Componentes do projecto. Acções de recolha de sementes, plantação e intervenções culturais. Produção de árvores e arbustos



Documentos relacionados
ÍNDICE. Resumo Introdução Vantagens da Floresta Autóctone Enquadramento histórico... 5

REGULAMENTO BOLSA DE ÁRVORES AUTÓCTONES

A BIOMASSA FLORESTAL PRIMARIA

O papel das ONGA na. Acção de Formação: Voluntariado - Afirmação de uma Cidadania Plena.

A Floresta no Fundo Português de Carbono

MEMORANDO DE ENTENDIMENTO

1 Criação de uma bolsa anual de árvores para oferta

INOVAÇÃO PORTUGAL PROPOSTA DE PROGRAMA

Florestar Sustentabilidade da Floresta

1. Introdução Conceito de Pegada Ecológica Metodologia de cálculo da Pegada Ecológica Pegada Ecológica da ZMAR...

LIFE TAXUS Um projeto para a Conservação de Boquetes de Teixo

Ilustração de Nuno Farinha

P l a n o FUNDAÇÃO LUSO

IMPORTÂNCIA DAS FLORESTAS

Página Web 1 de 1. Ana Oliveira

Escola EB2 São João Baptista. Projecto de Preservação Ambiental. «Unidos Por Um Ambiente Melhor»

I - Agência Regional de Energia do Centro e Baixo Alentejo - Enquadramento. III Estratégia Nacional para a Energia 2020 Energia Solar

A DB Schenker está comprometida com o programa Climático 2020 do Grupo DB

sustentabilidade da construção Isabel Santos e Carla Silva

RELATÓRIO DOS TRABALHOS DA 1ª COMISSÃO EM MATÉRIA DE COMBATE AO TRÁFICO DE SERES HUMANOS

Regulamento de Apoio ao Movimento Associativo

PREVENÇÃO, GESTAO E MONITORIZAÇÃO DE RISCOS NATURAIS E TECNOLÓGICOS DOMÍNIO - RECUPERAÇÃO DO PASSIVO AMBIENTAL

Proposta de Plano de Desenvolvimento Local para a região do AHE Jirau

04 Financiar o Desenvolvimento Sustentável

REGULAMENTO GERAL. Projecto Hortas Comunitárias inserido no Programa Hortas de Cascais

Ecologia para Aldeias de Pesquisa para a Paz

Termo de Referência INTRODUÇÃO E CONTEXTO

Gestão de Instalações Desportivas

Plano de Comunicação/Divulgação Pós LIFE

Ideal Qualificação Profissional. Projeto Cultive esta ideia

Desenvolvimento Sustentável para controlo da população humana.

Portugal 2020 Lançados Programas Operacionais

PROJETO: Pegada de carbono da cortiça: das árvores aos produtos Seminário "A importância da Gestão do Montado para as Aves e para o Ambiente"

A inovação e essencial à competitividade

MINUTA PROJETO DE LEI. Súmula: Institui a Política Estadual sobre Mudança do Clima.

REPÚBLICA DE ANGOLA MINISTÉRIO DO AMBIENTE DIRECÇÃO NACIONAL DE TECNOLOGIAS AMBIENTAIS PLANO ESTRATÉGICO DAS TECNOLOGIAS AMBIENTAIS

P L A N O D E A C T I V I D A D E S

FORMAÇÃO AGRICULTURA, AMBIENTE E INOVAÇÃO

Sessões Temáticas. Centro de Monitorização e Interpretação Ambiental de Viana do Castelo

PROPOSTA DE REVISÃO CURRICULAR APRESENTADA PELO MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CIÊNCIA POSIÇÃO DA AMNISTIA INTERNACIONAL PORTUGAL

PROJETO DE LEI N O, DE 2015

Prioridades da presidência portuguesa na Ciência, Tecnologia e Ensino Superior

Sessão de Divulgação do Subprograma 3 do PRODER

MANIFESTO VERDE. Açores Sustentáveis. Uma Voz Ecologista na Assembleia Legislativa dos Açores. Eleições para a Assembleia Legislativa

Práticas de. Responsabilidade Social. nas Organizações da. Economia social. Pós-Graduação Gerir Projectos em Parceria. Lucinda Maria Pereira Lopes

ANÁLISE EXTERNA ANÁLISE INTERNA

CARTA EMPRESARIAL PELA CONSERVAÇÃO E USO SUSTENTÁVEL DA BIODIVERSIDADE

Posição da SPEA sobre a Energia Eólica em Portugal. Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves

12/06/2015. Erosão em voçoroca CONCENTRAÇÃO GLOBAL DE CO2 ATMOSFÉRICO TRATAMENTO DE ÁREAS DEGRADADAS NÍVEIS DE GÁS CARBÔNICO EM MAUNA LOA (HAWAI)

REGULAMENTO. Contratação de doutorados para o Sistema Científico e Tecnológico Nacional

Tema: INCÊNDIO FLORESTAL EM MONTE TCHOTA NO MUNICÍPIO DE SÃO DOMINGOS EM CABO VERDE Estudo de caso DE ABRIL DE 2014

RECUPERAÇÃO DE ÁREAS ARDIDAS

PEFC O QUE PRECISA SABER SOBRE A CERTIFICAÇÃO FLORESTAL PEFC/ PROGRAMA PARA O RECONHECIMENTO DA CERTIFICAÇÃO FLORESTAL

A importância das Sinergias entre as 3 Convenções do Rio: Biodiversidade, Alterações Climáticas e Combate à Desertificação

Bolsa Emprego IPL - FAQS

Marco legal, definições e tipos

Imaginem o vinho de baixo carbono

EIXO PRIORITÁRIO II SISTEMAS AMBIENTAIS E DE PREVENÇÃO, GESTÃO E MONITORIZAÇÃO DE RISCOS (FUNDO COESÃO)

ALDEIA ATN APFNT PALOMBAR ERVAPRATA - AEPGA - ICNB

Projecto de Enquadramento Geral

GOVERNO. Orçamento Cidadão 2015

PROGRAMA MODELAR MANUAL DE APOIO AO PROCESSO DE CANDIDATURA

REGULAMENTO programa de apoio às pessoas colectivas de direito privado sem fins lucrativos do município de santa maria da feira

Herdade da Apostiça - Sesimbra

Súmula: Institui a Política Estadual sobre Mudança do Clima.

Metodologia de construção o da co- responsabilidade para o bem estar de todos a nível local

Mudanças climáticas e projetos de créditos de carbono -REFLORESTAMENTO-

AVALIAÇÃO TEMÁTICA SOBRE A COOPERAÇÃO PORTUGUESA NA ÁREA DA ESTATÍSTICA ( ) Sumário Executivo

INVESTIR EM I&D - PLANO DE ACÇÃO PARA PORTUGAL ATÉ 2010 CIÊNCIA E INOVAÇÃO -PLANO PLANO DE ACÇÃO PARA PORTUGAL ATÉ NOVA TIPOLOGIA DE PROJECTOS

Gestão de energia: 2008/2009

Criação do OBSERVATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE DO OESTE

CAPÍTULO 15 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

OS NOSSOS SERVIÇOS! TIROMATO Limpeza e Proteção Florestal, Lda. Qualidade e Profissionalismo

MANUTENÇÃO DE JARDINS MUNICIPAIS E ESPAÇOS VERDES ESCOLARES

EIXO PRIORITÁRIO III PREVENÇÃO, GESTAO E MONITORIZAÇÃO DE RISCOS NATURAIS E TECNOLÓGICOS (RECUPERAÇÃO DO PASSIVO AMBIENTAL)

Coordenador Eco Escola Centro Educativo Alice Nabeiro Carlos Manuel Gaspar Pepê

DECLARAÇÃO DO RIO SOBRE AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO

Estabelece medidas de incentivo à reciclagem de pneus usados

Apresentação do GIS - Grupo Imigração e Saúde / Parte 2: a utilidade do GIS para os imigrantes

Regulamento de Apoio à Mobilidade e Intercâmbio Cultural

DIMENSÃO DE CONSTRUÍDO

Adaptação às Alterações Climáticas em Portugal: Estratégias e Perspetivas

Estratégias a utilizar

Caracterização da Situação dos Fluxos Específicos de Resíduos em 2009 APA

SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO

Fogo. Melhor prevenir que apagar incêndios

P l a n o FUNDAÇÃO LUSO

Programa de Desenvolvimento Rural do Continente para

Estrutura do Plano de Acção de Energia e Sustentabilidade - Pacto dos Autarcas

ab g IMAGENS DO FUTURO: representações e preocupações das crianças sobre o ambiente Rosalina Gabriel, Ana Moura Arroz e Luzia Cordeiro Rodrigues

Lusofonia junta engenheiros em Lisboa

UNIVERSIDADE METODISTA DE ANGOLA

LIPOR. IMPLEMENTAÇÃO DO PLANO ESTRATÉGICO DE AMBIENTE Preparar o Porto para um futuro sustentável EMPRESA

PROGRAMA DE REFLORESTAMENTO DAS MICROBACIAS HIDROGRÁFICAS DAS ÁREAS DE PROTEÇÃO AOS MANANCIAIS DA REPRESA BILLINGS NO MUNICÍPIO DE SANTO ANDRÉ SP

Financiamento do Desporto

Freguesia de Gouveia

TERMO DE REFERENCIA PARA COMPILAÇÃO E MAPEAMENTO DE IMOVEIS RURAIS

PARCERIAS. Terceiro Setor e Setor Privado

Transcrição:

Projecto

Um homem terá pelo menos dado a partida para a descoberta do sentido da vida humana quando começar a plantar árvores frondosas sob as quais sabe muito bem que jamais se sentará. D. Elton Trueblood 2

É hoje reconhecido o papel fundamental que as florestas têm na conservação do solo, na regulação do clima e do ciclo hidrológico, enquanto suporte de biodiversidade, sumidouro de CO 2 e na produção de matériasprimas fundamentais à nossa vida quotidiana. Em Portugal grande parte da floresta natural desapareceu ou está muito alterada, sendo já raras algumas das nossas árvores autóctones. Para tal tem contribuído a adopção de modelos silvícolas baseados na simplificação dos ecossistemas florestais, reduzindo os a meros conjuntos de árvores alinhadas da mesma espécie, grande parte das vezes exóticas de rápido crescimento. A Quercus propõe um conjunto de acções que, para além da componente fundamental de conservação da biodiversidade, incluem a quantificação da capacidade de sequestro de CO 2 dos novos bosques e daqueles que já se encontram em crescimento, constituindo mais um contributo para reduzir o efeito de estufa e as alterações climáticas que lhe estão associadas. Objectivos O projecto tem por objectivo global criar, conservar e cuidar de bosques com espécies autóctones, potenciando as diversas valências que estes encerram, através de acções de manutenção e recuperação da floresta original. Como objectivos específicos destacam se: Reproduzir árvores e arbustos autóctones, nomeadamente algumas espécies raras ou ameaçadas de extinção; Restabelecer o coberto arbóreo e arbustivo autóctone em áreas públicas e privadas, através da plantação/sementeira e do aproveitamento da regeneração natural; Disponibilizar plantas autóctones produzidas em viveiro para utilização em projectos de carácter conservacionista; Desenvolver uma componente de educação ambiental, designadamente através da criação de parques botânicos de espécies autóctones em espaços públicos e privados; Envolver entidades públicas e privadas no desenvolvimento do projecto através de acções que evidenciem a sua cultura de responsabilidade ambiental. 3

Componentes do projecto 1. Recolha de frutos/sementes de espécies autóctones. 2. Produção de plantas autóctones em viveiro utilizando as sementes recolhidas. 3. Criação de bosques constituídos por espécies arbóreas e arbustivas autóctones. 4. Aproveitamento da regeneração natural das espécies pretendidas (e.g. transplantação de plantas jovens a crescer debaixo da copa das árvores adultas). 5. Conservação de bosques autóctones de reconhecido valor (carvalhais, zimbrais, pinhais, freixiais, vidoais, azereirais, azevinhais, entre outros). 6. Realização de intervenções culturais (controlo da vegetação arbustiva de baixo valor, poda e desbaste) em bosques autóctones para a promoção do desenvolvimento do coberto arbóreo e prevenção contra incêndios florestais. 7. Criação de parques botânicos de espécies autóctones. 8. Disponibilização de plantas autóctones a entidades públicas e privadas. 9. Divulgação e comunicação. 10. Monitorização e avaliação das acções desenvolvidas. objectivos de gestão envolvem acções de florestação com espécies autóctones. Admitemse terrenos públicos (e.g. em Áreas Protegidas Matas Nacionais e espaços verdes urbanos), baldios (e.g. em Trás os Montes e Minho) e privados (e.g. em Montemor o Novo, Castelo Branco, Soure, Baião, Serra do Caramulo, Évora e terrenos do CNE). Acções de recolha de sementes, plantação e intervenções culturais Serão organizados campos de plantação, de recolha de sementes e para cuidar dos bosques autóctones (e.g. aos fins de semana), nos quais poderão participar todos os cidadãos interessados. As inscrições de voluntários serão feitas via Internet (http://criarbosques.wordpress.com/participe/). Produção de árvores e arbustos Será utilizado o viveiro florestal da Sra. da Graça (CEASG), localizado no concelho do Sabugal, que está sob gestão do Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade (ICNB), bem como viveiros florestais sob administração da Autoridade Florestal Nacional. Locais de plantação Será dada prioridade a propriedades de especial interesse conservacionista e onde os objectivos de gestão envolvem acções de Bosque na Serra de Monchique 4

A plantação decorrerá entre Outubro e Março, a recolha de sementes durante quase todo o ano (com especial incidência no Outono/Inverno) e as intervenções culturais no Outono/Inverno. Espécies a plantar/semear Seleccionaram se 68 espécies de árvores e arbustos autóctones (http://criarbosques.wordpress.com/especies/) para reproduzir e plantar/semear, sendo parte delas raras ou ameaçadas de extinção, com vista à valorização das nossas espécies e à conservação e recuperação da biodiversidade. No entanto, pode não ser possível reproduzir todas as espécies seleccionadas nesta época devido à dificuldade em obter semente viável. Metas de execução do projecto Entre Outubro de 2009 e Março de 2010 plantar cerca 180.000 árvores/arbustos, cuidar de 25 ha de carvalhais (Quercus spp.) e produzir 250.000 plantas para a época de plantação de 2010/2011. Todos os anos serão definidas metas de plantação, produção de plantas e áreas a cuidar. Garantias de manutenção Após os 5 anos do projecto, a Quercus e/ou os proprietários continuarão a cuidar destes espaços. Metodologias a adoptar na criação de bosques O controlo da vegetação arbustiva será manual (e.g. enxada, serra e cutelo) ou mecânico (e.g. roçadora e corta matos), sendo realizada apenas nas situações em que a intervenção seja vantajosa para o desenvolvimento das jovens plantas. A mobilização do solo para plantação/ sementeira será preferencialmente efectuada através da abertura de covas por métodos manuais (e.g. enxada, pá e picareta) e mecânicos (e.g. broca), evitando se as grandes intervenções realizadas com recurso a maquinaria pesada. Sempre que for viável a distribuição das plantas no terreno será irregular, escolhendo se os melhores locais para plantar/semear, de forma a aumentar a sua sobrevivência e formar bosques que se assemelhem o mais possível aos obtidos por regeneração natural. Financiamento do programa Os meios financeiros destinados a implementar o programa vêm do Green Cork, projecto de reciclagem de rolhas de cortiça (em breve vai ser alargado a outros materiais) promovido pela Quercus, o qual pretende reconduzir as verbas provenientes do reaproveitamento e reciclagem de materiais, para acções de recuperação e conservação da natureza. Será também proveniente de compromissos de médio/longo prazo para a redução e compensação da pegada ecológica assumidos por empresas públicas e privadas. Entidades participantes Participam activamente nesta actividade o ICNB Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade, a AFN Autoridade Nacional Florestal, a APA Agência Portuguesa do Ambiente, o CNE Corpo Nacional de Escutas, a FNAPF Federação Nacional das Associações de Proprietários Florestais, a ATN Associação Transumância e Natureza, o Projecto Rios e a QUERCUS Associação Nacional de Conservação da Natureza. Este projecto tem o apoio da Comissão Nacional da Unesco. É um projecto com o Alto Patrocínio de Sua Excelência O Presidente da República. 5