HISTÓRIA - 3 o ANO MÓDULO 05 A UNIÃO IBÉRICA E A PRESENÇA HOLANDESA NO BRASIL

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HISTÓRIA - 3 o ANO MÓDULO 05 A UNIÃO IBÉRICA E A PRESENÇA HOLANDESA NO BRASIL

Como pode cair no enem Quando tomaram a Bahia, em 1624-5, os holandeses promoveram também o bloqueio naval de Benguela e Luanda, na costa africana. Em 1637, Nassau enviou uma frota do Recife para capturar São Jorge da Mina, entreposto português de comércio do ouro e de escravos no litoral africano (atual Gana). Luanda, Benguela e São Tomé caíram nas mãos dos holandeses entre agosto e novembro de 1641. A captura dos dois polos da economia de plantações mostrava-se indispensável para o implemento da atividade açucareira. (ALENCASTRO, L.F. Com quantos escravos se constrói um país? In: Revista de História da Biblioteca Nacional. Rio de Janeiro, ano 4, n. 39, dez. 2008.) Os polos econômicos aos quais se refere o texto são: a) as zonas comerciais americanas e as zonas agrícolas africanas; b) as zonas comerciais africanas e as zonas de transformação e melhoramento americanas; c) as zonas de minifúndios americanas e as zonas comerciais africanas; d) as zonas manufatureiras americanas e as zonas de entreposto africano no caminho para Europa; e) as zonas produtoras escravistas americanas e as zonas africanas reprodutoras de escravos.

Fixação 1) (ENEM) No princípio do século XVII, era bem insignificante e quase miserável a Vila de São Paulo. João de Laet dava-lhe 200 habitantes, entre portugueses e mestiços, em 100 casas; a Câmara, em 1606, informava que eram 190 os moradores, dos quais 65 andavam homiziados*. *homiziados: escondidos da justiça (SODRÉ, Nelson Werneck. Formação histórica do Brasil. São Paulo: Brasiliense, 1964.) Na época da invasão holandesa, Olinda era a capital e a cidade mais rica de Pernambuco. Cerca de 10% da população, calculada em aproximadamente 2.000 pessoas, dedicavam-se ao comércio, com o qual muita gente fazia fortuna. Cronistas da época afirmavam que os habitantes ricos de Olinda viviam no maior luxo. (FÉIST. Hildegard. Pequena história do Brasil holandês. São Paulo: Moderna, 1998 [com adaptações.]) Os textos apresentados retratam, respectivamente, São Paulo e Olinda no início do século XVII, quando Olinda era maior e mais rica. São Paulo é, atualmente, a maior metrópole brasileira e uma das maiores do planeta. Essa mudança deveu-se, essencialmente, ao seguinte fator econômico: a) Maior desenvolvimento do cultivo da cana-de-açúcar no planalto de Piratininga do que na zona da mata nordestina. b) Atraso no desenvolvimento econômico da região de Olinda e Recife, associado à escravidão, inexistente em São Paulo. c) Avanço da construção naval em São Paulo, favorecido pelo comércio dessa cidade com as Índias. d) Desenvolvimento sucessivo da economia mineradora, cafeicultora e industrial no Sudeste. e) Destruição do sistema produtivo de algodão em Pernambuco quando da ocupação holandesa.

Fixação 2) (PUC) A expressão Círculo de ferro da opressão colonial, do historiador Caio Prado Jr., sintetiza admiravelmente a nova política adotada por Portugal com o fim da União Ibérica, em 1640. Com relação a essa nova política administrativa, é CORRETO afirmar que: a) o Conselho Ultramarino se tornou o órgão supremo da administração responsável por todos os negócios das colônias portuguesas; b) as Câmaras Municipais se tornaram soberanas e independentes expressando o poder máximo dos grandes senhores rurais; c) a Intendência do Ouro, órgão especial de arrecadação tributária, passou a se subordinar diretamente ao controle do governador da capitania das Gerais; d) os capitães donatários adquirem mais prestígio, principalmente após a instalação do Vice- Reinado na América Portuguesa.

Fixação 3) (PUC) Em 1640, com o fim da União Ibérica, Portugal se defronta com vários problemas e desafios para administrar o Brasil Colonial e desenvolver a sua economia. Entre esses problemas, NÃO pode ser arrolada: a) a expulsão dos holandeses da região açucareira do Nordeste; b) a destruição do Quilombo de Palmares, que desafiava a ordem escravista; c) a escassez de metais preciosos e a queda dos preços do açúcar; d) a expulsão dos jesuítas que dificultavam a escravização dos indígenas no estado do Grão- Pará; e) a reorganização administrativa da colônia e de sua defesa.

Fixação 4) (PUC) (...) a pré-história das nossas letras interessa como reflexo da visão do mundo e da linguagem que nos legaram os primeiros observadores do país. É graças a essas tomadas diretas da paisagem, do índio e dos grupos sociais nascentes, que captamos as condições primitivas de uma cultura que só mais tarde poderia contar com o fenômeno da palavra arte. (BOSI, Alfredo. História concisa da Literatura Brasileira. S. Paulo: Cultrix, 1970, p. 15) Dentre os muitos observadores do país que se dedicaram a fazer tomadas diretas da paisagem, do índio e dos grupos sociais nascentes, temos artistas holandeses como Frans Post e Albert Eckhout. Tais artistas vieram ao Brasil, no século XVII, em função da: a) Companhia de Jesus, que estimulou a difusão de obras artísticas que retratavam a beleza do Brasil, a fim de desmistificar a ideia de selvageria associada à natureza e ao indígena; b) administração pombalina, que valorizou a produção artística e científica desenvolvida por estrangeiros, no Brasil, exercendo o chamado despotismo esclarecido ; c) chamada Missão Francesa, que foi constituída por artistas e cientistas de várias nacionalidades, encarregados de registrar a geografia, as raças, a flora e a fauna brasileiras; d) Companhia das Índias Ocidentais, que se empenhou em avaliar economicamente a riqueza natural brasileira, para atender aos interesses comerciais da Coroa portuguesa; e) administração nassauviana, que procurou desenvolver a vida cultural da Nova Holanda, patrocinando a vinda e a produção de artistas, cientistas, escritores e teólogos.

Fixação 5) (UFRJ) Reconhecem-se todos obedientes a um que se chama o Ganga Zumba, que quer dizer senhor grande; a este têm por seu rei e Senhor [...] todos os que chegam a sua presença põem logo o joelho no chão e batem as palmas das mãos em sinal de seu reconhecimento e protestação de sua excelência; [a cidade de Macaco] está fortificada por um cerco de pau a pique [...] e pela parte de fora toda se semeia de armadilhas de ferro e de covas tão ardilosas que perigará nelas a maior vigilância; ocupa esta cidade dilatado espaço, formado de mais de 1.500 casas. (Fonte: Adaptado de SILVA, Leonardo Dantas. Alguns documentos para a história da escravidão. Recife, Editora Massangana, 1988, p. 29.) Esse documento, escrito na época do quilombo de Palmares, descreve aspectos fundamentais de sua organização. a) Identifique, no documento, duas características de Palmares que também eram observadas nos grandes quilombos americanos. b) Cite dois exemplos de ocupação estrangeira da América Portuguesa ao longo do período de existência do quilombo de Palmares.

Fixação 6) (PUC) Recife Não a Veneza americana Não a Mauritsstad dos amadores das Índias Ocidentais Não a Recife dos Mascates Nem mesmo a Recife que aprendi a amar depois Recife das revoluções libertárias Mas o Recife sem história nem literatura Recife sem mais nada Recife da minha infância (Manuel Bandeira, Evocação do Recife, Libertinagem) Contextualizando historicamente a Guerra dos Mascates, a que a poesia se refere, é correto afirmar que ela: a) teve conotação nativista, mas não antilusitana, uma vez que foi um movimento resultante da luta entre os grandes proprietários de terras de Olinda e o governo, pelo comércio interno do açúcar no Recife. b) resultou da insatisfação das camadas mais pobres da população da vila de Olinda contra o controle da produção e comercialização dos produtos de exportação impostos pelos comerciantes de Recife. c) refletiu a lógica do sistema colonial: de um lado, os colonos latifundiários de Olinda endividados e empobrecidos; de outro, os comerciantes metropolitanos de Recife, credores e enriquecidos. d) significou o marco inicial da formação do nativismo na colônia: de um lado, criou um forte sentimento antilusitano que se enraizou em Olinda; de outro, intensificou a luta contra os comerciantes lusos de Recife. e) foi um dos mais importantes movimentos de resistência colonial: de um lado, a recusa dos proprietários rurais de Olinda em obedecer a metrópole; de outro, a luta dos comerciantes de Recife pelo monopólio do açúcar.

Fixação 7) (PUC) As invasões holandesas no Brasil, no século XVII, estavam relacionadas à necessidade de os Países Baixos manterem e ampliarem sua hegemonia no comércio do açúcar na Europa, que havia sido interrompido: a) pela política de monopólio comercial da Coroa portuguesa, reafirmada em represália à mobilização anticolonial dos grandes proprietários de terra; b) pelos interesses ingleses que dominavam o comércio entre o Brasil e Portugal; c) pela política pombalina, que objetivava desenvolver o beneficiamento do açúcar na própria colônia, com apoio dos ingleses; d) pelos interesses comerciais dos franceses, que estavam presentes no Maranhão, em relação ao açúcar; e) pela guerra de independência dos Países Baixos contra a Espanha, e seus consequentes reflexos na colônia portuguesa, devido à União Ibérica.

Proposto 1) (UFRRJ) Pois é possível, Senhor, que hão de ser vossas permissões argumentos contra vossa Fé? (...) Que diga o herege (...) que Deus está holandês? (...). Já que o pérfido calvinista dos sucessos que só lhe merecem nossos pecados faz argumento da religião, e se jacta insciente de ser sua a verdadeira, veja ele (...) de que parte está a verdade. (Pe. Antônio Vieira. Sermão pelo Bom Sucesso das Armas de Portugal contra as da Holanda, 1640.) O discurso de Vieira revela desespero diante do sucesso da empreitada da Companhia das Índias Ocidentais no Brasil até aquele momento, tanto mais que os holandeses traziam consigo a pregação religiosa da Reforma anticatólica. Partindo dessa constatação: a) Cite um aspecto da pregação calvinista divergente do pensamento católico. b) Aponte o principal objetivo dos holandeses na invasão ao Nordeste brasileiro, em 1630.

Proposto 2) (PUC) A sociedade do açúcar que se constituiu no decorrer dos dois primeiros séculos após o descobrimento das terras brasileiras foi marcada: a) pela ocupação da região central da colônia, levando à interiorização do povoamento; b) pela diversidade de segmentos sociais e pela mobilidade social dos seus integrantes; c) pelo domínio do trabalho escravo, reforçando o seu caráter discriminatório e autoritário; d) pelo desenvolvimento de um mercado interno diversificado, permitindo um maior fluxo da renda; e) pela integração harmoniosa de componentes culturais tanto dos colonizados quanto dos colonizadores.

Proposto 3) (PUC) No decorrer de 300 anos, a colonização portuguesa na América deu origem a diferentes regiões coloniais, como a região da lavoura açucareira, no litoral oriental, no século XVI; a região pastoril, no sertão do Nordeste, no século XVII; a região de coleta das drogas do sertão, no Vale amazônico, na segunda metade do século XVII; e a região de mineração, no centro do território, no século XVIII, entre outras. ESCOLHA duas regiões coloniais e RESPONDA o que se pede a seguir: a) Formas de organização da principal atividade econômica. b) Padrões de relacionamento entre os colonizadores e colonos de origem europeia e a população indígena.

Proposto 4) (UFRRJ) Eia, estamos na Bahia, onde agrada a adulação, onde a verdade é baldão e a virtude hipocrisia: sigamos esta harmonia de tão fátua consonância, e inda que seja ignorância seguir erros conhecidos, sejam-me a mim permitidos se em ser besta está a ganância (MATOS, Gregório de. ln: HANSEN, João Adolfo. A sátira e o engenho: Gregório de Matos e a Bahia do Século XVII. São Paulo, Cia. das Letras, 1989. p.34.) Os poemas satíricos de Gregório de Matos constituem uma das expressões do que veio a se definir como Barroco Brasileiro. Nos versos acima, o poeta aponta a adulação e a ganância como traços negativos de comportamento, que revelariam uma crise de valores na colônia naquele momento. Gregório de Mattos morreu em 1695-96, tendo acompanhado a retomada da empresa colonizadora portuguesa após o término da Unificação Ibérica. a) Apresente uma característica da crise econômica na colônia, na segunda metade do século XVII. b) Mencione uma das formas de controle criadas pelo Estado português para manter a dominação sobre a área colonial americana na época citada.

Proposto 5) (UFFRJ) A Colônia Brasileira - Economia e Diversidade Posse de escravos de acordo com a atividade produtiva capitania da Paraíba do Sul - ano de 1785 (Adaptado de REIS, Manoel Martins do Couto. Descrição Geográfica, política e cronológica do distrito de Campos do Goitacazes. Campos de Goitacazes, arquivo (particular) de Arthur Soffrati, 1785. Manuscrito) O quadro anterior permite compreender a utilização da mão de obra escrava na atividade agropecuária no Brasil Colônia. Lendo-o atentamente, conclui-se que: a) a importância dos engenhos de cana-de-açúcar demonstrava-se na região do Paraíba do Sul pela maior utilização proporcional e total de escravos; b) os lavradores de cana e mandioca detinham a maior parte das propriedades e dos escravos da região; c) a região de Paraíba do Sul apresentava um baixo índice de trabalhadores escravos em relação ao total de mão de obra utilizada; d) a atividade econômica da região estava centrada no plantio da mandioca com baixa utilização de trabalhadores escravos; e) dos criadores de gado da região, a maioria usava escravos, mas em pouca quantidade comparada às outras atividades econômicas.

Proposto 6) (ENEM) Rui Guerra e Chico Buarque de Holanda escreveram uma peça para teatro chamada Calabar, pondo em dúvida a reputação de traidor que foi atribuída a Calabar, pernambucano que ajudou decisivamente os holandeses na invasão do Nordeste brasileiro, em 1632. Calabar traiu o Brasil que ainda não existia? Traiu Portugal, nação que explorava a colônia onde Calabar havia nascido? Calabar, mulato em uma sociedade escravista e discriminatória, traiu a elite branca? Os textos referem-se também a esta personagem. Texto I (...) dos males que causou à pátria, a História, a inflexível História, lhe chamará infiel, desertor e traidor, por todos os séculos. (Visconde de Porto Seguro, in: SOUZA JÚNIOR, A. Do Recôncavo aos Guararapes. Rio de Janeiro: Bibliex, 1949.) Texto II Sertanista experimentado, em 1627 procurava as minas de Belchior Dias com a gente da Casa da Torre; ajudara Matias de Albuquerque na defesa do Arraial, onde fora ferido, e desertara em consequência de vários crimes praticados... (os crimes referidos são o de contrabando e roubo). (CALMON P. História do Brasil. Rio de Janeiro: José Olympio, 1959.) Pode-se afirmar que: a) A peça e os textos abordam a temática de maneira parcial e chegam às mesmas conclusões. b) A peça e o texto I refletem uma postura tolerante com relação à suposta traição de Calabar, e o texto II mostra uma posição contrária à atitude de Calabar. c) Os textos I e II mostram uma postura contrária à atitude de Calabar, e a peça demostra uma posição indiferente em relação ao seu suposto ato de traição. d) A peça e o texto II são neutros com relação à suposta traição de Calabar, ao contrário do texto I, que condena a atitude de Calabar. e) A peça questiona a validade da reputação de traidor que o texto I atribui a Calabar, enquanto o texto II descreve ações positivas e negativas dessa personagem.

Proposto 7) (PUC) O que o canavial sim aprende do mar: o avançar em linha rasteira da onda, o espraiar-se minucioso, de líquido, alagando cova a cova onde se alonga. O que o canavial não aprende do mar: o desmedido do derramar-se da cana; o comedimento do latifúndio do mar, que menos lastradamente se derrama. (MELO NETO, João Cabral de, O mar e o canavial. A educação pela pedra. Antologia poética. Rio de Janeiro, José Olympio Editora, 1989, p. 9.) João Cabral, recifense, relacionou, no fragmento de poema, mar e canavial. A associação considera semelhanças e diferenças entre eles e pode ser compreendida se considerarmos que: a) o avançar em linha rasteira do canavial é uma menção à expansão da produção açucareira na região Nordeste e especialmente no estado de Pernambuco iniciada no período colonial e encerrada no Império; b) o mar e as praias de Pernambuco sempre foram, ao lado da cana, as únicas fontes de riqueza da região Nordeste, desde o período colonial até os dias de hoje; c) o desmedido do derramar-se da cana é uma referência crítica à organização da produção açucareira em latifúndios, unidades produtoras de grande porte; d) as lavouras de cana sempre estiveram localizadas no interior de Pernambuco, distantes do litoral, e a relação com o mar é para mostrar a totalidade geográfica do estado; e) alagando cova a cova onde se alonga é uma sugestão de que o plantio da cana, assim como o mar, provocou, ao longo de sua história, muitas mortes.

Proposto A numeração correta na coluna B, de cima para baixo, é: a) 1-2 - 2-3 b) 2-3 - 3-1 c) 3-2 - 1-3 d) 2-2 - 3-1 e) 3-1 - 2-1 8) (PUC) Responda à questão associando os países europeus (coluna A) com os fatos relativos às suas tentativas de ocupação territorial no Brasil colonial (coluna B). Coluna A 1) França 2) Espanha 3) Holanda Coluna B ( ) Ocupou área de importância central para a economia açucareira, desviando, para a região ocupada, grande parte do tráfico escravista de origem angolana. ( ) Disputou a ocupação da zona conflituosa e militarizada na fronteira meridional do império português. ( ) Dominou a área setentrional, de base econômica extrativista, com importância estratégica na expansão imperial rumo ao Pacífico. ( ) Desenvolveu importante base de apoio dos latifundiários luso-brasileiros, fornecendo empréstimos que propiciaram melhorias para o setor açucareiro.

Proposto 9) (UERJ) Compare os dois textos abaixo: Cinco grupos etnográficos, ligados pela comunidade ativa da língua e passiva da religião, moldados pelas condições ambientes de cinco regiões dispersas, tendo pelas riquezas naturais da terra um entusiasmo estrepitoso, sentindo pelo português aversão ou desprezo, não se prezando, porém, uns aos outros de modo particular eis, em suma, ao que se reduziu a obra de três séculos. (ABREU, Capistrano de. CapítuIos de história colonial. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1976 - original de 1907.) É de assinalar que, apesar de feitos pela fusão de matrizes tão diferenciadas, os brasileiros são, hoje, um dos povos mais homogêneos, linguística e culturalmente e também um dos mais integrados socialmente da Terra. Falam uma mesma língua, sem dialetos. Não abrigam nenhum contingente reivindicativo de autonomia, nem se apegam a nenhum passado. Estamos abertos é para o futuro. (RIBEIRO, Darcy. O povo brasileiro. SP: Companhia das Letras, 1995.) No que diz respeito à formação da nação brasileira, os autores, nas passagens acima, divergem quanto ao significado de aspectos da: a) herança colonial; b) unificação territorial; c) polarização regional; d) imigração estrangeira.