NOSSA HISTÓRIA CONTADA ATRAVÉS DO DESFILE DA COLONIZAÇÃO ALEMÃ NA FESTA REGIONAL DO PÃO DE MILHO



Documentos relacionados
Viagem ao rio Arapiuns - 05 dias Santarém, Pará, Amazônia 2010

O céu. Aquela semana tinha sido uma trabalheira!

História. Programação 3. bimestre. Temas de estudo

MISSÕES - A ESTRATÉGIA DE CRISTO PARA A SUA IGREJA

Prova bimestral 4 o ANO 2 o BIMESTRE

Carta de Paulo aos romanos:

Anna Júlia Pessoni Gouvêa, aluna do 9º ano B

Evangelização Espírita Ismênia de Jesus Plano de Aula 1º Ciclo. Título: Reencarnação

I - RELATÓRIO DO PROCESSADOR *

Projeto Pitanguá Sugestão de Avaliação de Ciências 2ª série (3º ano) 1º bimestre

Colorindo Missões. Para obter este recurso em português e em outras línguas, visite:

PÚBLICO ALVO DO PROJETO ESTRUTURA E GÊNERO DRAMÁTICO

Agora é só com você. Geografia - 131

Colégio Sagrado Coração de Maria - Rio. Arca de Noé

Transcriça o da Entrevista

ÀRVORE DE NATAL. Desenhando a Árvore de Natal

A Cura de Naamã - O Comandante do Exército da Síria

Saíram da sinagoga e foram logo para a casa de Simão e André, junto com Tiago e João. A sogra de Simão estava de cama, com febre, e logo eles

Estórias de Iracema. Maria Helena Magalhães. Ilustrações de Veridiana Magalhães

Objetivo principal: aprender como definir e chamar funções.

Relato da Viagem do Irmão Brian Kocourek à África do Sul

Igreja Matriz São Pedro Apóstolo

81AB2F7556 DISCURSO PROFERIDO PELO SENHOR DEPUTADO LUIZ CARLOS HAULY NA SESSÃO DE 05 DE JUNHO DE Senhor Presidente, Senhoras Deputadas,

História de Leonardo Barbosa

Educação Patrimonial Centro de Memória

Curso de Umbanda EWÁ

Kabá Darebu. Texto de Daniel Munduruku e ilustrações de Maté. Projeto: leitura e produção de texto. Indicação: Fundamental 1

A formação moral de um povo

Jesus declarou: Digo-lhe a verdade: Ninguém pode ver o Reino de Deus, se não nascer de novo. (João 3:3).

APRESENTAÇÃO Conselhos Municipais de Desenvolvimento Rural Sustentável (CMDRS)

I Tessalonicensses 4:13~18; a descrição do encontro

Unidade 3: Acampamento Balaio

A IMPORTÂNCIA DE SE TRABALHAR OS VALORES NA EDUCAÇÃO

DIÁRIO Ano 1 n 01 Cachoeiro de Itapemirim e Região Sul. DIÁRIO Ano 1 n 259 Cachoeiro de Itapemirim e Região Sul SUPLEMENTO ESPECIAL

DATA: / / 2015 I ETAPA AVALIAÇÃO ESPECIAL DE EDUCAÇÃO RELIGIOSA 9.º ANO/EF ALUNO(A): N.º: TURMA: ALUNO(A): N.º: TURMA: ALUNO(A): N.

1. Seu município enfrenta problemas com a seca? 43 Sim... 53% 38 Não... 47%

Amanda Aroucha de Carvalho. Reduzindo o seu resíduo

Cópia autorizada. II

VÁRZEA DE LAGOA (2014) Pocinhos, Paraíba, Brasil

ATIVIDADE DE ESTUDOS SOCIAIS 3ª S SÉRIES A-B-C-D

Oficina de fabricação de sabão a partir de resíduos de óleo doméstico (de cozinha)

4 o ano Ensino Fundamental Data: / / Atividades de Língua Portuguesa Nome:

22/05/2006. Discurso do Presidente da República

CENTRO DE EDUCAÇÃO INTEGRAL DOS TRABALHADORES ESCOLA DE TURISMO E HOTELARIA CANTO DA IULHA

Artur Pastor. Artur Pastor *Filho

Urakepe. Olá. Meu nome é Romel. Sou uma índia Chachi. Eu moro no vilarejo de São Salvador, no oeste do Equador. Eu tenho cinco irmãos, duas irmãs e

PRONUNCIAMENTO DO EXCELENTÍSSIMO DEPUTADO FEDERAL FERNANDO DE FABINHO SOBRE ESTRADA GERAL DO SERTÃO SRAS. DEPUTADAS, SRS. DEPUTADOS, SR.

Os dois foram entrando e ROSE foi contando mais um pouco da história e EDUARDO anotando tudo no caderno.

Edição Trimestral -N.º4, Dezembro de 2004

Fogo. Melhor prevenir que apagar incêndios

Relatório de atividades Arte e cidadania caminhando juntas Pampa Exportações Ltda.

Meu nome é José Guilherme Monteiro Paixão. Nasci em Campos dos Goytacazes, Norte Fluminense, Estado do Rio de Janeiro, em 24 de agosto de 1957.

JAPÃO DE MOCHILA ÀS COSTAS 2ª. PARTE

Objecto Técnico. Fátima Pais

1.000 Receitas e Dicas Para Facilitar a Sua Vida

Viagem de Santo António

BOLETIM MUSEU DA IMIGRAÇÃO Maio/Junho 2013

3º ANO PROF.ª SHEILA RODRIGUES

Uma menina chamada Celeste saiu das labaredas e voou pelos céus além.

COMUNIDADE DO TAQUARAL

1 O número concreto. Como surgiu o número? Contando objetos com outros objetos Construindo o conceito de número

Simbologia dos desenhos aplicados sobre ovos de Páscoa. (foto: brzyski)

EIXO TEMÁTICO I: HISTÓRIAS DE VIDA, DIVERSIDADE POPULACIONAL E MIGRAÇÕES.

ROTEIRO DE RECUPERAÇÃO II ETAPA LETIVA HISTÓRIA 3.º ANO/EF 2015

SITUAÇÃO ANTERIOR E IDENTIFICAÇÃO DOS PROBLEMAS A SEREM RESOLVIDOS.

ENTREVISTA Questões para Adauto José Gonçalves de Araújo, FIOCRUZ, em 12/11/2009

Missão Arronches 2012 Artigo Cluny

Conheça a trajetória da primeira mulher presidente do Brasil

Conteúdos Sistema Nervoso. Aprender Mais - Linguagem

- Inicie por aqueles que moram mais distantes para que possam se programar.

Mobilizadora Cultural: Goretti Amorim. Reisado de Baile

Geração João Batista. Mc 1:1-8

curiosidade. Depois desta aula toda, só posso dizer que também

NO VIÉS DA MEMÓRIA: IDENTIDADE E CULTURA DOS REMANESCENTES QUILOMBOLAS DE SÃO ROQUE- PRAIA GRANDE/ SC

CIÊNCIAS PROVA 1º BIMESTRE 5º ANO

Série 6 o ANO ROTEIRO DE ESTUDOS DE RECUPERAÇÃO E REVISÃO 3º BIMESTRE / 2011

SÉRIE 7: Trabalho. para olhar. pensar, imaginar... e fazer. Jean-François Millet As respigadeiras 1857 Óleo sobre tela.

Semeadores de Esperança

ESTUDO 1 - ESTE É JESUS

As Bandeiras JORNALINHO DO CAMPO. Outubro/Novembro 2009 Edição on-line nº 9 Carlos Caseiro (Autor) Sara Loureiro Correia (Revisão de textos)

Fazenda Dumont (Dumont, SP) Fazenda Dumont

Fascículo 2 História Unidade 4 Sociedades indígenas e sociedades africanas

5 o ano Ensino Fundamental Data: / / Revisão de Língua Portuguesa Nome: A HISTÓRIA DO LIVRO

Desafio para a família

SAMUEL, O PROFETA Lição Objetivos: Ensinar que Deus quer que nós falemos a verdade, mesmo quando não é fácil.

muito gás carbônico, gás de enxofre e monóxido de carbono. extremamente perigoso, pois ocupa o lugar do oxigênio no corpo. Conforme a concentração

Dicas para investir em Imóveis

CIA. INDUSTRIAL VALE DO PARAÍBA S/A. UM CASO DE SUCESSO?

Para todos vocês, formandos, hoje é um dia de comemoração...

Grupo 5 Volume 3 Unidade 5: Um pouco daqui, um pouco dali, um pouco de lá.

3 Dicas Poderosas Para Investir Em Ações. "A única maneira de fazer um grande trabalho é. amar o que você faz." Steve Jobs. Por Viva e Aprenda 2

Este trabalho é o relatório de uma visita de estudo das turmas do 6º A e 6º B da disciplina de Educação

4 o ano Ensino Fundamental Data: / / Atividades de Ciências Nome:

RECUPERAÇÃO DE IMAGEM

Espero do fundo do meu coração que possamos também contar a sua história, conte com a gente!

Sumário executivo. ActionAid Brasil Rua Morais e Vale, 111 5º andar Rio de Janeiro - RJ Brasil

A Aliança de Yahweh com Abraão

A menina que queria visitar a tia

EnvolverdeJornalismo & Sustentabilidade

PLANTIO DE FLORES Profas Joilza Batista Souza, Isilda Sancho da Costa Ladeira e Andréia Blotta Pejon Sanches

Transcrição:

Município de São Bonifácio Secretaria Municipal de Cultura e Turismo São Bonifácio SC NOSSA HISTÓRIA CONTADA ATRAVÉS DO DESFILE DA COLONIZAÇÃO ALEMÃ NA FESTA REGIONAL DO PÃO DE MILHO Fevereiro / 2014.

INTRODUÇÃO A Festa Regional do Pão de Milho é um evento tradicional que acontece em São Bonifácio / SC. Sua primeira edição foi em 1989 e geralmente ocorre a cada 02 anos. O Desfile da Colonização Alemã é uma tradição desde quando se realizavam as Festas do Colono, na década de 1970, sendo o ponto alto da Festa. Tem como objetivos: resgatar a história do município, promover a integração de sua gente e mostrar o seu potencial sócio-cultural e econômico. Conta com a colaboração e participação do povo de São Bonifácio, tanto na tarefa de organizar os carros alegóricos como também na representação dos diversos quadros que retratam nossa História, desde a colonização da cidade até os dias atuais. O desfile apresenta todo o processo histórico do município, iniciando com a chegada dos primeiros moradores, suas esperanças, seus sonhos e as dificuldades que os mesmos enfrentaram para aqui fazerem sua morada. A seguir, apresentam-se as características culturais, tais como, a culinária, o artesanato e a dança folclórica. Finalizando com as principais atividades econômicas do município, dando uma demonstração do seu potencial rumo ao desenvolvimento. Infelizes as famílias que não tem história. Não ter história é quase não ter nome; É quase não ter Pátria. Felizes, ao contrário, as famílias que tem história, Porque lhes é dado o júbilo de a recordar, Porque ela constitui a fonte fecunda, Inesgotável e profunda de suas energias morais; Porque a cada passo que dão, sentem atrás de si, O rastro de sua própria imortalidade. Que é a vida, senão a história que começa? Que é a história, senão a vida que continua? A história de nossa família, de nossa gente, De nossa casa está conosco. Respira perto de nós. A sua presença todos adivinham. Ora bela, ora triste, É uma grande história. Júlio Dantas (Agarve, 1876 Lisboa, 1962)

01 Índios São Bonifácio, antes da chegada dos nossos antepassados da Alemanha, era habitado por índios (chamados pelos colonos de bugres). Pertenciam à tribo Xokleng do grupo Jê, de índole pacífica. Viviam exclusivamente de frutos da mata e da caça, mas não praticavam a agricultura. Tinham uma grande tática em andar pelas matas agarrando e soltando os arbustos que balançavam de tal forma que se tornavam quase invisíveis aos olhos dos colonos. Eram nômades, permanecendo em determinado local enquanto havia alimento. É totalmente compreensível a presença de silvícolas (índios) em São Bonifácio; pois, além do rio Capivarí, com seus inúmeros afluentes e com muitos peixes, havia também abundância de frutos e diversas espécies de animais. A tradição oral lembra de vários contatos entre colonizadores e índios, onde notava-se, especialmente por parte dos índios, uma grande curiosidade em observarem o estilo de vida do branco; sendo que muitas vezes pegavam objetos, roupas e ferramentas dos agricultores. Também há relatos de ataques dos índios aos colonos. 02 Os desbravadores sua chegada e os desafios Os imigrantes alemães, que colonizaram São Bonifácio, eram na sua origem agricultores. Possuíam gado, porcos, aves e plantavam trigo e cevada para obterem o pão. Também faziam parte de sua mesa: o leite e seus derivados. No Brasil tudo era diferente: em vez de planuras, tinham diante de si vales e altas montanhas. A densa floresta cobria toda a terra. Inicialmente armados de espingarda, munição e facão, partiam para procurar um lote melhor. Encontrando-o, o colono retornava com mais munição, portando foice e machado, e derrubava determinada área de floresta. Até que essa floresta derrubada estivesse em condições de queimar, ele trabalhava para melhorar o acesso. Depois da queimada, buscava em lombo de burros ou cavalos, a semente de milho, batata inglesa, feijão, frutas, mudas

de aipim para fazerem o plantio. Mais tarde, plantavam mudas de grama para servir de pastagem ao gado. Também construíam uma cabana, inicialmente coberta com folhas de palmeira. Cumprida essa tarefa de estruturação inicial do local, buscavam a família. Durante a viagem, os objetos eram colocados em dois cestos (jacás) de taquara; embaixo as panelas e louças da cozinha e por cima as cobertas, os travesseiros e os lençóis; além disso, sobre estes, iam as crianças com menor idade. Os cestos eram pendurados em cangalhas, no burro ou cavalo. Os pais e os filhos mais velhos deslocavam-se a pé. Para fazerem a mudança levavam alguns dias. Inicialmente, não possuíam animais domésticos. 3 Casamento à moda antiga Aos poucos, a vida social também foi se organizando na nova terra. O casamento era a maior festa e vinha precedido de grande preparação. Engordava-se um boi, alguns porcos e muitas galinhas. Dias antes do casamento, amigos, orientados pelas famílias dos noivos, passavam nas casas e verbalmente faziam o convite para o casamento. Cada família que fora convidada, em sinal de alegria e aceitação, oferecia uma fita a ser pregada no chapéu de quem o convidava. Antecipadamente, os convidados que participariam do casamento enviavam presentes para as família dos noivos, normalmente produtos como: batatinha, galinha, porco, arroz, etc.; que eram compartilhados na festa do casamento. No dia do casamento, montados em cavalos enfeitados com fita de papel de seda e acompanhados das testemunhas, os noivos se dirigiam para a Igreja. O vestido da noiva, na época, era de cor preta. A cerimônia religiosa acontecia no período matutino e a recepção dos convidados realizava-se na casa do noivo ou da noiva. Como de costume, a entrada da casa enfeitava-se com palmiteiros. Os noivos eram recepcionados no local da festa com um discurso de boas vindas na língua alemã. O baile acontecia após o almoço e os festejos continuavam noite adentro.

4 Transporte da época Como vimos, desde os primeiros tempos, a principal atividade econômica de São Bonifácio estava ligada à agricultura e à pecuária. Os colonos herdaram de seus imigrantes ancestrais a prática da criação de gado, que tinha como primeira finalidade: o leite e seus derivados, o que era um componente básico na alimentação diária. Se nas planuras da Alemanha o cavalo era o animal preferido para tração, no montanhoso Vale do Capivarí, o boi era mais apropriado, sendo a carroça substituída pelo carro de boi. O transporte também era feito em lombo de burros, pelas picadas primitivas ou estradas mal traçadas, seguindo o curso dos rios, subindo e descendo morros até a cidade de Desterro (hoje, a capital Florianópolis). Aos domingos, esses animais eram usados para cavalgar até a Igreja e durante a semana serviam no transporte dos produtos da roça para casa, comércio ou atafona. Utilizava-se também a aranha (ou charrete), principal meio de transporte por muitos anos. Ultimamente, com a difusão do automóvel, o cavalo perdeu sua importância; sendo raro hoje a sua circulação na cidade. 5 Transporte de doentes nos primeiros tempos

Nos primeiros tempos, transportavam-se os doentes em macas até Teresópolis; seguindo com um meio de transporte mais rápido a fim de chegar a um centro maior, para então ser atendido. Construía-se a maca com pano, madeira e dois cavaletes como suporte. Quatro pessoas a conduziam, pois a distância era longa e o paciente necessitava ser transportado o mais rapidamente possível. Hoje, utiliza-se a ambulância ou até mesmo o helicóptero, se for necessário. 6 O forno e a casa em estilo enxaimel O colono construía a sua própria casa, feita em estilo enxaimel ou de alvenaria. Ele mesmo fabricava os tijolos, pois o transporte tornava-se difícil e oneroso. Esse estilo trabalha com o tijolo queimado e a madeira, de forma conjunta; sendo que a madeira deve ficar disposta em forma geométrica, dando sustentação à construção. Para a cobertura utilizavam tanto as folhas de palmeira, como tabuinhas, folhas de zinco ou até mesmo telhas de cerâmica. Junto a casa, construía-se o forno a lenha, indispensável nos diversos tipos de assados, principalmente o pão de milho. A vida na colônia começou na mata, se desenvolveu longe dos recursos da cidade e dependia do esforço de cada colono. Cedo, surgiram inúmeras necessidades que gradativamente foram atendidas pelos próprios imigrantes e seus descendentes. Na Alemanha, o colono levava o seu trigo para o moinho tocado a vento, que ficava ali perto do povoado. No Brasil, o imigrante em vez do trigo, teve de habituar-se ao milho que para triturá-lo, foram construídas atafonas: onde, em vez de vento, as águas tocavam as chamadas mós para produzir a farinha. Nos primeiros tempos, eram poucas as atafonas, sendo que os colonos percorriam longas distâncias para moer o milho. Apesar da gradativa substituição da farinha de milho pela farinha de trigo, o colono ainda prefere o pão de milho, cuja farinha é moída na atafona com mó de pedra (dizem que o calor da pedra confere sabor especial à farinha).

7 Serrando madeira No passado, a economia do nosso município esteve fortemente ligada à extração de madeira. As imagens acima, representam um dos quadros apresentados no desfile denominado serrando madeira que retrata a forma que, inicialmente, ela fora serrada. Na própria mata, onde as árvores eram derrubadas organizavam um estaleiro para acomodar as toras e, usando uma serra especial (em alemão, Brettesäge), duas pessoas faziam o trabalho: abrindo as toras em tábuas ou linhas, conforme a necessidade. Mais tarde, usando a força das quedas d água, construíram as primeiras serrarias (pica-pau). 8 - Transporte da madeira Nos primeiros tempos, conduzia-se a madeira para um estaleiro e depois até a serraria para ser serrada. Esse transporte fazia-se através de carretões de dois eixos, puxados a boi. Hoje, o transporte é feito através de modernos caminhões. 9 Confecção de artesanato

O artesanato foi uma alternativa para complementar na economia doméstica. Os alemães, na Europa, se utilizavam dele quando a agricultura não produzia bem. Praticamente, em todas as casas havia um tear. Trabalhavam também com o couro e no polimento do vidro. No século XVIII, com o início da industrialização, as pessoas começaram a perder este ganho, sendo um dos motivos para a imigração; outros foram a fome e as guerras. Alguns imigrantes escolheram o Brasil pela grandeza do país, pelas promessas do governo e pela esperança de dias melhores. Vieram para um país que necessitava de mão de obra. Aqui, pelo convívio com outras culturas e pela fartura de material, foram introduzidas: a palha, a taquara, o cipó, a madeira e algumas ligas metálicas na confecção de vários utensílios. As crianças se divertiam com os brinquedos feitos em madeira ou tecido. As mais abastadas, com bonecas de porcelana. As mulheres costuravam e bordavam; além dos outros afazeres domésticos. Praticamente, todas as artes e ofícios eram repassados para os filhos. 10 Ciclo do milho e o pão de milho Plantio da semente Colheita milho seco Debulhação dos grãos - manual Debulhação máquina manual Peneiração dos grãos Moagem na atafona farinha de milho

Produção do pão de milho 11 Cultura (dança, canto e música) Os imigrantes alemães trouxeram convosco o gosto pela dança, canto e música. Resgatando essa cultura, destacam-se atualmente, os Grupos Folclóricos Kleine Tänzer, Tanzen Freude und Liebe, Coral Santa Cecília e Banda Humanação. A organização da festa traz também bandas musicais alemãs de outros lugares, para animarem ainda mais a tradicional Festa Regional do Pão de Milho. Grupo Folclórico Kleine Tänzer G. F. Tanzen Freude und Liebe Associação Coral Santa Cecília

Banda Humanação (São Bonifácio) e Banda Alemã (Blumenau) Tradicional Baile E assim, têm-se durante as Festas Regionais do Pão de Milho diversas atrações. Buscamos mostrar e registrar alguns quadros que resgatam a Nossa História no Desfile da Colonização Alemã. Nossos agradecimentos a todos que colaboraram ou colaboram nas Festas Regionais do Pão de Milho e em especial à Comissão do Desfile: Abelardo Scharf, Osni Sérgio Scharf e Vânia Márcia Silveira Almeida Stock, que muito se empenham para o sucesso dos eventos. Realização Prefeitura Municipal de São Bonifácio Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural CMDR Secretarias Municipais Epagri Escola de Educação Básica São Tarcísio Demais colaboradores Referência: Para a realização deste utilizamos como pesquisa registros das edições ocorridas em 2003, 2007, 2010 e 2012. Fotos: Arquivo Secretaria Municipal de Cultura e Turismo de São Bonifácio. Fevereiro/2014.