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Transcrição:

AVALIAÇÃO EXTERNA DAS ESCOLAS Relatório Agrupamento de Escolas do Montijo 23, 24 e 27 fev. 2012 Área Territorial de Inspeção de Lisboa e Vale do Tejo

1 INTRODUÇÃO A Lei n.º 31/2002, de 20 de dezembro, aprovou o sistema de avaliação dos estabelecimentos de educação pré-escolar e dos ensinos básico e secundário, definindo orientações gerais para a autoavaliação e para a avaliação externa. Neste âmbito, foi desenvolvido, desde 2006, um programa nacional de avaliação dos jardins de infância e das escolas básicas e secundárias públicas, tendo-se cumprido o primeiro ciclo de avaliação em junho de 2011. A então Inspeção-Geral da Educação foi incumbida de dar continuidade ao programa de avaliação externa das escolas, na sequência da proposta de modelo para um novo ciclo de avaliação externa, apresentada pelo Grupo de Trabalho (Despacho n.º 4150/2011, de 4 de março). Assim, apoiando-se no modelo construído e na experimentação realizada em doze escolas e agrupamentos de escolas, a Inspeção-Geral da Educação e Ciência (IGEC) está a desenvolver esta atividade consignada como sua competência no Decreto Regulamentar n.º 15/2012, de 27 de janeiro. O presente relatório expressa os resultados da avaliação externa do Agrupamento de Escolas do Montijo, realizada pela equipa de avaliação, na sequência da visita efetuada em 23, 24 e 27 de fevereiro de 2012. As conclusões decorrem da análise dos documentos fundamentais do Agrupamento, em especial da sua autoavaliação, dos indicadores de sucesso académico dos alunos, das respostas aos questionários de satisfação da comunidade e da realização de entrevistas. ESCALA DE AVALIAÇÃO Níveis de classificação dos três domínios EXCELENTE A ação da escola tem produzido um impacto consistente e muito acima dos valores esperados na melhoria das aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos respetivos percursos escolares. Os pontos fortes predominam na totalidade dos campos em análise, em resultado de práticas organizacionais consolidadas, generalizadas e eficazes. A escola distingue-se pelas práticas exemplares em campos relevantes. MUITO BOM A ação da escola tem produzido um impacto consistente e acima dos valores esperados na melhoria das aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos respetivos percursos escolares. Os pontos fortes predominam na totalidade dos campos em análise, em resultado de práticas organizacionais generalizadas e eficazes. BOM A ação da escola tem produzido um impacto em linha com o valor esperado na melhoria das aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos respetivos percursos escolares. A escola apresenta uma maioria de pontos fortes nos campos em análise, em resultado de práticas organizacionais eficazes. Espera-se que o processo de avaliação externa fomente e consolide a autoavaliação e resulte numa oportunidade de melhoria para o Agrupamento, constituindo este documento um instrumento de reflexão e de debate. De facto, ao identificar pontos fortes e áreas de melhoria, este relatório oferece elementos para a construção ou o aperfeiçoamento de planos de ação para a melhoria e de desenvolvimento de cada escola, em articulação com a administração educativa e com a comunidade em que se insere. A equipa de avaliação externa visitou a escolasede do Agrupamento e as escolas básicas do 1.º ciclo com jardins de infância Ary dos Santos, Joaquim de Almeida e Caneira. SUFICIENTE A ação da escola tem produzido um impacto aquém dos valores esperados na melhoria das aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos respetivos percursos escolares. As ações de aperfeiçoamento são pouco consistentes ao longo do tempo e envolvem áreas limitadas da escola. INSUFICIENTE A ação da escola tem produzido um impacto muito aquém dos valores esperados na melhoria das aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos respetivos percursos escolares. Os pontos fracos sobrepõem-se aos pontos fortes na generalidade dos campos em análise. A escola não revela uma prática coerente, positiva e coesa. A equipa regista a atitude de empenhamento e de mobilização do Agrupamento, bem como a colaboração demonstrada pelas pessoas com quem interagiu na preparação e no decurso da avaliação. O relatório do Agrupamento e o contraditório apresentados no âmbito da Avaliação Externa das Escolas 2011-2012 serão disponibilizados na página da IGE. 1

2 CARACTERIZAÇÃO DO AGRUPAMENTO O, situado no concelho homónimo do distrito de Setúbal, foi homologado em 2004. É constituído pela Escola Básica do 1.º ciclo Luís de Camões, pelas escolas básicas do 1.º ciclo com jardins de infância Ary dos Santos, Joaquim de Almeida, Liberdade e Caneira e, ainda, pela Escola Básica dos 2.º e 3.º ciclos D. Pedro Varela, que é a sede. Frequentam o Agrupamento 269 crianças (12 grupos da educação pré-escolar) e 1786 alunos, dos quais 1063 frequentam o 1.º ciclo do ensino básico (47 turmas), 618 o 2.º ciclo (29 turmas, sendo duas de percurso curricular alternativo e uma do Programa Integrado de Educação e Formação) e 105 o 3.º ciclo (três turmas de 7.º ano e três turmas de 8.º ano). No âmbito das novas oportunidades, 14 alunos estão inscritos no curso de educação e formação de Operador de Fotografia. Os cursos de educação e formação de adultos são frequentados por 48 formandos (duas turmas a funcionar no Estabelecimento Prisional do Montijo e uma em regime pós-laboral na escola-sede). As formações modulares integram 17 formandos em Inglês (uma turma do Estabelecimento Prisional do Montijo) e 52 formandos em Tecnologias de Informação e Comunicação (cinco turmas). Há 33 formandos a frequentar o Português Para Falantes de Outras Línguas (três turmas) e o curso do Programa de Formação em Competências Básicas abrange 71 formandos (cinco turmas). A percentagem de alunos naturais de outros países é de 7%, com predomínio para os oriundos do Brasil e de países do leste europeu. Relativamente à ação social escolar, verifica-se que 64% dos alunos não beneficiam de auxílios económicos. No que respeita às tecnologias de informação e comunicação, 66% dos alunos possuem computador e internet, em casa. Trabalham no Agrupamento 191 docentes, dos quais 80% pertencem aos quadros. A experiência profissional é significativa, pois apenas 19% lecionam há menos de 10 anos. Dos 64 trabalhadores não docentes, 58% possuem 10 ou mais anos de serviço. Os indicadores relativos à formação académica dos pais são desconhecidos para 23% dos casos e, dos conhecidos, 16% têm formação de nível superior e 42% têm uma formação de nível secundário ou superior. Quanto à ocupação profissional, 26% exercem atividades de nível superior e intermédio. No ano letivo de 2010-11, ano para o qual há referentes nacionais calculados, os valores das variáveis de contexto do Agrupamento são genericamente favoráveis, no que respeita à formação académica e profissão dos pais e aos alunos sem ação social escolar, pois encontram-se acima da mediana nacional. A percentagem de professores do quadro, bem como a assiduidade do pessoal docente e a média de idade dos alunos apresentam valores menos favoráveis. 3 AVALIAÇÃO POR DOMÍNIO Considerando os campos de análise dos três domínios do quadro de referência da avaliação externa e tendo por base as entrevistas e a análise documental e estatística realizada, a equipa de avaliação formula as seguintes apreciações: 3.1 RESULTADOS RESULTADOS ACADÉMICOS Nos jardins de infância do Agrupamento as crianças são bem acolhidas, protegidas e estimuladas, num ambiente de bem-estar e de segurança. A análise de dados qualitativos realizada pelas educadoras, 2

nomeadamente da avaliação de diagnóstico, permite, por exemplo, a tomada de decisões sobre o processo educativo, relativamente a cada criança e ao grupo. Assim, é de realçar o trabalho realizado na educação pré-escolar, no âmbito da avaliação do desenvolvimento global das crianças, de forma a promover o sucesso das suas aprendizagens. A taxa de sucesso global do 1.º ciclo, no triénio em análise, manteve-se praticamente constante. Os resultados do 4.º ano situam-se em linha com o valor esperado, determinado para o ano letivo 2009-2010, tanto na avaliação externa a língua portuguesa e a matemática, como para a taxa de conclusão. Os fatores subjacentes às taxas de sucesso no 2.º ano do 1.º ciclo, que têm sido, nos últimos dois anos letivos, as mais baixas relativamente aos outros anos do ciclo, não estão objetivamente identificados. Relativamente ao 2.º ciclo, a taxa de sucesso global mostra flutuação e uma ligeira descida, comparando o primeiro com o terceiro ano do último triénio. Contudo, os resultados do 6.º ano também se situam em linha com o valor esperado, determinado para o ano letivo 2009-2010, na avaliação externa a língua portuguesa e a matemática, bem como na taxa de conclusão. No ano 2010-2011, dos 14 formandos dos cursos de educação e formação, apenas 50% os concluíram (três anularam a matrícula). O Agrupamento tem desenvolvido uma análise sistemática sobre a evolução dos resultados dos alunos. Contudo, não estão devidamente identificados os fatores determinantes do sucesso e do insucesso, essenciais aos processos de ensino e de aprendizagem, com reflexos na implementação de ações de melhoria. Dado o contexto socioeconómico, em que os valores das respetivas variáveis são genericamente favoráveis, esperar-se-iam resultados também mais favoráveis, ou seja, acima dos valores observados. É de destacar, no último triénio, a diminuição de abandono escolar nos 1.º e 2.º ciclos, sendo no último ano letivo inexistente no 1.º ciclo e de 0,6% no 2.º ciclo. RESULTADOS SOCIAIS O Agrupamento tem promovido o desenvolvimento cívico e a aprendizagem para a cidadania. Na educação pré-escolar incide muito na apropriação de regras pelas crianças e no seu desenvolvimento pessoal e social, com base em experiências de vida democrática. O desporto escolar e o programa eco-escolas têm sido estratégias promotoras da corresponsabilização, da adesão e estímulo à participação dos alunos. Outras ações, como o Clube dos Alunos Terapistas, da unidade de multideficiência da escola-sede, têm desenvolvido a entreajuda e promovido a consciencialização socioafetiva, com implicações certas na construção de uma cidadania esclarecida. De igual modo, são de realçar as ações facilitadoras da integração dos alunos no 2.º ciclo, em particular o recente projeto Welcome e outras, como a visita dos alunos do 1.º ciclo à escola-sede, com a participação em atividades interativas. Contudo, foi reconhecido que a participação e a responsabilização dos alunos na dinamização de atividades, nomeadamente através das assembleias de delegados, poderiam conduzir a uma maior identificação com o Agrupamento. De um modo geral, os alunos têm um comportamento disciplinado e mostram conhecer as regras de funcionamento. Porém, na escola-sede, ocorrem casos de comportamentos pouco adequados, os quais não favorecem um ambiente calmo e de respeito, propiciador das aprendizagens. Estes casos são vistos pelos diferentes elementos da comunidade educativa como uma dificuldade do Agrupamento em resolver bem a indisciplina. 3

Em relação à aplicação de medidas disciplinares sancionatórias de suspensão, apesar de uma diminuição do número de dias aplicados do ano letivo 2008-2009 para 2010-2011 (de 255 para 187), verificou-se um aumento do número de casos (de 3,7% para 4,5% na escola-sede), sendo, por isso, uma questão não resolvida e para a qual as ações desenvolvidas, com fraco enfoque na prevenção, não têm sido eficazes. Efetivamente, não estão definidas as medidas adequadas e a adoção de uma estratégia partilhada por todos os profissionais, para prevenir e resolver com eficácia as situações de indisciplina. RECONHECIMENTO DA COMUNIDADE Os alunos, encarregados de educação e trabalhadores mostram, de um modo geral, satisfação com o funcionamento das diferentes áreas do Agrupamento, traduzida nos questionários e expressa pelo predomínio da opção de concordância parcial. Os alunos do 1.º ciclo destacam Gosto desta escola, os pais e encarregados de educação realçam Gosto que o meu filho ande nesta escola e Gosto que o meu filho frequente este jardim de infância e o pessoal docente e não docente Gosto de trabalhar nesta escola, com valores percentuais elevados. É de salientar a disponibilidade e o interesse das várias associações de pais, na participação em atividades e num trabalho de articulação com as diferentes unidades educativas, para a resolução de problemas. Na verdade, estas organizações demonstram também o reconhecimento da comunidade, que pode ser valorizado e constituir uma oportunidade para o Agrupamento, já indicada aquando da Avaliação Externa, em 2008. É de realçar a atenção dada à educação pré-escolar, que abrange muitas crianças dos três aos cinco anos, com o apoio da autarquia, como política educativa que alicerça a melhoria do sucesso educativo, apesar da situação de duas escolas básicas do 1.º ciclo do Agrupamento funcionarem ainda com turmas em regime duplo. Os sucessos dos alunos são valorizados com a implementação dos Quadros de Valor e de Excelência, que incluem a entrega de diplomas, em cerimónia organizada para o efeito. Em suma, a ação do Agrupamento tem produzido um impacto em linha com o valor esperado na melhoria das aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos respetivos percursos escolares. O Agrupamento apresenta uma maioria de pontos fortes nos campos em análise, em resultado de práticas organizacionais eficazes. Tais fundamentos justificam a atribuição da classificação de BOM no domínio Resultados. 3.2 PRESTAÇÃO DO SERVIÇO EDUCATIVO PLANEAMENTO E ARTICULAÇÃO Os docentes realizam em conjunto, por ano de escolaridade e por disciplina, as planificações a longo prazo, sendo de destacar o trabalho desenvolvido e as boas práticas no âmbito do currículo, em particular com os alunos do 1.º ciclo, que têm proporcionado melhorias no desenvolvimento dos processos de ensino e de aprendizagem. Fruto da evolução da sua própria constituição, o Agrupamento beneficia de uma experiência prévia de articulação, do currículo e de atividades, e de sequencialidade das aprendizagens, entre a educação préescolar e o 1.º ciclo, facilitada pela contiguidade dos espaços. É reconhecido o importante trabalho que promove o desenvolvimento global das crianças e prepara o seu ingresso na escolaridade obrigatória. 4

Porém, subsiste a necessidade de reforço da articulação curricular entre os vários níveis de educação e de ensino, nomeadamente entre os 1.º e o 2.º ciclos, já identificada no relatório da Avaliação Externa realizada em 2008. Do mesmo modo, é incipiente a articulação dos técnicos das atividades de enriquecimento curricular (ensino da música e do inglês e atividade física e desportiva) com os docentes titulares de turma e com os docentes das respetivas áreas disciplinares dos 2.º e 3.º ciclos, tendo em conta as atividades e os conteúdos desenvolvidos. Estes aspetos decorrem, em parte, da inexistência de um projeto curricular de agrupamento que promova o desenvolvimento sequencial do currículo, bem como a ação concertada dos docentes em áreas curriculares prioritárias. É de salientar a construção dos projetos curriculares de grupo e de turma, que refletem alguma adequação das estratégias e contextualização das atividades, em função das necessidades e interesses das crianças e alunos, proporcionando uma razoável articulação horizontal. Estes projetos evidenciam a valorização da língua portuguesa, enquanto disciplina promotora do desenvolvimento de competências e transversal às aprendizagens em todas as áreas do conhecimento. O plano anual de atividades apresenta um leque abrangente de iniciativas que enriquecem as experiências de aprendizagem, mas denota uma fraca articulação entre os departamentos, o que se traduz num menor aproveitamento de atividades cujo interesse e intencionalidade poderiam ser partilhados para melhorar os resultados. A informação sobre o percurso escolar dos alunos é tratada pelos professores titulares, bem como pelos diretores de turma, sendo sistematizada nos respetivos projetos de grupo e de turma e nos processos individuais. Aquando da transição da educação pré-escolar para o 1.º ciclo, estas informações são veiculadas em reuniões realizadas para o efeito. O planeamento prevê a produção de instrumentos de avaliação diversificados, tendo em vista a adequação das práticas de ensino e a regulação das aprendizagens. Os docentes realizam reuniões de conselho de ano e de área disciplinar, que visam promover a interação entre os profissionais, o trabalho conjunto e a partilha de materiais didáticos. No entanto, é reconhecida a necessidade de reforçar o trabalho cooperativo entre docentes em torno do planeamento curricular e da sua sequencialidade, de modo a melhorar a prestação do serviço educativo e os resultados. PRÁTICAS DE ENSINO Os docentes fazem a análise sistemática dos resultados e das dificuldades manifestadas pelas crianças e alunos, o que se reflete na discussão e na adequação de estratégias de ensino e, principalmente, no encaminhamento para as estruturas de apoio que realizam os reforços das aprendizagens. Todavia, não está generalizado o uso de estratégias de diferenciação pedagógica em sala de aula com a turma, sobretudo nos 2.º e 3.º ciclos, o que permitiria adequar de forma mais abrangente e eficaz o processo de ensino e de aprendizagem às necessidades dos alunos e fomentar o sucesso. É de realçar o trabalho de qualidade desenvolvido pelos profissionais da equipa multidisciplinar, no âmbito da educação especial, nomeadamente das unidades de multideficiência, que funcionam como recursos concelhios. Estes profissionais trabalham o mais possível em rede para o desenvolvimento de autonomias e interagem com técnicos especializados, sobretudo do Centro de Recursos para a Inclusão da Cooperativa de Educação e Reabilitação do Cidadão Inadaptado do Montijo e Alcochete, assegurando um bom acompanhamento e dando respostas educativas adequadas aos alunos com necessidades educativas especiais e respetivas famílias. Do mesmo modo, é relevante a atuação das equipas de intervenção precoce, na referenciação e acompanhamento de situações de crianças em risco, preparando o seu ingresso na educação pré-escolar. 5

O incentivo à melhoria de desempenhos é fomentado com o reforço positivo, a participação em concursos, como o Segurança Para Todos e o World Maths Day, e através da exposição dos trabalhos das crianças e alunos em espaços escolares e da comunidade. O recente alargamento da oferta educativa ao 3.º ciclo determinou a realização de obras para criação de laboratórios de física e química e de biologia, na escola-sede. Pese embora a existência de algumas iniciativas pontuais neste âmbito, é reconhecido que uma maior atenção ao desenvolvimento da componente experimental, transversal a todo o Agrupamento, em especial no 1.º ciclo, contribuiria para fomentar a atitude positiva face ao método científico e à aprendizagem das ciências. A dimensão artística é valorizada, sendo desenvolvida sobretudo nas áreas curriculares do departamento de expressões, que incluem o design gráfico como oferta curricular de escola. O plano anual integra uma variedade significativa de atividades que incluem visitas a museus e a exposições, decoração dos espaços escolares e comemoração de dias temáticos. Os recursos tecnológicos existentes são utilizados para apresentações em sala de aula e para realização de tarefas de pesquisa, integradas nos processos de ensino e de aprendizagem, por vezes realizadas na biblioteca escolar. São ainda rentabilizados para estimular o desenvolvimento de competências básicas dos alunos com necessidades educativas especiais. O acompanhamento das práticas docentes restringe-se ao que é partilhado em termos de resultados e de planificações, em reuniões conjuntas dos conselhos de ano e dos grupos de recrutamento, e que é dado a conhecer em conselho pedagógico. Contudo, não estão implementadas práticas de observação de aulas e de supervisão pedagógica, enquanto estratégias promotoras do desenvolvimento profissional e do sucesso educativo. MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DO ENSINO E DAS APRENDIZAGENS Os docentes realizam em todos os níveis de educação e de ensino avaliações de diagnóstico, utilizam instrumentos de registo e de observação diversificados e recorrem à autoavaliação dos alunos numa ótica formativa, em função das situações de aprendizagem. Na educação pré-escolar é evidente a preponderância da vertente formativa da avaliação, contribuindo de forma relevante para o desenvolvimento global das crianças. Algumas provas de avaliação e respetivas matrizes são elaboradas em conjunto, nomeadamente no 1.º ciclo, sendo aferidos os critérios de correção em função dos que são utilizados nas provas nacionais de aferição. Nos 2.º e 3.º ciclos, a análise das práticas avaliativas centra-se nos resultados obtidos e não tanto na partilha e no trabalho conjunto, no decurso dos processos. A avaliação dos projetos curriculares de grupo e de turma é focada na verificação da eficácia das estratégias definidas pelo professor titular ou pelo conselho de turma, com base nos resultados obtidos. Tais estratégias são continuadas ou revistas, principalmente no que respeita ao reforço das aprendizagens e dos contactos com as famílias. Nos grupos de recrutamento, os docentes limitam-se a conferir o andamento dos programas no evoluir do currículo. A monitorização do sucesso dos alunos apoiados no âmbito dos planos de acompanhamento e de recuperação, no triénio de 2008-2009 a 2010-2011, evidencia a eficácia das medidas aplicadas, sobretudo no 1.º ciclo, sendo esta um pouco menor no 2.º ciclo para os alunos retidos, o que indicia que a ação educativa pode ser melhorada a este nível. Os alunos com necessidades educativas especiais registam taxas de sucesso muito próximas de 100%, excetuando apenas os casos em que, por motivos de saúde ou outros, ficam impossibilitados de frequentar a escola. No que concerne à prevenção do abandono escolar é de realçar o trabalho desenvolvido pelos diretores de turma com os alunos e respetivas famílias, facilitando a integração daqueles e prevenindo o 6

agravamento de situações de risco. É igualmente relevante para este efeito a oferta educativa diferenciada do Agrupamento, que potencia as aprendizagens em diferentes áreas, com o objetivo de motivar e envolver os alunos, conduzir à sua formação integral e combater o abandono. Em suma, o Agrupamento apresenta uma maioria de pontos fortes nos campos em análise, em resultado de práticas organizacionais eficazes, o que justifica a atribuição da classificação de BOM no domínio Prestação do Serviço Educativo. 3.3 LIDERANÇA E GESTÃO LIDERANÇA O projeto educativo, construído com base num diagnóstico organizacional, salienta a prossecução da missão centrada no aluno, tendo em conta a realidade contextual e identifica uma visão assente na inclusão e na diversidade. Esta visão está em consonância, por exemplo, com a atenção dada à educação pré-escolar, com o trabalho de qualidade desenvolvido nas unidades de multideficiência e com a diversidade e abrangência das atividades desenvolvidas, que têm impacto positivo na dinâmica das diferentes escolas do Agrupamento. A inexistência de um projeto curricular construído e apropriado pela comunidade educativa, que tenha em conta a realidade do contexto, e a falta de concertação, por exemplo, aquando da elaboração do relatório de autoavaliação, não permitiram ainda coerência e articulação entre os documentos estruturantes, com reflexos na elaboração dos planos de ação, de acordo com os objetivos estratégicos do projeto educativo. O diretor assume uma liderança disponível, aberta e de apoio ao desenvolvimento de projetos que visem a melhoria. Contudo, esta forma de gestão não tem possibilitado a introdução de algumas mudanças que se consideram importantes, nomeadamente as que promovam um clima de escola de maior cooperação e debate, com impacto na participação das lideranças intermédias na tomada de decisões atinentes à organização e à prestação do serviço educativo. O conselho geral, conhecedor da realidade do contexto, tem desenvolvido a sua ação com base no papel de cada parceiro na sua área de intervenção, mas tem promovido pouco a articulação entre os diferentes órgãos e estruturas para desenvolver o seu trabalho em prol da melhoria do Agrupamento. Deste modo, não existe uma partilha de responsabilidades geradora de sentido de pertença e de identificação com a escola, para que os processos de tomada de decisão sejam assumidos pelos diferentes órgãos e se traduzam na sua mobilização para o cumprimento das metas traçadas. Reconhece-se, por isso, que o desenvolvimento de atividades que fomentem a articulação entre escolas e favoreçam a partilha e o trabalho cooperativo, nomeadamente entre docentes dos diferentes ciclos, poderão consolidar o sentido de pertença e a identificação com o Agrupamento, independentemente daquilo que a incerteza futura reserve. O Agrupamento segue uma política de boa articulação com entidades locais, estabelecendo parcerias que implicam mais-valias para a instituição. Contudo, uma maior abertura à inovação e a adesão a projetos nacionais e internacionais poderiam enriquecer as experiências de aprendizagem, em articulação com as diferentes atividades dos vários níveis de educação e ensino. São de realçar as boas relações e o espírito de entreajuda dos profissionais, com reflexos no ambiente educativo. 7

Reconhece-se que o bom trabalho desenvolvido no Agrupamento poderá ser divulgado com uma abertura crescente às famílias e à comunidade e, simultaneamente, aproveitando os recursos disponíveis para melhorar a prestação do serviço educativo, nomeadamente com o desenvolvimento de mais ações no âmbito da educação para a saúde. GESTÃO As práticas de gestão e de organização pautam-se por critérios que valorizam a equidade no acesso aos recursos e aos materiais. É de salientar a valorização da biblioteca, enquanto espaço interativo de aprendizagem, contribuindo para o desenvolvimento de competências no âmbito da língua portuguesa. Contudo, a biblioteca escolar ainda pode ser mais mobilizadora dos alunos e constituir-se como polo motivador, alargando o leque de atividades e projetos, com reconhecida articulação à biblioteca municipal. A gestão do pessoal procura atender ao bem-estar dos trabalhadores, sendo este aspeto mais visível na sua afetação às unidades de multideficiência. Para o efeito é tomada em consideração a especificidade das tarefas, particularmente exigentes neste contexto, no que respeita à disponibilidade, sensibilidade e compreensão das problemáticas dos alunos acompanhados nas referidas unidades. De um modo geral, a gestão dos assistentes operacionais e técnicos pauta-se por critérios de atribuição dos lugares por perfil de competências, sem pôr de lado a hipótese de rotatividade dos primeiros para obviar situações de faltas inesperadas. Do mesmo modo, a gestão dos docentes respeita a sua capacidade para o desempenho de alguns cargos dependentes da decisão do diretor. A avaliação de desempenho decorreu com a normalidade expectável, não tendo, no caso dos docentes, originado um número significativo de aulas observadas. A constituição de turmas privilegia a continuidade, tanto dos alunos como dos docentes, sempre que tal seja possível e que não haja indicações fundamentadas em sentido contrário. Assim, procura-se facilitar a integração das crianças e alunos, bem como o seu acompanhamento pelas equipas pedagógicas, a fim de consolidar as relações e as aprendizagens. O levantamento das necessidades de formação é realizado anualmente, sendo esboçado um plano de formação, ainda não articulado com os demais documentos estruturantes, que sistematiza as propostas do pessoal docente e não docente. No entanto, a formação realizada decorre da disponibilidade do Centro de Formação do Montijo e Alcochete e dos profissionais que, por iniciativa própria, realizam formação em instituições vocacionadas para o efeito. No caso dos docentes, tem incidido em áreas didáticas e científicas específicas e, no caso dos não docentes, tem-se centrado em questões de atendimento ao público, sendo a utilização das tecnologias de informação e comunicação uma área comum. Ao nível interno, apenas se realizaram ações de formação esporádicas, dinamizadas por intermédio de alguns parceiros do Agrupamento na educação especial e na educação para a saúde. Com efeito, não estão implementadas práticas de formação que rendibilizem a partilha entre pares nem a utilização do capital humano do Agrupamento, com enfoque nas necessidades identificadas pelos profissionais como prioritárias para o melhor desempenho das suas funções. O Agrupamento possui bons circuitos de comunicação, que permitem agilizar os contactos e o envio de materiais entre os diferentes órgãos de administração e gestão e estruturas de coordenação educativa e supervisão pedagógica, com recurso preferencial às tecnologias de informação e comunicação, designadamente ao correio eletrónico. O site do Agrupamento é um veículo cuja ampla informação é de fácil acesso para pais e encarregados de educação, bem como para a comunidade educativa em geral. 8

AUTOAVALIAÇÃO E MELHORIA O Agrupamento conseguiu, nos últimos anos, alguns progressos numa tentativa de superação de um dos pontos fracos indicados no relatório da Avaliação Externa das Escolas, como o demonstra o relatório de autoavaliação e o texto de apresentação para a presente avaliação externa. Na verdade, a disponibilidade e o interesse da equipa de autoavaliação na recolha e tratamento sistemático de dados, designadamente relativos a resultados escolares, constituiu uma base importante para o diagnóstico da organização. Esta tarefa permitiu um bom exercício de formação em contexto e possibilitou a elaboração do relatório de autoavaliação, cuja divulgação urge fazer à comunidade educativa, de forma a ser discutido, analisado e apropriado por todos. A falta de concertação entre órgãos e estruturas e de coerência e articulação entre os documentos estruturantes não tem conduzido à ação, ou seja, à conceção, realização e avaliação de planos de melhoria (relatório da Avaliação Externa das Escolas, 2008), que garantam a sustentabilidade do progresso. Tal poderia ser evitado se existisse um projeto de autoavaliação envolvendo a comunidade educativa, focalizado nas áreas prioritárias do projeto educativo, tendo consequências no processo de ensino e de aprendizagem. É de salientar que da autoavaliação desenvolvida decorreram algumas decisões, que conduziram a melhorias, nomeadamente no âmbito dos percursos curriculares alternativos, da educação pré-escolar e da direção de turma e respetivos projetos curriculares. Contudo, estas ações não têm obedecido a um plano intencional e sistemático, o que não permite o seu desenvolvimento, numa perspetiva estratégica, focada e progressiva, de forma a tornar-se um instrumento de gestão do Agrupamento. Foram também reconhecidas algumas ações de autoavaliação levadas a cabo pelo conselho geral, que pelas razões já referidas não têm sido consequentes, ou seja, das conclusões não surtiram ações que alterassem os problemas detetados. Reconhece-se que a motivação da equipa de autoavaliação, no que respeita à divulgação do seu relatório e ao cumprimento das metas estabelecidas no Programa 2015, e a tão desejada concertação entre os diferentes órgãos e estruturas, conjugados com a participação de toda a comunidade educativa, poderão ser indicadores de práticas de autoavaliação sistemáticas e abrangentes, devidamente integradas num projeto. Em resumo, o Agrupamento apresenta uma maioria de pontos fortes nos campos em análise, em resultado de práticas organizacionais generalizadas e eficazes. As atuações positivas são a norma e a ação desenvolvida tem vindo a ter impacto positivo na organização, pelo que a classificação do domínio em análise é de BOM. 9

4 PONTOS FORTES E ÁREAS DE MELHORIA A equipa de avaliação realça os seguintes pontos fortes no desempenho do Agrupamento: Trabalho realizado na educação pré-escolar, no âmbito da avaliação do desenvolvimento global das crianças e da gestão do currículo, de forma a promover o sucesso das suas aprendizagens; Práticas desenvolvidas no âmbito do currículo com os alunos do 1.º ciclo que têm proporcionado melhoria no processo de ensino e de aprendizagem; Construção dos projetos curriculares de grupo e de turma, adequando as estratégias e contextualizando as atividades, numa perspetiva de articulação horizontal; Empenho e dedicação dos profissionais da equipa multidisciplinar, no âmbito da educação especial, nomeadamente das unidades de multideficiência, como recursos concelhios. Trabalho desenvolvido pelos diretores de turma com os alunos e respetivas famílias, facilitando a integração daqueles e prevenindo situações de abandono; Oferta educativa diferenciada, potenciadora de aprendizagens em diferentes áreas, com o objetivo de motivar e envolver os alunos. A equipa de avaliação entende que as áreas onde o Agrupamento deve incidir prioritariamente os seus esforços para a melhoria são as seguintes: Identificação dos fatores determinantes do sucesso e do insucesso, essenciais aos processos de ensino e de aprendizagem, com reflexos na implementação de ações de melhoria e impacto nos resultados escolares; Definição de medidas adequadas e adoção de uma estratégia partilhada por todos os profissionais, para prevenir e resolver com eficácia as situações de indisciplina; Construção de um projeto curricular de agrupamento que promova o desenvolvimento sequencial e articulado do currículo, bem como a ação concertada dos docentes em áreas prioritárias; Generalização do uso de estratégias de diferenciação pedagógica, sobretudo nos 2.º e 3.º ciclos, a fim de adequar os processos de ensino e de aprendizagem às necessidades dos alunos; Criação de um projeto de autoavaliação, envolvendo a comunidade educativa, conducente à construção de planos de melhoria, que garantam a sustentabilidade do progresso. 10