as medidas necessárias, tendo novembro de 2008 como data de referência para entrada em operação da usina. O andamento dessas medidas, bem como o atendimento às disposições da Moção CONAMA n 31, de novembro de 2001 e demais questões referentes à retomada do empreendimento, estão, no momento, sob apreciação do CNPE. Segue-se uma vista da cava de fundação da usina Angra 3: Pág. 23 GPO.T / Maio-2005

1.7.1 PROCESSO DE APRECIAÇÃO DA RETOMADA DE ANGRA 3 A seguir são apresentadas as principais etapas e estudos correlatos ao processo de apreciação para a retomada de construção de Angra 3, processo esse iniciado em meados de 2001 e ora ainda em curso no CNPE Conselho Nacional de Política Energética. CNPE PROCESSO DECISÓRIO ESTUDOS ADICIONAIS Orçamento: (FUSP) Competitividade (COPPETEC) Contratos Suprimentos Nacionais (FGV) Inserção Elétrica-Energética (FUSP) Proposta de Equacionamento Econômico, Financeiro e Orçamentário Proposta de Equacionamento Ambiental Solução para Armazenamento de Rejeitos ESTUDOS DE VIABILIDADE (1998 a 2001) ELETRONUCLEAR / EDF (França) IBERDROLA (Espanha) / EPRI (EUA) CNPE Apreciação Inicial (Ago - 2001) CNPE Resolução Nº5/02 (Dez - 2001) Autoriza a ETN a Retomar as Ações relativas a Angra 3 MMA Ciclo de Consultas à Sociedade FIRJAN/FIESP/COPPE/ONG s MOÇÃO CONAMA 031 Condicionantes para Retomada (Nov - 2001) PORTARIA MME 18-Maio-2004 NOMEAÇÃO DE GT APROFUNDAMENTO DOS ESTUDOS ANALISAR (Grupo de Acompanhamento das Ações) GLOBALMENTE O EMPREENDIMENTO ANGRA 3 PRAZO: 180 DIAS CNPE CNPE Resolução Nº7/03 Resolução Nº8/02 (Jul - 2003) (Set - 2002) Extingue Grupo de Estabelece Condições Acompanhamento e para a Retomada Constitui Novo de Angra 3 Grupo de Trabalho Pág. 24 GPO.T / Maio-2005

1.7.3 ORÇAMENTO PARA A RETOMADA DE ANGRA 3 ORÇAMENTO PARA CONCLUSÃO DO EMPREENDIMENTO (*) PERFIL DOS DISPÊNDIOS BASE ORÇAMENTÁRIA (Relatório FUSP) (1) MOEDAS DE ORÇAMENTO DE ORIGEM REFERÊNCIA ATUALIZAÇÃO DO ORÇAMENTO (2)/(3)/(4) ORÇAMENTO EFETIVO MOEDAS DE ORIGEM MOEDA NACIONAL MR$ 3.031 MUS$ 1.263 MR$ 4.386 MR$ 4.386 MOEDA ESTRANGEIRA MEUR 643 MUS$ 572 MR$ 2.683 MEUR 671 $ (DÓLAR) MUS$ 1.835 MUS$ 2.209 (+ 20%) TOTAL $ (REAL) MR$ 4.405 MR$ 7.069 (+ 60%) $ (EURO) MEUR 2.062 MEUR 1.803 (-13%) ( * ) Não Considera Carga Inicial de Combustível Nuclear, orçada em MR$ 462 (Base: Julho-2004) (1) DEZ-2001: US$/R$ = 2,40 / EUR/US$ = 0,89 / EUR/R$=2,14 (2) JUL-2004: US$/R$ = 3,20 / EUR/US$ = 1,23 / EUR/R$=3,92 (3) MOEDA NACIONAL: Cesta de Índices Específica para cada Rubrica (44,5%) (4) MOEDA ESTRANGEIRA: Inflação Alemã (aprox. 5,0%) + Variações Cambiais ORÇAMENTO PARA CONSTRUÇÃO DE ANGRA 3 INVESTIMENTOS A REALIZAR EUR 1.800 Milhões EUR 600 Milhões (*) INVESTIMENTOS REALIZADOS EMPREENDIMENTO COM ~ 30% DE PROGRESSO FÍSICO (*) Equivalente a MUS$ 750 Base: Janeiro-1999 Pág. 25 GPO.T / Maio-2005

1.7.4 PROCESSO LICENCIATÓRIO PARA ANGRA 3 LICENCIAMENTO: NUCLEAR e AMBIENTAL Relatório Preliminar de Análise de Segurança já entregue à CNEN Levantamentos de Dados Ambientais concluídos Incremento de Impacto Ambiental Reduzido Licenciamento Nuclear com bases bem definidas (Angra 2 como Usina de Referência) Licença de Construção já Requerida EIA/RIMA em Fase de Conclusão Intervenção no Local já Efetuada Pág. 26 GPO.T / Maio-2005

1.7.4 LICENCIAMENTO NUCLEAR DE ANGRA 3 LICENCIAMENTO NUCLEAR OBTENÇÃO DA LICENÇA DE CONSTRUÇÃO - Encaminhada, em Ago-2002, toda a documentação requerida para a obtenção da Licença de Construção. Relatório Preliminar de Análise de Segurança - RPAS Plano Preliminar de Proteção Contra Incêndio Plano Preliminar de Proteção Física RISCO SÍSMICO - Análise Probabilística de Ameaça Sísmica para Angra 3. - Encaminhado Relatório de Risco Sísmico em Maio-2000. EXCLUSÃO DO DBE - Design Basis Earthquake - Encaminhada Instrução Técnica em Outubro-1999. Pág. 27 GPO.T / Maio-2005

1.7.5 LICENCIAMENTO AMBIENTAL DE ANGRA 3 LICENCIAMENTO AMBIENTAL EIA-RIMA DE ANGRA 3 - Relatório concluído e encaminhado ao IBAMA T A C - ANGRA 1 - Continuam entendimentos com MPF para formalização do TCAC T C A C - ANGRA 2 - Requisitos cumpridos pela ELETRONUCLEAR - Aguardando posicionamento do MPF AUTORIZAÇÃO PARA ATIVIDADES PREPARATÓRIAS - Autorização já solicitada ao IBAMA Pág. 28 GPO.T / Maio-2005

1.7.6 INVESTIMENTOS JÁ REALIZADOS PARA ANGRA 3 INVESTIMENTOS JÁ REALIZADOS Infra-estrutura Projeto Básico e Engenharia de Detalhamento Licenciamento EUR 600 MILHÕES JÁ INVESTIDOS Equipamentos Importados Equipamentos Nacionais Pág. 29 GPO.T / Maio-2005

1.7.7 INFRA-ESTRUTURA JÁ DISPONÍVEL PARA ANGRA 3 INFRAESTRUTURA JÁ DISPONÍVEL Monitoração Ambiental Cava de Fundação Infraestrutura Instalada ANGRA 3 Escritórios, Galpões, Oficinas Acesso Rodoviário Acesso Marítimo Plano de Emergência Subestações 138/500 kv Canal de Descarga Suprimento de Água Pág. 30 GPO.T / Maio-2005

1.7.8 SITUAÇÃO DO PROJETO DE ENGENHARIA PARA ANGRA 3 P R O J E T O ANGRA 2 Mais de 30 milhões MWh em 3 anos!!! Usina de Referência ANGRA 3 As-Built de Angra 2 Adequação do Projeto (fundações sobre rocha, I&C digital, modificações em equipamentos) Documentos Executivos de Angra 3 Extensiva utilização da documentação de projeto de Angra 2 (~70%) Pág. 31 GPO.T / Maio-2005

1.7.9 EQUIPAMENTOS JÁ ADQUIRIDOS PARA ANGRA 3 EQUIPAMENTOS JÁ ADQUIRIDOS Rigorosa preservação (técnicas comprovadas em Angra 2) Cerca de 13.500 ton de equipamentos já entregues (70% do escopo importado) Sistema Nuclear de Geração de Vapor Grupos Diesel Grupo Turbo-Gerador Tubulações Bombas Válvulas Equipamentos de Processo Pág. 32 GPO.T / Maio-2005

1.7.10 PROGRESSO FÍSICO DO EMPREENDIMENTO ANGRA 3 Progresso Estimado de Angra 3 Item Progresso Projeto Entre 70 e 75% Suprimento Importado Entre 65 e 75% Suprimento Nacional Cerca de 5% Obra Civil Entre 4 e 6% Montagem Eletromecânica 0% Comissionamento 0% Empreendimento 30% Pág. 33 GPO.T / Maio-2005

1.7.11 CRONOGRAMA DE IMPLANTAÇÃO DO EMPREENDIMENTO ANGRA 3 ANGRA 3 CRONOGRAMA DE IMPLANTAÇÃO FASE DE ATIVIDADES PREPARATÓRIAS FASE PRÉ-CONSTRUÇÃO 1 2 3 4 5 6 7 8 9 101112 1 2 3 4 5 6 SITE PREPARATION (12 MONTHS) FASE DE CONSTRUÇÃO MESES APÓS INÍCIO FORMAL DA CONSTRUÇÃO 9 17 46 56 63 66 CRITICALIDADE PRIMEIRA OPERAÇÃO A QUENTE INÍCIO DO COMISSIONAMENTO INÍCIO DE OPERAÇÃO COMERCIAL INÍCIO DA MONTAGEM ELETROMECÂNICA INÍCIO DA MONTAGEM DA ESFERA DE CONTENÇÃO INÍCIO DA CONCRETAGEM DO PRÉDIO DO REATOR INÍCIO DAS ATIVIDADES PREPARATÓRIAS DE CANTEIRO AUTORIZAÇÃO ESPECIAL DO IBAMA PARA AS ATIVIDADES PREPARATÓRIAS AUTORIZAÇÃO GOVERNAMENTAL PARA A CONCLUSÃO DA CONSTRUÇÃO APROVAÇÃO DO CNPE PARA A RETOMADA DO EMPREENDIMENTO Pág. 34 GPO.T / Maio-2005

1.7.12 SITUAÇÃO GERAL PARA A RETOMADA DO EMPREENDIMENTO ANGRA 3 SITUAÇÃO GERAL PARA A RETOMADA Orçamento para conclusão confirmado por diferentes instituições nacionais e estrangeiras Cronograma de 66 meses lastreado pela experiência com montagem e comissionamento de Angra 2 Usina com desempenho garantido pela experiência operacional de Angra 2 Estrutura de Gerenciamento, Engenharia e Operação com completo domínio técnico do empreendimento Pág. 35 GPO.T / Maio-2005

2. CNEN - COMISSÃO NACIONAL DE ENERGIA NUCLEAR A União tem o monopólio da mineração de elementos radioativos, da produção e do comércio de materiais nucleares, sendo este monopólio exercido pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN). A CNEN é uma autarquia federal criada em 10 de outubro de 1956 e vinculada ao Ministério de Ciência e Tecnologia. Como órgão superior de planejamento, orientação, supervisão e fiscalização, estabelece normas e regulamentos em radioproteção e licencia, fiscaliza e controla a atividade nuclear no Brasil. A CNEN desenvolve ainda pesquisas na utilização de técnicas nucleares em benefício da sociedade. 2.1 MISSÃO DA CNEN "Garantir o uso seguro e pacífico da energia nuclear, desenvolver e disponibilizar tecnologias nuclear e correlatas, visando o bem estar da população". A própria missão da CNEN traduz a preocupação com a segurança e o desenvolvimento do setor, orientando sua atuação pelas expectativas da sociedade, beneficiária de seus serviços e produtos. 2.2 ÁREAS DE ATUAÇÃO DA CNEN O controle do material nuclear existente no País é de responsabilidade da CNEN, a fim de garantir seu uso somente para fins pacíficos, sendo que o transporte, o tratamento e o armazenamento de rejeitos radioativos são regulamentados por normas técnicas e procedimentos de controle. 2.2.1 ÁREA DE RADIOPROTEÇÃO E As áreas de Radioproteção e Segurança Nuclear da CNEN visam a segurança dos trabalhadores que lidam com radiações ionizantes, da população em geral e do meio ambiente. Com esse objetivo, atuam nos seguintes segmentos: Licenciamento de instalações nucleares e radiativas. Fiscalização de atividades relacionadas à extração e à manipulação de matérias-primas e minerais de interesse para a área nuclear. Estabelecimento de normas e regulamentos. Fiscalização das condições de proteção radiológica de trabalhadores nas instalações nucleares e radiativas. Atendimento a solicitações de auxílio, denúncias e emergências envolvendo fontes de radiações ionizantes. Desenvolvimento de estudos e na prestação de serviços em metrologia das radiações ionizantes. Pág. 36 GPO.T / Maio-2005

2.2.2 ÁREA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO A área de Pesquisa e Desenvolvimento investe no emprego da tecnologia nuclear em medicina, agricultura, indústria e meio ambiente. Além da produção de radioisótopos e radiofármacos, amplamente utilizados em medicina nuclear, as atividades abrangem os seguintes processos: Tecnologias em radiodiagnóstico e radioterapia. Fontes industriais de radiação. Tecnologia de reatores. Estudos sobre neutrônica. Operação e manutenção de reatores. Desenvolvimento de novos materiais. Instrumentação e controle. Tecnologia de esterilização e preservação de alimentos por meio da irradiação. Ensaios citogenéticos. Pesquisas de vacinas por meio da irradiação de venenos. Ensaios mecânicos não destrutivos. Processos de caracterização de bacias hidrológicas e de efluentes líquidos e gasosos. Processos para análise ambiental. 2.2.3 ÁREA DE APOIO LOGÍSTICO A área de Apoio Logístico, além de assegurar a infra-estrutura necessária para as atividades de radioproteção, segurança nuclear e pesquisa e desenvolvimento, atua no treinamento e qualificação dos pesquisadores, tecnologistas, analistas e técnicos da CNEN e na disseminação de informações técnico-científicas para pesquisadores, profissionais e estudantes da área nuclear. 2.3 UNIDADES VINCULADAS À CNEN Para executar suas atividades, a CNEN possui doze unidades localizadas em oito estados brasileiros: Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear - CDTN, em Belo Horizonte (MG) Centro Regional de Ciências Nucleares - CRCN, no Recife (PE) Distrito de Angra dos Reis (RJ) Distrito de Caetité (BA) Distrito de Fortaleza (CE) Distrito de Goiânia (GO) Distrito do Planalto Central (DF) Instituto de Radioproteção e Dosimetria - IRD, no Rio de Janeiro (RJ) Instituto de Engenharia Nuclear - IEN, no Rio de Janeiro (RJ) Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares - IPEN, em São Paulo (SP) Laboratório de Poços de Caldas (MG) Sede administrativa da CNEN, no Rio de Janeiro (RJ). Pág. 37 GPO.T / Maio-2005

2.4 PRINCIPAIS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS PELA CNEN A seguir são descritas, de forma resumida, as principais atividades desenvolvidas pela CNEN. 2.4.1 ATIVIDADES DE LICENCIAMENTO As atividades de licenciamento consistem em avaliações de segurança que levam em conta desde o projeto da instalação, passando por sua entrada em operação, até uma futura desativação (processo chamado de descomissionamento). 2.4.2 ATIVIDADES DE FISCALIZAÇÃO A CNEN exerce a fiscalização da construção e executa testes pré-operacionais. Com a fiscalização, é possível verificar se as normas de garantia de qualidade estão sendo praticadas. Nos trabalhos relacionados à prospecção, pesquisa, lavra, industrialização e comercialização de minerais e minérios nucleares e outros de interesse para a área nuclear, a CNEN exerce atividades de fiscalização e controle, já que as atividades nucleares são monopólio da União. Quando se trata de manipular materiais radioativos ou nucleares, as normas elaboradas pela CNEN regulam essas atividades. Referem-se a instalações nucleares e radiativas; posse, uso e manuseio de material nuclear; transporte e tratamento de rejeitos radioativos; proteção individual, ocupacional e ambiental contra as radiações; medidas relacionadas à radiação, e tantos outros assuntos relevantes à questão segurança. 2.4.3 ATIVIDADES RELACIONADAS ÀS SALVAGUARDAS NUCLEARES Acordos internacionais assinados entre países que utilizam material nuclear estabelecem as chamadas salvaguardas. São medidas destinadas à proteção e ao controle de material nuclear, existente em qualquer planta ou instalação do chamado ciclo do combustível nuclear. Através do envio de informações sobre produção e movimentação destes materiais, é possível identificar em tempo hábil eventuais desvios, o que possibilita impedir sua utilização para fins não autorizados. Além das normas internacionais, as salvaguardas no Brasil são garantidas também pela Constituição Federal, que trata do uso exclusivamente pacífico da energia nuclear. Pág. 38 GPO.T / Maio-2005