VISÃO DE IDOSOS FRENTE AO PROCESSO DE INSTITUCIONALIZAÇÃO



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Transcrição:

VISÃO DE IDOSOS FRENTE AO PROCESSO DE INSTITUCIONALIZAÇÃO Autor (a): Josilene Maciel Pereira (Universidade Estadual da Paraíba; josilenemacial@hotmail.com). Coautor (es): Aldenice Oliveira dos Santos (Universidade Estadual da Paraíba; aldenicecg_@hotmail.com); Géssica Niedja Figuerêdo (Universidade Estadual da Paraíba; figueredo.gn@gmail.com); Tayse Cristina do Nascimento Ataíde (Universidade Estadual da Paraíba; ataidetayse@gmail.com). Orientador (a): Profª Esp. Sueli Aparecida Albuquerque de Almeida (Universidade Estadual da Paraíba; sueliaalb@gmail.com). INTRODUÇÃO No Brasil o processo do envelhecimento populacional vem crescendo em um ritmo bastante acelerado (GOMES, 2013). Segundo Dalvi (2011) no Brasil, considera-se velha a pessoa com 60 anos ou mais. O mesmo autor ressalta que a velhice não começa com a idade cronológica, é um processo individual e ao mesmo tempo social, que altera algumas características do indivíduo, como seu estado físico e mental, provoca doenças e interfere na capacidade vital. Estas alterações podem tornar os idosos incapazes de cuidarem de si, levando-os a necessitar de ajuda e cuidados, principalmente dos familiares (OLIVEIRA e ROZENDO, 2014). Silva (2014) e Costa (2013) referem que essa seria a fase final na vida de uma pessoa. De acordo com França (2014) a família na maioria das vezes é responsável por cuidar dos idosos, onde em alguns casos essa instituição não cumpre com essa responsabilidade, recaindo o papel de cuidador para outras instituições, sendo cada vez mais frequente os mesmos buscarem auxílios nos asilos e até mesmo os próprios idosos buscarem apoio nos lares e clínicas geriátricas para diminuir o peso para suas famílias. Como afirma Figueiredo et al (2014) e Tamião (2010) a internação gera consequências para o idoso, como o distanciamento de seu espaço familiar em que viveram por muito tempo, mesmo que este tenha sido um tempo muito difícil e lembra ainda que, na maioria das vezes, os idosos são asilados contra sua própria vontade, tornando-se, desta maneira uma espécie de prisioneiros da instituição.

Alcântara e Hor-Meyll (2013) e Limont (2011) destacam que surgiram outros adjetivos para denominar locais de assistência a idosos como, abrigo, lar, casa de repouso, clínica geriátrica e ancionato, que posteriormente passaram a ser denominadas como instituições de longa permanência para idosos (ILPI). Para Bueno et al (2012) a troca do termo Asilo por outros termos citados anteriormente, são apenas terminologias paliativas para encobrir a realidade do significado asilamento e que todas emergem como uma alternativa de suporte social para atenção à saúde do idoso sendo consideradas instituições governamentais ou não governamentais, de caráter residencial, destinadas ao domicílio coletivo de pessoas com idade igual ou superior a 60 anos, com ou sem suporte familiar, em condição de liberdade, dignidade e cidadania. Essas instituições, conhecidas por denominações diversas devem proporcionar serviços na área social, médica, de psicologia, de enfermagem, fisioterapia, terapia ocupacional, odontologia, e em outras áreas, conforme necessidades desse segmento etário (DALVI, 2011). O mesmo autor destaca que os profissionais que trabalham com o processo de envelhecimento nas mais diversas áreas de saber tentam proporcionar, em todos os níveis de atenção à saúde (primário, secundário e terciário), o bem estar biopsicossocial dos idosos, potencializando suas funções globais, a fim de obter uma maior independência, autonomia e uma melhor qualidade para essa fase de vida. O objetivo deste estudo consiste em analisar de que forma os idosos veem o processo de institucionalização e avaliar a participação dos enfermeiros nesse cenário. METODOLOGIA O presente estudo trata de uma revisão sistemática, que segundo (GUANILO, 2010) constitui o meio para obter os subsídios para a prática baseada em evidência. As bases de dados utilizadas foram: Scielo, Biblioteca Virtual da Saúde (BVS) e Google Acadêmico. Tendo como descritores: Idoso; Instituição de longa permanência para idosos; Enfermagem. Foram feitas delimitações periódicas da qual foram selecionados os trabalhos datados de 2010 à 2015, no idioma português. Sendo encontrados cinquenta e dois periódicos e utilizados dezoito, com base na relevância para o tema.

RESULTADOS E DISCUSSÕES A analise e interpretação dos periódicos selecionados para o estudo teve resultado consistente de que a maioria dos idosos que convivem em instituições de longa permanência estão satisfeitos com a institucionalização, com os serviços oferecidos, e com os profissionais que atuam nestes locais (SILVA, 2013). A maioria alega ser um lugar bom para morar, onde se sentem bem e que gostam de esta lá, veem a instituição como um lar (COSTA, 2013; QUEIROZ, 2010). No entanto, mesmo satisfeitos com o acolhimento, muitos apresentam grande carência, tristeza, vontade de chorar, sentem a vida vazia, não têm fé no futuro e por isso evitam fazer planos para o amanhã (CHAVES et al, 2012 e ARAUJO, 2014). Aqueles que se apresentaram insatisfeitos, no geral é devido algum déficit motor, e são dependentes de outros para realizar tarefas simples (JACINTO, 2010). Sendo visto como causador de problemas, o idoso asilado está afastado da família, da casa, dos amigos, das relações significativas construídas ao longo de sua história de vida. O que parecia ser seu porto seguro, já não o é mais. A falta de habilidade emocional, principalmente das partes envolvidas, como os familiares, para gerenciar tais dificuldades faz com que a estratégia mais viável para lidar com o idoso seja a sua internação em Instituições de Longa Permanência (ALCÂNTARA e HOR-MEYLL, 2013). Silva (2014) destaca que cada idoso possui sua particularidade e que o envelhecimento é sentido de formas variadas e que muitos idosos ao entrarem em uma instituição de longa permanência se deparam com a necessidade de se adaptarem as regras institucionais, a conviver com outros idosos institucionalizados percebe-se que essas novas adaptações nem sempre são tranquilas e facilmente aceitas por parte dos usuários, ou seja, a partir de sua institucionalização terão que construir novos vínculos de amizade, que muitas vezes se transformam, são confundidos e/ou percebidos como familiares. Para Dalvi (2011) a idade por si só não é um determinante de asilamento, porém as precárias condições financeiras, o declínio das condições de saúde, a perda da autonomia e da independência, a situação de viver sozinho (solteiro, viúvo ou separado) e não ter ninguém que pudesse ajudá-los, cuidar deles ou até mesmo fazer-lhes companhia, ou, ainda, a impaciência

dos familiares para com eles, e deles para com netos, crianças e/ou adolescentes, a falta de espaço para sua privacidade em casa, ou a falta de um lugar adequado para morar com a família foram fatores cruciais para a institucionalização, não cabendo afirmar que foi por opção o asilamento dos idosos desse segmento social empobrecido. Jacinto (2010) cita que segundo a opinião dos idosos, um bom lar é aquele que: tem atividades de animação, possibilita saída, fornece boa alimentação, tem pessoal simpático e competente não rotativo, facilita aos residentes momentos de convívio entre eles, oferece conforto físico, disponibiliza serviços de apoio (fisioterapia, enfermagem, educação física ), é seguro, não é demasiado grande. Os serviços oferecidos e que causam satisfação são: atendimento dos funcionários, sempre muito solícitos, atenciosos e carinhosos; o atendimento médico com agendamentos e sempre que necessário independente do horário; bons profissionais da enfermagem, remédios administrados no horário. O cultivo da autonomia é notado quando ainda se permitem fazer a própria organização do seu quarto, lavar algumas peças de roupa, oferecer-se para ficar na portaria auxiliando no atendimento ou no bazar (ALCÂNTARA e HOR-MEYLL, 2013). O que causa maior insatisfação é o fato da adaptação inicial por falta de integração entre os internos; ciúmes, por pensar que alguns funcionários prestam mais atenção em um determinado ancião a outro; o frio que intensifica a indisposição para fazer outras atividades e o único desejo é o de ficar isolado no leito; quando não há banheiros no quarto, favorecendo mais privacidade, o mais grave, é quando o familiar deixa de visitá-los, permitindo assim que a sensação de abandono seja confirmada sendo muito difícil aceitar (ALCÂNTARA e HOR- MEYLL, 2013). Para França (2014) o fato da institucionalização dos sujeitos não isenta seus familiares de participarem desse processo, ao contrário, sua presença é fundamental para a qualidade de vida dos idosos. A enfermeira na instituição asilar deve ter uma boa interação com o idoso e seus familiares, promovendo reuniões e inserindo sempre entre os mesmos, um meio social com desenvolvimento de atividades e participação em datas especiais e comemorativas (BENETTI e ROSA, 2010).

Todos tem direito a uma melhor qualidade de vida, repleta de amor e felicidade, bem como preparados para aceitação da morte digna (ROCHA e RIBEIRO, 2011). CONCLUSÃO Percebe-se que quando o individuo atinge a terceira idade surge uma série de carências físicas, psicológicas, sociais e econômicas, entendendo-se que uma série de cuidados precisam ser gerados nessa etapa da vida e que nesse cenário a família e os profissionais que convivem e que devem ter contato direto com os idosos, precisam dar afeto, carinho, atenção e fazer respeitar as opiniões e direitos dos mesmos. A institucionalização é um processo difícil para alguns, no entanto pode ser observada a superação diante do novo meio e do novo lar, surgindo novas amizades, sendo indispensável que a família participe desta nova realidade, visto que quando se mantêm o vinculo com os entes queridos estes tendem a viver mais felizes e satisfeitos com a vida. A enfermagem em consonância com os demais profissionais envolvidos no cuidado a pessoa idosa deve prestar uma assistência de forma humanizada, informando e buscando sempre que possível e necessário os familiares. É fundamental sua capacitação e atualização na área para um atendimento de qualidade e diferenciado. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARAUJO, G. da S. et al. Qualidade de vida de idosos residentes na Vila Vicentina de Bausu/SP. SALUSVITA, Bauru, v. 33, n.1, p. 57-75, fev. 2014. ALCÂNTARA, E. G. de.; HOR-MEYLL, L. F. Asilados idosos de baixa renda: fatores de insatisfação com o serviço sob as perspectivas dos pacientes e dos familiares. Departamento de Administração. 2013. BENETTI, C.; ROSA, R. da. Depressão e envelhecimento.2010. Guanilo, MCD; Takahashi, RF; Bertolozzi, MR. Revisão Sistematica: noções gerais. Rev Esc Enferm USP 2011; 45(5):1260-6.

BUENO, E. M.; GOMES, S. M.; LOPES, R. G da C. A percepção dos idosos sobre a qualidade de vida no ambiente institucional. Revista Portal de Divulgação, n.22, 39-49. jun. 2012. CHAVES, L. de O.; ALVARENGA, M. F. de.; SASSO, S. M. Dal. Avaliação do comportamento depressivo em idosos institucionalizados. Revista Científica Da Faminas. Muriaé MG, N. 1, p. 25-41, JAN.-ABR. de 2012. COSTA, M. de J. da. A vida fora do convívio familiar: Percepções e sentimentos de idosos acolhidos pelo abrigo Olavo Bilac. 2013. 112 p. Monografia (Graduação do Curso de Serviço Social) Centro de Ensino Superior do Ceará, Faculdade Cearense, Fortaleza, 2013. DALVI, M. G. O idoso em instituições de longa permanência no Município de Vitória/ES: Relações familiares e Institucionalização. 2011. 141f., Dissertação (Mestrado em Políticas Públicas e Desenvolvimento Local) Escola Superior de Ciências da Santa Casa de Misericórdia de Vitória, EMESCAM, Vitória ES, 2011. FIGUEIREDO, T. S.; RABELO, T. L. P.; VELOSO, L. C. A vivência de idosos em instituições de longa permanência. Revista Interdisciplinar. Teresina-PI-Brasil. v. 7, n. 2, p. 70-78, abr. mai. jun. 2014. FRANÇA, L. M. G. De. A percepção que as idosas institucionalizadas na associação de assistência social Catarina Iabouré possuem sobre suas relações familiares. 2014. 77 p. Monografia (Curso de Bacharelado em Serviço Social) - Centro de Ensino Superior do Ceará,Faculdade Cearense FaC.Fortaleza, 2014. GOMES, T. DA C. A atuação do/a assistente social em uma instituição de longa permanência para idosos/as ILPIs. 2013. 83 p., Monografia (Graduação do Curso de

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SILVA, B. G. de M. e. Avaliação da qualidade de vida e interação familiar em idosos institucionalizados. 2013. 125 p., Dissertação (Mestrado em Psicologia Clínica) Universidade Católica do Pernambuco, Recife, 2013. TAMIÃO, A. L. F. Violência contra o idoso. 2010.102 p., Trabalho de Curso (Graduação em Direito) - Fundação de Ensino Eurípides Soares da Rocha, mantenedora do Centro Universitário Eurípides de Marília UNIVEM, Marília - SP, 2010.