Transferência de gerenciamento de planos de benefícios Um breve olhar sobre a Resolução CNPC nº 25, de 13/09/2017
Lei Complementar nº 109, de 29/05/2001: maioridade civil Art. 33. Dependerão de prévia e expressa autorização do órgão regulador e fiscalizador:... IV - as transferências de patrocínio, de grupo de participantes, de planos e de reservas entre entidades fechadas.
RESOLUÇÃO Nº 25, DE 13 DE SETEMBRO DE 2017 Dispõe sobre as operações de transferências de gerenciamento de planos de benefícios entre entidades fechadas de previdência complementar.
Resolução CNPC nº 25 Art. 2º Para os fins desta Resolução, entende-se por:... IX - transferência de gerenciamento, operação que consiste na transferência de gestão de um plano de benefícios de uma EFPC para outra, mantidos os mesmos patrocinadores, e abrangendo a totalidade dos seus participantes e assistidos e integralidade de seus ativos e passivos, incluindo os direitos e obrigações previstas no regulamento do plano de benefícios.
Transferência de gerenciamento parcial Pode?
Instrução Previc nº 5, de 3/09/2018: Art. 2º Para os fins desta Instrução, considera-se: I - cisão: divisão de um plano de benefícios ou entidade fechada de previdência complementar - EFPC;
Cisão de plano + transferência de gerenciamento de parcela cindida = Transferência de gerenciamento parcial Por que não autorizar expressamente a transferência de gerenciamento parcial?
Plano de Ação da PREVIC 2018/2019 Regulação: Implementar modernização, proporcionalidade regulatória e simplificação normativa Tornar a regulação menos complexa e com menor custo de observância em função do nível de risco dos Fundos de Pensão, de modo a robustecer exigências para os que têm operações sofisticadas, sem com isso onerar a extensa maioria dos supervisionados, que possuem estrutura enxuta e de pequeno porte.
Resolução 25 Art. 3º - A iniciativa da operação de transferência de gerenciamento é prerrogativa do patrocinador, que deverá notificar formalmente a entidade de origem, apresentando: I- indicação da entidade de destino; II- planos de benefícios objeto da transferência; III - comparativo, entre as entidades de origem e de destino, do custeio administrativo do plano e das despesas totais de investimentos, quer sejam custeadas pelas receitas administrativas ou pelas receitas de investimentos; e IV - comparativo da estrutura de governança das entidades de origem e de destino, explicitando a representação dos patrocinadores e participantes e assistidos vinculados ao plano objeto de transferência.
Resolução 25 Comunicação do patrocinador Ciência aos participantes e assistidos Plano de transferência = cronograma = layout de dados e documentos = despesas = diretrizes do Termo de Transferência (database da operação, posicionamento do balancete, itens obrigatórios)
Termo de Transferência (Portaria nº 866) Identificaçãodaspartesedoplano Quantidadedeparticipanteseassistidos Rescisãodoconvêniodeadesão Tratamento a ser dado aos ativos, passivos, provisões,fundos,excedenteseinsuficiências Despesas
Termo de Transferência (Portaria nº 866) Substituição processual ou tratamento do exigívelcontingencial Obrigaçõesoperacionaisdaspartes Prazoparafinalização( data-efetiva ) Foro
Outras providências AlteraçãodoRegulamentodoplano Celebraçãodenovoconvêniodeadesão
Processo PREVIC Protocolo eletrônico SEI(Portaria nº 895) = Prova de ciência aos participantes = Proposta de alteração regulamentar (comparativo e consolidado) = Convênio de adesão = Prova de comunicação da alteração regulamentar e resumo do Termo de Transferênciaaosparticipantes
Processo PREVIC = Prova de ciência aos patrocinadores = Termo de Transferência = Ata dos CD s = Aprovação do órgão de controle e enquadramentoalc108
Processo PREVIC Instrução Previc nº 5/2018 Prazo de análise = 25 dias úteis (dobra) Finalização (90 dias) = Ata do CD com registro da data = parecer atuarial na data efetiva
10 dias 60 dias 180 dias Acordada entre as Partes 90 dias Ciência aos participantes e aos Assistidos Protocolo PREVIC Data efetiva Requerimento do patrocinador Plano de transferência Autorização PREVIC Finalização
APELAÇÃO CÍVEL AÇÃO ORDINÁRIA PREVIDÊNCIA PRIVADA - TRANSFERÊNCIA DE PLANO ENTRE AS ENTIDADES - OBSERVÂNCIA DAS NORMAS REGULADORAS AUSÊNCIA DE PREJUÍZO AO BENEFÍCIÁRIO. - A transferência de Plano de Benefícios entre entidades de previdência privada rege-se pela LC 109/2001 e ocorre mediante prévia e expressa autorização do órgão regulador e fiscalizador, independentemente de manifestação do beneficiário. Tribunal de Justiça de Minas Gerais - APELAÇÃO CÍVEL Nº 1.0145.07.418663-9/001 J. 07/08/2013. APELADO(A)(S): FUNDAÇÃO SISTEL DE SEGURIDADE SOCIAL, FUNDAÇAO ATLANTICO DE SEGURIDADE SOCIAL E OUTRO(A)(S)
AGRAVO DE INSTRUMENTO. BRASIL TELECOM. TRANSFERÊNCIA DE GERENCIAMENTO E PATRIMÔNIO DOS PLANOS DE BENEFÍCIOS DE PREVIDÊNCIA PRIVADA DA FUNDAÇÃO BRTPREV PARA A FUNDAÇÃO ATLÂNTICO DE SEGURIDADE SOCIAL. LIMINAR REVOGADA INEXISTÊNCIA DE PROVA DE PREJUÍZO CONCRETO E APARENTE AOS ASSOCIADOS EM FACE DA OPERAÇÃO. Irreversibilidade da medida e prejuízos concretos decorrentes da transferência não demonstrados, a afastar o provimento liminar requerido. Agravo de instrumento provido. Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul Agravo nº 70036235653 j. 23/02/2011
AGRAVO DE INSTRUMENTO. BRASIL TELECOM. TRANSFERÊNCIA DE GERENCIAMENTO E PATRIMÔNIO DOS PLANOS DE BENEFÍCIOS DE PREVIDÊNCIA PRIVADA DA FUNDAÇÃO BRTPREV PARA A FUNDAÇÃO ATLÂNTICO DE SEGURIDADE SOCIAL. AUSÊNCIA DE INTERESSE CONCRETO E QUALIFICADO DA UNIÃO. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA COMUM ESTADUAL. LITISPENDÊNCIA. INOCORRÊNCIA. INEXISTÊNCIA DE PROVA DE PREJUÍZO CONCRETO E APARENTE AOS ASSOCIADOS EM FACE DA OPERAÇÃO. LIMINAR REVOGADA. (...) 3. Irreversibilidade da medida e prejuízos concretos decorrentes da transferência não demonstrados, a afastar o provimento liminar requerido. Preliminares rejeitadas. Agravo provido. - Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul Agravo nº 70036214823 j. 23/02/2011
Solução de Consulta nº 193 Cosit RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA. SUCESSÃO DA ATIVIDADE. PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR. TRANSFERÊNCIA DE GERENCIAMENTO DE PLANO DE BENEFÍCIOS ENTRE ENTIDADES FECHADAS DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR. Os planos de benefícios de Entidades Fechadas de Previdência Complementar (EFPCs), para fins tributários, são complexos patrimoniais que compreendem uma universalidade de bens materiais ou imateriais, direitos e obrigações unidos para satisfazer a uma finalidade comercial.
Solução de Consulta nº 193 Cosit A transferência de gerenciamento de plano de benefícios entre EFPCs quando apartada de eventos societários como fusão, transformação, incorporação ou cisão importa em responsabilidade tributária por sucessão nos termos do art. 133 do CTN relativamente ao complexo patrimonial que constitui o plano transferido. A EFPC que adquire de outra, por qualquer título, plano de benefícios, e continua a respectiva exploração, responde pelos tributos relativos ao plano adquirido, devidos até a data do ato: a) integralmente, se a entidade alienante cessar a exploração da atividade; ou b) subsidiariamente com a entidade alienante, se esta prosseguir na exploração ou iniciar dentro de 6 (seis) meses, a contar da data da alienação, nova atividade no mesmo ou em outro ramo.
23. Diante do exposto, constata-se que no âmbito da previdência complementar fechada o plano de benefícios possui natureza jurídica de um complexo patrimonial formado por bens, direitos e obrigações vinculados unitariamente a um propósito, qual seja pagar benefícios aos seus participantes e beneficiários por intermédio da gestão desta universalidade de direito, configurando-se como uma forma de estabelecimento/fundo de comércio. 24. Desse modo, verifica-se que a transferência de gerenciamento de plano de benefícios entre EFPCs quando apartada de eventos societários como fusão, transformação, incorporação ou cisão amolda-se à responsabilidade tributária por sucessão prevista no art. 133 do CTN relativamente ao complexo patrimonial que constitui o plano transferido.
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR. RECURSO ESPECIAL. OMISSÃO. INEXISTÊNCIA. REGIME ESTATUTÁRIO GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL E CONTRATUAL DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR. REGIMES AUTÔNOMOS, COM REGRAMENTOS PRÓPRIOS. PREVIDÊNCIA PRIVADA. PREVISÃO, NO REGULAMENTO DO PLANO DE BENEFÍCIOS, DE PAGAMENTO DE JOIA PARA INSCRIÇÃO DE BENEFICIÁRIO. POSSIBILIDADE. ALTERAÇÃO REGULAMENTAR, APÓS APROVAÇÃO PELO ÓRGÃO PÚBLICO FISCALIZADOR. APLICA-SE A TODOS OS PARTICIPANTES E BENEFICIÁRIOS QUE, NA OCASIÃO, NÃO ERAM ELEGÍVEIS AO BENEFÍCIO.
4. A constituição de reservas no regime de previdência privada complementar deve ser feita por meio de cálculos embasados em estudos de natureza atuarial que prevejam as despesas e garantam, em longo prazo, o respectivo custeio. Nesse diapasão, a previsão de pagamento de joia para inscrição de beneficiário é coerente com o regime financeiro de capitalização, por implicar elevação de projeção de despesas, sem que tenham sido previamente custeadas, mediante a formação da reserva matemática necessária para o pagamento do novo benefício. (STJ Quarta Turma RESP nº 1.605.346 BA Relator Min. Luis Felipe Salomão FAELBA Fundação Coelba de Previdência Complementar p. 28/03/2019)
Obrigado! Marco Antonio Cavezzale marco@cavezzale.com.br