POSIÇÃO COMUM DE ÁFRICA SOBRE A RESISTÊNCIA ANTIMICROBIANA

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Transcrição:

AFRICAN UNION UNION AFRICAINE UNIÃO AFRICANA Addis Ababa, ETHIOPIA P. O. Box 3243 Telephone : 011-551 7700 Fax : 011-551 7844 website: www. africa-union.org SA24481 151/151/22/10 TERCEIRA SESSÃO DO COMITÉ TÉCNICO ESPECIALIZADO DE SAÚDE, POPULAÇÃO E CONTROLO DE DROGAS (CTE-SPCD-3) 29 31 de Julho de 2019 Cairo, Egipto POSIÇÃO COMUM DE ÁFRICA SOBRE A RESISTÊNCIA ANTIMICROBIANA

Pág. 1 POSIÇÃO COMUM DE ÁFRICA SOBRE A RESISTÊNCIA ANTIMICROBIANA Queremos frisar os compromissos, estratégias, instruções de organizações internacionais e intergovernamentais a resistência antimicrobiana (RAM) dos Estados-Membros e o grande compromisso dos Chefes de Estado e de Governo de África, para a melhoria das condições de saúde dos africanos, incluindo: Agenda 2063, a África Que Queremos; Estratégia de Saúde de África, 2016-2030; Estratégia de Saúde Animal para África, 2018 2030; Centros Africanos de Controlo de Doenças de Resistência Antimicrobiana (2018-2023); Declaração dos chefes de Estados sobre a aceleração da implementação de regulamentos de saúde em África (2017); Declaração política da reunião de alto nível da Assembleia Geral das NU sobre resistência antimicrobiana (RAM) (2016); A Agenda 2030 do Desenvolvimento Sustentável; Quadro Antimicrobiano do Grupo de Coordenação Inter-agência; O Plano de Acção Global da OMS sobre a RAM; O Plano de Acção da FAO sobre a RAM; A estratégia da OIE sobre a RAM; Regulamentos Internacionais de Saúde (IHR) (2005); Declaração de Abuja e a tabela de desempenho da África sobre Financiamento Interno para a Saúde; Zona Continental de Comércio Livre (ZCLC). RECONHECEMOS que a abordagem da RAM implica a acção de governos, organizações internacionais, sector privado, sector académico e sociedade civil, dentro dos sectores de saúde humana, animal e ambiental; Reconhecemos também que os órgãos da União Africana começaram a implementar programas para abordar a RAM, como os Centros Africanos de Controlo e Prevenção de Doenças (CCD de África), o Departamento Interafricano de Recursos Animais (AU-IBAR) e o Centro Pan-Africano de Vacinas Veterinárias da União Africana (AUV-PANVAC), Conselho Fitossanitário Inter-africano (UA-IAPSC) e Campanha Pan-africana de Erradicação da mosca Tsé-tsé e da Tripanossomíase da UA. RECONHECEMOS que os antimicrobianos são um recurso compartilhado por seres humanos para o benefício dos seres humanos, animais e plantas, e que os organismos de RAM estão a aumentar globalmente, ameaçando tornar os tratamentos existentes ineficazes contra muitas infecções. RECONHECEMOS também que o surgimento da RAM é acelerado pelo uso inadequado de agentes antimicrobianos em humanos, animais, plantas e no meio ambiente, incluindo: Autotratamento da doença por pessoas não qualificadas Administração inadequada de medicamentos por profissionais de saúde e outros Aplicação de substâncias para melhorar o rendimento agrícola

Pág. 2 Adição de substâncias nos alimentos de animais consumidos por humanos, de forma a acelerar o seu crescimento Lamentamos que a RAM possa ser ainda agravada por antimicrobianos abaixo do padrão ou falsificados, que prejudicam o tratamento de infecções existentes e podem ajudar a agregar os tipos de RAM. Lamentamos ainda que a transmissão da RAM é acelerada pela prevenção e controlo inadequados de infecções nas unidades de saúde, pela contaminação de alimentos com bactérias resistentes, pelo acesso deficiente à água potável e por limitações nos programas de prevenção de saúde pública, incluindo vacinação, saneamento e saúde sexual. Estamos preocupados pois a RAM ameaça o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e da Agenda 2063, relacionados com a saúde animal, humana, aquática, marinha e terrestre, biodiversidade, ecossistemas, água potável, pobreza e fome. Estamos igualmente preocupados porque a resistência às drogas causa cerca de 700.000 mortes por ano no mundo. Se esta situação continuar assim, a RAM poderá resultar em mais de 10 milhões de mortes por ano e mais de 100 triliões de dólares perdidos até 2050. Preocupa-nos o facto de muitos africanos não terem acesso a antimicrobianos de alta qualidade, o que resulta em milhões de doenças evitáveis e mortes anualmente. Estamos cientes que os Estados-Membros enfrentam desafios para assegurar a elaboração integral dos Planos de Acção Nacionais sobre a RAM. Sabemos também que os Estados-Membros enfrentam dificuldades em financiar, implementar, medir e integrar os planos aos cuidados de saúde universal, ao desenvolvimento económico e a outras prioridades de desenvolvimento. AS NOSSAS RECOMENDAÇÕES PARA OS ESTADOS-MEMBROS: 1. Elaborar políticas, financiar e implementar programas, disponibilizar formações em recursos humanos para melhorar o seguimento da RAM, incluindo: A. Aumentar o número de testes realizados em humanos, animais e plantas para lutar contra a RAM; B. Aumentar a proporção de laboratórios de diagnóstico humano e animal com programas de garantia de qualidade; C. Aumentar a proporção de laboratórios humanos e animais com programas de garantia de qualidade e acreditação internacional; D. Aumentar o número de laboratórios nacionais de saúde pública e veterinários que realizam o rastreio da RAM usando protocolos padronizados; E. Recolher, analisar, relatar e divulgar continuamente os dados sobre a RAM e o uso de antimicrobianos para patógenos de alta prioridade às agências relevantes da UA e às organizações internacionais, como a Colaboração Tripartida sobre a RAM 2. Criar políticas, implementar programas, financiar e treinar recursos humanos para retardar o surgimento da RAM, incluindo:

Pág. 3 A. Aumentar a proporção de médicos que seguem diretrizes prudentes de uso de antibióticos; B. Aumentar a proporção de veterinários e agricultores que aderem às directrizes prudentes de uso de antimicrobianos, incluindo o respeito de práticas agrícolas seguras (por exemplo, boa nutrição, vacinação e biossegurança) e interromper todo o uso de antimicrobianos para o crescimento; C. Reduzir a disponibilidade e as vendas de antimicrobianos de baixo padrão e falsificados. 3. Elaborar políticas, financiar e implementar programas, formar recursos humanos para limitar a transmissão da RAM, incluindo: A. Aumentar a proporção de unidades de saúde que implementam programas de controlo e prevenção de infecções; B. Aumentar a disponibilidade e as vendas de produtos de origem animal e culturas produzidas com o uso prudente de antimicrobianos. 4. Criar políticas, financiar e implementar programas e formar recursos humanos para mitigar os danos causados pela RAM, incluindo: A. Aumentar o número de unidades de saúde com testes diagnósticos de qualidade para infecção e RAM; B. Reduzir o fornecimento e o uso de testes de diagnóstico que estão abaixo do padrão; C. Aumentar a proporção de médicos, veterinários e unidades de saúde aderentes às directrizes para tratamento de infecções e eliminação da RAM em humanos e animais; D. Manter o fornecimento e acesso permanente a antimicrobianos de boa qualidade. 5. Estabelecer e fortalecer forças-tarefa nacionais que representem agências humanos, animais, vegetais e ambientais. 6. Desenvolver ou rever, financiar e monitorar planos de acção nacionais para a RAM. 7. Envolver organizações da sociedade civil na consciencialização sobre a RAM e programas efectivos para retardar o surgimento, limitar a transmissão e mitigar os danos causados pela RAM. AS NOSSAS RECOMENDAÇÕES PARA AS COMUNIDADES ECONÓMICAS REGIONAIS: 1. Harmonizar a regulação de agentes antimicrobianos usados em humanos e animais. 2. Harmonizar protocolos para o registo e relato da RAM e o uso de antimicrobianos.

Pág. 4 SOLICITAMOS À COMISSÃO DA UNIÃO AFRICANA O SEGUINTE: 1. Constituir, financiar e gerir integralmente um Grupo de Trabalho da União Africana sobre a RAM, para monitorar, coordenar e desenvolver políticas relacionadas com a RAM, contando com a representação de todos os órgãos humanos, animais, vegetais e ambientais relevantes. 2. Advogar que os Estados-Membros, as Comunidades Económicas Regionais e outros órgãos relevantes adoptem políticas e leis que permitam a prevenção e controlo a longo prazo da RAM. 3. Apoiar a criação de profissionais de prevenção e controlo da RAM dentro das agências da UA responsáveis pelos recursos humanos, animais, vegetais e ambientais. 4. Convocar, pelo menos, uma reunião de alto nível anualmente em conjunto com a Cimeira da UA para actualizar os Estados-Membros sobre o progresso na prevenção e controlo da RAM e apoiar o progresso sustentado.