RESUMO: A QUESTÃO DA SECULARIZAÇÃO DOS CEMITÉRIOS PÚBLICOS DA CIDADE DE CUIABÁ 1864 a 1901



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Transcrição:

RESUMO: A QUESTÃO DA SECULARIZAÇÃO DOS CEMITÉRIOS PÚBLICOS DA CIDADE DE CUIABÁ 1864 a 1901 Maria Aparecida Borges de Barros ROCHA; Maria Elízia BORGES- UFG - mabbrocha@yahoo.com.br PALAVRAS CHAVES: Cemitérios, Secularização, Iconografia funerária, Cuiabá I INTRODUÇÃO Até meados do século XIX os enterramentos em Cuiabá se faziam no interior das igrejas, como em outras cidades do Império. Os mortos eram recebidos no mesmo recinto onde teriam se desenvolvido os principais rituais de suas vidas como as missas, orações e festas religiosas destinados aos familiares vivos, mortos, assim como aos santos protetores. A partir do ideal de cidades higienizadas, desde 1828 a legislação proibia os enterramentos no interior dos templos e designava verbas para a construção de cemitérios públicos. Na cidade de Cuiabá essa legislação não saiu do papel, a despeito dos Códigos de Posturas e dos Relatórios de Presidentes de Província que incansavelmente condenavam essas práticas. Em 1864, durante o desenrolar da Guerra do Paraguai e da epidemia de varíola são inaugurados os primeiros cemitérios da cidade que por determinação do Presidente de Província, serão administrados pela Igreja Católica, de modo que, em Cuiabá, a construção e administração desses campos santos se diferenciam da realidade apresentada em outras cidades do Império, conforme a literatura disponível. Assim, o objetivo desta pesquisa consiste em identificar e discutir a especificidade apresentada em Cuiabá quando da construção dos primeiros cemitérios fora dos templos, examinando as relações estabelecidas entre a Igreja e o Estado, buscando também compreender como se desenrolará a questão da secularização dos cemitérios nos primeiros anos da República, no limiar do século XX.

II MATERIAL E MÉTODO DE TRABALHO Dentre as fontes de interesse para o nosso trabalho podemos elencar uma vasta documentação disponibilizada pelos principais arquivos de nosso Estado, como: O Arquivo Público de Mato Grosso APMT onde levantamos fontes impressas como o Álbum Gráfico de Mato Grosso e jornais diários, além de fontes manuscritas como o Regulamento para os Cemitérios Públicos da Cidade de Cuiabá de 1864, Códigos de Posturas, Compromissos de Irmandades Religiosas, Relatórios de Presidentes de Província e da administração dos cemitérios da cidade, documentos da Assembléia Legislativa Provincial, Leis e Decretos de Leis, além de ofícios da administração provincial e municipal, testamentos e inventários. No Arquivo do Núcleo de Documentação e Informação de História Regional da Universidade Federal de Mato Grosso NDIHR, as Constituições Primeiras do Arcebispado da Bahia de 1707, Cartas Pastorais, periódicos diversos e outros documentos referentes à administração eclesiástica em Mato Grosso no período referenciado. No Arquivo da Cúria Metropolitana de Cuiabá ACMC, encontramos registros de nascimentos, casamentos e óbitos, demonstrativos de receitas e despesas dos cemitérios, além de um documento avulso intitulado: A questão dos cemitérios públicos de Cuiabá considerações sobre a origem dos mesmos e analise dos documentos que provam o domínio do Estado sobre o mesmo em 1901. A nossa investigação tem se desenvolvido a partir das fontes acima citadas e dos princípios indiciários e investigativos indicados por Farge, Ginzburg e Certeau no estabelecimento de uma operação historiográfica definida pelas orientações indicadas pelas pistas, indícios e sinais encontrados nos arquivos. Para Farge, os documentos que compõem esses lugares da história são produtos de realidades de confronto e registram também o nãodito, mediante conflitos de interesses ou desordens. O arquivo pode ser pensado como uma brecha no tecido dos dias, sua consistência mostra o ordinário, mas, também o imprevisto. (FARGE, 2005)

Ginzburg quando estabelece o princípio indiciário no levantamento, organização e leitura das fontes, pondera que é função e dom natural da investigação historiográfica decodificar textos diversos na natureza, nos papéis e nas telas, que também são textos. È preciso perceber e identificar o que não é aparente, o que não é imediatamente perceptível na realidade investigada, o que está oculto nas entrelinhas e que, no entanto, precisa ser decifrado. ( GINZBURG, 1991) O arquivo exige, no entanto, uma operação historiográfica, como a chamou Michel de Certeau. A construção de um texto como resultado dessa operação envolve certa arquitetura construída a partir dos arquivos, dos processos de arquivamento, do estabelecimento e levantamento das fontes e de literatura pertinente que se constituem em objetos das operações cognitivas. (CERTEAU, 2000, 18) III RESULTADOS E DISCUSSÃO Os cemitérios da Piedade e de Pedro II, primeiros campos de inumação da cidade de Cuiabá foram construídos no século XIX em conseguência da Guerra do Paraguai e da epidemia de varíola que se abateram sobre a população da cidade. Esses acontecimentos teriam influenciado na aceitação pela população da transferência dos enterramentos das igrejas para os cemitérios. Os cemitérios são locais de reconhecida importância social e cultural, repletos de signos e de simbologia, que envolvem seu espaço e seus monumentos. São, sobretudo, lugares de história e de memória, espaços que invariavelmente remetem a recordações da existência material e lembranças do vivido. Concebidos com função social definida: o sepultamento dos mortos, os cemitérios não se reduzem á isso, mas, chamam atenção para a necessidade de uma ressignificação de seu espaço a partir de novas concepções na dinâmica social das cidades e nas relações do homem com a morte. Fez-se relevante a atuação das irmandades religiosas da cidade de Cuiabá aglutinando brancos, pardos e pretos num momento crucial para os

seus interesses definido pela mudança do regime de governo e a crise envolvendo o Estado e a Igreja, influenciando sobre as principais funções desenvolvidas por essas entidades junto à sociedade civil, em particular a Irmandade de Santa Casa de Misericórdia de Cuiabá e sua atuação nos enterramentos dos pobres. A partir das fontes apresentadas estamos investigando, além dos elementos já considerados, a questão da secularização dos cemitérios de Cuiabá e sua interação com os personagens imbricados nessa problemática, desde o Presidente de Província, Bispos, deputados do Parlamento estadual, redatores de jornais e advogados dos principais envolvidos numa disputa político-religiosa e judicial, dispondo além dos personagens citados de um ou de outro lado, a favor da Igreja ou do Estado, mas, sempre manifestando em público suas opiniões através dos principais jornais da cidade. IV- CONCLUSÕES Neste texto apresentamos algumas indicações dos principais caminhos por onde temos enveredado em nossa experiência de pesquisa nos principais arquivos do Estado de Mato Grosso. Procuramos refletir, a partir de algumas considerações historiográficas e das fontes de nosso interesse, sobre as principais questões que estamos investigando: A Guerra do Paraguai e a epidemia de varíola em meados do séc. XIX; no limiar do séc. XX tratamos dos enterramentos dos pobres pela Santa Casa de Misericórdia e sobre a secularização dos cemitérios da cidade de Cuiabá. Ao tratar do processo de secularização dos cemitérios apresentaremos algumas personagens envolvidas na questão e, finalmente, quando apresentamos os túmulos e monumentos dos cemitérios, propomos um estudo sobre imagens e iconografia na prática historiográfica apontando para a necessidade de preservação desses monumentos. V - BIBLIOGRAFIA ARIÉS, Philippe. O homem diante da morte. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1977ª. BORGES, Maria Elízia. Arte funerária no Brasil 1890 a 1930. Belo Horizonte: Ed. C/ Arte, 2002.

CERTEAU,Michel. A escrita da História. Rio de Janeiro: Ed. Forense, 2000. COSTA, Jurandir Freire. Ordem médica e norma familiar. 3ª ed. Rio de Janeiro: Graal, 1989. FARGE, Arlette. Le goût de l archive. Paris, França: Éditions EHESS, 2005. GINZBURG, Carlo. Mitos, Emblemas, Sinais: Morfologia e história. São Paulo: Cia das Letras, 1991b. GUEDES, Sandra Paschoal. Atitudes perante a morte em São Paulo- Séc XVII a XIX. São Paulo, 1986. Dissertação ( Mestrado em História) FFLCH- USP. KOSELLECK, R. The Practice of conceitual History. Stanford University Press, 2002. LE GOFF, Jacques. História e memória. Campinas: Ed. Unicamp, 1996. LOWENTAL. David. Como conhecemos o passado. In: Projeto História. Revista de estudos Pós-graduados em História do Departamento de História de PUC SP, V.17, PP. 63-201, 1998. MESQUITA, José de. As Necrópoles cuiabanas. Revista do Instituto Histórico de Mato Grosso, t.35-38, Cuiabá: 1936. MORAES, Sibele. O episcopado de D. Carlos Luiz D Amour (1878-1921). Cuiabá, 2003. Dissertação (Mestrado em História), Deptº de História UFMT. MOUTINHO, Joaquim Ferreira. Notícias sobre a Província de Mato Grosso. São Paulo: Typ. Henrique Schroeder, 1869. PERARO. Maria Adenir. Memória da Igreja em Mato Grosso O Arquivo da Cúria Metropolitana de Cuiabá. Cuiabá: Ed. Entrelinhas, 2002. REIS, João José. A morte é uma festa. São Paulo: Cia das Letras, 1991. RICOUER, Paul. A memória, a história, o esquecimento. Campinas: Ed.Unicamp, 2007. ROCHA, Maria Aparecida Borges de Barros. Transformações nas práticas de enterramento, Cuiabá, 1850-1889. Cuiabá: Ed. Central de Texto, 2005. RODRIGUES, Cláudia. Nas fronteiras do Além A secularização da morte no Rio de Janeiro, sec. XVIII e XIX. Rio de Janeiro: Ed. Arquivo Nacional, 2005. RUSSELL-WOOD, A. J.R. Fidalgos e Filantropos A Santa Casa de Misericórdia da Bahia, 1550-1755. Trad.: Sérgio Duarte. Brasília: Editora UNB, 1981. SAMUEL, Raphael. Teatros de memória. Projeto História, nº 14, São Paulo: SE, 1997. SILVA, Érika Amorim. O cotidiano da morte e a secularização dos cemitérios em Belém na segunda metade do séc. XIX 1850/1991.Dissertação de Mestrado PUC/SP, 2005. SIAL, Vanessa Viviane de Castro. Das igrejas ao cemitério: políticas públicas sobre a morte no Recife do séc. XIX. Dissertação de Mestrado, UNICAMP, 2005. VOLPATO, Luiza Rios Ricci. Cativos do Sertão Vida cotidiana e escravidão em Cuiabá, 1850-1888. São Paulo/Cuiabá: Marco Zero/EdUFMT.1993. VOVELLE,Michel. Ideologias e mentalidades. 2ª ed. São Paulo: Brasiliense, 1991.