Este catálogo é parte integrante da EXPOSIÇÃO - DOAÇÕES RECENTES Adriane Rivero Bassano Vaccarini Francisco Amêndola Fúlvia Gonçalves Lasar Segall Odetto Guersoni Odilia Mestriner Pedro Manuel-Gismondi OBRAS RESTAURADAS - ACERVO Leonello Berti MARP - Museu de Arte de Ribeirão Preto De 05 de dezembro de 2002 a 19 de janeiro de 2003 Bafe-popo - Artistas / Doações: Dia 07/12/02, às 10:00 horas, no MARP Conversa com artista - Com o crítico Ricardo Resende: Dia 07/12/02, no MARP Neste evento, doze artistas conversarão individualmente com o crítico Ricardo Resende para análise de produções de arte ou projetos. Esta iniciativa dará início às atividades do 28 SARP - Salão de Arte de Ribeirão Preto Nacional-Contemporâneo / 2003, numa aproximação do artista local e sua produção, com a crítica especializada. Pr o j e t o MARP 10 A N O S / 1 9 9 2-2 0 0 2
EXPOSIÇÃO - DOAÇOSS OBRAS RESTAURADAS - Concepção, Expografia, Programação Visual e Projeto Gráfico GABRIEL FIGUEIREDO NILTON CAMPOS Pesquisa ADRIANA GUIMARÃES DAICI CERIBELLI ANTUNES DE FREITAS GABRIEL FIGUEIREDO NILTON CAMPOS Apoio Montagem ADRIANA GUIMARÃES FERNANDO CARVALHAL MARIA A. GOULART MARIA REGINA F. LUZ MARIA INÊZ PELOSI SÉRGIO NUNES RECENTES ACERVO Prefeito Municipal de Ribeirão Preto GILBERTO MAGGIONI Secretário Municipal da Cultura GALENO AMORIM Diretor Administrativo MISAEL DENTELLO Coordenação de Artes Plásticas / MARP NILTON CAMPOS Assessoria (MARP) ADRIANA GUIMARÃES Revisão Textos VALNEI ANDRADE Fotolito GRAPHOART Impressão GRÁFICA ROCHEDO Adesivos de Recorte e Banners STYLUS SIGNS Imagem Digitalizada DTP Este catálogo tem tiragem de 800 exemplares Dezembro / 2002 Agradecimentos ADRIANE RIVERO ARQUIVO HISTÓRICO DE RIBEIRÃO PRETO ASSOCIAÇÃO CULTURAL DE AMIGOS DO MUSEU LASAR SEGALL COMPANHIA DE BEBIDAS IPIRANGA DAICI CERIBELLI ANTUNES DE FREITAS EDGAR PAG NANO FRANCISCO AMENDOLA E FAMÍLIA FÚLVIA GONÇALVES GABRIEL FIGUEIREDO MARIA EUTERPE G. NOGUEIRA (em memória) ODILLA MESTRINER PEDRO DANIEL PENHA E FAMÍLIA RICARDO RESENDE VALNEI ANDRADE VITAE FUNCIONÁRIOS MARP
10 ODILLA MESTRINER Figuras - Composição Mutável I, 1 974 Acrílica sobre tela colada 106 x 141 cm Obra exposta no Panorama de Arte Atual Brasileira do Museu de Arte Moderna de São Paulo, em 1974. DOAÇÃO DA ARTISTA
CONSTRUINDO O ACERVO Essa exposição traz obras d o a d a s que vêm enriquecer o acervo do MARP com artistas importantes que representam uma p l u r a l i d a d e de expressões; mostra t a m b é m a l g u m a s obras de Leonello Berti que f o r a m c u i d a d o s a m e n t e restauradas. A série pertence a u m a coleção maior d o a d a pela f a m í l i a do pintor, por o c a s i ã o de s u a morte prematura. A d o a ç ã o se deu g r a ç a s ao e m p e n h o de a l g u m a s pessoas que c o n h e c i a m a importância da coleção para a cidade. A l g u m a s obras d o a d a s recentemente são muito importantes porque f a z e m parte d a i c o n o g r a f i a p r o d u z i d a em Ribeirão Preto num período de m u d a n ç a s na arte da c i d a d e e região: a p a s s a g e m da arte tradicional e a c a d ê m i c a para a arte m o d e r n a. O movimento, no sentido da arte m o d e r n a, se iniciou com a c h e g a d a de L a z z a r i n i na d é c a d a de cinqüenta para dar a u l a s na Escolinha do Bosque. O d i l l a Mestriner, jovem artista que iniciava s u a carreira, encontrou abertura para as idéias novas de Lazzarini. R e c é m - c h e g a d o a Ribeirão Preto, em 1 9 5 6, B a s s a n o Vaccarini se juntou a L a z z a r i n i e c r i a r a m o " N ú c l e o de Artes Plásticas" que depois viria ser a Escola de Artes Plásticas de Ribeirão Preto. A Escola de Artes Plásticas atraiu para a c i d a d e muitos artistas de i d e o l o g i a m o d e r n a. O primeiro foi Francisco A m ê n d o l a, no final da d é c a d a de cinqüenta; depois v i e r a m outros (década de sessenta), como Silvio Pléticos, Pedro M a n u e l - G i s m o n d i, Trindade Leal, Wesley D u k e Lee, C a r l o s F a j a r d o e Baravelli e Leonello Berti. A l g u n s f i c a r a m pouco tempo, mas d e i x a r a m a s u a contribuição. O u t r o s se e s t a b e l e c e r a m aqui e d e r a m u m a g r a n d e contribuição, como Vaccarini, Pedro M a n u e l e Berti. Leonello Berti veio de Florença para o Rio de J a n e i r o em 1 9 5 7. D e p o i s foi c o n v i d a d o por Pedro M a n u e l G i s m o n d i para lecionar na Escola de Artes Plásticas de Ribeirão Preto, em 1 9 6 6, p e r m a n e c e n d o em Ribeirão Preto até s u a morte em 1 9 7 6. O s anos sessenta f o r a m de intensa atividade no c a m p o das artes na cidade. Em 1 9 6 3, Pedro M a n u e l afi rmou [que Ribeirão Preto é] "promissor centro cultural em e x p a n s ã o e pioneira incontestável no movimento de r e n o v a ç ã o artística". Pedro Manuel tinha r a z ã o porque em 1 9 6 0 foi i n a u g u r a d a a G a l e r i a de Artes Plásticas da Escola das Artes Plásticas com u m a palestra de W o l f g a n g Pfeiffer. Era o primeiro e s p a ç o permanente a receber obras modernas. Participaram da exposição i n a u g u r a l a l u n o s e professores, entre eles, Thirso C r u z. Vaccarini e Rubens Francisco Lucchetti f a z i a m c i n e m a abstrato com a participação de Toni M i y a s a k a e Mário Moreira C h a v e s. Em 1961 n a s c e u a Primeira S e m a n a de Artes Plásticas que era a n u a l e promovia conferências e exposições de arte m o d e r n a. Em 1 9 6 3, foram expostas na Terceira S e m a n a obras do Acervo do M A C - U S P ( O b r a s de Tarsila do A m a r a l, De Fiori, Volpi, Di C a v a l c a n t i, Malfatti, S e r p a, Boccioni, C h a g a l l e de Arp) e u m a conferência c o o r d e n a d a por Walter Z a n i n i que comentou as obras. Também no mesmo a n o, vários artistas de Ribeirão Preto, B a s s a n o V a c c a r i n i, Francisco A m ê n d o l a, Fúlvia G o n ç a l v e s, H i l d a S o a r e s da Silva, Regina Stela G o n ç a l v e s e C i d Bernardo participaram do S a l ã o de Belas Artes de A r a r a q u a r a e muitos foram premiados. A p ó s essa participação nasceu a idéia de r e a l i z a ç ã o de um S a l ã o de Arte em Ribeirão Preto. Em 1 9 6 4, os artistas deste g r u p o f i z e r a m v á r i a s exposições em S ã o Paulo; em 1 9 6 5, o r g a n i z a r a m o G r u p o Ribeirão ( O d i l l a Mestriner, A d e l a i d e S a m p a i o, A m ê n d o l a, V a c c a r i n i, Pléticos). Um novo e s p a ç o foi i n a u g u r a d o - a G a l e r i a 4 Artes. 13
ODILIA MESTRINER ''Nasceu e reside em Ribeirão. Como autodidata começa a pintar bem jovem. Em 1955 e 1 956 freqüenta a Escola Municipal de Belas Artes de Ribeirão Preto. Sozinha inicia-se na pesquisa de trabalhos gráficos." [Catálogo Odila Mestriner, Paço das Artes, São Paulo] "Metódica e disciplinada, Odilla Mestriner vem passando por gerações de artistas com uma obra vigorosa e equilibrada. Esteve em várias Bienais de São Paulo, a V, a VI, a VII, VIII, a IX, a X e a XII (...). Ela esteve também nos Panoramas da Arte Brasileira, organizados pelo Museu de Arte Moderna de São Paulo em suas versões de 1971, 1974, 1977 e a de 1 980. (...) Que presença é essa, no contexto artístico nacional, em uma época que abrange, principalmente, dos anos cinqüenta até os anos setenta? E vai além. Muito já foi escrito sobre Odilla Mestriner e soaria redundante se eu tentasse nesse texto, ser mais um crítico ou historiador a dizer mais sobre sua obra. Trata-se de uma artista, dona de uma obra vigorosa, carregada de energia sensorial e emoções, que no início, aparentavam estar reprimidas para depois se abrirem e explodirem em vibrações cromáticas. Mas tudo, tudo de forma muito ordenada. A ordenação de um repertório que beira ao estranhamento, tamanha a obsessão à procura da perfeição, na expressão máxima da forma, na firmeza do traço dos desenhos, no uso sensível da cor, na organização espacial pictórica e matérica, no uso do material artístico (...) e na busca do esgotamento temático entre o homem e a natureza que a cerca.(...)" [Ricardo Resende, A arte de Odilla Mestriner, catálogo da exposição Odilla Mestriner - Dois momentos / Um espaço, MARP - Museu de Arte de Ribeirão Preto, agosto de 2002] PEDRO MANUEL-GISMONDI Nasceu em Sanremo - Itália, em 1 925. Em 1 950 começa a pintar sob orientação de Nita Manuel-Gismondi e neste mesmo ano vem para o Brasil. Em 1 951 segue os conselhos de Enrico Bianco sobre expressão e teoria da pintura. "(...) Dedicou-se à crítica de arte e à fotografia, escreveu sobre Arte Brasileira focalizando principalmente artistas barrocos e modernos como Aleijadinho, Manuel da Costa Athayde, Goeldi, Grassmann, Van Aker e os grupos de Campinas e Ribeirão Preto. Participou de vários salões, sendo premiado. Realizou onze exposições individuais. Citado por P.M. Bardi, Pontual e pela enciclopédia Delta Larousse." [Convite da exposição artistas de ribeirão no acervo do sesc, 1 8 de novembro de 1 985, SESC Ribeirão Preto] "(...) Pedro Manuel é um artista que vê a paisagem individualmente, imaginariamente, e trava com ela um diálogo essencial. Pedro Manuel-Gismondi encontra-se neste confronto. A sua paisagem é matizada, crepuscular, imaginária, ousadamente inventada, aventurosamente individual e única. Este confronto de Pedro Manuel-Gismondi com a paisagem e este encontro com seu fluir é precioso para todos nós, pois nos permite, pelo nosso lado, este enriquecedor encontro com a arte e a vitalidade." [Jacob Klintowitz, São Paulo, março de 1982, catálogo da exposição Descaminhos, Galeria Blue Art São Paulo, 1 0 de março de 1987] LEONELLO BERTI "(...) Nasceu em Florença, no Bairro do 'Carmine', dia 15 de julho de 1 927. Cumpriu os estudos na cidade natal, freqüentando o atelier de Ottone Rosai, cuja influência permaneceu algum tempo em sua pintura. (...) Da análise das obras dos grandes mestres extraiu sua lição própria e original, fixando-se principalmente em Tiépolo, Goya, Daumier e Rouault, mas observando cuidadosamente artistas como Picasso, Morandi e muitos outros contemporâneos. Chegou ao Brasil em fins de 1957 (...). No Brasil realizou várias exposições individuais, na Petite Galerie, na Piccola Galíeria do Instituto Italiano de Cultura, no Sobradinho e outras, no Rio de Janeiro; em São Paulo na Galeria Ambiente e Seta. Foi considerado artista revelação do ano de 1961 pela comissão permanente da Piccola Galleria. Recebeu medalha de ouro, na II Bienal Interamericana do México, em 1 959. Em 1 966 instalou-se em Ribeirão Preto, onde foi convidado por mim a fim de dar aulas de pintura, na Escola de Artes Plásticas, recentemente reformada. Devido à convivência com o pintor, escultor e ensaísta José Antônio Van Acker, a partir de 1 972 começou a talhar cabeças em madeira, que inseria como personagens de sua pintura, desenvolvidos numa visão expressionista-realista.!...)" [Pedro Manuel- Gismondi, convite da exposição Leonello Berti, dezembro 1 977, Museu de Arte de São Paulo] Faleceu em 1 976, em Ribeirão Preto. 20