Os Benefícios da Bandagem Funcional nas disfunções musculoesqueléticas comuns ao período gestacional



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1 Os Benefícios da Bandagem Funcional nas disfunções musculoesqueléticas comuns ao período gestacional Gláucia Gomes de Souza 1 draglauciafisiot@hotmail.com Dayana Priscila Maia Mejia 2 Pós-graduação em Traumato- ortopedia com Ênfase em Terapia Manual Faculdade Cambury Resumo A Bandagem funcional é uma técnica que tem por objetivo fornecer apoio e proteção aos tecidos moles sem limitar suas funções desnecessariamente, é caracterizada pela aplicação de algum tipo de fita protetora como atadura esportiva ou atadura elástica ou esparadrapo não elástico. A gravidez consiste de um processo fisiológico natural compreendido pela sequencia de adaptações ocorridas no corpo da mulher, essas alterações ocorridas para desenvolvimento do feto, ocasionam mudanças na postura da gestante, no seu equilíbrio, percepção corporal, gasto energético e as propriedades biomecânicas, a preparação do corpo para a gestação envolve ajustes dos mais variados sistemas e pode ser considerado um estado de saúde que envolve mudanças fisiológicas iguais ou maiores do que as que acompanham muitos estados patológicos. As mudanças na mecânica do esqueleto são devido à ação hormonal que aumenta a frouxidão ligamentar e mudanças biomecânicas que provocam modificações estruturais na estática e dinâmica do esqueleto. O Propósito da aplicação de bandagem funcional em um organismo gestacional é reduzir a tensão sobre as estruturas prevenindo lesões. O artigo é de revisão com abordagem argumento teórica. Palavras-chave: Gravidez; Disfunções musculoesqueléticas; Bandagem funcional. 1. Introdução Um momento sublime na vida de qualquer mulher é a gravidez, momento que proporciona diversas modificações e alterações no organismo materno, gerando diversas adaptações fisiológicas, que geralmente são atribuídas a mudanças hormonais, aumento do útero e de tecidos, mudanças necessárias para a adaptação e crescimento do embrião e depois do feto durante o período gravídico (CANESIN, 2010). A preparação do corpo para a gestação envolve ajustes dos mais variados sistemas e pode ser considerado um estado de saúde que envolve mudanças fisiológicas iguais ou maiores do que as que acompanham muitos estados patológicos (SANTOS 1998). Alterações fisiológicas no corpo da mulher gestante são consideradas normais e necessárias para um bom desenvolvimento do feto. Entretanto, casualmente ocorrem sintomas desagradáveis para a mesma (BUCHABQUI; MANTOVANI; BRIETZKE, 2001). As adaptações fisiológicas que ocorrem no pequeno espaço da gravidez são profundas, e acometem todos os sistemas do corpo e criando em si situações comportamentais, mentais, sociais e biológicas (CONTE; BERTI, 2009). Durante o período gestacional muitas mulheres podem apresentar dores provindo do sistema músculo-esquelético que poderá persistir após o nascimento do bebê. Estas algias podem ser ocasionadas devido as mudanças hormonais e biomecânicas durante a gestação (LIMA; ANTÔNIO, 2009). As dores musculoesqueléticas durante a gestação são queixas importantes, tanto pela alta freqüência de mulheres acometidas, quanto pela intensidade da dor e desconforto provocado, 1 Pós-graduando em Traumato- ortopedia com Ênfase em Terapias Manuais 2 Mestranda em Bioética e Direito em Saúde, Especialista em Metodologia do Ensino Superior, Graduada em Fisioterapia.

2 além de influenciar de modo negativo a qualidade do sono, disposição física, desempenho no trabalho, vida social, atividades domésticas e lazer. (MARTINS; SILVA, 2004). Segundo Martins e Silva (2005); essa condição pode resultar em uma grande quantidade de dias de afastamento do trabalho, sendo constatado em alguns países que 30% das gestantes que apresentam dores nas costas durante a gestação utilizam sete semanas de licença-saúde. Durante o período de gravidez, virtualmente, toda mulher apresenta algum sintoma relacionado ao sistema músculo-esqueletico, sendo que uma parte destas mulheres irá persistir com sintomas no período após o parto. O aumento do peso e a protrusão do abdome gravídico desencadeiam aumento da lordose lombar e deslocamento do centro de massa na mulher grávida. Essas modificações acionam grupos musculares que não possuem função nítida no período pré-gestacional, gerando uma fadiga dos mesmos. Por esse motivo, é importante para os profissionais da área da saúde envolver-se com tais queixas, para que assim sejam realizados novos estudos e tratamentos que auxiliem no bem estar das mulheres em período gestacional. Atualmente o uso do esparadrapo como bandagem funcional objetiva normalizar uma biomecânica anormal (corrigindo um desalinhamento de uma determinada articulação), diminui as descargas dos tecidos, ajuda a facilitar músculos que estão hipotônicos, inibe músculos que estão hipertônicos, restaura a propriocepção e atua prevenindo o estiramento excessivo e movimentos dolorosos, protegendo articulações, ligamentos e músculos em esportes de alto risco, atuando também no retorno do atleta para a prática do esporte, evitando reincidências (RIBEIRO, 2008). Para Brizzio (2009) a aplicação da bandagem refere-se à aplicação de algum tipo de fita protetora, como atadura esportiva ou elástica, que adere à pele de determinada articulação ou membro. Isto inclui as tornozeleiras e outras bandagens com tensores. O objetivo principal da bandagem funcional é fornecer apoio e proteção para os tecidos moles, sem limitar suas funções e aumentado a estabilidade articular (SILVA JR, 1999). Desta forma, esse estudo objetiva mostrar os benefícios do método de bandagem funcional como técnica participante ativa em alterações musculoesqueléticas no período gestacional fazendo uma revisão acerca da gravidez e os distúrbios musculoesqueléticos comuns a este período e da aplicabilidade da bandagem funcional com seus efeitos verificando a empregabilidade da técnica como alternativa eficaz na melhora e/ou prevenção da dor e assim evitar tantos problemas, inclusive sociais, uma vez que os mesmos influenciam diretamente na qualidade de vida das gestantes. O presente estudo justifica-se devido às várias mudanças biomecânicas e fisiológicas que ocorrem no corpo da mulher no período gestacional estabelecendo assim a Bandagem Funcional como tratamento complementar na prevenção de possíveis desconfortos e promovendo a melhoria na saúde da futura mãe. 2. Gravidez A gravidez é o período em que o organismo da mulher passa por varias modificações, tanto fisiológicas como funcionais, adaptando-se para o desenvolvimento e crescimento do feto (CONTE; BERTI, 2009). O período gravídico se difere pela série de adaptações fisiológicas, visando à criação de um ambiente sublime para o novo ser. Na maioria dos casos, essas adaptações geram efeitos colaterais, atingindo sistema endócrino, cardiovascular, respiratório, urinário e músculoesquelético (ROMEM; MASAKI; ARTAL, 1999). Fonseca et al., (2009), definem a gravidez como uma etapa na vida da mulher na qual ocorrem significativas alterações físicas, emocionais e fisiológicas que levam ao prazer e a realização, bem como ao desconforto e a fragilidade.

A preparação do corpo para a gestação envolve ajustes dos mais variados sistemas (MANTLE e POLDEN, 2005). O período gestacional pode ser dividido em três trimestres, em que o primeiro trimestre vai desde da implantação do óvulo até a décima segunda semana gestacional (KISNER; COLBY, 2005). O segundo trimestre de acordo com Kisner, 2005 é compreendido desde a décima terceira semana até a vigésima quarta semana gestacional. Ao final desse trimestre o feto pesa em torno de 600 gramas e tem de 19 a 23cm de comprimento. No terceiro trimestre as dores nas costas aumentam pela mudança do centro de gravidade, que, devido aos inchaços das extremidades, a gestante sente um grande desconforto e que, pela compressão da bexiga, a vontade e a frequência de urinar estão aumentadas (AMBRÓSIO; SANTOS, 2005). A fisiologia materna fica alterada, durante a gravidez, por vários modos. Primeiramente, modificações acessórias ocorrem em seus órgãos reprodutivos e em suas mamas para assegurar o desenvolvimento do feto e a nutrição da criança após o nascimento. Segundo, todas as funções metabólicas ficam aumentadas para suprir a nutrição do feto em crescimento. Terceiro, a grande produção de hormônios pela placenta produz efeitos colaterais, não diretamente relacionados com a reprodução (GUYTON, 1998). Além disso, a mulher grávida ganha uma média de 10 a 12 kg durante a gestação, não é saudável ganhar pouco ou muito peso. Esse ganho não está relacionado só ao peso do feto, sendo, em geral, explicado do seguinte modo: feto 3,3kg; volume sangüíneo aumentado 1,2kg; mamas 0,5kg; placenta 0,6kg; líquido aminiótico 0,8 kg; útero dilatado 0,9kg; depósitos de gordura 4,0kg e fluido extracelular 1,2kg. O teor de aumento de gordura e nos líquidos corporais varia, de uma mulher para outra, na dependência de seus hábitos alimentares, em especial da ingestão de sal e água, e das quantidades secretadas dos diferentes hormônios durante a gravidez (GUYTON, 1998; POLDEN; MANTLE, 2000; HEALTHY MOTHERS HEALTHY BABIES, 2004). Então, as mudanças da gravidez são, principalmente, o resultado da interação de quatro fatores: as mudanças hormonalmente mediadas no colágeno e no músculo involuntário; o aumento do volume total de sangue com fluxo aumentado de sangue para útero e rins; o crescimento do feto que leva a ampliação e deslocamento do útero; e por último o aumento do peso corporal e mudanças adaptáveis no centro de gravidade e postura (POLDEN; MANTLE, 2000). As mudanças na estática e na dinâmica do esqueleto resultam, muitas vezes, em desconforto ou dor, causando limitações durante a realização das atividades da vida diária e profissional (MANN et al., 2008). Segundo Santos (1998) as mudanças que ocorrem na forma do corpo da mulher grávida trazem maior dificuldade na realização dos movimentos, além de propiciar um estado de fadiga mais rápido, bem como, maior esforço muscular devido ao ganho de massa. Todas estas alterações são acompanhadas por uma diminuição significativa na freqüência de passada e ajustes posturais. Almeida (2002) afirma que diversas alterações físicas ocorridas durante a gravidez são inevitáveis para o completo desenvolvimento fetal. Todavia, essas alterações podem trazer consequências resultantes de dor e limitações das atividades diárias. O organismo materno sofre mudanças desde o início da gravidez. Essas mudanças afetam o funcionamento dos sistemas digestivo, circulatório, respiratório e da biomecânica postural, em decorrência às adaptações hormonais. Durante o progredir da gestação, o organismo da mulher manifesta modificações, tanto anatômicas como de funcionalidade, atravessando um processo de adaptação e constituindo uma série de acontecimentos sob suas articulações, em especial à coluna vertebral, que se tornam necessárias para manter o feto estabilizado na região da pelve e preparar o esqueleto materno para o momento do parto (KNOPLICH, 2003). 3

4 O organismo feminino em decorrência da liberação hormonal sofrerá alterações que irão afetar o seu funcionamento habitual, desde o início da gestação até o final (AMBRÓSIO; SANTOS, 2005). 3. Disfunções musculoesqueléticas Praticamente todas as mulheres grávidas experimentam algum desconforto musculoesquelético durante a gravidez. Estima-se que cerca de 25% delas apresentem ao menos sintomas temporários (BORG; STEIN, 2005). A mudança do centro de gravidade, a rotação anterior da pelve, o aumento da lordose lombar e o aumento da elasticidade ligamentar são os principais responsáveis pelos sintomas (BENNELL K, 2001). Do ponto de vista biomecânico, ocorre progressivamente um deslocamento do centro de gravidade para frente, devido ao aumento do abdômen e das mamas, o que leva a alterações de postura, como diminuição do arco plantar, hiperextensão dos joelhos e anteversão pélvica e modificações nos padrões considerados normais para a marcha e para o equilíbrio (MANN et al., 2011; RODACKI et al., 2003; SANTOS; GALLO, 2010). A gravidez traz modificações fisiológicas importantes, sendo assim uma das principais funções do fisioterapeuta é orientar e conscientizar a gestante de sua nova postura, conseguindo então, prevenir lesões osteomusculares, tratar algias, incontinência urinária, queixas respiratórias e sexuais, decorrente principalmente das mudanças do sistema musculoesquelético (MARTINS; ARZANI; LUCAS, 2008, p.28). De acordo com Bim e Perego, 2002, a influência hormonal têm uma importante resposta nos ligamentos, produzindo diminuição sistêmica na força de tensão ligamentar e um aumento da mobilidade das estruturas suportadas pelos ligamentos, resultando, assim, na frouxidão ligamentar onde esta pode predispor a paciente à lesão articular e ligamentar, principalmente nas articulações que sustentam peso na coluna, pelve e membros inferiores. Segundo Foti et al. (2000) muitos dos problemas músculo-esqueléticos associados à gestação podem ser, em parte, associados a lesões músculo-esqueléticas provocadas por sobrecargas ocorridas como conseqüência de desvios secundários da marcha que compensam as mudanças na massa e na distribuição da mesma pelo corpo. As alterações hormonais na gestação acarretam mudanças em todo o corpo da gestante, afetam particularmente a estrutura do sistema musculoesquelético, que sofre intensa modificação gravídica, por significativa retenção hídrica determinada pelo estímulo progesterônico. Associado a este fenômeno, ocorre o crescimento exagerado do útero e das mamas, que impõe sobrecarga de peso à coluna e pelve, principalmente as regiões lombossacra e torácica (MARTINS; SILVA, 2004). A relaxina torna as articulações mais frouxas, e como resultado pode ocorrer lesões, como entorses de tornozelos, ocorre uma sobrecarga articular por má postura, desequilíbrios musculares, desconforto, dor (principalmente em região lombar e pélvica) e alteração de equilíbrio (BURTI; J. S. 2006). Durante a gestação, muitas mulheres se queixam de dores nas mãos e em membros inferiores, normalmente referidas no terceiro trimestre, devido à retenção de líquido no tecido conectivo, geralmente ocorrem pela diminuição da flexibilidade muscular (MARTINS; SILVA., 2005). Apesar de ter um aumento do relaxamento dos ligamentos, causado pelo estrógeno e relaxina, no terceiro trimestre a gestante apresenta diminuição da mobilidade nas articulações dos tornozelos e punhos, provocadas por retenção hídrica (ROMEM; MASAKI; ARTAL, 1999). Como citado, a gestante tem um aumento generalizado na flexibilidade e extensão das articulações, relacionado principalmente ao hormônio relaxina. A relaxina permite que o útero aumente à medida que o feto cresce, entretanto sua ação não se restringe ao útero, e assim,

5 este hormônio age em todos os tecidos conectivos do corpo, como ligamentos e tendões (PARADISE VALLEY COMMUNITY COLLEGE, 2005). Há um outro fator, o estresse, que pode influenciar o sistema músculo-esquelético da gestante. O estresse é uma ameaça ao corpo, física ou mesmo mental, que causará uma resposta corporal de luta. Existem certas semelhanças na resposta articular e muscular qualquer que seja a causa do estresse. As posições adotadas, que se combinam para produzir uma postura de tensão, são bem características e incluem: ombros curvados, cotovelos fletidos e braços aduzidos, mãos interligadas ou apertadas e; cabeça, tronco, costelas, joelhos e tornozelos fletidos (POLDEN; MANTLE, 2000). A manutenção desta postura pode sobrecarregar alguns grupos musculares e desencadear dores. Nos últimos meses de gravidez, as mulheres tendem a projetar os ombros para frente, arqueando mais que o normal a curvatura das costas, para encontrar um equilíbrio postural. De acordo com Verderi (2005), podem aparecer, assim, dores nas costas, pelo excessivo esforço das fáscias musculares, sendo, portanto, um fator negativo ficar por longo tempo em pé em posição fixa, ou carregar pesos. As articulações dos joelhos e dos tornozelos tornam-se menos estáveis, e as da coluna vertebral e do quadril alcançam uma mobilidade que, apesar de modesta, expõe a musculatura dessas regiões a uma maior tensão. O principal fator biomecânico a ser considerado advém do constante crescimento do útero, sua posição anteriorizada dentro da cavidade abdominal, além do aumento no peso e no tamanho das mamas, que contribuem para o deslocamento do centro de gravidade da mulher para cima e para frente, podendo acentuar a lordose lombar e promover uma anteversão pélvica (CONTI, CALDERON e RUDGE, 2003). Buscando compensar essa hiperlordose lombar e manter a linha de visão, a gestante aumenta a flexão anterior da coluna cervical, anteriorizando a cabeça, hiperestendendo os joelhos, alargando a base de suporte e transferindo o peso para a região dos calcâneos (WINTER, 1995; WANG e APGAR, 1998). As lesões ortopédicas, segundo Amaral (1991), ocorrem com frequência durante a gravidez devido ao hiper-relaxamento ligamentar, gerado pelo fato de se ter um aumento do líquido sinovial. Há também as modificações no equilíbrio da mulher. Desse modo, a hiperlordose lombar aumenta particularmente o risco de hérnia de disco. Cerca de seis meses após o parto, a mulher pode apresentar ainda vestígios dessa hipermobilidade. Estudos sugerem que essa flexibilidade aumentada se dá por esgotamento do colágeno nos tecidos, adquirindo uma forma modeladora (POLDEN; MANTLE, 2002). 4. Bandagem Funcional As bandagens são dispositivos protetores e estabilizadores dos tecidos moles, utilizados tanto na prevenção, antes de exercícios, de treinamentos ou da prática desportiva, como nas etapas iniciais ou avançadas do tratamento fisioterapêutico (PERRIN 2008, SILVA JÚNIOR, 1999). A bandagem funcional tem sido utilizada de várias formas como técnicas de tratamento, mas somente nos últimos 20 anos tem sido usada, principalmente, como uma prática da fisioterapia. A aplicabilidade clínica da bandagem é muita ampla e pode ser usada no tratamento de disfunções neuro-musculoesqueléticas agudas e crônicas em todas as regiões do corpo (THOMPSON, 2010). As bandagens são classificadas em ataduras e esparadrapos inelásticos e elásticos e dispositivos protetores em combinação com esparadrapos e ataduras. As ataduras e esparadrapos inelásticos, também chamados bandagens rígidas, são utilizados para fornecerem suporte às articulações e restringir os movimentos articulares anormais ou excessivos. Já as ataduras e esparadrapos elásticos são utilizados em estruturas do corpo que necessitam de grande liberdade de movimento, como em grupos musculares dinâmicos onde permite certa contração do músculo sem restrição do fluxo sanguíneo, em acolchoamentos protetores do corpo ou em compressões de lesões agudas combinadas com gelo. Os

dispositivos protetores em combinação com esparadrapos e ataduras são utilizados para limitação do movimento, proteção de determinada área do corpo e manutenção de talas e acolchoamentos no posicionamento correto (PERRIN, 2008). A bandagem funcional é uma modalidade extensivamente utilizada no ambiente esportivo, mas também é tão quanto aplicável na população de não esportistas. Pode ser usado tanto na prevenção primária e secundárias de lesões quanto na terapia de lesão aguda e postural. Nesta ultima ajuda a biomecânica, facilitar, reeducar ou melhorar a percepção proprioceptiva. E pode ser usado para tirar carga, modificar alinhamento e alterar o controle motor (THOMPSON, 2010). A Bandagem Funcional é um recurso que, cada vez mais, vem sendo utilizado pela fisioterapia, principalmente na área desportiva (EBBERS & PIJNAPPEL, 2006), podendo ser rígida para estabilização articular ou elástica para proteção muscular (CHAVES; VIANA & MELO, 2008). As bandagens funcionais são um instrumento terapêutico muito utilizado pelos Fisioterapeutas de todo o mundo, devido aos seus benefícios no auxilio de técnicas de reabilitação em lesões articulares, ligamentares, musculares, posturais entre outras das atividades dentro de uma amplitude articular normal (SALGADO et al. 2003). A bandagem é aplicada de tal maneira que há pouca ou nenhuma tensão, enquanto parte do corpo é posicionada na posição desejada no plano. Irá, portanto, desenvolver mais tensão quando movimento ocorre fora desses parâmetros. Esta tensão será percebida conscientemente dando assim um estímulo para o individuo corrigir o movimento padrão. Com o passar do tempo e com a repetição suficiente e feedback, estes padrões podem tornarse componentes de aprendizado do engrama motor dos movimentos. Trata-se efetivamente da pele mediando o biofeedback proprioceptivo.em atletas o uso de bandagens funcionais pode evitar lesões ou facilitar o retorno do atleta lesionado à competição.(silva JR, 1999). Segundo Veronesi (2008), a bandagem tem efeito analgésico, esbilizador articular, estimulação proprioceptiva. A analgesia ocorre através da estimulação das vias nervosas dos mecanorreceptores, que são vias de maior calibre que as vias nociceptivas da dor, levando a uma supressão da via dolorosa pela via proprioceptiva, chamada de efeito comporta. Na estabilização articular as bandagens bloqueiam as articulações assim proporcionando uma maior estabilidade. Estimulação proprioceptiva quando a fita adesiva é colocada longitudinalmente ao ventre muscular ocorre uma estimulação das fibras musculares devido o estímulo do fuso neuro-muscular, e se colocada transversalmente ao ventre do músculo, ocorre a sua inibição devido a estimulação do orgão tendinoso de golgi. Kazemi (apud DUARTE E FORNASARI, 2004), define bandagem funcional, como uma técnica que tem por objetivo modificar a mecânica dos segmentos alterados e/ou não rígidos, proporcionando repouso às estruturas danificadas, reforçando os aspectos com alterações estruturais e/ou fisiológica, melhorando a funcionalidade dos segmentos, recuperando assim, a função deficitária sem anular outras mecânicas naturais vinculadas aos segmentos tratados com as bandagens. As Bandagens Funcionais elásticas assemelham-se em peso, espessura e elasticidade à pele humana, e exercem uma espécie de ação sobre a elevação da epiderme, aumentando o espaço subcutâneo, melhorando a circulação sanguínea e linfática, proporcionando a regeneração de tecidos lesados, diminuindo a dor e corrigindo as funções (EBBERS & PIJNAPPEL, 2006; KWIATKOWSKA et al., 2007). Pode ser utilizada por 3-4 dias consecutivos sem perder sua característica elástica, pois seu material é poroso, permeável ao ar e resistente a água, não sendo necessária sua remoção durante o banho (KWIATKOWSKA et al., 2007). Segundo Arnheim (1995), bandagem elástica é comumente usada como proteção ou em articulações que requerem a amplitude máxima de movimentos enquanto permite aos músculos contração sem impedir a circulação adequada ou função neurológica. O nível de 6

elasticidade da bandagem varia de ponta a ponta. Quanto mais elástica a fita, mais fácil à aplicação. A fita elástica pode ser esticada da metade ate um terço do seu comprimento antes da aplicação Se a aplicação ficar muito tensa pode restringir a circulação e a função da parte aplicada podendo aumentar a dor ou desconforto. O produto é variado e tem que ser escolhido de acordo com o tamanho da lesão e com o efeito desejado. As ataduras e esparadrapos inelásticos, também chamados bandagens rígidas, são utilizados para fornecerem suporte às articulações e restringir os movimentos articulares anormais ou excessivos. Já as ataduras e esparadrapos elásticos são utilizados em estruturas do corpo que necessitam de grande liberdade de movimento, como em grupos musculares dinâmicos onde se permite certa contração do músculo sem restrição do fluxo sanguíneo, em acolchoamentos protetores do corpo ou em compressões de lesões agudas combinadas com gelo. Os dispositivos protetores em combinação com esparadrapos e ataduras são utilizados para limitação do movimento, proteção de determinada área do corpo e manutenção de talas e acolchoamentos no posicionamento correto (PERRIN, 2008). A bandagem rígida é de ampla utilização na melhora do posicionamento articular, limitando desvios patológicos e prevenindo o quadro álgico decorrente. Arnheim (1995), afirma que as bandagens inelásticas provem suporte para articulações por restringirem movimentos e podem ser porosas e não porosas. As fitas porosas permitem que o calor e suor passe através da fita. Essa característica permite a pele que se mantenha resfriada. Já as fitas não porosas são mais oclusivas isso aumenta o potencial para danos na pele pela fricção e retenção do calor. A bandagem tem como funções corrigir a função do músculo, melhorar a circulação linfática e sanguínea, aliviar dores e diminuir subluxação das articulações (SILVA, 1999). E ainda de acordo com Silva (1999), experiências mostram que as bandagens de compressão, imobilização e estabilização quando associadas ao tratamento fisioterapêutico, são capazes de acelerar o processo de cura e evitar traumas ou recidivas. Para Brizzio (2009) a aplicação da bandagem refere-se à aplicação de algum tipo de fita protetora, como atadura esportiva ou elástica, que adere à pele de determinada articulação ou membro. Outros objetivos das bandagens funcionais segundo Morrisey (2000) incluem, inibir a hiperatividade dos músculos agonistas e antagonistas; facilitar a atividade sinergista; promover uma otimização da coordenação e do alinhamento articular estaticamente e durante o movimento; diminuir a irritação do tecido neural; inibir direta ou indiretamente a dor associada ao movimento. A técnica de bandagem funcional é caracterizada pela aplicação de algum tipo de fita protetora como atadura esportiva ou atadura elástica, esparadrapo não elástico. A Bandagem Funcional promove imobilização, podendo manter o ganho da correção da postura agindo no organismo por mais tempo, mantêm o funcionamento mecânico correto, evita sobrecargas nas estruturas, proporciona estabilidade e mobilidade seletiva (BOVÉ, 2000). O custo benefício, o esparadrapo possui resistência e a aderência necessária para atingir os efeitos esperados pela bandagem funcional. O principal objetivo da aplicação é fornecer apoio e proteção aos tecidos moles sem limitar suas funções desnecessariamente, mas para isso tem que ter conhecimento da anatomia e das estruturas corporais envolvidas (VERONESI JR, 2008; BARRETO, 2010). A bandagem é aplicada de tal maneira que há pouca ou nenhuma tensão, enquanto parte do corpo é posicionada na posição desejada no plano. Irá, portanto, desenvolver mais tensão quando movimento ocorre fora desses parâmetros. Esta tensão será percebida conscientemente dando assim um estímulo para o individuo corrigir o movimento padrão. Com o passar do tempo e com a repetição suficiente e feedback, estes padrões podem tornarse componentes de aprendizado do engrama motor dos movimentos. Trata-se efetivamente da pele mediando o biofeedback proprioceptivo (MORRISSEY, 2000). A bandagem funcional pode ser aplicada tanto antes (prevenção) quanto depois da ocorrência de lesões. A prevenção ocorre pela sustentação ou apoio as áreas submetidas a estresse 7

8 excessivo, então assim, reduz a frequência e gravidade de lesões devido o aumento da estabilidade articular ou pela maior estabilidade às articulações que apresentam históricos de lesões, reduzindo reincindivas. (GUIMARÃES, 2005). A finalidade do tratamento realizado com gestantes é garantir o máximo de potencial e equilíbrio do sistema nervoso e músculo esquelético evitando interferências nos impulsos nervosos (GEHLEN, 2006). Ferreira et al, 2001, inumerou beneficios e contra- indicações referentes a bandagem: Benefícios - A circulação se torna melhor através do movimento. - O edema é controlado. - Previne: a) Piora da lesão inicial b) Lesão compensatória em partes adjacentes. c) Atrofia por desuso. - Permite: a) Continuar o condicionamento e fortalecimento corporal freqüentemente perdido durante a inatividade pós-lesão. b) Manutenção da habilidade e reação frequentemente devido a fatores inibitórios (dor, medo de lesar novamente). Contraindicações - Após a ocorrência de uma lesão grave. - Se houver qualquer limitação funcional. - Se houver grande edema com presença de hematoma. - Após aplicação de crioterapia. - Durante a noite. - Alterações tróficas e de sensibilidade tecidual. - Alterações vasculares. Indicações Quadros álgico; Lesões musculares; Alterações posturais; Edemas locais; Falhas posicionais articulares. 5. Metodologia O presente trabalho apresenta um caráter descritivo, e tem como objeto de estudo o levantamento bibliográfico, baseou-se em uma busca na literatura científica realizada no período de outubro de 2013 a março de 2014, através da revisão bibliográfica de artigos e livros publicados no período de 1990 a 2010, escritos em língua portuguesa e inglesa. Foram abordados conceitos amplos e variados sobre o período gestacional, bem como expandindo-se às disfunçoes musculoesqueleticas comuns a este periodo e a propria tecnica da bandagem funcional. Para a construção da pesquisa foram considerados artigos originais, artigos de revisão, dissertações de mestrado e livros com menção ao tema proposto, que tratassem de forma clara e objetiva o assunto. As bases de dados eletrônicos utilizados foram: SciELO, PubMed, Bireme e Medline, além de arquivo pessoal. Foram selecionadas essas bases de dados por serem bastante utilizadas pelos profissionais da área de saúde e devido à disponibilidade de artigos gratuitos e originais A catalogação das fontes abordaram as seguintes palavras-chave: gravidez, dores musculoesqueleticas no periodo gestacional e bandagem funcional.

9 6. Resultados e Discussão Através deste estudo com as diversas fontes utilizadas neste trabalho, podemos compreender os princípios e objetivos da técnica da bandagem funcional bem como revisar a literatura sobre o período gestacional com suas alteraçoes. Pode-se ainda constatar que o interesse sobre os efeitos da aplicação de bandagens funcionais nas mais diversas patologias vem crescendo cada vez mais no meio científico, não sendo tão somente técnica aplicada à atletas, esta técnica vem tomando espaço nas escolhas de conduta de tratamento dentre os fisioterapeutas. Constatou-se que atualmente há uma variedade de técnicas e métodos de tratamento relacionados à bandagem funcional, tendo em vista que a aplicabilidade clínica desta técnica é ampla, podendo ser usada em qualquer região do corpo e para qualquer afecção neuromusculoesquelética, incluindo a dor. Além disso, possui baixo custo para a aplicação e resultados satisfatórios. Tornando-se assim uma excelente alternativa para o alívio da dor e consequentemente conforto para o paciente. A gravidez é um período que é visto muitas vezes até traumatico para algumas mulheres afetando em sua qualidade de vida em virtude de toda alteração fisiológica comum ao mesmo, é um momento repleto de sentimentos e sensações que se atropelam à processos dolorosos resultantes da mudança de centro de gravidade, alem do aumento de peso que sobrecarrega os membros inferiores e ainda a ação da relaxina causando hipermobilidade e frouxidão ligamentar. A bandagem funcional por sua vez é aplicada para prevenir este quadro álgico, atuando como protetor e estabilizador dos tecidos moles, utilizados tanto na prevenção quanto para auxilio em exercícios e/ou atividades funcionais sem restrisção de fluxo sanguíneo ou movimento, e sem contraindicações em se tratando da gestação. Apesar de todas as informações relacionadas à técnica de Bandagem Funcional se encontrarem de acordo com as necessidades de tratamento e prevenção das afecções à gestantes, não há mais estudos que associem tal técnica para tais afecções, esperase com este abrir mais discussões e interesses sobre o assunto. 7. Conclusão O corpo humano possui uma estrutura complexa com ossos, ligamentos, músculos, tendões e nervos, sujeitos a esforços e tensões diárias. As deformidades, desordens na sustentação do peso corporal em situação estática ou dinâmica e a dor são os principais motivos que levam um indivíduo a procurar auxílio de um profissional da área de saúde. Atualmente há uma variedade de técnicas e métodos de tratamento relacionados à bandagem funcional, tendo em vista que a aplicabilidade clínica desta técnica é ampla, pode ser usada em qualquer região do corpo e para qualquer afecção neuromusculoesquelética, incluindo a dor. Além disso, possui baixo custo para a aplicação e resultados satisfatórios. Tornando-se assim uma excelente alternativa para o alívio da dor e consequentemente conforto para o paciente, que é o que se pretende oferecer à paciente no período gestacional. O período gestacional se enquadra na aplicabilidade da bandagem funcional uma vez que apresenta altos níveis de quadro álgico em estruturas osteomusculares e diminuição da estabilidade ligamentar na paciente. Ainda há muito que se compreender sobre os princípios e objetivos da técnica da bandagem funcional bem como enriquecer a literatura sobre o amplo campo que tal técnica pode possuir em se tratando de método para prevenção e alivio de quadro álgico. A indicação da bandagem é uma forma mais eficaz de tratamento e prevenção de disfunções no período gravidico, a técnica permite um alinhamento biomecânico articular diminuindo a sobrecarga tendinovial, favorecendo a evolução do processo da reabilitação melhorando a circulação sanguínea e permite ao paciente um retorno de suas atividades diárias diminuindo a sobrecarga muscular. Neste estudo pode-se observar que a técnica de bandagem funcional ainda é pouco estudada pois são poucas as publicações sobre a mesma, costuma ser utilizada preferencialmente em

10 atletas, no entanto, podemos ainda observar, que o interesse sobre os efeitos da aplicação de bandagens funcionais nas mais diversas patologias só tende a crescer e pode ser destaque nas escolhas de condutas dos fisioterapeutas não só no campo esportivo, mas aumentando ainda mais a escolha profissional como alternativa para melhorar a qualidade de vida com o alivio das dores, como no presente estudo para uma fase tão cheia de afecções como o período gestacional, possuindo baixo custo, poucas contraindicações e resultado satisfatório. O uso da técnica na gravidez pode vir trazer bons resultados e ser acolhido com grande receptividade uma vez que pode enquadrar-se em um método preventivo, inibitório e de auxilio para a execução de atividades físicas na gestação àquelas que já possuíam a lesão antes da gestação. Referências ALMEIDA, Laís Cristina; SOUZA, Elza Lúcia Baracho Lotti de. Alterações do Sistema Músculo-esquelético e suas Implicações. In: SOUZA, Elza Lúcia Baracho Lotti de. Fisioterapia Aplicada à Obstetrícia: Aspectos de Ginecologia e Neonatologia. 3. ed. Rio de Janeiro, RJ: Medsi, 2002. Cap. 3. AMARAL, D.R. Atividade Física na Gestação e Hidroginasticoterapia para Gestantes. Monografia apresentada à Faculdade de Educação e Cultura do ABC Santo André, 1991, 39 p AMBRÓSIO, A. C.; SANTOS, A. C. G. A importância da pratica dos exercícios respiratórios em gestantes durante o trabalho de parto. 2005. Monografia (Graduação em fisioterapia) Faculdade de Educação Física de Lins, Lins. ARNHEIM D. Essentials of athletic training. St. Louis: Mosby Year Book, 1995. BARRETO, Rafael de Almeida; AZEVEDO, Rodrigo Campos de Souza; JORGE, Felipe Sampaio. Efeito da Bandagem Neuromuscular em Atletas de Futebol durante a Simulação Entorse de Tornozelo por Inversão: Uma Análise Eletromiográfica. Perspectivas Online, vol 4, nº13, 2010. Disponível em http://www.perspectivasonline.com.br/revista/2010vol4n13/volume4%2813%29artigo14.pdf. Acesso em 11 de janeiro de 2014 BIREME. Biblioteca Virtual em Saúde. Disponível em: http://regional.bvsalud.org/php/index.php>. Acesso em 20 nov. 2013. BENNELL K: The female athlete. In: Brukner P, Khan K: Clinical sports medicine, 2.a ed, Austrália, McGraw- Hill, 2001. p. 674-99. BIM, C. R.; PEREGO, A. L. Fisioterapia aplicada à ginecologia e obstetrícia, 2002, artigo apresentado na disciplina de metodologia e técnicas de pesquisa. Centro Universitário de Maringá BORG-STEIN J, DUGAN SA, GRUBER J: Musculoskeletal aspects of pregnancy. Am J Phys Med Rehabil 84: 180-92, 2005. BOVÉ, T. El Vendaje Funcional. 3º Edição. Madrid: Editora Harcourt, 2000. BRIZZIO, Eugenio Oscar. Bandagens e técnicas de aplicação. Rio de Janeiro: Rubio, 2009. BUCHABQUI, Jorge Alberto; MANTOVANI, Alberto; BRIETZKE, Elisa. Assistência pré-natal. In: FREITAS, Fernando et al. Rotinas em Obstetrícia. 4. ed. Porto Alegre, RS: Artmed, 2001. Cap. 1. BURTI, J. S. et. al. Adaptações fisiológicas no período gestacional. Revista Fisioterapia Brasil. São Paulo, v.7, n.5, p.375-380, set. 2006 CANESIN, Kariny Fleury; AMARAL, Waldemar Naves do. Atuação fisioterapêutica para diminuição do tempo do trabalho de parto: revisão de literatura. 2010. Disponível em: <http://www.febrasgo.org.br.> Acesso em: 20 dez 2013. CHAVES, A. M. S.; VIANA, F.; MELO, P. M..Efeito comparativo entre massagem clássica e bandagem funcional no alívio da dor e alteração de tensão da parte ascendente do músculo trapézio. FisioterapiaBrasil. v.11, n. 87, fev. 2008. CONTE, F. D. O.; BERTI, L. M. Atuação da fisioterapia na prevenção e melhora da qualidade de vida desde a gestação ao puerpério. 2009. Monografia (Graduação em Fisioterapia) Unisalesiano, Lins

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