CENTRO NACIONAL DE APRENDIZAGEM CENAP CURSO TÉCNICO EM RADIOLOGIA CLAUDINEI DOS SANTOS BICALHO TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA



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CENTRO NACIONAL DE APRENDIZAGEM CENAP CURSO TÉCNICO EM RADIOLOGIA CLAUDINEI DOS SANTOS BICALHO TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA CASCAVEL 2010

CLAUDINEI DOS SANTOS BICALHO TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA Artigo apresentado no Centro de Educação Profissional CENAP, para conclusão de curso. Orientadora: Carolyne Doneda CASCAVEL 2010

CENTRO NACIONAL DE APRENDIZAGEM CENAP CURSO TÉCNICO EM RADIOLOGIA CLAUDINEI DOS SANTOS BICALHO TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA Cascavel, 29 / 11 / 2010 Orientadora: Carolyne Doneda Silva Banca 1: Lúcia Banca 2: Keila

SUMÁRIO 1.INTRODUÇÃO...5 2.PRINCÍPIO FÍSICO...6 3. SISTEMA TOMOGRÁFICO...7 4. PORTAL...7 5. CABEÇOTE...8 6.TOMÓGRAFOS (primeira, segunda e terceira geração)...8 7..ESCALA DE HOUNSFIELD...10 8. ARTEFATOS DE IMAGENS DE TC...11 9.PLANOS DE CORTE...11 10.LINHAS DE REFERÊNCIAS...11 12 FATORES TÉCNICOS (Parâmetros)...12 13.REALIZAÇÃO TÉCNICA...13 13.1.Sistema de Rotação-Translação de detetor simples...13 13.2.Sistema de Rotação-Translação de múltiplos detetores...13 13.3.Sistema de rotação com detetores móveis...14 13.4.Sistema de rotação com detetores fixos...14 13.5. Sistema de rotação helicoidal...14 14. SENSORES DE RAIOS-X...15 15. FORMAÇÃO DO TOMOGRAMA...15 15.1 Representação da imagem...15 16. RECONSTRUÇÃO DA IMAGEM...16 17. DISCUSSÃO...17 18. CONCLUSÃO...17 19. BILIOGRAFIA...18

5 TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA *Claudinei dos Santos Bicalho **Carolyne Doneda RESUMO A evolução da informática possibilitou um grande avanço das técnicas de obtenção de imagens para avaliação de estados clínicos. A Tomografia Computadorizada (TC) é um método que permite avaliar uma determinada região anatômica com o uso de radiação ionizante associada á um sistema digitalizador de imagens, que, através de logaritmos, transforma matrizes numéricas em pequenas unidades de imagem chamadas pixels, que podem ser visualizadas em um monitor.consistindo de várias partes, o equipamento de TC deve estar instalado dentro de uma sala devidamente preparada de acordo com normas específicas.o tipo de protocolo adotado para a obtenção da imagem varia de acordo com a gravidade da patologia, sendo, na maioria das vezes, observado um protocolo padrão de obtenção de imagens para cada parte do corpo. Palavras-chave: Tomografia Computadorizada, equipamento, método. 1.INTRODUÇÃO Nos últimos 40 anos nenhum outro avanço na área de raios X diagnóstico foi tão significativo quanto o desenvolvimento da tomografia computadorizada (TC). Já no final da década de 1950, os componentes para a construção de um TC estavam disponíveis para médicos e engenheiros. Porém, somente em 1967, o processo tomográfico como um todo foi apresentado pelo engenheiro britânico Godfrey Hounsfield. Hounsfield trabalhava na empresa britânica EMI Ltda quando foram montados os primeiros TC para teste. Outro que ajudou no desenvolvimento do tomógrafo computadorizado foi o sul-africano Allan M. Cormack, que desenvolveu a matemática necessária para a reconstrução das imagens tomográficas. Cormack e Hounsfield foram agraciados com o Prêmio Nobel de Medicina no ano de 1979 por suas contribuições para o desenvolvimento do Tomógrafo Computadorizado. A palavra tomografia vem do grego tomos (seção) + grafia. Tomografia, portanto, refere-se a qualquer técnica que permita a visualização da seção transversal de um objeto. Assim, a tomografia é um tipo de ensaio não-destrutivo, possibilitando apresentar o interior de um corpo sem a necessidade de abrí-lo. (VÉLEZ, 2004). O presente artigo tem como objetivo apresentar a tomografia computadorizada, seus princípios de funcionamento e suas aplicações. A metodologia utilizada é a de revisão bibliográfica e a hipótese abordada é a de que a tomografia é menos agressiva para o paciente do que a radiologia convencional.

6 Num primeiro momento o artigo apresentará a tomografia computadorizada em seus aspectos materiais, a constituição do tomógrafo, meios de obtenção da imagem tomográfica e demais aspectos. Apresentado o equipamento e a técnica utilizada, bem como os meios de contraste utilizados, passa-se a discorrer sobre os riscos e os benefícios deste método imaginológico. 2. PRINCÍPIO FÍSICO Podemos definir a TC mediante os RX, como um método de medida das densidades radiológica dos volumes de um corte. Esse método radiológico precisa ser auxiliado por uma imagem radiológica convencional (NASCIMENTO, 1996). Os tomógrafos estudam as atenuações que o RX sofre ao passar pelo corpo. Os estudos das atenuações se realizam sobre o feixe de RX fino, definido por uma colimação aplicada no RX que vai até o detector de RX.( SUTTON D, 2003). Os detectores se constituem com cristais de cintilação e câmaras de ionização que permite quantificar as medidas. Sua sensibilidade é extremamente maior que a película do filme radiográfico. Os detectores e a fonte de RX ficam situados em um equipamento fixo, que define um plano para detectar as ondas de RX. Quando o objetivo que se quer estudar se colocar na direção do raio, o dispositivo proporciona uma medida de atenuação radiante desse objeto. (SANTOS A., 2010). Mediante detectores se obtém uma série de medidas de atenuações resultantes dos raios X que atravessam o corpo. A soma dessas projeções não basta para reconstrução do corte. São necessárias enumeras projeções. Por um movimento de rotação do conjunto em torno do maior eixo do objeto examinado permite registrar uma série de projeções de atenuações (perfil) que resultam no raio atravessando no mesmo corte em distintas direções. 3. SISTEMA TOMOGRÁFICO Pode se dizer que o tomógrafo de forma geral, independente de sua geração, é constituído de três partes: A) portal. B) eletrônica de controle; C) console de comando e computador.

7 Estes seriam os itens mais complexos e, com certeza, os que requerem um maior cuidado por serem os mais caros. Há também uma tendência em se reduzir o tamanho e simplificar os componentes que integram um sistema tomográfico, o que acabará reduzindo as partes do sistema aos três itens citados. ( SUTTON D, 2003). 4. PORTAL O portal (gantry em inglês) é o maior componente de um sistema tomográfico e o que mais impressiona. Pelo seu tamanho e imponência, pelo fato do paciente ficar envolvido por ele durante o exame e por não enxergarmos o movimento do cabeçote e dos detectores, há sempre um fascínio sobre seu funcionamento. O portal é uma estrutura mecanicamente complexa, porém de funcionamento elétrico não diferente de um equipamento de raios X convencional. Basicamente, o que encontramos por trás da cobertura do portal é um cabeçote contendo a ampola de raios X típica: ânodo giratório, refrigerado a óleo ou água, filamento simples ou duplo e pista anódica. (SANTOS A., 2010). Os detectores de raios X são colocados diametralmente opostos ao cabeçote e encontram-se presos à mesma estrutura mecânica para que ambos possam girar simultaneamente. Engrenagens reforçadas e motores elétricos garantem precisão e velocidade ao sistema de rotação. O posicionamento angular do cabeçote em relação ao paciente é informado por sensores de posição que repassam a informação de forma digital para o computador. Além do movimento interno giratório, o portal também pode inclinar-se (até 30o) para frente ou para trás, permitindo cortes oblíquos na anatomia do paciente. Para isso, todo o conjunto é sustentado por dois suportes, um de cada lado, onde encontram-se motores ou pistões hidráulicos que realizam a inclinação. 5. CABEÇOTE O cabeçote de um tomógrafo é idêntico ao de um equipamento de raios X convencional: ampola com ânodo giratório, copo catódico, refrigeração, filtragem, etc. Porém, devido ao funcionamento constante do tubo durante um exame, existe a necessidade de um sistema de refrigeração eficiente. Vale lembrar, que no tubo de raios X, 99% da energia gerada é transformada em calor e apenas 1% é convertida em fótons. No tomógrafo, todo este calor é gerado durante alguns segundos de funcionamento, o que resulta num produção de calor de 1.000 a 10.000 vezes mais

8 do que um tubo de raios X convencional, que funciona durante tempos menores que 1 segundo (NÓBREGA, 2005). 6. TOMÓGRAFOS (primeira, segunda e terceira geração). Desde a construção dos primeiros protótipos, os tomógrafos seguiram uma linha evolutiva, passando por diversas concepções e progressivos aperfeiçoamentos. Os primeiros tomógrafos eram extremamente lentos, levando várias horas ou até mesmo dias para adquirir um número suficiente de projeções. Os tomógrafos atuais aquisicionam dados e reconstroem imagens e estruturas tridimensionais em segundos. A primeira geração de tomógrafos utilizava apenas um detector. O detector era transladado em conjunto com a fonte de raios X de forma a adquirir uma projeção. Em seguida, o sistema era girado de um pequeno incremento angular. O processo de translação era então repetido para obter a projeção seguinte. O feixe de raios X da primeira geração é chamado de pencil beam (feixe em forma de lápis). Devido ao uso de apenas um detector, os tomógrafos de primeira geração possuem as seguintes vantagens: A- Baixo custo; B- Processos de varredura e aquisição simples; C-Algoritmo de reconstrução de imagens simples; d- Maior qualidade de imagens devido ao uso de um único detector, não existindo pequenas variações entre um detector e outro; Entretanto, esta geração apresenta as seguintes desvantagens; a- Processo de varredura muito demorado; b- Apenas uma fatia é coletada a cada varredura. A segunda geração de tomógrafos de raios X caracteriza-se por utilizar vários detectores dispostos de forma linear. Esta geometria é chamada de feixe em leque estreito. O feixe de raios X em leque geralmente forma um pequeno ângulo (em torno de 10 ). Nesta configuração, o conjunto de detectores realiza várias medidas simultaneamente. Ainda são necessários movimentos de translação e rotação para varrer toda a extensão do objeto. No entanto, devido ao uso de vários detectores, o incremento angular a cada rotação é maior, resultando em um número menor de rotações por varredura. Assim, a principal vantagem desta geometria em relação à

9 primeira geração de tomógrafo é o seu menor tempo de coleta de dados.( MELLO JUNIOR C., 2010). Os tomógrafos de segunda geração apresentam duas principais desvantagens: a- Geralmente existem pequenas variações entre as respostas dos detectores. Este fator, se não corrigido por software, causa artefatos nas imagens finais; b- Como o raio interno do feixe de raios X deve tocar a superfície do objeto no início e no final de cada translação, dados inúteis são sempre coletados no processo de varredura. (HOXTER, Erwin A., 1977). A terceira geração de tomógrafos, assim como a segunda, emprega vários detectores. Entretanto, esta configuração utiliza um número maior de detectores, de maneira a cobrir toda a seção transversal do objeto em análise. Os detectores são dispostos ao longo de um arco de circunferência com centro na fonte de raios X. A terceira geração requer apenas um movimento de rotação para a coleta de dados. Portanto, em relação à primeira e à segunda gerações, a terceira geração apresenta como principais vantagens um sistema mecânico mais simples e um menor tempo de varredura.( MELLO JUNIOR C., 2010). O número fixo e maior de detectores de um sistema tomográfico de terceira geração traz algumas desvantagens: A- O diâmetro máximo do objeto a ser escaneado é limitado pelo número de detectores. Isto não acontecia na primeira e na segunda geração, graças ao movimento de translação empregado por estas configurações; B- Quando objetos menores são escaneados, é coletada certa quantidade de dados inúteis, já que o feixe em leque cobre uma área maior; C- O espaçamento entre cada raio de uma projeção é fixado e limitado pelo número de detectores; D- Diferenças de resposta entre um detector e outro causam artefatos em forma de circunferência; E- Em relação às gerações anteriores, este sistema é mais caro devido ao maior número de detectores empregados. (Manuais de Fabricantes: Philips, General Electric e Siemens, 2003).

10 7. ESCALA DE HOUNSFIELD È uma escala que vai do preto ao branco, variado tonalidades de cinza. Essas tonalidades de cinza são adquiridas medida que o computador as cataloga com o seu valor de atenuação das diferentes estruturas, com diferentes densidades de mesma.para cada estrutura haverá um valor de atenuação Imagens muito brancas são chamadas hiperdensas. As com tons quase preto serão hipodensas e as que se apresentarem com mesma densidade de alguns órgãos são denominadas isodensas (MELLO JUNIOR C., 2010). 8. ARTEFATOS DE IMAGENS DE TC Os artefatos podem ocorrer causados pelo movimento do paciente e às vezes ocorrem durante o corte do exame. Geralmente tais artefatos são gerados pela respiração do paciente ou pelos movimentos peristálticos do intestino (em alguns casos utilizam-se antiespasmódico) (NÓBREGA, 2005). Ocorrem artefatos ocasionados por contrastes de Bário no estômago ou no intestino, de grampos metálicos usados em cirurgia, em regiões de interface com pontas de ossos, em casos onde a região de interesse estiver fora da região do FOV e nos casos dos suportes estarem sujos de contraste. ( MELLO JUNIOR C., 2010). 9. PLANOS DE CORTE São linhas imaginárias que adotamos para localizar a região de estudos, no espaço anatômico. Estes planos estão relacionados com os planos de posição anatômica. Plano mediano é um plano vertical que divide o corpo em metade direita e esquerda, ela passa aproximadamente pela sutura sagital do crânio e, por esse motivo, qualquer plano que passe por ele tem o nome de plano sagital. Os planos frontais são planos verticais que passam também dos pés a cabeça, mas estão em ângulos retos frontais com o plano sagital. Mesmo que apenas um deles passe pela sutura coronal recebe o nome de plano coronal. O plano horizontal refere-se a qualquer plano que divide o corpo em porção superior e inferior (SUTTON D., 2003).

11 10. LINHAS DE REFERÊNCIAS São linhas imaginárias e simbolizadas através do diafragma (luz de referência) de cada equipamento, para utilizar essas linhas com perfeição é necessário ter um bom conhecimento anatômico, pois essas linhas limitam e dividem todas as regiões e serem examinadas no corpo humano (NÓBREGA, 2005). CABEÇA Três linhas aparecem como opção para fazer simetria com as estruturas internas e externas da cabeça, são elas: A) Linha supra orbito meatal; B) Linha orbito meatal; C) Linha infra orbito meatal. TRONCO Manúbrio external, mamilos, apêndice xifóide, cicatriz umbilical. MEMBROS Ao nível das articulações. (NASCIMENTO, 1996). 11. POSICIONAMENTOS Herdado da radiologia convencional. O posicionamento da tomografia segue os mesmos parâmetros ex: AP (Antero Posterior), variando apenas na posição coronal paciente decúbito ventral ou dorsal (para ver as estruturas da frente). 12. FATORES TÉCNICOS (PARÂMETROS) Para que possamos realizar em exame de TC é necessário trabalhar alguns parâmetros de acordo com cada equipamento: A) ma corrente do tubo de 55 à 200mA B) Kv Variam entre 80 à 130 C)S (tempo) Variam de acordo com o tempo de corte em cada equipamento de 0.5 até 6.0 s D)Espessura de corte De 1 a 10 mm. E)Incremento ou avanço (andar da mesa) è o espaçamento em que a mesa se desloca a critério do operador. F)FOV Campo de visão ou área de espaço determinado para cada estrutura limitando e as detalhando, as bordas variam entre120 a 480 mm. G)SCOUT Raios-X digital da região a ser tomográfada em perfil. (HOXTER, 1977).

12 13. REALIZAÇÃO TÉCNICA A atenuação dos raios X pelos tecidos humanos é medida por detetores que são alinhados atrás do paciente, opostamente a fonte de raios X. Existem basicamente 5 tipos diferentes de sistemas de varreduras para tomógrafos computadorizados: 13.1 Sistema de Rotação-Translação de Detetor Simples Uma radiação X de feixe muito estreito varre o corpo em meia volta (180 o ) com passo de 1 o. A intensidade do faixe é medida por um único elemento detetor. Após cada incremento angular, uma translação linear é realizada enquanto o raio atravessa o corpo. O processo todo leva alguns minutos para completar cada corte. 13.2 Sistema de Rotação-Translação de Múltiplos Detetores Uma linha de detectores, com 5 a 50 elementos, está localizada opostamente a fonte de raios X.Um feixe ou leque de raio reduz o número de incrementos angulares necessários para a varredura. As varreduras são feitas em passos de 10 o que correspondem ao ângulo de abertura do leque. O tempo mínimo para a varredura está entre 6 e 20 segundos para cada corte. Este é um tomógrafo da 2a geração. 13.3 Sistema de rotação com detetores móveis Na evolução da construção dos tomógrafos, os aperfeiçoamentos levaram ao aparecimento da 3ª geração de aparelhos, onde o feixe de raios X emitido possui uma abertura muito ampla. Opostamente a fonte emissora, uma linha de 200 a 1000 detectores dispostos em ângulo recebe a radiação após esta penetrar todo o corpo do paciente. Os tempos de processamento destes aparelhos estão na faixa entre 1 e 4 segundos por corte. São os mais utilizados atualmente, mesmo em aparelhos modernos, devido a sua relação custo/benefício. 13.4 Sistema de rotação com detetores fixos Os tomógrafos de 4a geração são aqueles construídos com detectores distribuídos ao longo dos 360o. A fonte de radiação gira em torno do arranjo de

13 detectores que pode ter entre 800 e 4000 sensores. O tempo de varredura está entre 1 e 3 segundos. Um exame completo de tórax ou abdômen pode não atingir 1 minuto (VÉLEZ H.A., ROJAS W. M., BORRERO J. R., RESTREPO J. M. T., 2004). 13.5 Sistema de rotação helicoidal Considerado de 5 a geração, a tomografia helicoidal não difere dos seus antecessores em termos de funcionamento geral. O sistema utilizado é o de rotação total da ampola, sendo que os detetores podem ser móveis ou fixos (3 a e 4 a geração). A diferença está no movimento da mesa com o paciente. Nas gerações anteriores, a mesa do paciente movia-se após a ampola terminar a aquisição do corte (após 360 o de rotação), posicionando-se então para o novo corte. Assim, o movimento da mesa era intermitente, entre os cortes. (EISENBERG, 1992). Com a capacidade computacional dos novos tomógrafos, a aquisição de dados é contínua, de forma que a ampola permanece girando enquanto a mesa permanece movimentado-se. Neste processo, não há mais a aquisição de dados por corte, mas sim de forma ininterrupta. Os cortes só aparecem para o técnico, pois o computador tratará as informações recebidas de forma a montar as imagens requisitadas pelo médico. É o sistema mais rápido que existe, capaz de realizar uma tomografia inteira de coluna em poucos segundos. (EISENBERG, 1992). 14. SENSORES DE RAIOS X Os detectores eletrônicos de raios X utilizados nos tomógrafos computadorizados devem possuir três características importantes: A) uma alta eficiência para minimizar a dose no paciente; B) estabilidade ao longo do tempo; C) ser insensível as variações de temperatura dentro do portal. (SUTTON D., 2003). A eficiência do sensor é uma função de três componentes básicos durante a sua construção: geometria, captura do fóton e conversão do sinal. Cada fabricante procura alterar a construção de seus detetores visando melhorar uma destas características para obter uma eficiência total adequada. A forma de ajuste desses

14 pontos são considerados segredos industriais, pois os sensores são fundamentais para definir a qualidade da imagem tomográfica produzida. (EISENBERG, 1992). 15. FORMAÇÃO DO TOMOGRAMA 15.1 Representação da imagem Para melhor compreensão de como é gerado um tomograma, primeiro se faz necessário entender como o computador trabalha com a imagem. A imagem que é apresentada ao técnico ou ao radiologista, seja no monitor ou seja no filme, é formado pela diferente coloração em níveis de cinza de milhares de pontos. Assim, como ocorre no televisor, a imagem obtida do corte da anatomia é na realidade um conjunto de pontos com tons diferentes (SUTTON D., 2003). É como se a imagem fosse dividida em uma matriz de N x N pontos. Atualmente, a imagem tomográfica é gerada com matrizes a partir de 256 x 256 pontos, passando por 320 x 320 até 512 x 512 pontos (PANELLA J., 2006). Equipamentos mais modernos chegam a trabalhar com matrizes de 1024 x 1024 pontos, o que significa dividir a imagem em mais de 1 milhão de pontos. E o trabalho do equipamento tomográfico, juntamente com o computador, é justamente definir, indiretamente, o valor da densidade daquela pequena porção de tecido humano que cada um destes pontos está representando. Se houver uma mínima diferença de densidades entre dois pontos consecutivos, então o computador atribuirá um tom de cinza diferente para cada um dos pontos, resultando no contraste que levará ao diagnóstico médico. 16. RECONSTRUÇÃO DA IMAGEM A imagem tomográfica, embora pareça ser a representação quase perfeita das anatomias do paciente em exame, na realidade é um conjunto de números, transformados em tons de cinza, que informam a densidade de cada ponto da anatomia (SUTTON D., 2003). Como as partes anatômicas possuem densidades distintas, dependendo das células que a compõem, a informação das densidades acabam formando imagens que, na tela, desenham as várias anatomias do corpo humano (MELLO JUNIOR C., 2010). Para descobrir o valor de densidade de cada ponto interior ao corpo humano, o tomógrafo realiza a medição da atenuação de radiação que o corpo humano provoca quando atravessado por um feixe de raios X. Como esta atenuação é realizada por todo o corpo, é necessário que se façam

15 várias exposições em diferentes ângulos. Assim, se obtém uma grande quantidade de dados para que o computador possa definir ponto a ponto da imagem qual seu valor de atenuação, ou de densidade. A transformação desses valores nos vários níveis de cinza análogos cria uma imagem visual da seção transversal da área varrida (NÓBREGA, 2005). Os valores de atenuação para cada conjunto de projeção são registrados no computador e a imagem tomográfica computadorizada é reconstruída através de um processamento computacional complexo. O número finito de valores de atenuação correspondente ao objeto varrido é organizado na forma de uma matriz ou tabela. Devido a suas capacidades de absorção diferentes, estruturas internas diferentes serão identificáveis na imagem fotográfica. O tamanho da matriz da imagem, ou seja, o número de pontos fotográficos calculados, irá implicar no número de projeções individuais. O tamanho da matriz, ou tabela, contudo, também influencia na qualidade da resolução da imagem. Matrizes maiores, significam mais pontos e pixel de menor área, o que resulta em mais detalhes. No entanto, implica num esforço computacional maior pelo computador. (BUSHONG, 1997). 17 DISCUSSÃO HOXTER (1977) ensina que tanto a tomografia computadorizada como outros exames radiológicos, produzem baixos níveis de radiação ionizante, que têm o potencial de produzir câncer ou outras doenças mutagênicas. Este risco aumenta quanto maior for o número de exames realizados. Por este motivo o radiologista deve monitorar cuidadosamente o nível de radiação, principalmente nos pacientes mais jovens. Entretanto, GUELER (1991) defende que o risco associado com um único exame é muito pequeno. O risco aumenta a medida que exames adicionais forem realizados.em alguns casos o exame ainda pode ser feito, se os benefícios advindos de sua realização superarem os riscos (em casos de suspeita clínica de câncer) NASCIMENTO (1991).Uma tomografia abdominal não deve ser realizado em uma gestante, pois a radiação pode ser danosa para o feto. Na investigação de doenças do abdomen em gestantes ou em mulheres que suspeitem de gravidez, deve-se dar preferência ao ulta-som como ferramenta diagnóstica. FISHBEIN (1966), ensina que um exame tomográfico de crânio corresponde, no mínimo, 20 cortes axiais, sendo cada um deles obtido pela ação de cerca de

16 120kVp, correspondendo a aproximadamente 70 exames radiológicos convencionais de tórax. Em instituições de ensino de práticas médicas e radiológicas, é comum a realização de exames considerados desnecessários, apenas com o intuito de se confirmar uma patologia, ou resolver dúvidas deixadas por exames radiológicos ineficientes (VÉLEZ H.A., ROJAS W. M., BORRERO J. R., RESTREPO J. M. T., 2004). 18. CONCLUSÃO Analisadas as diferentes opiniões dos autores estudados neste artigo, podese concluir que, assim como na radiologia convencional, existem riscos a serem considerados quando da realização de exames tomográficos, e que o conhecimentos desses fatores dever de conhecimento do profissional responsável. Os riscos dizem respeito á própria radiação ionizante, que pode causar lesões que vão desde pequenas alterações cutâneas á mutações celulares, e também ao uso de meios de contraste, que podem causar reações de toxicidade como por exemplo uma complicação renal grave. No entanto, se forem observados os procedimentos de proteção radiológica, realizadas anamneses e tomadas as devidas precauções quando da administração de MC, os danos podem ser minimizados. Assim, a hipótese levantada, de que a TC oferece menos riscos que a radiologia convencional foi confirmada apenas em parte, pois os dois métodos oferecem vantagens e desvantagens. Uma sugestão seria a observâncias de todas as normas de radioproteção, administração de MC, e principalmente, uma especial atenção ao estado do paciente, para que sejam evitados danos sérios á vida deste.

17 19. BIBLIOGRAFIA BUSHONG, Stewart C. Radiologic science for technologists: physics, biology, and protection. 6 ed.mosby-year Book, Inc. St. Louis 1997. EISENBERG, Ronald L. Radiology: an illustrated history. Mosby-Year Book, Inc. St. Louis 1992. FISHBEIN, MORRIS. Enciclopédia familiar da medicina e saúde. São Paulo. Enciclopaedya Britannica do Brasil. 1966. GUELER, RODOLFO,. F. Grande tratado de enfermagem. 5 ed. São Paulo, SP. Editora Brasileira. 1991. HOXTER, Erwin A. Introdução a técnica radiográfica. Siemens AG - Editora Edgard Blücher Ltda. São Paulo 1977. KODAK. Fundamentos de Radiografia. Eastman Kodak Company, Estados Unidos 1980. Manuais de Fabricantes: Philips, General Electric e Siemens, 2003. NÓBREGA.A.I da. Manual de tomografia computadorizada 1 ed, São Camilo, SP. Ateneu. 2005 NASCIMENTO.J. do. Temas de técnica radiológica. 3 ed.rio de Janeiro. Revinter. 1996. MAIA J.M., BIANCHI J.C.A. Química Geral - Fundamentos 1 ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007. MELLO JUNIOR C. Radiologia Básica, 1 ed. São Paulo: Revinter, 2010.

18 PANELLA J. Fundamentos de Odontologia Radiologia Odontológica e Imaginologia, 1 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. SANTOS A. Física Médica Em Mamografia, 1 ed. Rio de Janeiro: Revinter, 2010. SUTTON D. Radiologia e Imaginologia para Estudantes de medicina, 7 ed. São Paulo: Manole, 2003. VÉLEZ H.A., ROJAS W. M., BORRERO J. R., RESTREPO J. M. T. Fundamentos da Medicina, 2 Ed. Medelín:, 2004.