CARACTERIZAÇÃO DE MACRO E MICRO NUTRIENTES EM CASCAS DE PASSIFLORA

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Transcrição:

CARACTERIZAÇÃO DE MACRO E MICRO NUTRIENTES EM CASCAS DE PASSIFLORA EDULIS E PASSIFLORA ALATA André Lorena de Barros Santos 1,2, Fábio Gelape Faleiro 1, Ana Maria Costa 1, Angélica Vieira Sousa Campos 1, Daiva Domenech Tupinambá 1, Karina Nascimento da Silva 3, Daniela Andrade Faria 1, Francisco Duarte Fernandes 1, Nilton Tadeu Vilela Junqueira 1, Keize Pereira Junqueira 1 ( 1 Embrapa Cerrados, BR 020, Km 18, Caixa Postal 08223, 73010-970 Planaltina, DF. e-mail: abarros@cpac.embrapa.br, 2 Universidade de Brasília, Campus Universitário Darcy Ribeiro, 70910-900 Brasília, DF.; 3 União Pioneira de Integração Social, campus II, Planaltina DF. ) Apoio financeiro: CNPq Termos para indexação: maracujá, casca, nutrientes Introdução O Brasil é centro de origem e diversidade de espécies do gênero Passiflora. Estima-se que existam pelo menos 70 espécies com frutos comestíveis (Cunha et al., 2002). A tradição popular atribui aos maracujás propriedades sedativas, diuréticas, analgésicas, vermífugas, anti-tumorais, no tratamento de dependência química, no controle da ansiedade e distúrbios nervosos (Costa e Tupinambá, 2005). No Brasil, as espécies de maracujás com maior expressão comercial são a Passiflora edulis f. flavicarpa (maracujá-amarelo ou azedo), a Passiflora edulis (maracujá-roxo) e a Passiflora alata (maracujá-doce) (SOUZA; MELLETI, 1997). O aproveitamento das cascas do maracujá utilizado na indústria não tem sido comum, embora exista o potencial medicinal e também na alimentação animal (Oliveira et al., 2002). Recentemente, a farinha de casca do maracujá comercial (Passiflora edulis) vem sendo empregada no controle do colesterol e diabetes (Sabaá-Srur e Junqueira, 2003). As cascas de P. edulis são ricas em fibras solúveis (pectinas e mucilagens), vitamina B3, cálcio e fósforo (Córdova et. al. 2005). Costa e colaboradores (2007) verificaram diferenças nos teores de minerais, acidez e sólidos solúveis totais na polpa de variedades silvestres e as cultivares BRS Sol do Cerrado, BRS Ouro Vermelho e BRS Gigante Amarelo, recentemente lançadas pela Embrapa, sugerindo que elas teriam propriedades funcionais diferenciadas. Contudo, ainda é pequeno o conhecimento sobre a composição química e mineral da casca do maracujá comercial e também das espécies silvestres do gênero. A casca do maracujá pode ser um importante instrumento na melhoria da qualidade de vida

da sociedade e o seu uso intensivo depende do conhecimento e comprovação das suas propriedades funcionais. Neste trabalho, objetivou-se analisar a casca de frutos de dois acessos de maracujazeiro doce (P. alata) e três cultivares comerciais de maracujazeiro-azedo (P. edulis). Material e Métodos Foram analisadas cascas de frutos do acesso CPAC MJ-02-17 (acesso silvestre) e uma população de melhoramento de maracujazeiro doce (P. alata) e dos cultivares comerciais de maracujazeiro-azedo (P.edulis) BRS Sol do Cerrado, BRS Ouro Vermelho e BRS Gigante Amarelo (Tabela 1). A coleta dos frutos para extração da casca foi feita durante a safra de setembro a novembro de 2007. Foram coletados e analizados 18 frutos de cada cultivar de maracujá-azedo e pelo menos 22 frutos de cada acesso de maracujá doce. A polpa e sementes foram separadas das cascas, as quais foram desidratadas até uma umidade de 8 a 10%. Após a desidratação, as cascas foram moídas utilizando o equipamento para transformação em farinha. Para a determinação dos macro e micronutrientes, as amostras de farinha de casca de cada material genético foram digeridas por peróxido-perclorídrico e posteriormente, solubilizadas, caracterizadas e quantificadas por Espectroscopia de Emissão Atômica com Plasma de Argônio Inutivamente Acoplado (ICO-AES). Para o controle dos dados obtidos, amostras de alguns acessos foram analisadas com duas ou três repetições, de acordo com o procedimento padrão da Embrapa Cerrados. Foram analisados os macronutrientes N, P, K, Ca, Mg e S (g/kg) e os micronutrientes Mn, Al e Na (mg/kg), Estatísticas descritivas de cada macro e micronutriente e correlações fenotípicas entre eles foram obtidas com o auxílio do Programa Genes (Cruz, 1997). Resultados e Discussão A análise quantitativa de macro e micronutrientes da farinha de casca de frutos de maracujá azedo e maracujá doce é apresentada na Tabela 1. Pode-se observar uma variabilidade genética entre os acessos de maracujá doce para todos os macro e micronutrientes. O acesso de P. alata população de melhoramentos apresentou, nas cascas de seus frutos, quantidade superior de todos os macronutrientes, com exceção do Nitrogênio e do Enxofre. As diferenças observadas dentro da

espécie P. alata são justificadas pelo fato da análise ter sido feita em um acesso silvestre (CPAC MJ-02-17) e uma população de melhoramento. A quantidade inferior de Na e Al no acesso silvestre é um aspecto positivo desse material. As cultivares comerciais de maracujazeiro-azedo BRS Sol do Cerrado, BRS Ouro Vermelho e BRS Gigante Amarelo apresentaram resultados que comprovam variabilidade genética, porém, os valores foram próximos em todas as análises de macronutrientes, com exceção da análise de Enxofre. O BRS Sol do Cerrado apresentou, aproximadamente, três vezes mais Enxofre que o BRS Ouro Vermelho. A análise de micronutrientes apresentou variações expressivas de Manganês e Alumínio. O BRS Sol do Cerrado apresentou mais do que o quádruplo da quantidade de Manganês do BRS Ouro Vermelho, e ambos apresentaram uma maior quantidade de alumínio em relação ao BRS Gigante Amarelo. Comparando-se as duas espécies estudadas, verificou-se uma grande diferença nutricional entre elas, o que pode ser visto pela média de cada nutriente. A espécie P. edulis possui uma maior quantidade dos nutrientes Ca, Al e Na. A diferença mais significativa é a do Na, sendo a média da P. edulis, aproximadamente, três vezes superior à da P. alata. A espécie P. alata apresentou maiores quantidades de N, P, K, Mg, S e Mn. As diferenças mais discrepantes foram as do Enxofre e Manganês, sendo a média de P. alata superior à de P. edulis em, aproximadamente, três e vinte vezes, respectivamente. As maiores diferenças intra e inter-específicas são evidenciadas pelos máximos e mínimos gerais e pelos coeficientes de variação (Tabela 1). Tabela 1. Quantidade de macro e micronutrientes em farinha de casca de frutos de três cultivares de maracujá-azedo e dois acessos de maracujá doce. Espécie Acesso N P. alata P. edulis P K Ca Mg S Mn Al Na (g/kg) (g/kg) (g/kg) (g/kg) (g/kg) (g/kg) (mg/kg) (mg/kg) (mg/kg) CPAC MJ-02-17 21,00 1,16 32,63 1,23 1,19 4,75 17,06 9,66 101,9 Pop. Melhoramento 16,09 1,99 45,46 3,81 1,84 4,38 24,7 31,7 165,1 Média 18,55 1,58 39,05 2,52 1,52 4,57 20,88 20,68 133,5 BRS Sol do Cerrado 12,78 0,89 25,04 2,76 1,34 2,77 0,3 28,3 424,5 BRS Gigante Amarelo 11,63 0,97 25,11 3,11 1,36 1,14 0,9 16,3 448,8 BRS Ouro vermelho 11,60 1,06 22,77 2,63 1,30 0,97 1,5 24,2 411,8 Média 12,00 0,97 24,31 2,83 1,33 1,63 0,90 22,93 428,4 Máximo 21,00 2,00 45,46 3,82 1,85 4,76 24,7 31,7 448,8 Mínimo 11,6 0,89 22,77 1,23 1,19 0,97 0,3 9,67 101,9 Média 14,62 1,21 30,20 2,71 1,40 2,80 8,89 22,03 310,4 Desvio Padrão 4,01 0,44 9,30 0,94 0,25 1,76 11,28 8,98 163,5 CV(%) 27,42 36,89 30,81 34,96 18,15 62,90 126,84 40,79 52,7

A matriz de correlações fenotípicas entre os macro e micronutrientes é apresentada na Tabela 2. Foram observadas correlações significativas entre as quantidades de Nitrogênio e Enxofre (0,90); Nitrogênio e Sódio (-0,94) Fósforo e Potássio (0,95); Fósforo e Magnésio (0,89); Fósforo e Manganês (0,88); Potássio e Manganês (0,95); Enxofre e Sódio (-0,92); Manganês Sódio, (-0,93). Tabela 2. Matriz de correlações fenotípicas entre a quantidade de macro e micronutrientes em farinha de cascas de frutos de acessos de P. nitida. P K Ca Mg S Mn Al Na N 0,37 0,57-0,58-0,03 0,90* 0,76-0,45-0,94* P 0,95* 0,49 0,89* 0,58 0,88* 0,44-0,65 K 0,33 0,80 0,78 0,95** 0,29-0,78 Ca 0,82-0,25 0,06 0,79 0,32 Mg 0,31 0,60 0,72-0,26 S 0,86-0,06-0,92* Mn 0,07-0,93* Al 0,22 **,* : Significativo a 1 e 5% de probabilidade, pelo teste t, Conclusões Os acessos de assiflora alata apresentaram grandes diferenças na quantidade de macro e micronutrientes nas cascas de seus frutos, evidenciando a variabilidade genética intra-específica. Esta variabilidade não foi tão evidente entre os acessos de Passiflora edulis. De um modo geral, as cascas de frutos da espécie Passiflora alata demonstraram ser mais nutritivas para a maioria das substâncias analisadas. No entanto, com base nos nutrientes presentes nas cascas de frutos de P. edulis, e também o teor de fibras, é importante considerar uma utilidade nobre desse subproduto das indústrias de suco, como na alimentação humana. Referências bibliográficas OLIVEIRA, L. F.; NASCIMENTO, M. R. F.; BORGES, S. V.; RIBEIRO, P. C. N.; RUBACK, V. R. Aproveitamento alternativo da casca do maracujá-amarelo (Passiflora edulis f. flavicarpa) para produção de doce em calda. Ciência e Tecnologia de Alimentos, Campinas, v. 22, n. 3, p. 259-262, set./dez. 2002 CUNHA, M. A. P.; BARBOSA, L. V.; JUNQUEIRA, N. T. V. Espécies de maracujazeiro. In: LIMA, A. A. (Ed.). Maracujá Produção: Aspectos Técnicos. Brasília: Embrapa Informação Tecnológica, 104p. (Frutas do Brasil; 15), 2002.

COSTA, A. M.; TUPINAMBÁ, D. D. O maracujá e suas propriedades medicinais estado da arte. In: Faleiro, F. G.; Junqueira, N. T. V.; Braga, M. F. (Eds.) Maracujá: germoplasma e melhoramento genético. Planaltina, DF: Embrapa Cerrados, 2005. p. 475-506. SABAÁ-SRUR, F.; JUNQUEIRA, S. M. Maracujá para diabéticos. Ciência Hoje, 198, 2003 (http://www2.uol.com.br/cienciahoje/ch/ch198/emdia2.htm). SOUZA, J. S. I.; MELETTI, L. M. M. Maracujá: espécies, variedades, cultivo. Piracicaba: FEALQ, 1997. 179 p. COSTA, A. M.; TUPINAMBÁ, D. D.; COHEN, K. O.; PAES, N. S.; CAMPOS, A. V. S.; PALUDO, A.; SANTOS, E. C.; BELLON, G.; FALEIRO, F. G.; JUNQUEIRA, N. T. V.; LIMA, H.C. Comparação Das Propriedades Físicas E Químicas Dos Frutos E Polpas De Espécies Comerciais E Silvestres De Passifloras Para Uso Funcional. In: SIMPÓSIO LATINO AMERICANO DE CIÊNCIAS DE ALIMENTOS, 7., 2007, Campinas. Ciência e tecnologia de alimentos em benefício da sociedade: ligando a agricultura à saúde. Campinas: UNICAMP, 2007. 1 CD-ROM.