Malária. Profa. Alessandra Barone Prof. Archangelo Fernandes www.profbio.com.br



Documentos relacionados
Malária e Plasmodium sp. Me. Carolina Miguel Fraga Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública - UFG

Prof.Archangelo P. Fernandes Profa. Alessandra Barone

Malária. esporozoita

MALARIA. Prof. Cor Jésus F Fontes

Projeto de Monitoria: Estudo microscópico de protozoários, helmintos e artrópodes. Aula Prática III: Protozoários Filo Apicomplexa.

COLÉGIO JOÃO PAULO I LABORATÓRIO DE BIOLOGIA - 2º ANO PROF. ANDRÉ FRANCO FRANCESCHINI MALÁRIA

Aula 21 Protozoários parasitas

Aula3 PROTOZOÁRIOS - FILO APICOMPLEXA. Silvio Santana Dolabella Luciene Barbosa

APRENDER A APRENDER CONTEÚDO E HABILIDADES APRENDER A APRENDER DINÂMICA LOCAL INTERATIVA CIÊNCIAS. Aula: 17.2 Conteúdo: Doenças relacionadas à água II

Aula IV Protozoários Zoopatogênicos

BIOLOGIA - 3 o ANO MÓDULO 28 REINO PROTISTA

Faculdade de Medicina da Universidade do Porto Microbiologia 2006/2007 MALÁRIA E BABESIOSE

REINO PROTISTA PROTOZOÁRIOS. Prof. Airton

Reino Protista. Protozoários. rios Microalgas Macroalgas

A doença é causada por protozoários do gênero Plasmodium que são transmitidos por mosquitos fêmeas do gênero Anopheles.

inhemaco S.A. is a pre-eminent provider of Cross-border Medical Risk Management Solutions Traveller s MALARIA

Malária - Plasmodium sp. Aurenice Arruda Dutra das Mercês Biomedicina

Alguns componentes da membrana plasmática estão representados na figura abaixo.

A malária na região extra-amazônica

FUNASA VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA. Manual de Terapêutica da Malária

Amebíase ou Disenteria Amebiana

Visão Geral. Tecido conjuntivo líquido. Circula pelo sistema cardiovascular. Produzido na medula óssea, volume total de 5,5 a 6 litros (homem adulto)

Malária. Profa. Carolina G. P. Beyrodt

Prof. Cor Jésus F Fontes

GILVANEIDE DINIZ ALEXANDRE MALÁRIA: ESQUEMAS TERAPÊUTICOS E RESISTÊNCIA PARASITÁRIA ÀS DROGAS

Representantes: algas e protozoários.

NECESSIDADES NÃO ATENDIDAS. Dengue, malária, HIV, tuberculose, Hepatite C, verminoses...

Biologia. Setor 1423 Móds. 03 a 06. Prof. Rafa

Malária. Profa. Dra. Irene Soares Disciplina Parasitologia Clínica, FCF/USP 1 semestre/2005

Plasmódios e a malária. Cláudio Marinho

A importância hematofágica e parasitológica da saliva dos insetos hematófagos. Francinaldo S.Silva.

PROTOZOÁRIOS DO SANGUE E DOS TECIDOS

BANCO DE QUESTÕES BIOLOGIA - 3ª SÉRIE - ENSINO MÉDIO ==============================================================================================

VÍRUS (complementar o estudo com as páginas do livro texto)

[175] a. CONSIDERAÇÕES GERAIS DE AVALIAÇÃO. Parte III P R O T O C O L O S D E D O E N Ç A S I N F E C C I O S A S

Doença de Chagas ou Tripanossomíase Americana

DENGUE e DENGUE HEMORRÁGICO

O QUE É AIDS?... 2 TESTAGEM... 3 PRINCIPAIS SINTOMAS DA AIDS... 4 SAIBA COMO SE PEGA AIDS... 5 Assim Pega... 5 Assim não pega... 5 Outras formas de

Manual de Diagnóstico Laboratorial da Malária

Uma visão geral da Malária: ocorrência, manifestação, prevenção e principais tratamentos

Profa. MsC Priscila P. S. dos Santos

Profa. MsC Priscila P. S. dos Santos

Características dos Nematoides

altura 28,58 Prof. Bruno Pires

ENCICLOPÉDIA DE PRAGAS

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Manual de Diagnóstico Laboratorial da Malária. 2 a edição. Brasília / DF

Editoria: Cidades Manaus Hoje

Aspectos parasitológicos e imunológicos da malária. Parasitological and immunological aspects of malaria

Biologia Parasitária. MIP 7003 Ciências Biológicas

LISTA DE EXERCÍCIOS BIOLOGIA PROTISTAS PROFº. LINSMAR

Dengue NS1 Antígeno: Uma Nova Abordagem Diagnóstica

PROPRIEDADES E VISÃO GERAL DAS RESPOSTAS IMUNES. FARMÁCIA PROFa SIMONE PETRI AULA - 1

Pré-imunização e Tratamento de Tristeza Parasitária em Bovinos Leiteiros

CURSINHO PRÉ VESTIBULAR DISCIPLINA: BIOLOGIA PROFº EDUARDO

Fezes recentemente colhidas por evacuação espontânea ou por evacuação provocada (uso de laxantes). b) Quantidade mínima de amostra necessária

ESTA PALESTRA NÃO PODERÁ SER REPRODUZIDA SEM A REFERÊNCIA DO AUTOR

Índice 3. Introdução 4. O que é Aedes aegypti? 5. Como o mosquito chegou até nós 6. Casos de dengue em Campinas 7. O que é o Chikungunya? 8.

Protozoários intestinais: Giardia duodenalis Entamoeba histolytica/entamoeba dispar Entamoeba coli Entamoeba hartmanni

MALÁRIA MAIORES PROBLEMAS

Assine e coloque seu número de inscrição no quadro abaixo. Preencha, com traços firmes, o espaço reservado a cada opção na folha de resposta.

Malária. Perceber a importância da presença do homem na mudança dos ecossistemas principalmente na Amazônia.

TODOS CONTRA O A PREVENÇÃO É A MELHOR SOLUÇÃO

Malárias humanas. Plasmodium

protozoonoses AMEBÍASE MALÁRIA DOENÇA DE CHAGAS Saúde, higiene & saneamento básico 003 Doenças adquiridas transmissíveis Transmissão & profilaxia

Ciências E Programa de Saúde

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ ROSANA RIBEIRO

Porto Alegre, 19 de agosto de 2015

Na aula de hoje, iremos ampliar nossos conhecimentos sobre as funções das proteínas. Acompanhe!

Parasitologia Docente: Prof. Subst. Luciano Alves dos Anjos

25) Fármacos antiprotozoários

PROVA COMENTADA PELOS PROFESSORES DO CURSO POSITIVO

CONFIRA DICAS PARA ENFRENTAR O ALTO ÍNDICE ULTRAVIOLETA

Testes pré-transfusionais. Profa. Alessandra Barone Prof. Archangelo Fernandes

Sistema Imunitário. Estado especifico de protecção do organismo permitindo-lhe reconhecer agentes infecciosos ou estranhos neutralizando-os

Cólera e Escarlatina

Boletim Epidemiológico UHE Santo Antônio do Jari

Prof. João Carlos. aula 3. botânica e parasitoses

Parasitologia - 1/ Relatório de Avaliação

PARASITOLOGIA 1. PROTOZOOLOGIA 2. HELMINTOLOGIA 3. ENTOMOLOGIA. RIOS Sub-reino ASES TRIPANOSSOMÍASES ASES

Doença de Chagas. 4) Número de Aulas: as atividades serão desenvolvidas em três etapas, divididas em aulas a critério do professor.

Condições necessárias para o controle da malária nos municípios da região amazônica

SISTEMA REPRODUTOR. Sistema reprodutor feminino

FUVEST Resolvida 12/Janeiro/2016

DIVISÃO DE VIGILÂNCIA AMBIENTAL EM SAÚDE PROGRAMA ESTADUAL DE CONTROLE DA DENGUE

AUTARQUIA EDUCACIONAL DE BELO JARDIM CURSO BACHARELADO EM ENFERMAGEM ROSELINE CALISTO FEBRE DO NILO OCIDENTAL

RAIVA. A raiva é um doença viral prevenível de mamíferos, que geralmente é transmitida através da mordida de uma animal infectado.

ESTUDOS DE QSAR-2D EM QUINOLINA METANOL COM ATIVIDADE ANTIMALÁRICA FRENTE AO Plasmodium falciparum

Qual é o objeto de estudo da Fisiologia Humana? Por que a Fisiologia Humana é ensinada em um curso de licenciatura em Educação Física?

Histologia e Genética

CURSO BIOLOGIA PROTOZOOSES. Professor: STUART TURMAS: TODAS DATA: 23 / 04 / 2016

DOENÇA DE CHAGAS : COMPORTAMENTO, MEDIDAS DE PREVENÇÃO E TRATAMENTO NO MUNICÍPIO DE JUAZEIRO DO NORTE-CE

AGUARDE O AVISO PARA INICIAR SUA PROVA

Transcrição:

Malária Profa. Alessandra Barone Prof. Archangelo Fernandes www.profbio.com.br

Taxonomia Reino: Protozoa Filo:Apicomplexa Classe: Sporozoea Ordem: Hemosporidiida Família: Plasmodiidae Gêneros: Plasmodium Espécie: P.falciparum, P.vivax, P.ovale e P.malariae

Plasmodium Distribuição geográfica: mais encontrado em regiões tropicais e subtropicais. África, Índia e Brasil Ciclo biológico: Hospedeiro vertebrado e invertebrado Hospedeiro invertebrado Fêmeas hematófagas do gênero Anopheles

Hospedeiro invertebrado Ordem: Dipteros Família: Culicidae Subfamília: Anophelinae Tribo: Anophelini Gênero: Anopheles Subgêneros: Nyssorhynchus e Kerteszia Espécies: Anopheles (Nyssorhynchus) darlingi Anopheles (Nyssorhynchus) aquasalis Anopheles (Nyssorhynchus) albitarsis Anopheles (Kerteszia) cruzi Anopheles (Kerteszia) bellator

Hospedeiro invertebrado Apresentam aproximadamente 3 a 6 mm Holometábolos Hábitos crepusculares e noturnos Realizam ovoposição sobre a água Fêmeas hematófagas Boa capacidade de vôo Domésticos e silvestres

Hospedeiro invertebrado Anopheles (Nyssorhynchus) darlingi Mais importante espécie transmissora Domiciliar e antropofílico Encontrado desde o México até a Argentina No Brasil: todos os estados, exceto regiões secas e áridas e do sul do país.

Anopheles darlingi Ilustração disponível em http://www.icb.usp.br/~livropar/img/capitulo2/10.html

Plasmodium Hospedeiro vertebrado: homem Transmissão: Vetor Transfusão de sangue Compartilhamento de seringas Acidente com agulhas

Plasmodium Transmissão ocorre em temperaturas entre 20 C a 30 C com alta umidade relativa do ar. Temperaturas abaixo de 16 C e acima de 33 C, bem como altitude acima de 2000 m impossibilitam o ciclo esporogônico no mosquito.

Formas evolutivas Esporozoíto: 11 µm x 1 µm. Núcleo central único Trofozoíto: perda das organelas do complexo apical. Forma arredondada Esquizonte: 30 a 70 µm Merozoíto: 1 a 5 µm x 2 µm Gametócito 20 a 25 µm. Presença de flagelo Oocisto 40 a 80 µm

Ciclo evolutivo Hospedeiro Vertebrado Ciclo pré-eritrocítico Forma inoculada: esporozoítos. A fêmea do anofelino infectado inocula no homem as formas infectantes localizadas na saliva Inoculação de 15 a 200 parasitos Atingem a circulação em aproximadamente 15 minutos e após 30 minutos atingem os hepatócitos

Ciclo evolutivo Hospedeiro Vertebrado Invasão dos hepatócitos Ação de proteínas localizadas nos micronemas: Proteínas CS e TRAP presentes no parasito ligam-se a receptores proteoglicanos presente nos hepatócitos Proteína AMA-1, MSP-1/6/7, SUb2. Diferenciação em trofozoítos

Ciclo evolutivo Hospedeiro Vertebrado Esquizogonia e formação de esquizontes Liberação de merozoítos P.falciparum e P.vivax: 1 semana P. malariae: 2 semanas Aproximadamente 10.000 merozoítos por hepatócito Liberação de merossomos do hepatócito, deslocamento para os sinusóides hepáticos e liberação de merozoítos na circulação.

Ciclo evolutivo P.vivax e P.ovale: Alguns esporozoítos geneticamente diferentes ficam na forma latente nos hepatócitos permanecendo muitos meses. São classificados como hipnozoítos. São responsáveis pelas recaídas tardias e formas de malária com período de encubação longo 6 a 9 meses.

FASE HEPÁTICA OU EXOERITROCÍTICA FÍGADO Esporozoítos Lise dos hepatócitos Hepatócito Invasão do hepatócito Reprodução Assexuada Liberação dos protozoários na corrente sangüínea

Esquizonte hepático Plasmodium vivax Ilustração disponível em http://www.icb.usp.br/~livropar/img/capitulo2/1.html

Ciclo evolutivo Hospedeiro vertebrado Ciclo eritrocítico P. falciparum pode invadir hemácias jovens e maduras através da glicoforina A. EBA 175 glicoforina A P. vivax invade somente reticulócitos pela presença da proteína ligante de reticulócitos, além da restrição para invadir apenas hemácias de indivíduos Duffy positivos através de DBP

Ciclo evolutivo Hospedeiro vertebrado Os merozoítos invadem as hemácias Diferenciação em trofozoítos Esquizogonia: esquizonte Produção de merozoítos e rompimento da hemácia Merozoítos: invasão de novas hemácias. Após algumas gerações os merozoítos não mais se dividem e se diferenciam em gametócitos

FASE ERITROCÍTICA Hepatócito destruído pelos protozoários Penetração dos protozoários Diferenciação em gametócitos Hemácia com gametócito nas hemácias Fêmeas de Anopheles sugam hemácias com gametócitos Protozoários destroem as hemácias Reprodução assexuada Protozoário no interior da hemácia Ciclo no hospedeiro invertebrado Ocorre nas hemácias ou Eritrócitos

Merozoítos invadindo hemácia Ilustrações disponíveis em http://www.icb.usp.br/~livropar/img/capitulo2/5.html

Fase eritrocítica Ciclo sanguíneo: P.falciparum, P. vivax e P.ovale: 48 horas P.malariae: 72 horas Fonte de nutrição do Plasmodium no ciclo sanguíneo: ingestão de hemoglobina através do citóstoma

Fase eritrocítica Produção do pigmento malárico: hemozoína Granulações de Schuffner: P. vivax e P.ovale Granulações de Maurer: P. falciparum Granulações de Ziemann: P. malariae Fagocitose pelas células de Kupffer e macrófagos do baço

Trofozoítos: P. falciparum Ilustrações disponíveis em http://www.dpd.cdc.gov/dpdx/html/imagelibrary/malaria_il.htm

Trofozoítos: P. falciparum Ilustrações disponíveis em http://www.dpd.cdc.gov/dpdx/html/imagelibrary/malaria_il.htm

Trofozoítos: P. falciparum Ilustração disponível em http://www.icb.usp.br/~livropar/img/capitulo2/6.html

Esquizonte P. falciparum Ilustrações disponíveis em http://www.dpd.cdc.gov/dpdx/html/imagelibrary/malaria_il.htm Raros no sangue periférico Possuem 2 a 24 merozoítos Ocupam 2/3 do glóbulo vermelho

Gametócitos: P. falciparum Ilustrações disponíveis em http://www.dpd.cdc.gov/dpdx/html/imagelibrary/malaria_il.htm

Gametócito Feminino P. falciparum Gametócito masculino Ilustração disponível em http://www.icb.usp.br/~livropar/img/capitulo2/8.html

Trofozoíto: P. vivax Ilustrações disponíveis em http://www.dpd.cdc.gov/dpdx/html/imagelibrary/malaria_il.htm

Esquizonte P.vivax Ilustrações disponíveis em http://www.dpd.cdc.gov/dpdx/html/imagelibrary/malaria_il.htm São grandes e amebóides Cromatina organizada em duas ou mais massas Possuem 2 a 24 merozoítos com pontos de cromatina

Gametócito P. vivax Ilustrações disponíveis em http://www.dpd.cdc.gov/dpdx/html/imagelibrary/malaria_il.htm Macrogametócitos são redondos ou ovais e ocupam toda célula hospedeira. O citoplasma é geralmente corado de azul mais escuro e contém pigmento marrom. Microgametócitos são geralmente do tamanho de um RBC não infectados, com citoplasma corados de azul pálido, rosa ou cinza.

Trofozoítos - P. malariae Ilustrações disponíveis em http://www.dpd.cdc.gov/dpdx/html/imagelibrary/malaria_il.htm

Esquizontes P. malariae Ilustração disponível em http://www.dpd.cdc.gov/dpdx/html/imagelibrary/malaria_il.htm Aproximadamente 6 a 12 merozoítos com arranjo de rosetas

Gametócitos P. malariae Ilustrações disponíveis em http://www.dpd.cdc.gov/dpdx/html/imagelibrary/malaria_il.htm

P. malariae Fig. 23: Desenvolvimento do gametócito Fig. 24: Macrogameta Fig. 25: Microgameta

Ciclo evolutivo H.Invertebrado Ingestão de hemácias contendo gametócitos durante o repasto sanguíneo da fêmea do anofelino No intestino médio do vetor: gametogênese Macrogametócito macrogameta feminino Microgametócito: o processo de exflagelação produz 8 microgametas masculinos. Produção de ovo ou zigoto

Ciclo evolutivo H.Invertebrado O ovo encista na camada epitelial do intestino médio: oocisto Esporogonia no vetor: liberação de esporozoítos Os esporozoítos são transportados pela hemolinfa para as glândulas salivares do vetor até atingirem o ducto salivar. Inoculação no hospedeiro vertebrado através da picada do inseto.

Inoculação dos esporozoítos presentes na saliva do vetor

CICLO NO INVERTEBRADO Hemácia com gametócito Fêmeas de Anopheles sugam hemácias com gametócitos Desenvolvimento No tubo digestivo Penetração na parede do tubo digestivo Migração para as glândulas salivares Zigoto Mosquito infectado

Oocisto presente no vetor Ilustração disponível em http://www.icb.usp.br/~livropar/img/capitulo2/13.html

Oocisto presente no vetor Ilustração disponível em http://www.icb.usp.br/~livropar/img/capitulo2/14.html

Oocisto presente no vetor Ilustrações disponíveis em http://www.icb.usp.br/~livropar/img/capitulo2/14.html

Ilustração disponível em http://www.dpd.cdc.gov/dpdx/html/imagelibrary/malaria_il.htm

Patologia Ciclo eritrocítico responsável pela patogenia. Destruição das hemácias: anemia e hipóxia. sequestro esplênico dos eritrócitos alterados auto-anticorpos desenvolvidos contra os parasitos e contra os eritrócitos antígenos do parasito são adsorvidos na superfície de eritrócitos normais

Patologia Toxicidade pela liberação de citocinas. TNF-alfa estimulam a expressão de moléculas de adesão - ICAM-1 Citoaderência: parasito altera a forma bicôncava do eritrócito que adere na parede endotelial dos vasos. A citoaderência é estimulada pelo TNF alfa e mediada por proteínas do hospedeiro mediado por proteínas do parasito expressas na superfície dos eritrócitos infectados PfEMP1

Patologia Citoaderência causada pelo P. falciparum: obstrução da microcirculação em tecido cerebral, hepático e renal. Cerebral: cefaléia, hipertermia,vômitos e sonolência Redução O2: Acidose láctica ocasionada pela hipóxia. Deposição de imunocomplexos nos glomérulos

Período de incubação Duração da fase pré clínica: Terça maligna: 12 dias (9 a 15 dias de incubação) Terça benigna: 14 dias (10 a 20 dias de incubação) Febre quartã: 30 dias ( 20 a 40 dias de incubação)

Quadro clínico Paroxismo malárico: Ruptura das hemácias com liberação dos merozoítos e pigmentos maláricos Manifestações clínicas de frio (30 min a 1 hora), febre que chega a 41 C (1 a 4 horas) e sudorese intensa acompanhada de fraqueza (1 a 2 horas) As manifestações dependem do ciclo eritrocítico: Febre terçã: P.falciparum, P.ovale e P.vivax 48 horas Febre quartã: P. malariae 72 horas

Quadro clínico Anemia Espleno e hepatomegalia Insuficiência renal aguda Hipoglicemia Ação tóxica das citocinas inibem gliconeogênese Icterícia Hemoglobinúria febre hemoglobinúrica Coma malárico: P.falciparum

Imunidade Indivíduos que vivem em áreas de alta transmissão desenvolvem anticorpos contra vários antígenos do parasito e podem apresentar certo grau de imunidade clínica

Imunidade inata Grupo sanguíneo Duffy negativo Receptor Deficiência de G6PD Produção de metamoglobina tóxica para o parasito Anemia falciforme ou traço falcêmico Níveis baixos de potássio causam a morte do parasito

Imunidade adquirida Recém-nascidos Protegidos até 6 primeiros meses de vida. Presença de IgG materna Presença de Hb fetal

Imunidade adquirida Ciclo pré-eritrocítico Reposta celular contra a proteína CS e outros antígenos presentes no esporozoito Esquizonte: Resposta imune caracterizada pela proliferação de linfócios T CD4+ e CD8+, produção de IFN-y e síntese de óxido nítrico (NO).

Imunidade adquirida Ciclo eritrocítico Produção de ac de classe IgG1 e IgG3 Lise mediada pelo sistema complemento Aumento de células T CD4 + Liberação de IFN-y e ativação de macrófagos

Diagnóstico Esfregaço sanguíneo delgado e espesso corado pelo Giemsa Sangue colhido sem anticoagulante para melhor fixação em lâmina Esfregaço sanguíneo espesso é mais eficiente para detecção da infecção Esfregaço delgado é mais eficiente para diferenciação morfológica das espécies.

Diagnóstico Realização de exame quantitativo em gota espessa Análise de 100 campos microscópicos + = 1 a 10 parasitos por 100 campos ++ = 11 a 100 parasitos por 100 campos +++ = 1 a 10 parasitos por campo ++++ = + de 10 parasitos por campo

Diagnóstico QBC Técnica que combina concentração dos parasitos pela centrifugação do sangue em microhematócrito e a coloração dos ácidos nucléicos do parasito pelo fluorcromo laranja de acridina Utilização de tubos especiais e microscopia epifluorescente Teste rápido Alta sensibilidade

Ilustração disponível em http://www.mdinventions.com/successes/envtests/qmalaria.html

Ilustrações disponíveis em http://www.fcf.usp.br/ensino/graduacao/disciplinas/linkaula/malaria.pdf

Diagnóstico ParaSight-F ( Becton & Dickinson) Teste rápido para captura da proteína rica em histidina 2 de P.falciparum( PfHRP2) e enzimas conservadas de 4 espécies de plasmódio. (DHL e aldolase). Utilização de fita de nitrocelulose contendo ac monoclonal Lise de uma gota de sangue A reação é revelada com adição de ac policlonal anti- HRP2 conjugado com hipossomas contendo corante.

Diagnóstico PCR Sensibilidade e especificidade maior do que o esfregaço sanguíneo

Tratamento Visa a interrupção do ciclo da esquizogonia sanguínea Eliminação das formas latentes teciduais (hipnozoítos) Eliminação das formas sexuadas bloqueio da transmissão Para o tratamento, deve-se identificar a espécie de Plasmodium Caso não seja possível a identificação, o tratamento deve ser dirigido para P. falciparum

Tratamento Cloroquina Atua sobre as formas sanguíneas e gametócitos de P.vivax, P.malariae e P.ovale Primaquina Atua sobre as formas teciduais - hipnozoítos de P.ovale e P. vivax Ativa contra gametócitos de todas as espécies Ativa contra esporozoítos antes de penetrarem nas células hepáticas

Tratamento P.falciparum Resistência a cloroquina Utilização de Quinina + tetraciclina Mefloquina : esquizonticida sanguíneo Primaquina: gametocitocidas Artesunato + tetraciclina: esquizonticida

Vacinação Vacinas antiesporozoíticas Vacinas contra formas assexuadas Utilização de antígenos da superfície de merozoítos Vacinas contra formas sexuadas Em desenvolvimento

Epidemiologia

Epidemiologia Criação de novos criadouros aquáticos Agricultura irrigada por canais a céu aberto Influência das chuvas Climas secos inviabilizam o desenvolvimento dos vetores e ciclo dos plasmodios Temperaturas frias (menor que 20 graus) são desfavoráveis para a esporogonia no vetor.

Profilaxia Combate ao vetor Uso de inseticidas: DDT, Dieldrin, HCH, etc. Combate as larvas Uso de larvacidas: malation, fention e abate. Saneamento básico Medidas de proteção individual Uso de mosquiteiros, repelentes e telas Manter distância das áreas de risco ao anoitecer

Referência DE CARLI, Geraldo Attílio. Parasitologia Clínica.2.Ed.São Paulo: Ed. Atheneu, 2207. 906p BRASIL.Manual de diagnóstico laboratorial da malária.brasília : Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde. 2005.112 p NEVES, David Pereira. Parasitologia humana. 11.Ed.São Paulo: Editora Atheneu, 2005. 494p. REY, Luis. Bases da Parasitologia Médica. 3.Ed.Rio de Janeiro: Guanabara Koogan.2010.391p.

Referência LEITE, Rosileine M.R. Resposta de anticorpos IgG contra região C- terminal da proteína 1 da superfície de merozoítos de Plasmodium vivax em indivíduos que residem em áreas de transmissão de malária no estado do Pará.Dissertação de mestrado. Pós-graduação em Biologia de Agentes Infecciosos e Parasitários. Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal do Pará. Belém -PA. 2007 OLIVIERI A., COLLINS C. R., HACKETTI F., MARTINEZ C. W., MASHALL J., FLYNN H., SKEHEL. M., BLACKMAN, M. Juxtamembrane Shedding of Plasmodium falciparum AMA1 Is Sequence Independent and Essential, and HelpsEvade Invasion-Inhibitory Antibodies. Division of Parasitology, MRC National Institute for Medical Research, Mill Hill, London, United Kingdom. Disponível em http://www.plospathogens.org/home.action

Referência www.dpd.cdc.gov www.icb.usp.br www.fcf.usp.br