CARACTERÍSTICAS FÍSICO-QUÍMICAS DE VINTE E SEIS GENÓTIPOS DE MARACUJAZEIRO-AZEDO CULTIVADOS NO DISTRITO FEDERAL

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1 CARACTERÍSTICAS FÍSICO-QUÍMICAS DE VINTE E SEIS GENÓTIPOS DE MARACUJAZEIRO-AZEDO CULTIVADOS NO DISTRITO FEDERAL Rodrigo Marques de Mello 1 ; Ana Montserrat Treitler Dantas 2 ; José Ricardo Peixoto 3 ; Nilton Tadeu Vilela Junqueira 4 ; Rafael Brugger de Bouza 5 ; Marcelo Alves Figueiredo Sousa 6 ; Berildo de Melo 7. 1 Mestrando, Universidade de Brasília, Campus Universitário Darcy Ribeiro, rodrigommello@hotmail.com; 2 Mestranda, Universidade de Brasília, Campus Universitário Darcy Ribeiro, anamontserrat@unb.br; 3 Eng. Agr. Dr., Prof. Associado I da FAV (UnB). Campus Universitário Darcy Ribeiro, peixoto@unb.br; 4 Eng. Agr. Dr. Pesquisador da EMBRAPA; junqueir@cpac.embrapa.br; 5 Mestrando, Universidade de Brasília, Campus Darcy Ribeiro ICC-Sul- Fitopalologia, rafaelbrugger@unb.br; 6 Doutorando, Universidade de Brasília, Campus Darcy Ribeiro ICC-Sul-FAV Brasília-D.F. marcelosousa@unb.br; 7 Eng. Agr. Dr., Prof. Instituto de Ciências Agrárias, Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Campus Umuarama, Uberlândia, MG, berildo@ufu.br; INTRODUÇÃO O Brasil é o maior produtor de maracujá, onde cerca de 60% da produção é destinada ao consumo in natura, e os 40% restante, às indústrias de processamento, sendo o suco concentrado o principal seu principal produto (LIMA, 2001). O melhoramento genético visa atender as exigências do mercado consumidor, principalmente, quanto ao quesito qualidade do fruto, considera-se que uma variedade desenvolvida para o mercado in natura deva apresentar frutos grandes e ovais, cavidade interna completamente preenchida, resistente ao transporte e a perda de qualidade durante o armazenamento e a comercialização. Se desenvolvida para a industrialização, precisa ter casca fina, possuir também cavidade interna totalmente preenchida, possuir coloração amarelo-dourada estável, e alto teor de sólido solúvel, superior a 13 Brix (Bruckner, 2002). A seleção de cultivares de maracujazeiro-azedo que apresentem uma boa qualidade póscolheita de seus frutos é de fundamental importância para o desenvolvimento da cultura no País. Seguindo este propósito, o presente trabalho teve como objetivo avaliar as características físico-químicas de 26 genótipos de maracujazeiro-azedo cultivados no Distrito Federal em duas épocas de colheita.

2 MATERIAL E MÉTODO O experimento foi realizado na fazenda Água Limpa, situada na Vargem Bonita, pertencente à Universidade de Brasília (UnB). O delineamento foi o de blocos casualizados, com 26 genótipos e 8 plantas por parcela com quatro repetições em arranjo de parcelas subdivididas. Os genótipos utilizados neste experimento foram: MAR20#12, MAR20#39, MAR20#10, MAR20#21, MAR20#41, MAR20#49, MAR20#40, MSCA, MAR20#24, RUBI GIGANTE, MAR20#2005, REDONDÃO, MAR20#1, ROXO AUSTRALIANO, MAR20#15, PES9, MAR20#44, FB200, MAR20#19, FB100, MAR20#6, EC-3-0, MAR20#29, ECL-7, MAR20#34, GIGANTE AMARELO. A lavoura foi conduzida utilizando o sistema de sustentação de espaldeira vertical, com os mourões distanciados de 6 m e 2 fios de arame liso um a 1.5 m de altura e outro a 2m em relação ao solo. Não foi realizada polinização artificial. As colheitas foram realizadas quinzenalmente de abril a novembro de 2007, e semanalmente entre dezembro de 2007 e maio de Nos meses de fevereiro e abril, foram selecinados, ao acaso, 10 frutos por parcela, totalizando 40 frutos por genótipo, para análises físico-químicas. Estas foram realizadas no Laboratório de Análise de Alimentos da Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária (FAV) da Universidade de Brasília (UnB), onde se analisou as seguintes características: espessura da casca (cm), sólidos solúveis totais - SST em ( Brix) e rendimento de polpa. Os frutos foram cortados para retirada da polpa que foi colocada no copo do liquidificador doméstico com a finalidade de romper o arilo e separar o suco. O peso final da casca, polpa e o suco foram medidos em balança digital e os resultados anotados em uma planilha. O rendimento de polpa foi obtido através da relação peso de polpa por peso fresco. Na determinação do teor de sólidos solúveis totais (SST) foram colocadas gotas da amostra no prisma do refratômetro, e em seguida, foi feita a leitura direta em refratômetro manual, marca Atago, modelo N-1E. A leitura obtida no aparelho à temperatura de 20 o C, foi corrigida de acordo com uma tabela de correção do Brix segundo metodologia proposta no livro de Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz (1974). Os resultados foram expressos em o Brix, conforme leitura feita no aparelho. As análises de variância (teste de F) para cada parâmetro bem como a comparação das médias através do teste de Scott Knott ao nível de 5% de significância, com o auxílio do software SISVAR, Ferreira (2000).

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO O genótipo MAR 20#1 apresentou o maior teor de sólidos solúveis totais (SST) 13,5 Brix, valor observado no mês de fevereiro. Porém não diferiu estatisticamente dos demais nessa época. O menor valor encontrado para o SST foi obtido pelo genótipo FB200 (7,8ºBrix) em abril. O genótipo rubi gigante, no mês de fevereiro, apresentou um valor de 12,8 ºBrix, sendo estatisticamente superior ao observado em abril 10,8º Brix. O mesmo foi observado nos seguintes genótipos: MAR20#40 (13,3 e 11,0 ºBrix), Redondão (13,3 e 11,0 ºBrix), MAR 20#2005 (12,5 e 10,5 ºBrix), MAR20#1 (13,5 e 11,8 ºBrix), Roxo Australiano (13,0 e 9,8 ºBrix), MAR20#49 (12,8 e 10,0 ºBrix), PES 9 (12,5 e 10,0 ºBrix), MAR 20#44 (12,8 e 10,0 ºBrix), MAR20#6 (12,5 e 10,0 ºBrix), MAR20#29 (11,8 e 9,0ºBrix), FB200 (12,8 e 7,8 ºBrix), MAR20#34 (13,0 E 9,5 ºBrix), MAR20#21 (11,8 e 8,0 ºBrix), Gigante Amarelo (12,0 e 10,0 ºBrix) e MAR20#39 (12,8 e 10,0 ºBrix) Os resultados de Brix mais altos foram obtidos no mês de fevereiro. Bruckner (2002) relata como sendo ideal para a industrialização um valor em torno de 13 Brix. Abreu (2006) obteve, para o genótipo Rubi Gigante, 13,6 Brix. No mês de abril, o genótipo MAR20#6 apresentou o maior percentual de polpa, 45,0 %, estatisticamente superior ao observado no Rubi Gigante (26,6 %), sendo este o menor valor encontrado neste período. Foi observado no genótipo MAR20#10 que o percentual de polpa dos frutos no mês de abril (42,9 %) foi estatisticamente superior ao observado no período de fevereiro (33,9 %). Este mesmo fator foi observado em vários outros genótipos, tais quais: MAR20#2005 (40,0 e 29,9 %), PES 9 (40,7 e 30,7 %), MAR20#19 (42,6 e 32,3 %), MAR20#6 (45,0 e 36,0 %), MAR20#21 (42,8 e 32,7 %), FB100 (40,7 e 27,6 %) e E-C-3-0 (42,5 e 22,7 %). Fortaleza (2002) encontrou valores de espessura de casca variando entre 0,51 a 0,54 cm e Medeiros (2005) de 0,37 a 0,74 cm, onde os genótipos de maracujá-roxo avaliados apresentaram espessura de casca de 0,60 e 0,55 cm. Não foi observada diferença significativa entre os genótipos quanto a espessura de casa na avaliação de fevereiro. Já em abril, a variação foi maior. O genótipo MAR20#39 (1,03 cm) foi estatisticamente superior ao material MAR20#24 (0,69). Resultados com valores menores representam material com uma maior cavidade ovariana e, conseqüentemente, maior quantidade de polpa. O Rubi Gigante em fevereiro (0,70cm) demonstrou um resultado estatisticamente menor do que em abril (0,93cm). O semelhante foi observado nos seguintes genótipos: MAR20#40 (0,80 e 0,92 cm), Redondão (0,71 e 0,96 cm), MAR20#1 (0,71 e 0,90 cm), Roxo Australiano (0,66 e 0,85 cm), MAR20#19 (0,71 e 0,87cm), MAR20#6 (0,72 e 0,87 cm), FB200 (0,74 e 0,96cm), ECL-7 (0,72 e 0,90cm), Gigante Amarelo (0.80 e 0,96cm) e MAR20#39 (0,81 e 1,03cm).

4 CONCLUSÃO Os frutos, no mês de fevereiro, tiveram a maior quantidade de Sólido Solúveis Totais e a menor espessura de casca. No mês de abril, foi o observado o maior rendimento de polpa. AGRADECIMENTOS A Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária - FAV (UnB), ao Departamento de Fitopatologia (UnB) e ao CNPq pelo apoio material e financeiro. REFERÊNCIAS ASSOCIAÇÂO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6023: Informações e Documentação: Referências: Elaboração. Rio de Janeiro: BUCKNER, C.H.; MELETTI, L.M.M.; OTONI, W.C.; ZERBINI JÚNIOR, F.M. maracujazeiro. In. Bruckner, C.H. (ed.). Melhoramento de Fruteiras Tropicais. Viçosa: UFV, Cap. 13, p FORTALEZA, J.M. Influência da adubação potássica e da época de colheita sobre as características físico-químicas dos frutos de nove genótipos de maracujazeiro azedo cultivados no Distrito Federal. Brasília: Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária, Universidade de Brasília, 2002, 59f. Dissertação de Mestrado LIMA, A. de A.; CUNHA, M. A.P. da. (Ed.). Maracujá: Produção e qualidade na passicultura. Embrapa Mandioca e Fruticultura. Cruz das Almas, BA, p. MEDEIROS, S.A.F. Desempenho agronômico e caracterização físico-química de genótipos de maracujá-roxo e maracujá-azedo no Distrito Federal. Brasília: Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária, Universidade de Brasília, 2005,95f. Dissertação de Mestrado FERREIRA, D.F. Análises estatísticas por meio do SISVAR para Windows versão 4.0. In: REUNIÃO ANUAL DA REGIÃO BRASILEIRA DA SOCIEDADE INTERNACIONAL DE

5 BIOMETRIA, 45. São Carlos, SP, Programas e Resumos... São Carlos: UFSCar, p _190252