Universidade de Brasília,

Transcrição

1 INCIDÊNCIA E SEVERIDADE DA BACTERIOSE (Xantomonas axonopodis pv. passiflorae) EM GENÓTIPOS DE MARACUJAZEIRO-AZEDO CULTIVADOS NO DISTRITO FEDERAL Marcelo Alves de Figueiredo Sousa 1, José Ricardo Peixoto 2, Nilton Tadeu Vilela Junqueira 3, Thales Eduardo de Godoy Maia 4, Rafael Brugger de Bouza 5, Rodrigo Marques de Mello 6 e Thiago Ricardo Peixoto 7 1 Doutorando, Universidade de Brasília, Campus Universitário Darcy Ribeiro, Caixa Postal 04508, CEP Brasília-DF. . marcelosousa@unb.br; 2 Eng. Agr. Dr., Prof. Associado I da FAV (UnB). peixoto@unb.br; 3 Eng. Agr. Dr. Pesquisador da EMBRAPA. junqueir@cpac.embrapa.br; 4 Eng. Agr., Universidade de Brasília, tegm@uol.com.br; 5 Mestrando, Universidade de Brasília, rafaelbrugger@unb.br; 6 Mestrando, Universidade de Brasília, rodrigommello@hotmail.com; 7 Graduanda, Universidade de Brasília, t_r_peixoto@hotmail.com INTRODUÇÃO O maracujazeiro amarelo é atacado por um número considerável de fitopatógenos, desde a parte aérea, passando pelo sistema vascular, colo e raízes (SANTOS FILHO; JUNQUEIRA, 2003, citado por FALEIRO et al., 2005). Dentre as doenças do maracujazeiro podem ser citadas como principais doenças da parte aérea: fúngicas - antracnose, cladosporiose e septoriose (SANTOS FILHO et al., 2003); bacteriana - Xanthomonas campestris pv. passiflorae (SANTOS et al., 2003); virótica - endurecimento dos frutos (BARBOSA et al., 2003). A pesquisa na área da passicultura precisa ser intensificada, entre os principais objetivos que devem ser perseguidos pelos pesquisadores está a descrição da variabilidade dos fitopatógenos do maracujá como por exemplo: Cowpea aphid-borne mosaic vírus CABMV, Xanthomonas axonopodis pv. passiflorae, Colletotrichum gloeosporioides e Cladosporium herbarum; o desenvolvimento de variedades, linhagens ou híbridos, visando resistência/tolerância, maior produtividade e qualidade de frutos (FALEIRO, 2005).

2 MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi conduzido na Fazenda Água Limpa (UnB), cujo clima da região é caracterizado por chuvas concentradas no verão, de outubro a abril e invernos secos, de maio a setembro. Utilizou-se o delineamento de blocos casualizados em esquema de arranjo de parcela subdividida formadas pelas épocas de avaliação e subparcelas formadas pelos genótipos. Foram testados os seguintes genótipos O delineamento foi o de blocos casualizados com, com 26 genótipos e 8 plantas por parcela com quatro repetições em arranjo de parcelas subdivididas. Os materiais utilizados neste experimento denominados por MAR20#12, MAR20#10, MAR20#41, MAR20#40, MAR20#24, MAR20#2005, MAR20#1, MAR20#15, MAR20#44, MAR20#19, MAR20#6, MAR20#29, MAR20#34, MAR20#39, MAR20#21 e MAR20#49 foram obtidos por seleção massal de plantios comerciais contendo nove materiais superiores, considerando os aspectos de produtividade, qualidade de frutos e resistência aos fitopatógenos, trazidos do município de Araguari M.G. Os materiais utilizados nesse experimento denominados, Yellow Máster FB-200, Yellow Máster FB- 100, MSCA (Marilia seleção cerrado pomar comercial), PES-9, EC-L-7 (Sul Brasil X Marília), EC-3-0 [(Marília X Rubi gigante) X Marília], Gigante amarelo (Redondão X MSC), Redondão (Seleção de material introduzido de Porto Rico em 1996), Roxo australiano, As mudas foram obtidas por meio de semeadura com a utilização de bandeijas de polietileno contendo substrato plantmax, sob casa de vegetação. As mudas foram transplantadas para o campo em outubro de 2006, o espaçamento utilizado foi de 2.75 m entre linhas e 3 m entre plantas, totalizando 1212 plantas por hectare. A lavoura foi conduzida utilizando o sistema de sustentação de espaldeira vertical, com os mourões distanciados de 6 m e 2 fios de arame liso um a 1.5 m de altura e outro a 2 em relação ao solo. Não foi realizado polinização artificial. Os frutos colhidos eram levados para um armazém onde foram retirados aleatoriamente 10 frutos por parcela para analise visual de doença. As avaliações visuais foram realizadas nos meses de janeiro, março e abril de O grau de resistência à bacteria Xantomonas axonopodis pv. passiflorae foi obtido inicialmente utilizando a escala de notas relatada por Junqueira et al. (2003), onde nota 1: os frutos não apresentaram sintomas de doenças, sendo o genótipo

3 considerado resistente (R); nota 2: os frutos apresentavam até 10% do superfície coberta, com lesões, moderado resistente (MR); nota 3: os frutos apresentavam de 11% a 30% da superfície coberta por lesões, susceptível (S) e nota 4: os frutos apresentavam mais de 31% da superfície coberta por lesões, altamente susceptível (AS). Neste trabalho utilizamos as modificações feitas a esta escala por Sousa (2005), a saber: a classe considerada moderadamente resistente foi alterada para moderadamente suscetível, sem alterar as porcentagens de lesões. As análises de variância (teste de F) para cada parâmetro bem como a comparação das médias através do teste de Scot Nott ao nível de 5% de significância, com o auxílio do software SISVAR, Ferreira (2000). RESULTADOS E DISCUSSÃO Houve diferença significativa durante os meses avaliados. O mês de março foi o que apresentou a maior incidência da bacteriose e o mês de janeiro apresentou a menor incidência (37,26% e 22,05%) respectivamente. Sousa (2005) obteve uma incidência bem superior aos genótipos nos meses março e abril com respectivamente 86,41% e 68,19%. Todos os genótipos apresentaram uma moderada susceptibilidade a bacteriose não diferindo significativamente entre si. Porém Sousa (2005) obteve para os genótipos Yellow Máster FB-200, Redondão, PES9, EC-L-7 e Gigante amarelo a mesma resistência (MS). TABELA 2.17 Severidade expressa em % da área afetada pela bacteriose nos frutos de 26 genótipos de maracujazeiro-azedo, Brasília, FAL-UnB, Época SEVERIDADE Janeiro ,62% Março ,72% Abril ,67 Médias seguidas por mesma letra nas colunas não diferem significativamente entre si a nível de 5% pelo teste Duncan.

4 CONCLUSÕES Houve uma baixa incidência e severidade da bacteriose durante os meses de avaliações. Todos os genótipos apresentaram uma moderada suscetibilidade. A variabilidade para resistência à bacteriose entre os genótipos foi também muito pequena. AGRADECIMENTOS A Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária - FAV (UnB), ao Departamento de Fitopatologia (UnB) e ao CNPq pelo apoio material e financeiro. REFERÊNCIAS DOS ANJOS, J. R. N; JUNQUEIRA, N. T. V.; CHARCHAR, M. J. A. Levantamento do Passsion fruit Woodiness Vírus em maracujazeiro azedo no Cerrado do Brasil central. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE FRUTICULTURA, 17, Belém, Anais... Belém: SBF, p FERREIRA, D.F. Análises estatísticas por meio do SISVAR para Windows versão 4.0. In: REUNIÃO ANUAL DA REGIÃO BRASILEIRA DA SOCIEDADE INTERNACIONAL DE BIOMETRIA, 45. São Carlos, SP, Programas e Resumos... São Carlos: UFSCar, p IBGE. Banco de dados agregados, sitema de recuperação automática SIDRA. Disponível em: Acessado em 13 de junho de JUNQUEIRA, N.T.V.; ANJOS, J.R.N. dos; SHARMA, R.D.; SANZONWICZ, C.; ANDRADE, L.R.M.de. Doenças do Maracujazeiro. In: ENCONTRO DE FITOPATOLOGIA, 3., 1999, Viçosa, MG. Doenças de Fruteiras Tropicais. Palestras. Viçosa:UFV, p

5 RANGEL, L.E.P. Desempenho agronômico de nove genótipos de maracujazeiroazedo cultivados sob três níveis de adubação potássico no Distrtito Federal Dissertação, 45f. Universidade de Brasília, Brasília. SOUSA, M. A. F. Avaliação da produtividade, incidência e severidade de doenças em frutos de 17 genótipos de maracujazeiro-amarelo, cultivados no Distrito Federal. 2005, 120f. Dissertação (Mestrado em Ciências Agrárias), Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária, Universidade de Brasília, Brasília. OLIVEIRA, A.T.de. Produtividade e avaliação da incidência e Severidade de doenças em frutos de nove genótipos de maracujazeiro azedo cultivados dob influência de adubação potássica no Distrito Federal f. Dissertação. Brasília. VALLINI, P. C.; RUGGIERO, C.; LAM SÁCHEZ, A.; FERREIRA, F. R. Studies on the flowering period of yellow passion fruit Passiflora edulis f. flavicarpa Deg. In the region of jaboticabal, São Paulo. Acta Hortculturae, Leuven, v. 57, p , _190555