CASO 2: APROPIACIÓN DE LA TECNOLOGÍA MÓVIL POR JOVENES DE LA PERIFERIA DE SÃO PAULO



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COMUNICACIONES MÓVILES Y DESARROLLO EN AMÉRICA LATINA CASO 2: APROPIACIÓN DE LA TECNOLOGÍA MÓVIL POR JOVENES DE LA PERIFERIA DE SÃO PAULO Estudio de caso con los participantes del proyecto Mergulho na Comunidade Todos los informes que se encuentran en formato pdf, las fotos, videos y audios de las entrevistas, están disponibles en el site: http://cmdal.ipso.org.br/ São Paulo, octubre de 2008

COMUNICACIONES MÓVILES Y DESARROLLO EN AMÉRICA LATINA CASO 2: APROPIACIÓN DE LA TECNOLOGÍA MÓVIL POR JÓVENES DE LA PERIFERIA DE SÃO PAULO Estudio de caso con los participantes del proyecto Mergulho na Comunidade Supervisión científica: Francis Pisani, coordinador regional - Brasil François Bar, coordinador regional - Brasil Equipo de investigación: Carlos Seabra, coordinador del proyecto Eliana Dantas, asistente de investigación Ilana Seltzer Goldstein, investigadora Laura Tresca, investigadora Mariana Di Stella Piazzolla, asistente de investigación Mariane Ottati, coordinadora financiera y del convenio Martina Otero, especialista en investigación Simone Freitas, asistente de investigación Con apoyo de: Ianina Verónica Zubowicz, traductora Jeremiah Spence, colaborador Patrícia Andrade, colaboradora Priscila Grison, colaboradora São Paulo, octubre de 2008

CASO 2: APROPIACIÓN DE LA TECNOLOGÍA MÓVIL POR JÓVENES DE LA PERIFERIA DE SÃO PAULO Estudio de caso con los participantes del proyecto. Mergulho na Comunidade RESUMEN El estudio del caso 2 se refiere a una investigación realizada en una Escola de Informática e Cidadania (EIC) vinculada al Comitê para Democratização da Informática (CDI), en la ciudad de São Paulo. La EIC fue elegida por ser un espacio informal de enseñanza que busca ofrecer, más allá de la capacitación técnica, un debate sobre temas actuales de la comunidad en que actúa, como problemas ambientales, entre otros. La metodología utilizada en la investigación combinó 4 entrevistas abiertas con una investigación- acción, que envolvió a los frecuentadores de la Escuela en la confección y en la aplicación de las herramientas de investigación. La idea era que ellos mismos formularan sus propias preguntas sobre el uso del teléfono móvil a los vecinos y colegas. Entre las cuestiones que guiaron ese estudio estaban: el teléfono móvil contribuye para la movilización social y la transformación de esa comunidad? El móvil funciona como elemento de status dentro del grupo? Existe una relación entre la posesión del aparato y la constitución de estos jóvenes? De acuerdo con los datos recogidos, la respuesta a la primera cuestión remite a coyunturas económicas y culturales que anteceden y exceden la dimensión de la tecnología, debilitando la movilización colectiva de una manera general. La respuesta a la segunda y a la tercera cuestión es afirmativa. El aparato móvil es utilizado con mucha frecuencia como emblema de prestigio y los jóvenes lo consideran parte fundamental de su identidad.

ÍNDICE CAPÍTULO 1. INTRODUCCIÓN... 1 1.1. PRESENTACIÓN DEL CASO Y JUSTIFICACIÓN DE LA ELECCIÓN... 2 CAPÍTULO 2. SISTEMATIZACIÓN DE RESULTADOS... 8 2.1. TEMAS RECURRENTES EN LAS ENTREVISTAS ABIERTAS... 8 2.1.1. EL TELÉFONO MÓVIL COMO PARTE DE LA IDENTIDAD DE LOS JÓVENES... 8 2.1.2. TELÉFONO PORTÁTIL Y MEMORIA VISUAL... 9 2.1.3. EL MÓVIL COMO ELEMENTO DE STATUS... 10 2.1.4. EL TELÉFONO PORTÁTIL COMO MEDIADOR DE RELACIONES AFECTIVAS... 11 2.1.5. EL POTENCIAL DEL MÓVIL COMO HERRAMIENTA DE MOVILIZACIÓN COMUNITARIA... 12 2.2. PREGUNTAS FORMULADAS POR LOS JÓVENES EN LA INVESTIGACIÓN-ACCIÓN... 13 2.3. SITUACIONES SIGNIFICATIVAS OBSERVADAS EN CAMPO POR LAS INVESTIGADORAS DEL IPSO... 15 CAPÍTULO 3. CONSIDERACIONES FINALES... 18 ANEXOS... 20 A.1. LISTA DE ENTREVISTADOS... 20 A.2. ROTEIRO DE ENTREVISTA EM PROFUNDIDADE (PRESENCIAL)... 21 A.3. TRANSCRIÇÕES DE ENTREVISTAS... 23 A.3.1. ALEXANDRE, 15 ANOS... 23 A.3.2. DIEGO, 18 ANOS... 30 A.3.3. JOSÉ ROBSON, 21... 40 A.3.4. THAIS, 15 ANOS... 46 A.3.5. ENCONTRO ANÁLISE DOS DADOS DOS CADERNOS DE ENQUETE... 56 A.4. PERGUNTAS ELABORADAS PELOS JOVENS NA PESQUISA-AÇÃO... 73 A.5. CADERNOS DE ENQUETE (4 PÁGINAS)... 98 A.6. LISTA DE FOTOS... 102

A.7. LISTA DE VÍDEOS... 103 A.8. FOLHETO DO CDI... 104 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS... 110

1 Apropriación de la tecnología móvil por jóvenes de la periferia de São Paulo Capítulo 1. Introducción El segundo estudio de caso realizado por el equipo del IPSO (Instituto de Investigación y Proyectos Sociales y Tecnológicos) tuvo como objeto la apropiación del teléfono móvil por jóvenes de la periferia de São Paulo, en el barrio Ermelino Matarazzo, en la Zona Este. El universo recortado para este segundo estudio de caso fue el de los usuarios de una Escola de Informática e Cidadania (Escuela de Informática y Ciudadanía) EIC, que recibe apoyo del Comitê para Democratização da Informática (Comité para Democratización de la Informática) CDI, organización no gubernamental con actuación en el área de inclusión digital. En líneas generales, la propuesta de la CDI es unir la enseñanza de la informática al fortalecimiento de la ciudadanía. Además de esto, sus alumnos son incentivados a desarrollar proyectos colectivos que toman en cuenta los problemas socio- ambientales de la comunidad: encuestas de opinión, grupos comunitarios, campañas, entre otros. El CDI define su misión de la siguiente manera: El Comité para Democratización de la Informática es una organización no gubernamental sin fines de lucro que, desde 1995, desarrolla el trabajo pionero de promover la inclusión social utilizando la tecnología de la información como un instrumento para la construcción y el ejercicio de la ciudadanía. A través de sus Escolas de Informática e Cidadania EICs, creadas principalmente en sociedad con organizaciones comunitarias, el CDI implementa programas educacionales ( ) con el objetivo de movilizar los segmentos excluidos de la sociedad para la transformación de su realidad ( ) El CDI cree que el dominio de las nuevas tecnologías no sólo crea oportunidades de trabajo y genera renta, como también posibilita el acceso a fuentes de información y espacios de sociabilidad que propician la búsqueda colectiva de soluciones para los problemas enfrentados por las comunidades. 1 Para nuestra investigación, elegimos una Escola de Informática y Cidadania EIC donde, además de los cursos de informática, también estaba en marcha un proyecto- piloto teniendo como base los aparatos móviles. Sin embargo, antes de verticalizar nuestro segundo caso, vale resaltar las semejanzas y diferencias existentes en relación al primer caso presentado. El primer estudio ya se había inclinado hacia la relación de los jóvenes de baja renta con sus teléfonos móviles y también ya se había optado por contactar apenas jóvenes registrados en una iniciativa de inclusión digital. Por lo tanto, mientras en aquel caso el énfasis del programa del cual los jóvenes eran favorecidos recaía en los mensajes de SMS, ahora la captación de 1 Cita extraída del texto institucional del site de La organización. Disponible en: www.cdi.org.br, acceso el 29/09/2009.

2 Apropriación de la tecnología móvil por jóvenes de la periferia de São Paulo imágenes con el móvil es el foco de la iniciativa de la cual los jóvenes participan. El vínculo de los jóvenes con el Programa 0800 Rede Jovem, anteriormente estudiado, era más informal y esporádico que los lazos de los usuarios con la Escola de Informática e Cidadania que será descripta a seguir. En términos de metodología, hay una diferencia importante. Gran parte de las entrevistas del Caso 1 fue hecha por una única entrevistadora, por teléfono, y en el caso 2utilizamos la investigación- acción, yendo al campo e incorporando a la propia comunidad en la confección y aplicación de las herramientas de la investigación. Por último, en el primer caso, se trataba de una ciudad de la región metropolitana de São Paulo; ahora se trata de un barrio periférico de la capital, ambos con bajos índices de desarrollo humano. 1.1. Presentación del caso y justificación de la elección La Escola de Informática e Cidadania (EIC) elegida para el presente estudio se llama Nossa Senhora Aparecida. Sus usuarios crearon un blog que contiene fotos y noticias sobre ella 2. Nuestra investigación fue realizada de mayo a julio de 2008, en la propia comunidad, y contó con el apoyo de la coordinadora de la Escuela y de un educador, que se identificaron con la propuesta de la investigación. Figura 1. Localización de la EIC Nossa Senhora Aparecida Fuente: Google Maps, 2008 En esta EIC fue implementado recientemente un proyecto- piloto, que lleva por título Mergulho na Comunidade (Inmersión en la Comunidad) que consiste en la realización de pequeños 2 La dirección del blog ES: HTTP://inclusaoenois.multiply.com/

3 Apropriación de la tecnología móvil por jóvenes de la periferia de São Paulo videos, con los móviles, con el fin de registrar y comunicar, a partir de los propios puntos de vista de los jóvenes, aspectos de la realidad que se encuentra a su alrededor y, eventualmente, intervenciones de estos mismos jóvenes en esa realidad. La experiencia forma parte de una propuesta del CDI de São Paulo de realización de talleres para explotar los usos del móvil más allá de la telefonía videos de bolsillo, fotografía y podcasting. Se trata de un proyecto experimental, en fase piloto, que está teniendo lugar apenas en las unidades que manifiestan interés por la iniciativa. Figura 2. Iglesia Nossa Senhora Aparecida Fuente: François Bar, 2008. Figura 3. Telecentro frente a la Iglesia Nossa Senhora Aparecida Fuente: François Bar, 2008.

4 Apropriación de la tecnología móvil por jóvenes de la periferia de São Paulo La experiencia de este proyecto enfocado en la apropiación de teléfonos móviles en la EIC Nossa Senhora Aparecida fue un factor decisivo para que la organización fuera elegida como locus de nuestra investigación de campo. Además, la semejanza del perfil de los sujetos investigados, en términos de franja etaria y de condición socioeconómica, permitiría trazar y completar las lagunas en relación al primer estudio de caso. En este segundo caso los participantes del proyecto también eran jóvenes de 14 a 21 años, siendo 22 mujeres y 19 hombres. Figura 4. Jóvenes de la EIC Nossa Senhora Aparecida Fuente: François Bar, 2008. Existe una característica de la región en la cual la EIC Nossa Senhora Aparecida actúa que merece ser destacada: ella se encuentra localizada en una favela (barrio marginal), así reconocido por los habitantes del mismo, como por sus vecinos. De acuerdo con dos estudiosos de problemas urbanos y violencia, una favela es un: Área de habitaciones irregularmente construidas, sin calles, sin planeamiento urbano, sin cloacas, sin agua [canalizada y tratada] y sin luz. De esa precariedad urbana, resultado de la pobreza de sus habitantes y del descanso del poder público, surgieron las imágenes que hicieron de la favela el lugar de la carencia, de la falta, del vacío a ser llenado ( ). (Zaluar y Alvito, 1998: 7-8). Esa localización física y simbólica de la comunidad estudiada dentro de la geografía urbana debe ser tenida en cuenta como cortina de fondo de toda la lectura del presente informe, pues tal vez ayude a explicar la necesidad de los jóvenes de Ermelino Matarazzo de compensar su baja auto estima con aparatos materiales. El estigma fue explicitado por la declaración de una joven de 15 años a nuestra investigadora: -[Investigadora] A ti te gusta vivir aquí?

5 Apropriación de la tecnología móvil por jóvenes de la periferia de São Paulo - Ahhh! Como gustar, me gusta. Pero es malo decir que tú vives aquí, porque las personas ya creen que tú eres una marginal, tú eso, tú aquello. Pero es bueno vivir aquí. Las personas son agradables. (Thais, 15 años) Figura 5. Calle de Vila Jacuí, en Ermelino Matarazzo. Fuente: IPSO, 2008. Objetivos y metodología Nuestros objetivos iniciales eran observar y registrar las prácticas de uso del móvil por los jóvenes frecuentadores de la EIC Nossa Senhora Aparecida y verificar si ellas incluían modalidades que tuvieran que ver con la interacción, movilización y acción colectiva, que pudieran contribuir con el desarrollo socioeconómico de aquella comunidad. La observación participante, las entrevistas y el análisis posterior fueron pautados por las hipótesis a seguir: 1. El móvil sería una herramienta adicional de movilización social para la transformación de la comunidad. 2. El móvil funcionaría como elemento de status: quien tiene un móvil con mejores recursos, asumiría el papel de líder del grupo. 3. Para esos jóvenes, tener un número de teléfono móvil sería como poseer un complemento de su identidad. La metodología consistió en un estudio posteriormente cualitativo, marcado por la interacción cara a cara y por la construcción compartida de conocimiento. En la primera etapa, promovemos una investigación amplia en la comunidad, pero realizada por los propios jóvenes, apenas con el apoyo del equipo de investigadores del IPSO. Por sugerencia del propio CDI, optamos por trabajar con la metodología de investigación- acción, para dar una contribución,

6 Apropriación de la tecnología móvil por jóvenes de la periferia de São Paulo una contrapartida, en que ambas partes saldrían ganando. Nos propusimos a pasarles a los jóvenes algunas nociones básicas de investigación y, en seguida, ayudarlos a realizar una investigación sobre el uso del móvil en la vecindad de la EIC. Para complementar, la idea era recolectar informaciones relevantes para nuestra investigación a través de la mirada de los propios sujetos investigados. Imaginábamos que, tal vez, ellos levantaran cuestiones y vieran aspectos diferentes de los que encontraríamos solos. Como conceptúa María Amelia Franco: La condición para ser investigación- acción crítica es la inmersión en la praxis del grupo social en estudio, del cual se extraen las perspectivas latentes, lo oculto, lo no familiar que sustentan las prácticas, siendo los cambios negociados y administrados en el colectivo ( ) La investigación- acción crítica considera la voz del sujeto, su perspectiva, su sentido pero no sólo apenas registro y posterior interpretación del investigador: la voz del sujeto formará parte de la contextualización de la metodología de la investigación. ( ) Por eso el énfasis en el carácter formador de esa modalidad de investigación, pues el sujeto debe tomar conciencia de las transformaciones que van ocurriendo en sí mismo y en el proceso. (Franco, 2005: 486) Para hacer viable la investigación- acción, fueron organizados seis encuentros, con base en una negociación pedagógico- metodológica con coordinadoras del CDI- SP y con el educador social de la EIC Nossa Senhora Aparecida: Encuentro 1 reflexión sobre móviles, tecnología móvil y presentación de la propuesta de investigación; Encuentro 2 Construcción del cuaderno de encuesta; Encuentro 3 Colecta de declaraciones en el barrio; Encuentro 4 Reflexión sobre la construcción y la ejecución de la investigación; Encuentro 5 Análisis de los datos de los cuadernos de encuestas; Encuentro 6 Estrategia de divulgación de los resultados de la investigación: periodismo comunitario. Conviene resaltar que, durante el tercer encuentro de la investigación- acción, los jóvenes recolectaron declaraciones en la comunidad de dos maneras: anotando en sus cuadernos de encuestas 3 y grabando pequeños videos. Tenemos una estimación de 21 videos producidos en esa ocasión, 9 de ellos con aparatos móviles y 12 con cámaras. Los videos documentan el proceso de realización de entrevistas sobre telefonía móvil llevado a cabo por los propios jóvenes durante la investigación- acción. Las preguntas y respuestas de esas entrevistas 3 Algunas páginas escaneadas de un cuaderno de encuestas se encuentran en el Anexo 5 de éste informe.

7 Apropriación de la tecnología móvil por jóvenes de la periferia de São Paulo filmadas y anotadas por los jóvenes son comentadas en el ítem Sistematización de Resultados. 4 Tanto la encuesta como la entrevista documentada en video fueron introducidas en la investigación- acción para que los participantes del proyecto pudieran comparar los beneficios y desventajas del uso de diferentes instrumentos de investigación y evaluar la conducción de una entrevista personal. Además de la investigación- acción, hubo también una etapa de entrevistas en profundidad realizadas por el equipo del IPSO, para complementar las observaciones de campo. Entrevistamos a algunos jóvenes y educadores de la EIC, además de líderes de la comunidad, para explotar más detenidamente algunos puntos. A continuación, presentaremos algunos de los aspectos que más nos llamaron la atención, tanto en la investigación- acción, como en las entrevistas en profundidad. 4 Infelizmente, no tuvimos acceso a todos los registros de entrevistas filmados por los jóvenes con celulares por problemas técnicos (el disco rígido que contenía el material se dañó). Además, la calidad de los 9 videos que llegaron hasta nosotros es muy baja, dificultando un análisis más detenido del material (ver anexo 7). Sin embargo, para tener una idea de la manera en cómo estos jóvenes se apropian del móvil para producir videos, es posible ver los minivideos de ficción que produjeron un poco antes de la investigación, en el ámbito de otra iniciativa de la EIC. Aquí están los links de cuatro de esos videos de ficción en la Internet: http://br.youtube.com/watch?v=0u5mjwiamd8 http://br.youtube.com/watch?v=3hztp-9lygg http://br.youtube.com/watch?v=c5ddci_fsgo http://br.youtube.com/watch?v=zu-d4ijnjw8&feature=related

8 Apropriación de la tecnología móvil por jóvenes de la periferia de São Paulo Capítulo 2. Sistematización de resultados 2.1. Temas recurrentes en las entrevistas abiertas Optamos por traer la voz de los jóvenes al informe, para ilustrar algunos de los temas que emergieron, tanto en las entrevistas, como en la investigación- acción. Enlistamos abajo los temas más recurrentes, seguidos de transcripciones de las conversaciones de los propios jóvenes. 2.1.1. El teléfono móvil como parte de la identidad de los jóvenes Algunas declaraciones sugieren que los jóvenes se sienten prácticamente desnudos sin sus teléfonos portátiles. Levando el argumento hasta el extremo, tal vez estemos delante de una especie de tecno fetichismo, término acuñado por De Kerckhove, para quien estamos de hecho próximos a convertirnos en cyborgs y de que, en la medida que cada tecnología extiende una de nuestras facultades y trasciende nuestras limitaciones físicas, deseamos adquirir las mejores extensiones de nuestro cuerpo. (De Kerckhove, 1996: 32) Las conversaciones de los jóvenes indican que algo semejante comienza a delinearse: Yo siempre estoy con él [móvil] ( ) siempre que voy a salir, yo ni sé si está descargado, va directo al bolsillo, se transformó en parte de mí. Estar sin móvil ahora es como si estuviera sin nada, es como mi billetera. El móvil es como el documento. (Diego, 18 años) [Si me olvido el móvil siento] que fui olvidado. Alguien va a querer llamarme y yo sin móvil, y entonces? (Diego, 18 años) Ahora sin móvil, no? Me quedo en el anonimato (José Robson, 21 años) Queda evidenciada la presencia constante del aparato móvil. El teléfono está siempre con los jóvenes como una extensión de sus cuerpos, una prótesis, aludiendo al cyborg mencionado por De Kerckhove. Hay otros autores que usan la metáfora de la prótesis para referirse al móvil, uniéndolo a la identidad del individuo:

9 Apropriación de la tecnología móvil por jóvenes de la periferia de São Paulo La posibilidad de interactuar con otro a cualquier hora y lugar transformó al móvil casi en una prótesis de interacción, ampliando la capacidad de los sujetos de conectarse unos a otros. Los grupos a los cuales los individuos pertenecen definen quienes piensan que son ellos. En este aspecto, el SMS es utilizado como un material de identidad y participación entre el grupo, así como la personalización del aparato es una forma de mostrar una cara y ser aceptado en el grupo (Rheingold apud Grison, 2008: 97-98) De la misma manera que el aparato es una extensión del cuerpo de los jóvenes, el número del teléfono móvil parece ser una extensión de la identidad. En este contexto, para los jóvenes, no poseer un teléfono móvil sería como negar su propia personalidad. 2.1.2. Teléfono portátil y memoria visual Entre las capas económicamente menos favorecidas, en Brasil, los álbumes de familia y las fotos de infancia son raros y preciosos, casi bienes de lujo. Pocas son las familias que poseían aparatos fotográficos hasta hace poco tiempo, o que podían gastar con rollo fotográfico y revelación, al punto de registrar detalles de su cotidiano o las fases de crecimiento de todos los hijos. Con la llegada al mercado de aparatos móviles que tienen cámaras integradas, ;con las cuales se pueden sacar fotos sin ningún costo, la práctica de la fotografía ganó nuevos adeptos y nuevos usos y la memoria visual de las capas C y D tal vez ganen nuevos contornos y se fortalezca, como revelan las conversaciones de los jóvenes entrevistados: ( ) de los videos yo no bajé ninguno todavía, pero las fotos las pongo todas en el Orkut. (Thais. 15 años) Cuando veía que aquel momento era inolvidable, yo sacaba una foto, la bajaba y la pasaba al ordenador y cuando sentía falta de aquel día iba hasta ahí, al ordenador y veía aquella imagen. (Alexandre, 15 años) La escuela en frente de mi casa casi se incendia. Nos despertamos a la madrugada con ese calor en el ambiente y la escuela en llamas, sacamos fotos, después llegaron los bomberos y apagaron el fuego y después de mucho tiempo vi un reportaje y comenzaron a preguntar quién tenía fotos y fuimos allá y mostramos las fotos. No ganamos nada con eso, fue la TV Globo. (José Robson, 21 años) Vale la pena, aquí, resaltar el contraste de ese resultado en relación al obtenido en la websurvey, en la cual la mayor parte de los entrevistados afirmó usar el móvil, prioritariamente, para efectuar y recibir llamadas, para fines profesionales y casi nunca para fotografiar. Hay que

10 Apropriación de la tecnología móvil por jóvenes de la periferia de São Paulo recordar que el perfil medio de los entrevistados de la websurvey era bien diferente de aquel de los entrevistados del estudio del caso 2: en la websurvey, casi la mitad había hecho la Escuela Media o tenía un nivel Superior completo, la franja etaria era de 26 a 35 años y la renta media era de 2 a 6 salarios mínimos. Eso tal vez ayude a explicar por qué la apropiación de esta tecnología se da de forma tan diversa en uno y otro universo. Una vez más, queda claro el peso de los factores socioeconómicos en la apropiación de la telefonía móvil. Cuanto menor el nivel de instrucción y la renta de los entrevistados es, más frecuente es el uso de recursos gratuitos del móvil y más escasas las llamadas efectuadas y los envíos de mensajes. En lo que se refiere a la producción y almacenamiento de imágenes, un aspecto importante para destacar es que la mayoría de los jóvenes investigados no envía fotos o videos por MMS: prefiere descargarlos en el ordenador por medio de cables o, como explica la joven Thais, por el sistema de Bluetooth. 2.1.3. El móvil como elemento de status Esta cuestión apareció también en la investigación- acción, por lo tanto se trata de un asunto bastante candente entre los jóvenes del universo investigado. El aparato móvil, inclusive sin créditos, inclusive descargado, parece funcionar como un emblema de prestigio y poder, que garantiza el destaque de su propietario entre los otros. Es pertinente aquí, una breve alusión al concepto de distinción, de Pierre Bourdieu (2007). El sociólogo francés explica las diferencias de posicionamiento político, de comportamiento y de preferencias estéticas en los diferentes estratos de la sociedad, por medio del concepto habitus 5, argumentando que los actores sociales hacen un uso estratégico del gusto, manejando sus capacidades o sus posesiones sobre todo para destacarse socialmente, obtener un reconocimiento simbólico y prestigio. En esa lógica, el consumo, pero también el saber, las posturas etc. pueden ser accionados como forma de distinción, o sea, la familiaridad con ciertos bienes trae consigo, asociaciones como competencia, educación, actualidad. Es exactamente lo que aparece estar en curso con los teléfonos móviles portátiles, de acuerdo con las declaraciones a seguir: Tú tienes un buen móvil, tienes una buena ropa, entonces tú debes ser un tipo interesante. A veces no siempre es así como las personas piensan, pero hasta en el modo de cómo la sociedad te ve: como un tipo que está actualizado, que sabe cuál es la moda. (Diego, 18 años) 5 Para Bourdieu (2007), el habitus es una especie de cruce entre las determinaciones estructurales objetivas (origen familiar, área de actuación profesional, situación financiera, escolaridad etc.) y las iniciativas individuales de los agentes; de una serie de disposiciones estables, que hacen que actuemos en una dirección y no en otras.

11 Apropriación de la tecnología móvil por jóvenes de la periferia de São Paulo ( ) las personas dicen: Mira, tiene un móvil buenísimo, acabó de salir en el mercado, él debe tener dinero (Thais, 15 años) La mayoría [tiene un móvil bonito] para darle envidia a los otros (joven no identificado en la grabación, durante el debate de cierre de la investigaciónacción). Las personas usan el móvil para hacerse ver, prácticamente el 99% es para hacerse ver, porque las personas se la creen. (joven no identificado en la grabación, durante el debate de cierre de la investigación-acción) Lo que se desprende de las conversaciones de los jóvenes es que el móvil se tornó un objeto de fetiche tecnológico, asumiendo el mismo papel que un calzado deportivo de marca en la generación anterior. Al mismo tiempo que el teléfono móvil sirve para despertar envidia en los demás, para garantizar lo que Bourdieu llama de distinción a su dueño, el mismo es importante para elevar el auto estima del joven, que se siente orgulloso de poseer un aparato, un número, una agenda de contactos, fotos almacenadas y así por delante. 2.1.4. El teléfono portátil como mediador de relaciones afectivas Este fue uno de los resultados que más se destacaron: por medio del teléfono móvil, noviazgos comienzan y terminan. Ya en el momento del primer abordaje, el móvil sirve como tarjeta de visitas y agenda: ( ) tú vas hasta una chica para intentar algo, la primera cosa es - me pasas tu móvil, entiendes? Creo que simplifica más las cosas. Inclusive para anotar el Orkut o el MSN. (José Robson, 21 años) Pero, para dar seguimiento al flirteo por medio de la telefonía móvil, es preciso tener condiciones financieras mínimas, sino la chica/ el chico puede quedarse con una mala impresión: [Para llamar a las chicas] hay que tener crédito, no? Ahí es difícil! (Diego, 18 años) No fueron pocos los casos que relacionaron el uso del móvil con celos e inclusive rupturas de relacionamientos: ( ) grabaron a mi novia con otro tipo y me mandaron un mensaje, y ahí terminé con ella en la fiesta. (José Robson, 21 años)

12 Apropriación de la tecnología móvil por jóvenes de la periferia de São Paulo ( ) el móvil trae problemas por causa de los celos. (Danielle, 15 años, entrevistada en la investigación acción) Ayuda mucho y trae problemas en el noviazgo. (Kete, 13 años, entrevistada en la investigación- acción) En este punto, es interesante notar la convergencia de los resultados del caso 2 con los de la websurvey. En el sondeo exploratorio realizado por e-mail junto a monitores y coordinadores de telecentros y también con jóvenes registrados en el Programa 0800 Rede Jovem ya había aparecido que el principal impacto del uso del móvil en la vida de los entrevistados se daba en la esfera personal y afectiva, intensificando la comunicación con amigos, aproximando padres e hijos e propiciando mejores en los relacionamientos de una manera general. Observamos, por lo tanto, en la apropiación de los teléfonos celulares, algo que suele suceder también con los demás instrumentos tecnológicos de información y comunicación. Las personas los utilizan principalmente para atender las necesidades e intereses de sus relaciones personales. Eso es verdad para el móvil, pero también para el e-mail o el chat en el ordenador, por ejemplo. No es por casualidad que se suele decir que la Internet es una red de personas y no de ordenadores. Lo mismo parece aplicable a la red de telefonía móvil. 2.1.5. El potencial del móvil como herramienta de movilización comunitaria Los sujetos investigados tienen la percepción de que esta tecnología podría contribuir para nuevas formas de articulación que llevaran a una movilización en pos del desenvolvimiento local, sin embargo, eso todavía no parece ocurrir con frecuencia. Hubo una única declaración positiva en ese sentido: Las personas comenzaron a salir para la calle a filmar la basura, filmándola cuando comenzamos a hacer la investigación sobre la basura. Comenzaron a hacer slides con la basura, comenzaron a buscar un uso en el móvil para hacer eso para la mejora de la gente, de la comunidad. (Diego, 18 años) Aun así, en el debate de cierre de la investigación- acción, fue consensuado que la mayoría de los entrevistados de la comunidad habría respondido que no le gustaría participar de iniciativas de concientización. Muchos jóvenes relatan una cierta comodidad de los habitantes de la vecindad, que sólo aceptarían cuando hubiera alguna ganancia personal directa:

13 Apropriación de la tecnología móvil por jóvenes de la periferia de São Paulo Si hubiera comida, todo el mundo vendría [a ayudar en una acción en beneficio de la comunidad]. (Joven no identificado en la grabación, durante el debate de cierre de la investigación- acción) Si tú les preguntas [a los habitantes de la comunidad] si quieren participar y que va a ser mañana, ellos te van a responder: Ah! Tengo que salir! (Joven no identificado en la grabación durante el debate de cierre de la investigación- acción) 2.2. Preguntas formuladas por los jóvenes en la investigación- acción Durante la investigación- acción, a partir de los encuentros con el equipo del IPSO descriptos en el ítem sobre la metodología 8 jóvenes de la EIC Nossa Senhora Aparecida construyeron un cuestionario y entrevistaron a 56 personas de la comunidad vecina a la Escuela. La elaboración de la guía de preguntas tuvo su origen en la discusión de las cuestiones utilizadas en la websurvey, siendo que algunos elementos fueron mantenidos, otros descartados, de acuerdo con lo que le parecía más pertinente a los jóvenes. Los propios jóvenes hicieron una tabulación parcial de las respuestas que obtuvieron. En el ámbito de nuestro estudio de caso, la formulación de las cuestiones nos pareció especialmente relevante para el análisis, ya que revela una perspectiva particular de abordaje de la tecnología. Aquí están algunas de las preguntas que constan en los cuestionarios de los jóvenes y que más nos llamaron la atención: a. Tú ya encontraste un móvil? Cuál fue tu reacción? La formulación de la cuestión sugiere que existe, entrelíneas, el deseo de poseer algo que es difícil de obtener a través de una compra. Las respuestas son variadas, por ejemplo: me encantó ; Lo vendí y listo ; Se lo devolví al dueño. b. Cuál fue tu reacción al tener tu primer móvil? La pregunta indica el gran papel que la adquisición del aparato tiene en la vida de estos jóvenes, así como la vinculación afectiva que se establece entre ellos y sus celulares. En las respuestas, las palabras feliz y felicidad son recurrentes. c. Ya usaste el móvil en lugares no permitidos? Aquí se percibe la situación de vigilancia y de tránsito entre lo lícito y lo ilícito con que parte de esta población debe convivir. Las respuestas digna de nota, en este caso, son: En el baño del trabajo ; En la escuela, escuchando música, En el puesto de gasolina, En el tránsito.

14 Apropriación de la tecnología móvil por jóvenes de la periferia de São Paulo d. Ya quisiste reventar el móvil contra la pared? Como esa pregunta apareció en el cuestionario de dos grupos diferentes, durante la investigación- acción el verbo reventar es sustituido por arrojar en uno de ellos ella acabó siendo incorporada también en las entrevistas abiertas de la investigadora del IPSO, en la segunda fase de la investigación. Lo curioso es que tal pregunta difícilmente hubiera aparecido espontáneamente en los cuestionarios elaborados por nosotros mismos. Veamos algunas de las respuestas a esta cuestión: Sí, porque el móvil se apagaba solo todo el tiempo. (Karina, 17 años, entrevistada en la investigación- acción) Sí, porque estaba con virus. (Jaqueline, 18 años, entrevistada en la investigación-acción) Sí, porque se trabó. (Vanessa, 26 años, entrevistada en la investigación-acción) Sí, por mi novio. (Kete, 13 años, entrevistada en la investigación-acción) Un día arrojé mi móvil al piso de rabia porque no conseguía hacer llamadas (Thais, 15 años) Ya arrojé mi móvil. [Estaba] enojada con una persona, esa persona estaba en frente mío y le arrojé el móvil. (José Robson, 21 años) La formulación de esta pregunta, por parte de los jóvenes, dice mucho, tanto sobre la precariedad de los aparatos utilizados por ellos, como sobre los vínculos afectivos que se establecen por medio del móvil las dos causas principales apuntadas por los que respondieron haber querido arrojar el móvil contra la pared. Catells ya llamó la atención sobre el aspecto de la dependencia en relación a la tecnología y la frustración que de ella puede surgir: Cuando ellos [los aparatos móviles] fallan, los usuarios tienden a sentirse perdidos, debido a la gran confianza que estos desarrollan rápidamente en relación al aparato. Por ejemplo, las direcciones y teléfonos almacenados, muchas veces, sólo en el móvil. Esto, sumado al hecho de que actualmente no hay necesidad de memorizar los números, ya que están siempre disponibles en el aparato, pueden llevar a una situación en que la persona puede sentirse aislada si el móvil no funciona de forma apropiada. (Castells et al, 2004: 66)

15 Apropriación de la tecnología móvil por jóvenes de la periferia de São Paulo 2.3. Situaciones significativas observadas en campo por las investigadoras del IPSO Rosiane, 15 años, estaba usando el móvil dentro del telecentro de la EIC Nossa Senhora Aparecida. Durante el intervalo, entre las actividades y el almuerzo, ella le había pedido prestado el móvil a un colega, Diego, 18 años, para escuchar música. La finalidad de su acción era el entretenimiento. Ella estaba sentada en frente del ordenador, que no estaba siendo utilizado por ella, aunque estuviera conectado a la Internet, tuviera recursos de sonido, y no tuviera restricciones de navegación por contenidos. El móvil propio se encontraba colgado del cuello, en un cordón de la operadora Vivo, mientras ella utilizaba el móvil del amigo más sofisticado. La foto abajo, que registra la escena observada por la investigadora, puede ser considerada emblemática de cómo la tecnología móvil está siendo apropiada por los jóvenes frecuentadores de la Escola de Informática e Cidadania (EIC) Nossa Senhora Aparecida. Figura 6. Rosiane escucha música en el móvil de su amigo Diego Foto sacada en el telecentro del EIC Nossa Senhora Aparecida en el encuentro del 8 de mayo Fuente: IPSO, 2008 Por qué Rosiane le pide el móvil al amigo? Por qué ella no usa el ordenador para esta finalidad ya que está sentada en frente de un ordenador? Porque la velocidad de la conexión es muy lenta y el contenido probablemente no estaría organizado como en el móvil del amigo hechos que podrían perjudicar la diversión. En este caso, el telecentro no fue la mejor solución para atender la demanda simple de Rosiane. El móvil sí.

16 Apropriación de la tecnología móvil por jóvenes de la periferia de São Paulo Conviene hacer un breve comentario sobre el hecho de que el móvil de la chica estuviera colgado en un cordón, bien visible, muy expuesto, lo que dejaría a cualquier ciudadano paulistano alerta, con miedo a ser robado. De hecho, no es común encontrar personas en las calles que anden con un móvil colgado del cuello. Hay, por lo menos, dos explicaciones para esto. Una se refiere a la falta de seguridad 6 y otra a la posible asociación con una expresión popular como reprobación para las personas a las cuales les gusta llamar la atención: Quieres llamar la atención? Cuélgate una sandía en el cuello! En el caso de la adolescente, no podemos olvidar que, en su barrio, ella no se siente amenazada, porque conoce a todo el mundo 7. Allá, las personas circulan por las calles, callejuelas y callejones. La cantidad de adultos sentada en las puertas de las casas y los bares, inclusive en horario comercial, es visiblemente mayor que en otras localidades. La identificación de quien es o no del barrio y de lo que la persona fue a hacer en la localidad se vuelven noticias, corren rápidamente de boca en boca. Ahí, el control social de los habitantes es muy intenso, y, cuando eventualmente ocurre algún problema de seguridad pública, en seguida se sabe quién cometió la infracción. Sin embargo, en otras regiones de São Paulo, sería muy arriesgado que Rosiane ande con un móvil tan a la vista de locales públicos. Si en los espacios públicos de la metrópolis, mostrar el móvil puede volverse peligroso, por los motivos arriba descriptos, exhibir teléfonos portátiles es algo deseado especialmente en círculos sociales restrictos, entre amigos, colegas y vecinos, ya que da poder a quien posee los mejores aparatos y planes de servicio. Es el caso del joven Diego, que admite haber comprado un móvil lleno de recursos para conquistar una posición de liderazgo en su grupo. Y el propio Diego admite la relación entre la posesión de un aparato sofisticado y la posición de referencia que asume en el grupo: En el grupo que yo estaba, no habían personas que tuvieran móvil entonces terminó siendo [importante tener un aparato] porque las personas te pedían para verlo, para sacar una foto y colocarla en el Orkut, sabes? Ese tipo de cosas. (Diego, 18 años) Nuestras investigadoras presenciarían una segunda escena en la cual otra joven, Tássia, le pidió el aparato prestado a un amigo, porque éste tenía funciones que el de ella no tenía: esta vez, fue para ver fotos que la chica le pidió el móvil a Marcos, conforme muestra la imagen abajo: 6 Los aparatos celulares son los objetos más robados de la región metropolitana, conforme consta en el reportaje disponible en http://www.estado.com.br/editorias/2007/01/30/cid-1.93.3.20070130.1.1.xml. 7 En la dinámica realizada en grupo, el día 11 de julio de 2008, los jóvenes dijeron que no se acordaban de ningún caso de robo o hurto de celulares en el barrio. El educador Robson relata que su móvil fue hurtado camino al trabajo pero no en el barrio.

17 Apropriación de la tecnología móvil por jóvenes de la periferia de São Paulo Figura 7. Tássia y Marcos Ella Le pide que La deje ver un momento registrado por la máquina fotográfica del teléfono móvil. Fuente: IPSO, 2008.

18 Apropriación de la tecnología móvil por jóvenes de la periferia de São Paulo Capítulo 3. Consideraciones finales Durante la observación de campo, las investigadoras del IPSO percibieron que la dimensión del tiempo de ocio 8 es más importante en la apropiación del móvil por los jóvenes estudiados. Gran parte de ellos utiliza el aparato para sacar fotos, oír música, hacerse ver y salir con chicos/ chicas. Como existen pocos espacios de ocio y cultura en aquella región 9, es posible suponer que, tal vez más que en otros lugares, esta tecnología asuma una importancia especial en el campo de la diversión y del entretenimiento. Sin embargo, no tenemos datos suficientes para comprobar tal hipótesis, se trata de una impresión de las investigadoras de campo que no se logró comprobar con datos a no ser por el título de la película producida por los jóvenes con la cámara de un móvil, disponible en You Tube Nada para hacer vamos a zuar rsrs. 10 De cualquier manera, es innegable que factores socioeconómicos de la misma manera que habíamos percibido en el primer estudio de caso tengan una influencia directa en el hecho de que el móvil, como objeto, es tan o más importante para los jóvenes investigados que la posibilidad de hacer llamadas y mandar mensajes por medio de él. Como los servicios de telefonía cuestan caro en Brasil, el aparato de telefonía móvil en si divierte, trae status para el portador, almacena contactos, registra imágenes y músicas, permite jugar con games, es útil para flirtear, sirve inclusive como válvula de escape de la rabia Detectamos, en Ermelino Matarazzo, un fenómeno ya descripto por François Bar y Francis Pisani: los usuarios reinventan la tecnología para atender mejor sus necesidades, descubriendo nuevas aplicaciones y prioridades, proceso que los coordinadores de esta investigación llaman de apropiaciones antropófagas 11, o creolizaciones. Se trata de procesos creativos en que, no obstante la presencia de relaciones asimétricas de poder, naciones menos desarrolladas, grupos minoritarios etc. consiguen subvertir la lógica dominante o extranjera (Bar, 2006). Pero, si volvemos a las cuestiones iniciales que guiaron este estudio, veremos que una de ellas no encontró la respuesta que esperábamos y dos sí encontraron. Partimos de las siguientes cuestiones: el teléfono móvil contribuye, en esa comunidad, a la movilización social y a la 8 El ocio se traduce como una experiencia personal creativa, de placer y que no se repite en el tiempo/ espacio, cuyo eje principal es el ámbito lúdico. Éste es enriquecido por su potencial socializador y determinado, predominantemente, por una gran motivación intrínseca y realizada dentro de un contexto marcado por la percepción de libertad. ( ) Su vivencia está relacionada directamente a las oportunidades de acceso a los bienes culturales, los cuales son determinados, en general, por factores socio- político e influenciado por factores ambientales (Bramante, 1998: 09). 9 Todos los jóvenes entrevistados dijeron que sienten falta de más espacios de ocio. 10 Zuar, en el título de la película, se refiere al verbo zoar usado en el registro coloquial por los jóvenes, con el significado de divertirse, jugar, crear confusión. Según el Diccionario Aurelio, zoar viene de zoada, sinónimo de zumbido, griterío, confusión, derivado de soada, término que denota reverberación de un sonido. El video muestra a algunos chicos luchando y bailando, casi no hay diálogos o narrativa, apenas cuerpos en movimiento al aire libre. En You Tube, las dos partes del video pueden ser vistas en: http://br.youtube.com/watch?v=c5ddci_fsgo e http://br.youtube.com/watch?v=zu-d4ijnjw8&nr=1. 11 La metáfora de antropofagia tiene sentido especialmente en Brasil, cuyo símbolos nacionales son tomados del mestizaje étnico, cuyo movimiento modernista, en la década de 1920, lanzó un Manifiesto Antropófago, predicando la deglución de las influencias extranjeras y su combinación con las tradiciones locales y cuya música del tropicalismo de los años 1960 hasta hoy combina ritmos afro- brasileros con rock y elementos electrónicos.

19 Apropriación de la tecnología móvil por jóvenes de la periferia de São Paulo trasformación de la comunidad? El móvil funciona como elemento de status dentro del grupo? Existe una relación entre la posesión del aparato y la constitución de la identidad de estos jóvenes? De acuerdo con los datos presentados, la respuesta a la primera cuestión es no y remite a coyunturas económicas y culturales que anteceden y exceden la dimensión de la tecnología, debilitando la movilización colectiva de una manera general. Ya las respuestas a la segunda y a la tercera cuestión son afirmativas. El aparato móvil es utilizado con mucha frecuencia como emblema de prestigio y los jóvenes lo consideran parte fundamental de su identidad, como un factor capaz de aumentar su auto estima. Estos dos puntos aparecen con mucha fuerza en las declaraciones transcriptas a lo largo de este informe. La citación abajo resume bien estos dos puntos: El cambio de nombre de cellular phone para mobile o simplemente handy muestra una transformación de un aparato tecnológico para un aparato personal. Esto representa el momento en el que la tecnología no es apenas una herramienta, sino también parte de un yo y de una identidad. (Souza y Silva, 2006: 113) En relación a eventuales apropiaciones del teléfono móvil para finalidades ligadas al desarrollo social y al protagonismo, inclusive después de los seis encuentros y de la investigación- acción, los jóvenes no consiguieron formular un proyecto concreto de uso del móvil para ayudar a enfrentar los desafíos encontrados en el barrio. Con todo, cuando la investigadora citó el ejemplo del proyecto Ciudadanía Móvil 12, ellos se mostraron motivados en participar. La percepción es que estos jóvenes no consiguieron todavía percibir el potencial de la herramienta móvil, no piensan en hacer un proyecto por cuenta propia, pero se comprometerían con una propuesta ya elaborada, en la cual ellos fueran apenas mano de obra - desde que esto no implicara costos. De cierta forma podemos notar una diferencia entre los jóvenes del proyecto Mergulho na Comunidade y los de Rede Jovem. En el primer caso los jóvenes valorizan su móvil inclusive cuando está apagado o sin crédito. En el segundo afirman que les gusta recibir mensajes, inclusive sin escribir sus propios mensajes. Tal vez estemos delante de una apropiación con reducción de expectativas. 12 El proyecto Cidadania Móvel (Ciudadanía Móvil), todavía en fase de planeamiento en el IPSO, envuelve la movilización de jóvenes en la captación y en el compartimiento de contenido, con articulación y publicación de los mismos en la red. La idea es producir y difundir informaciones sobre la temática de la ciudadanía, utilizando los recursos multimedia y de telefonía de los celulares, para ser compartidas en la Internet y por SMS.

20 Apropriación de la tecnología móvil por jóvenes de la periferia de São Paulo Anexos A.1. Lista de entrevistados Nome Sexo Idade Data da entrevista Duração Disponível em áudio* Alexandre masculino 15 26/05/2008 20 05 sim Diego masculino 18 26/05/2008 30 10 sim José Robson masculino 21 26/05/2008 21 05 sim Thais feminino 15 26/05/2008 26 09 sim * É possível ouvir os áudios das entrevistas no site: http://cmdal.ipso.org.br/

21 Apropriación de la tecnología móvil por jóvenes de la periferia de São Paulo A.2. Roteiro de entrevista em profundidade (presencial) Como estratégia para complementar as observações, serão feitas entrevistas em profundidade com alguns freqüentadores da EIC e lideranças relacionadas à iniciativa. Cada entrevista deve ser elaborada com base nas observações iniciais de campo. De qualquer forma, o roteiro básico de entrevista é: - Qual seu nome completo? - Você estuda? - Você trabalha? - Em média, qual a renda mensal de sua família? ( ) Menos de um salário mínimo ( ) Até R$ 415 (um salário mínimo) ( ) De R$ 416 R$ 830 (dois salários mínimos) ( ) De R$ 831 a R$ 1660 (de 2 a 4 salários mínimos) ( ) De R$ 1661 a R$ 2.490 (de 4 a 6 salários mínimos) ( ) De R$ 2.491 a R$ 3.320 (de 6 a 8 salários mínimos) ( ) De R$ 3.321 a R$ 4.150 (de 8 a 10 salários mínimos) ( ) Mais de R$ 4.151 (acima de 10 salários mínimos) ( ) Não sei dizer ( ) Prefiro não dizer - O que você faz para se divertir? - Você costuma freqüentar atividades culturais ou esportivas? - Onde você acessa costuma a internet? ( ) Na escola/faculdade ( ) No trabalho ( ) Na sua própria casa ( ) Na casa de amigos/parentes ( ) Locais públicos de acesso gratuito (telecentros, infocentros e outros) ( ) Locais públicos de acesso pago (cibercafés, lan house e outros) ( ) No celular ( ) Não costumo acessar a internet - Em média, quanto tempo por semana você usa a Internet? (em número de horas) - Qual foi sua reação ao adquirir seu primeiro celular? - Por que você tem um celular? - Como é sua relação com o seu celular?

22 Apropriación de la tecnología móvil por jóvenes de la periferia de São Paulo Geralmente, você é daqueles que é capaz de esquecer de recarregar a bateria do celular por mais de uma semana ou daqueles que dorme com o celular? - Como você faz para colocar créditos no seu celular? - Você acha que celular e internet têm alguma coisa a ver um com outro? Se sim: - Então, me dá um exemplo prático de qual é essa relação? - Por que você acha que os jovens se interessam tanto por celulares? - O que você troca usando o seu celular? - O que você acha desta história de poder conversar, jogar, fotografar, filmar, navegar na internet, assistir TV, acessar dados da sua conta bancária, conhecer pessoas tudo por um só aparelho? Se sim: - Isso faz parte da sua realidade? De que forma? - Você atende o celular em qualquer situação? Se sim: - E se você estiver tomando banho? E ai, como faz? - Você usa o celular para driblar alguma situação que você não quer enfrentar? Por exemplo, para uma pessoa não lhe abordar na rua, vendendo algo? - Você acha que o celular poderia ser uma ferramenta importante para organização de grupos para superar alguma situação? Você sabe me dar algum exemplo prático? - Você costuma usar dar um toquinho no celular dos outros como uma estratégia de comunicação? Se sim: - Normalmente, você usa os toquinhos para quê? - Você lembra de alguma situação em que você já quis atacar seu celular na parede? - Você se lembra de algum momento de emergência em que o seu celular foi importante? Qual? - Você conhece alguma gambiarra que a galera faz com o celular? Se sim: - Qual? Você usa? <<< Encerrar a entrevista, registrando local, data e hora>>> Com relação às opções, a orientação é primeiro fazer a pergunta aberta e esperar pela resposta espontânea. Somente caso o entrevistado não alcance o objetivo da pergunta, então, algumas opções são colocadas apenas como exemplos. Se os entrevistados permitirem, todas as entrevistas em profundidade devem ser registradas em áudio, vídeo e fotografia.

23 Apropriación de la tecnología móvil por jóvenes de la periferia de São Paulo A.3. Transcrições de entrevistas Foram transcritas as seguintes entrevistas: Alexandre, 15 anos; Diego, 18 anos; José Robson, 21 anos; Thais, 15 anos; Encontro 5 Análise dos dados dos cadernos de enquete. A.3.1. Alexandre, 15 anos Pesquisadora: Alexandre, conte-me a sua história. Você sempre morou aqui? Entrevistado: Sempre Pesquisadora: Tem irmãos? Entrevistado: Tenho um de 9 anos. Pesquisadora: Seus pais são daqui mesmo? Entrevistado: Não, são da Bahia. Eles vieram para cá bem cedo, minha mãe com 14 anos e meu pai com 17 anos, cresceram aqui mesmo. Começaram a namorar em 1990, em 1992 eles se casaram. Eu nasci em 1992, quando os dois estavam se casando, inclusive quando minha mãe se casou, ela já estava grávida de mim, se não me engano era de 7 ou 8 meses. Quando eu estava com 6 ou 7 anos, comecei a freqüentar (barulho de cadeira arrastando), que foi a época que ela trabalhava aqui inclusive, ela foi professora aqui. Ela pedia para eu vir, só que naquela época eu vinha como filho dela, porque naquela época só podia de 15 anos para cima. Quando meu irmão nasceu eu tinha 10 anos e minha mãe conversou com eles e começaram a ver para eles abrirem espaço para as crianças também (barulho de gavetas) ainda, só que eles começaram a abrir as vagas para o pessoal de 6 anos, se não me engano, foi justamente quando meu irmão fez 6 anos e meu irmão aprendeu a dançar. Eles acharam legal meu irmão dançando e abriram a vaga aqui para o pessoal dançar também, da turma de 6 a 18 anos. A partir daí eu comecei a fazer os cursos aqui, cursos em outros lugares e começando a aprender várias coisas. Pesquisadora: Então faz quanto tempo? Desde os 6 anos que você está aqui? Entrevistado: Faz 9 anos. Pesquisadora: E você acha que aprendeu bastante coisa aqui? O que você aprendeu? Entrevistado: Primeiramente, eu aprendi a fazer a coisa que eu mais gosto, que é dançar. A partir daí, eu comecei, por causa daqui inclusive eu já recebi convite para fazer parte de vários