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Transcrição:

ACÓRDÃO Registro: 2015.0000729821 Vistos, relatados e discutidos estes autos do Agravo de Instrumento nº 2124071-21.2015.8.26.0000, da Comarca de, em que é agravante MAIO ADMINISTRAÇÃO DE HOTÉIS S/A, é agravado BANCO ALFA DE INVESTIMENTO S/A. ACORDAM, em 23ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de, proferir a seguinte decisão: "Rejeitada a preliminar, negaram provimento, nos termos que constarão do acórdão. V. U.", de conformidade com o voto do Relator, que integra este acórdão. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores SEBASTIÃO FLÁVIO (Presidente) e PAULO ROBERTO DE SANTANA., 30 de setembro de 2015. JOSÉ MARCOS MARRONE RELATOR Assinatura Eletrônica

Agravo de Instrumento nº 2124071-21.2015.8.26.0000 Agravante: Maio Administração de Hotéis S/A Agravado: Banco Alfa de Investimento S/A Interessados: PARANASA ENGENHARIA E COMERCIO S/A, JACKSON CANÇADO RIBEIRO, JUAREZ VIANA DOLABELA MARQUES, FERNANDO SOARES MAGALHÃES VIANA e Maio Empreendimentos e Construções S.A Comarca: Voto nº 22584 Execução Reconhecimento da existência de mesmo grupo econômico Determinada a desconsideração inversa da personalidade jurídica da agravante Cabimento Questão já decidida em outro agravo de instrumento Inocorrência de violação aos princípios do contraditório e ampla defesa, por não ter havido a prévia citação da agravante Contraditório e ampla defesa que ficaram apenas diferidos Agravante que já está exercendo o seu direito de defesa, com a interposição do presente recurso Banco agravado que já havia manifestado interesse na penhora on line em outras ocasiões Valor constrito que, de qualquer maneira, é ínfimo Agravo desprovido. Recurso - Agravo de instrumento Processo digital Desnecessidade da rubrica dos advogados nas razões recursais Advogada a qual assinou digitalmente o processo, por intermédio de certificado digital, que tem procuração nos autos Inexistência de vício na formação do agravo de instrumento Preliminar de não conhecimento do agravo rejeitada. 1. Trata-se de agravo de instrumento (fl. 1), interposto da decisão proferida em ação de execução por quantia certa (fl. 111), fundada em Cédula de Crédito Bancário nº 250012313 Abertura de Crédito Capital de Giro (fl. 130), que reconheceu a existência de grupo econômico entre a Paranasa e a agravante, determinou a desconsideração inversa da personalidade jurídica desta e a penhora on line de seus ativos financeiros (fls. 41/49). Sustenta a agravante, em síntese, o seguinte: a desconsideração da personalidade jurídica foi realizada de forma arbitrária, sem observar os requisitos previstos no art. 50 do Código Civil; não lhe foi dada oportunidade de se defender das infundadas alegações feitas pelo banco agravado; é necessária a prévia citação dos envolvidos em pedido de desconsideração da personalidade jurídica, antes que essa decisão possa provocar qualquer efeito; as operações tidas como suspeitas não têm nenhuma relação com ela; não ficou Agravo de Instrumento nº 2124071-21.2015.8.26.0000 -Voto nº 2

comprovada qualquer situação de confusão patrimonial; os recursos financeiros que temporariamente permanecem com ela são formados, de modo exclusivo, por rendimentos pertencentes a terceiros, decorrentes da exploração de atividade hoteleira; os interessados ofereceram bens à penhora em valor suficiente para garantir a execução; a mera dificuldade de constrição patrimonial não é capaz de ensejar a desconsideração; não existe a configuração de grupo econômico, tendo em vista que não há a alegada unidade de controle; há ampla incerteza acerca da dívida cobrada pelo banco agravado; a penhora de valores depositados em sua conta corrente deve ser desconstituída; o banco agravado não requereu a penhora de ativos financeiros; deve ser afastada a desconsideração da personalidade jurídica, impedidos novos atos constritivos e cancelados os atos já praticados (fls. 3/40). Houve preparo do agravo (fls. 105/110). Foram dispensadas as informações. Não foi concedido o efeito suspensivo ao recurso oposto, ante a ausência de relevante fundamentação (fl. 2357). Foi comprovado pela agravante o cumprimento do disposto no art. 526 do CPC (fls. 2371/2375). Foi apresentada resposta pelo banco agravado (fls. 2377/2401). É o relatório. 2. Apesar da oposição feita pelo banco agravado em sua resposta (fl. 2382), conheço do presente recurso. Cuidando-se de processo digital, desnecessária a rubrica dos advogados nas razões recursais (fl. 2382). Da mesma forma, dispensável que a advogada que assinou digitalmente o processo eletrônico conste da peça de interposição e das razões do agravo (fl. 2382). O que importa é que o advogado que assinou digitalmente, por intermédio de certificado digital, tenha procuração nos autos. No caso em tela, a advogada Letícia Haddad Martins, que assinou digitalmente o processo, possui procuração nos autos (fls. 53, 54). Assim, não se pode cogitar de qualquer vício na formação do agravo de instrumento (fl. 2382). agravante. 3. No tocante ao cerne do reclamo, não assiste razão à Explicando: 3.1. Anteriormente a este recurso, os executados, ora interessados, interpuseram agravo de instrumento, AI nº 2066381-34.2015.8.26.0000, da decisão que deferiu o pedido formulado pelo banco agravado, para que fosse reconhecida a existência de mesmo grupo econômico e para que fosse determinada a desconsideração inversa da personalidade jurídica das empresas Maio Empreendimentos Ltda., Maio Administração de Hotéis S.A. e MRP Participações Ltda.. Agravo de Instrumento nº 2124071-21.2015.8.26.0000 -Voto nº 3

Esta Câmara, no julgamento realizado em 11.6.2015, negou provimento ao referido agravo, tendo mantido, na íntegra, a decisão hostilizada. Constou do voto condutor que: (...) os documentos apresentados pelo banco agravado revelam o preenchimento dos requisitos legais para o deferimento do pedido de desconsideração inversa da personalidade jurídica (...). Com efeito, infere-se de tais documentos que os agravantes exercem o controle das empresas 'Maio Empreendimentos e Construções Ltda.', 'Maio Administração de Hotéis S.A.' e 'MRP Participações Ltda.' (...). Ademais, ficou demonstrada a ausência de separação patrimonial entre tais empresas, as quais são coproprietárias de imóveis, são administradas pelas mesmas pessoas, além de formalizarem entre si empréstimos e garantias. Note-se que a empresa 'Maio Empreendimentos' locou diversos imóveis de sua propriedade para a 'Paranasa' e esta os sublocou para o 'Grupo Accor' (...). A 'Paranasa' avalizou uma operação de mútuo perante o 'Banco do Brasil S.A.', aliás, em favor da empresa 'Maio Empreendimentos' (...). A 'Maio Empreendimentos', por sua vez, deu em garantia fiduciária ao 'Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais S.A.' cinquenta e seis imóveis de sua propriedade, para que fosse garantida dívida da 'Paranasa' (...). A 'Maio Empreendimentos' também garantiu dívida da 'Paranasa' em relação do 'Banco Industrial e Comercial S.A.' (...). Afora isso, a 'Paranasa' e a 'MRP' possuem sede no mesmo endereço, ou seja, na Rua Professor Magalhães Drumond, nº 218, em Belo Horizonte-MG (...). O referido imóvel, utilizado como sede, era de propriedade da 'Paranasa', tendo sido, posteriormente, transferido para a 'MRP' (...). As empresas 'Maio Empreendimentos' e a 'Maio Administração' estão sediadas no mesmo endereço, isto é, na Rua Arturo Toscanini, nº 60, em Belo Horizonte-MG (...). Apesar disso, depreende-se das diversas matrículas dos imóveis de propriedade da 'Maio Empreendimentos' que o seu endereço corresponde àquele da sede da 'Paranasa' e da 'MRP', o qual se situa na Rua Professor Magalhães Drumond, nº 218, Belo Horizonte-MG (...). Esse mesmo endereço, por sinal, consta dos balanços patrimoniais relativos aos anos de 2011 e 2012 da 'Maio Empreendimentos e Construções Ltda.' (...). Agravo de Instrumento nº 2124071-21.2015.8.26.0000 -Voto nº 4

Tais fatos, dentre outros, levam à conclusão de que as ventiladas empresas formam um grupo econômico, havendo de se reconhecer, pois, abuso de personalidade, caracterizado pela confusão patrimonial, o que autoriza a desconsideração inversa da personalidade jurídica. (...). Diante de tais considerações, legitima-se a desconsideração inversa da personalidade jurídica das empresas das quais os agravantes são sócios. Logo, ficou superada tal matéria, não havendo de se falar em reforma da decisão hostilizada (fls. 41/49). 3.2. Por outro lado, incabível decretar-se a nulidade da decisão combatida em virtude da violação aos princípios do contraditório e da ampla defesa, por ter sido desconsiderada a personalidade jurídica e determinada a penhora de ativos financeiros e de imóveis sem a prévia citação da agravante (fl. 6). Ora, o contraditório e a ampla defesa ficaram apenas diferidos, tendo em vista que as pessoas jurídicas incluídas na lide poderão utilizarse dos meios de defesa previstos em lei. Pode-se considerar, ademais, que a agravante já esteja exercendo o seu direito de defesa, com a interposição do presente recurso. Acerca de tal assunto, houve pronunciamento do Colendo Superior Tribunal de Justiça: Direito civil e do consumidor - Desconsideração da personalidade jurídica Pressupostos processuais e materiais Observância - Citação dos sócios em prejuízo de quem foi decretada a desconsideração Desnecessidade - Ampla defesa e contraditório garantidos com a intimação da constrição Impugnação ao cumprimento de sentença Via adequada para a discussão acerca do cabimento da 'Disregard' (...). A superação da pessoa jurídica afirma-se como um incidente processual e não como um processo incidente, razão pela qual pode ser deferida nos próprios autos, dispensando-se também a citação dos sócios, em desfavor de quem foi superada a pessoa jurídica, bastando a defesa apresentada 'a posteriori', mediante embargos, impugnação ao cumprimento de sentença ou exceção de pré-executividade. (...). (...) não se havendo falar em prejuízo à ampla defesa e ao contraditório, em razão da ausência de citação ou de intimação para o pagamento da dívida (art. 475-J do CPC), e sob pena de tornar-se infrutuosa a desconsideração da personalidade jurídica, afigura-se bastante quando, no âmbito do direito material, forem detectados os pressupostos autorizadores da Agravo de Instrumento nº 2124071-21.2015.8.26.0000 -Voto nº 5

medida a intimação superveniente da penhora dos bens dos ex-sócios, providência que, em concreto, foi realizada (REsp nº 1.096.604-DF, registro nº 2008/0218648-4, 4ª Turma, v.u., Rel. Min. LUIS FELIPE SALOMÃO, j. em 2.8.2012, DJe de 16.10.2012) (grifo não original). Estado de : No mesmo rumo houve deliberações do Tribunal de Justiça do Agravo de instrumento Ação indenizatória Fase de cumprimento de sentença - Desconsideração da personalidade jurídica efetivada Pretendida penhora 'on line' de ativos financeiros dos sócios Legalidade - Desnecessidade de prévia intimação destes Defesa que poderá ser exercida através de impugnação, após efetivação da constrição judicial, nos termos do art. 475, 1º, do CPC Agravo provido (AI nº 2182699-37.2014.8.26.0000, de, 36ª Câmara de Direito Privado, v.u., Rel. Des. GIL CIMINO, j. em 12.2.2015). Cumprimento de sentença Encerramento irregular de sociedades limitadas - Desconsideração das pessoas jurídicas e atingimento dos bens particulares dos sócios Sócia minoritária, detentora de participação inexpressiva nas sociedades, mas com poderes para geri-las individualmente Responsabilidade solidária que se afirma Contraditório que não necessita ser instaurado antes da deliberação de desconsideração O direito de defesa da pessoa por ela atingida pode ser exercido, válida e amplamente, mesmo após a penhora eventual de seus bens Decisão de primeiro grau confirmada - Agravo de instrumento a que se nega provimento (AI nº 0096831-62.2013.8.26.0000, de São Paulo, 10ª Câmara de Direito Privado, v.u., Rel. Des. CESAR CIAMPOLINI, j. em 16.12.2014) (grifo não original). 3.3. Inviável admitir-se que foi determinada a penhora on line de ativos financeiros, sem que isso fosse pedido pelo banco agravado (fl. 30). Isso porque o banco agravado já havia manifestado interesse, em outras ocasiões, sobre a penhora de ativos financeiros dos executados (fls. 473, 512, 565). Além do mais, a determinação de penhora on line não acarretou prejuízo à agravante, visto que foi penhorado valor ínfimo, ou seja, R$ 254,80 da conta por ela mantida no Banco do Brasil S.A. (fl. 2081). Agravo de Instrumento nº 2124071-21.2015.8.26.0000 -Voto nº 6

4. Nessas condições, rejeito a preliminar de não conhecimento do agravo e nego-lhe provimento, mantendo a decisão impugnada (fls. 41/49). JOSÉ MARCOS MARRONE Relator Agravo de Instrumento nº 2124071-21.2015.8.26.0000 -Voto nº 7