JULGAMENTO DE RECURSO ADMINISTRATIVO TERMO: DECISÓRIO FEITO: RECURSO ADMINISTRATIVO (Contra) REFERÊNCIA: PREGÃO PRESENCIAL Nº 186/2014FUL RAZÕES: Pedido de reconsideração da decisão de inabilitação da empresa EMTRE EMPRESA MARINGAENSE DE TRATAMENTO DE EFLUENTES LTDA. OBJETO: Contratação de empresa para execução de serviços de coleta, transporte e tratamento de Chorume da Central de Tratamento de Resíduos do Município de Londrina, conforme Termo de Referência. PROCESSO ADMINSITRATIVO: 1311/2014FUL RECORRENTE: EMTRE EMPRESA MARINGAENSE DE TRATAMENTO DE EFLUENTES LTDA. RECORRIDO: PREGOEIRO I Das Preliminares RECURSO ADMINISTRATIVO interposto, tempestivamente, através de seu representante legal, pela empresa EMTRE EMPRESA MARINGAENSE DE TRATAMENTO DE EFLUENTES LTDA, devidamente qualificada na peça inicial, em face do resultado da licitação em epígrafe, com fundamento no Decreto 3.555/00 subsidiado pela Lei nº. 8.666/93. a) Tempestividade: O presente recurso foi protocolado pela via formal, visto ser presencial, e no prazo legal consoante Ata entregue ao licitantes. b) Legitimidade: A empresa Recorrente participou da sessão pública apresentando propostas de preços juntamente com documentação de habilitação e o provimento do recurso significa a habilitação da RECORRENTE tornando-se a única empresa habilitada e de possível adjudicação do objeto licitado. Portanto, legítima se mostra sua pretensão. II - Das Formalidades Legais Cumpridas as formalidades legais, em cumprimento ao disposto no art. 4º, inciso XVIII, da Lei 10.520/02 e nos termos postos conseqüentes das orientações emanadas do Pregoeiro, como forma de dar continuidade ao procedimento em tela, registra-se que as outras licitante foram cientificadas do prazo para interpor contrarrazões, porém não foram apresentadas contrarrazões. 1
XVIII declarado o vencedor, qualquer licitante poderá manifestar imediata e motivadamente a intenção de recorrer, quando lhe será concedido o prazo de 3 (três) dias para apresentação das razões do recurso, ficando os demais licitantes desde logo intimados para apresentar contrarazões em igual número de dias, que começarão a correr do término do prazo do recorrente, sendo-lhes assegurada vista imediata dos autos. III - Das Alegações da RECORRENTE A Recorrente pretende, através de seu recurso, reverter a decisão de inabilitação da empresa no Pregão Presencial nº 186/2014FUL. Tal inabilitação foi declarada em sessão pública, conforme constante em ATA, apontando que a empresa não cumpriu o edital no item 3.1.5 Qualificação Técnica, inciso II, pois apresentou apenas protocolo de Renovação de Licença de Operação, anexando Resolução nº 065/2008-CEMA, apontando em seu artigo 3º quanto a validade automática de prorrogação de Licença Ambiental até a manifestação definitiva do IAP. Em sua defesa a recorrente alega: Quanto a exigência de Qualificação Técnica, na segunda parte do Inciso II, exige-se que a licença esteja em conformidade com a legislação vigente e regulamentações técnica emitidas pelo Órgão Ambiental Competente; Que o documento apresentado pela recorrente afim de suprir o solicitado em edital é o Requerimento de Renovação de Licença Ambiental; Que o Requerimento de Renovação de Licença Ambiental encontra-se amparo legal na Resolução 065/2008 do Conselho Estadual do Meio Ambiente CEMA, em seu art. 3º e 3º; Art. 3º Os prazos de validade e a possibilidade de renovação de cada ato administrativo estão estabelecidos no Anexo IV desta Resolução e especificados no respectivo documento.... 3º A renovação das Licenças de Instalação (LI) e de Operação (LO) de empreendimento, atividade ou obra, bem como de Licença Ambiental Simplificada (LAS) e Autorização Ambiental (AA) deverá ser requerida com antecedência mínima de 120 (cento e vinte) dias da expiração de seu prazo de validade fixado na respectiva licença ou autorização, ficando este prazo de validade automaticamente prorrogado até a manifestação definitiva do IAP. Que o Requerimento trás todas as informações necessária para comprovação da regularidade da recorrente junto ao órgão competente, inclusive todas as informações constantes no corpo da Licença de Operação; Que a descrição dos resíduos a serem tratados na Licença de Operação é exatamente igual a descrição constante no Protocolo de Renovação da Licença; 2
Que o documento de Protocolo permite uma busca rápida no site de consulta estadual e mostrará a situação atual do Licenciamento da empresa; Que a empresa mantém contratos públicos e receber para tratamento o chorume dos municípios de Maringá, Sarandi, Paiçandú e Nova Esperança, todos municípios próximos à Londrina, já comprova sua capacidade e licenciamento pelo Estado, uma vez que tratam-se de órgão públicos que tem por sua vez tanta lisura e são tão exigentes quanto o município de Londrina nos assuntos que tratam de qualidade ambiental; É a breve síntese. Ao final de extensa argumentação de DIREITO requer RECEBIMENTO E ACATAMENTO do recurso, e REVISÃO dos atos já praticados e ter sua documentação HABILITADA. IV - Das CONTRA-RAZÕES As empresas LIDER CONSULTORIA E SERVIÇOS AMBIENTAIS LTDA e ROTERX AMBIENTAL LTDA-EPP, não apresentaram suas contrarrazões, ficando prescritas quaisquer alegações: V - Da ANÁLISE DO RECURSO O recurso é procedente, muito embora a Lei Federal nº 10.520/202 regulamente a modalidade de licitação denominada pregão, a Lei Federal nº 8.666/1993 deve ser observada e aplicada subsidiariamente, conforme se extrai do artigo 9º da Lei 10.520/2002. Fixada essa premissa, verifica-se existir razão à parte recorrente, isso porque a sua insurgência contra a exigência item 3.1.5 Qualificação Técnica, inciso II, de apresentação de Licenças e Autorizações Ambientais em conformidade com a legislação ambiental vigente e regulamentações técnicas, emitidas pelo órgão Ambiental, fora atendida pela RECORRENTE, pois considerando que a exigência faz menção na expressão em conformidade com a legislação ambiental, é passível de reconsideração que a apresentação de Requerimento de Renovação é prevista em legislação ambiental, conforme Resolução 065/2008 do Conselho Estadual do Meio Ambiente CEMA, portanto a empresa atendeu ao exigido para qualificação técnica. II. Licenças e Autorizações ambientais necessárias para o tratamento do efluente na Estação de Tratamento de Chorume ETC, em conformidade com a legislação ambiental vigente e regulamentações técnicas, emitidas pelo Órgão Ambiental competente. 3
O representante da empresa Recorrente durante a sessão pública, informou ao Pregoeiro que as divergências apresentadas, tratavam-se de erro formais, e que o equipamento a ser fornecido atenderia integralmente ao edital, desta forma eu Pregoeiro considero pertinente a revisão da decisão de desclassificação da proposta da Recorrente, haja vista que não haveria necessidade de apresentação de proposta detalhada. Ressalto que as outras 02 (duas) empresas participaram do Pregão não realizaram as contrarrazões ao recurso da empresa EMTRE EMPRESA MARINGAENSE DE TRATAMENTO DE EFLUENTES LTDA, não havendo análise das mesmas. A situação de inabilitação da empresa EMTRE EMPRESA MARINGAENSE DE TRATAMENTO DE EFLUENTES LTDA, ocasionou dúvidas acerca do atendimento, ou não ao edital, porém cabe ressaltar que o Requerimento de Renovação de Licença de Operação apresentado pela empresa, embora válido, naquela ocasião não fora possível a constatação do atendimento às exigências de qualificação técnica, desta forma houve a inabilitação da RECORRENTE, porém em análise à peça recursal e diligências emanadas pelo Gerente da Central de Tratamento de Resíduos CTR, que manifestou que a empresa RECORRENTE atende aos requisitos de qualificação técnica, haja vista que encontra-se com Licença de Operação em processo de renovação, portanto válida. Portanto, em observância ao fundamento no princípio da vinculação ao instrumento convocatório, o qual vincula a administração aos seus termos, bem como no princípio da isonomia, que veda a diferenciação entre os particulares, e por fim no princípio da supremacia do interesse público e coletivo como fim maior a ser alcançado, este Pregoeiro, curva-se ao dever de rever seus atos, em conformidade com o que estabelece a Lei 10.520/02, em seu art. 4º, inciso XIX e XXI, ocasionando por conseqüência que o acolhimento do recurso e invalidação apenas dos atos insuscetíveis de aproveitamento, habilitando a empresa EMTRE EMPRESA MARINGAENSE DE TRATAMENTO DE EFLUENTES LTDA, sendo apta a tornar-se adjudicatária do objeto licitado. XIX - o acolhimento de recurso importará a invalidação apenas dos atos insuscetíveis de aproveitamento;... XXI decididos os recursos, a autoridade competente fará a adjudicação do objeto da licitação ao licitante vencedor 4
V Conclusão Conclui-se, portanto, diante exposto, PROCEDENTE a insurgência argüidas pela Recorrente EMTRE EMPRESA MARINGAENSE DE TRATAMENTO DE EFLUENTES LTDA, no tocante que a RECORRENTE alega que o edital exigiu a Qualificação Técnica em conformidade com a legislação ambiental vigente e regulamentações técnicas, e que a apresentação do Requerimento de Renovação é previsto pela Resolução 065/2008, portanto em conformidade com a legislação. O Pregoeiro, depois do devido exame das argumentações produzidas pela RECORRENTE, entendeu haver fundamentos naquelas argumentações e, conseqüentemente, JULGA PROCEDENTE o Recurso Administrativo interposto e, ainda, às vistas da decisão anteriormente proferida, RETIFICA aquela decisão e HABILITA a empresa EMTRE EMPRESA MARINGAENSE DE TRATAMENTO DE EFLUENTES LTDA. Portanto segue remessa do presente Julgamento para o Sr. Diretor Presidente desta CMTU-LD, na qualidade de Autoridade Superior, para avaliação e julgamento do caso vertente, para se entender cabível, REVER ou RATIFICAR a decisão nesta proferida por este Pregoeiro conforme dita o 4º, do Art. 109 da Lei Federal 8.666/93. Londrina, 14 de novembro de 2014. Flavio Toshio Hatanaka PREGOEIRO Gilmar Domingues Pereira Gerente de Resíduos DESPACHO DE JULGAMENTO DE RECURSO ADMINISTRATIVO Em análise aos autos do Processo Administrativo nº 1311/2014-FUL, Pregão Presencial nº 186/2014- FUL, recurso administrativo apresentado pela empresa EMTRE EMPRESA MARINGAENSE DE TRATAMENTO DE EFLUENTES LTDA e RATIFICO o feito pelo Pregoeiro, quanto ao julgamento de procedência das alegações do Recurso Administrativo e HABILITO e ADJUDICO o objeto à empresa recorrente. Londrina, 14 de novembro de 2013. José Carlos Bruno de Oliveira DIRETOR PRESIDENTE 5