PREVENÇÃO E CONTROLE DAS RACHADURAS DE TOPO EM TORA DE Eucalyptus grandis HILL EX MAIDEN



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Transcrição:

IPEF, n.33, p.39-46, ago.1986 PREVENÇÃO E CONTROLE DAS RACHADURAS DE TOPO EM TORA DE Eucalyptus grandis HILL EX MAIDEN OSMAR JOSÉ ROMEIRO OE AGUIAR EMBRAPA/ESALQ-USP, Depto. de Ciências Florestais 13400 - Piracicaba - SP IVALDO P. JANKOWSKY ESALQ-USP, Depto. de Ciências Florestais 13400 - Piracicaba - SP ABSTRACT - The main objective of this work was to test specific methods for the control of end-splitting in logs of Eucalyptus sp. In the experiment, 96 logs of Eucalyptus grandis Hill ex-maiden were utilized, and several types of wood storage methods were tested. The analysis of the growth stress intensity after 12 months of log storage allowed the following conclusion: a) circumferential grooves greatly reduced the growth stress and end-splitting incidence, and the utilizations of gang nail restricted the end-splitting evolution; b) the best results in the prevention of growth stress was achieved in the water immersion storage method; c) in general, the results show that with adequate log cut and storage methods it is possible the commercial use of Eucalyptus grandis wood for plywood production. RESUMO - O presente estudo foi desenvolvido com o objetivo de avaliar métodos que permitam aliviar tensões de crescimento e de secagem em toras de Eucalyptus sp, evitando, dessa forma, o aparecimento e a progressão das rachaduras de topo. Nos ensaios foram utilizadas 96 toras de Eucalyptus grandis Hill ex Maiden e testados diversos tipos de cortes e toragens de árvores, proteções de topo das toras e métodos de armazenamento, combinados entre si através. de um esquema fatorial 2 x 4 x 3 x 2, com duas repetições. A análise da intensidade das rachaduras após dois e doze meses de armazenamento permitiram concluir que o corte e toragem das árvores com anelamento reduziu o aparecimento das rachaduras iniciais ao mínimo e que a utilização de protetores metálicos do tipo Gang-Nail restringiu a evolução das mesmas. Dentre os diversos métodos de armazenamento estudados, a imersão total das toras em água foi o que se mostrou mais eficiente na prevenção das rachaduras. Os resultados obtidos ao final do ensaio demonstraram claramente que é possível controlar as rachaduras de topo em toras de Eucalyptus grandis durante o armazenamento, permitindo a utilização mais racional da espécie e o aumento de sua participação no mercado madeireiro. INTRODUÇÃO A necessidade da diversificação no uso das madeiras de reflorestamento e a racionalização no aproveitamento das áreas plantadas foi reconhecida pelo Governo Federal, através do Decreto n o 88.207 de 30 de agosto de 1983, onde o processamento

mecânico passou a ser uma das prioridades a ser observada na execução da política de reflorestamento. Apesar do notável avanço obtido nas técnicas aplicadas à eucaliptocultura brasileira, pouco tem sido feito no que se refere a utilização de madeira maciça, principalmente nas indústrias de laminados, compensados e madeiras serradas. Pelas características físicas e mecânicas, a madeira de eucalipto apresenta-se como uma das melhores opções de matéria-prima para as indústrias madeireiras. Adicionalmente, em função do rápido crescimento das árvores, será possível estabelecer programas de produção florestal próximos aos centros consumidores e evitar os sérios problemas de abastecimento. Infelizmente, as toras de eucalipto apresentam algumas características desfavoráveis, entre as quais as mais importantes são as tensões de crescimento, as contrações por ocasião da secagem, colapso e as fibras reversas (FAO, 1981). Contudo esses inconvenientes podem ser minimizados através da utilização de técnicas adequadas. Segundo FREITAS & PONCE (1979), a madeira dos eucaliptos é largamente utilizada para obtenção de fibra para chapas e celulose, como também para produção de carvão, postes e moirões. Contudo a produção de madeira serrada tem sido restrita e o principal obstáculo é o aparecimento, após o abate da árvore, das rachaduras de topo, originadas das tensões de crescimento. Visando neutralizar as tensões internas de crescimento e de secagem, e consequentemente, o favorecimento da produção de laminados, compensados e madeira serrada, este trabalho teve como objetivo estudar os efeitos dos cortes e toragens, das proteções de topo, dos tipos e dos tempos de armazenamentos na prevenção e controle das rachaduras de topo em toras de Eucalyptus grandis H.ill ex Maiden. REVISÃO BIBLIOGRAFICA A Sociedade Americana de Florestais definiu a tensão de crescimento como forças encontradas nos troncos lenhosos verdes. Desta maneira, são distintas das tensões e deformações que ocorrem na madeira como resultado da eliminação de água pela secagem (DINWOODIE, 1966). São características do crescimento natural das árvores e ocorrem igualmente tanto em folhosas como em coníferas (JACOBS, 1945). Segundo DINWOODIE (1966), BOYD (1972), CHAFE (1979) e CONRADIE (1980), a primeira tentativa de explicar a origem das tensões de crescimento foi empreendida por MARTLEY (1928), ao observar, após os cortes de pranchas de olmo, curvaturas evidentes. Martley considerou inicialmente, que as tensões poderiam ser causadas pelo aumento de peso da árvore durante o crescimento, porém, após desenvolver alguns cálculos, concluiu que o peso da árvore produziria apenas pequenas frações das tensões de crescimento. Segundo CONRADIE (1980), Jacobs (1938) foi o primeiro pesquisador que sugeriu ser a origem das tensões o resultado do possível encurtamento da nova camada de crescimento da madeira,e que esse fenômeno da mudança dimensional ocorre em um determinado estágio de desenvolvimento da célula. Em seus estudos, BOYD (1950b) concluiu que a lignificação das paredes celulares é a origem primária das tensões de crescimento. WATANABE (1965), em sua hipótese para explicar o encurtamento das células nas camadas exteriores da árvore (semelhante à de Munch (1938), citado por DINWOODIE (1966)), confirmando as descobertas de B0YD (1950b), considerou que a polimerização da

lignina na parede secundária da célula causa o inchaço irreversível da parede celular, tanto no sentido transversal como longitudinal, de acordo com o ângulo da microfibrila nas camadas da parede. Em função disso, postulou que as fibras podem alongar-se ou contrairse como resultado de lignificação. BOYD (1972), em seus estudos deduziu que as tensões de substancial magnitude tanto longitudinal, radial e tangencial, são geradas nos tecidos da madeira como um resultado da lignificação das paredes celulares. JACOBS (1938, 1939 e 1945), estudando o comportamento e distribuição das tensões de crescimento nos troncos das árvores, preparou amostras longitudinais especialmente posicionadas ao longo dos raios, na direção medula-casca, de árvores com vários diâmetros e de várias espécies, onde observou mudanças em extensão e tendências a curvaturas das amostras quando retiradas da prancha diamétrica (Figura 1). De suas observações concluiu que a madeira pr6xima à periferia da árvore estava sob tração longitudinal e no centro próximo à medula estava sob compressão. Segundo JACOBS (1965) e BOYD (1950a), a distribuição das tensões longitudinais de crescimento variam de uma tração máxima na periferia até um valor zero por volta de 1/3 do raio, seguindo em compressão crescente até a medula. Como o crescimento em diâmetro das árvores é formado por novas camadas em diferenciação, surge no xilema, imediatamente logo abaixo do câmbio, a tensão de tração longitudinal de crescimento. A magnitude dessa tensão é considerada baixa, quando analisada a nível de camada individual, mas que se torna máxima na periferia das toras pelo acúmulo das camadas de crescimento no sentido radial. Em virtude do novo xilema se encontrar em contato com o xilema diferenciado mais antigo (maduro), inicia-se progressivamente uma tensão de compressão longitudinal de crescimento no centro da tora, tornando-se máxima na medula, conforme demonstrado na Figura 2 (MALAN, 1984). Em algumas espécies o aumento do diâmetro e o efeito acumulativo das camadas sucessivas de crescimento em estado de tração induzem aparte central do tronco a uma compressão superior ao seu limite elástico, causando O desenvolvimento de inumeras fendas de compressão tanto na madeira como nas paredes das células, observadas pela primeira vez na Austrália e denominadas de "brittleheart" (DINWOOOIE, 1966 e MALAN, 1984). Segundo VAN WYK (1978), as tensões de crescimento ocorrem naturalmente nas árvores antes da derrubada, atuando como uma forma de dar estabilidade à coluna pretensionada. O referido autor apresentou uma analogia entre a tensão de crescimento, o suporte de arame de uma antena de TV e um pilar de concreto protendido. (Figura 3).

Figura 1 - Preparação da prancha diamétrica para a medição das tensões de crescimento (JACOBS, 1945).

Figura 2 - Distribuição da deformação de crescimento em madeira normal de Chamaecyparis obtusa (A), Cryptomeria japonica (B), e Quercus glauca (C), adaptada por MALAN (1984). Figura 3 - Relação entre as tensões de crescimento, os suportes de arame de uma antena de TV e os pilares de concreto protendido. (Adaptado de VAN WYK, 1978) MATERIAL E MÉTODOS Para o desenvolvimento deste trabalho, utilizou-se 96 árvores com 13 anos de idade e diâmetro (DAP) variando entre 34 a 36 cm, provenientes de um talhão de Eucalyptus

grandis pertencente à CHAMPION PAPEL E CELULOSE LTDA., localizado no Horta Florestal de Mogi Guaçu. O ensaio, que utilizou uma tara de 1,80 m da base de cada árvore, constou dos seguintes tratamentos: - 2 tipos de corte e toragem das árvores. Corte I - Derrubada e toragem da árvore utilizando o método normal. Corte II - Derrubada e toragem da árvore utilizando o método de anelamento com moto-serra.(figura 4). - 4 tipos de Proteção de Topo Proteção I - Toras sem proteção de topo. Proteção II - Toras protegidas no topo com cera (Mobilcer M) Proteção III - Toras protegidas no topo com conectores metálicos tipo Gang Nail (Figura 5). Proteção IV - Toras protegidas no topo com cera e Gang Nail - 3 tipos de Armazenamento Armazenamento I - Toras imersas em água Armazenamento II - Toras armazenadas sob aspersão d'água (15 minutos ligado e 15 minutos desligado) (Figura 6)., Armazenamento III - Toras armazenadas ao Ar. - 2 Tempos de armazenamento Tempo I - Toras avaliadas após 2 meses de armazenamento. Tempo II - Toras avaliadas após 12 meses de armazenamento A combinação entre as variáveis totalizou 48 tratamentos com 2 repetições, analisados num de lineamento inteiramente ao acaso em um esquema fatorial 2 x 4 x 3 x 2. DETERMINAÇAO DAS RACHADURAS DE TOPO Concluído o tempo de Armazenamento I, foram retiradas ao acaso 2 toras de cada tratamento, reduzindo-se o comprimento das mesmas para 1 m pela retirada de 40 cm de cada extremidade, Nas novas faces dos topos das toras efetuou-se medições das rachaduras. O mesmo procedimento foi adotado para as toras restantes, após concluído o tempo de Armazenamento II. A determinação das rachaduras constitui-se inicialmente da projeção nas faces das toras de 3 círculos concêntricos, com auxílio de lápis de cera, afastados entre si a uma distância de aproximadamente 1/3 do raio médio da face em avaliação conforme Figura 7. Em seqüência, localizou-se a rachadura principal da face (aquela que passa pela medula, de um lado para outro) e com auxílio de uma régua com precisão de 1,0 mm mediu-se a maior abertura da rachadura dentro de cada secção, atribuindo-se os seguintes pesos: centena para C, dezena para B e unidade para A. A atribuição de diferentes pesos pela localização das rachaduras na face da tora foi devido a importância de cada secção no processo de laminação por desenrolamento.

Tratamento Tabela 1 - Médias dos tratamentos: Corte, Proteção do Topo, Armazenamento e Tempo, transformados para log x. I Corte I Corte II Tempo I Tempo II Tempo I Tempo II II III I II III I II III I II Proteção I 5,67 5,43 6,73 5,25 4,89 7,30 6,26 4,30 6,55 4,45 3,26 6,48 Proteção II 5,74 5,15 6,23 4,92 4,53 7,09 5,25 4,28 6,08 3,18 4,90 6,53 Proteção III 4,86 4,28 7,00 2,97 4,45 6,47 4,81 4,72 6,46 2,56 5,30 6,97 Proteção IV 4,29 5,40 6,10 2,89 5,70 6,86 5,18 5,15 5,44 2,92 4,30 7,08 RESULTADOS E DISCUSSÃO Os resultados das avaliações das rachaduras por tratamento, são apresentados na Tabela 1. Cada valor representa a média de duas toras por tratamento e são resultantes das transformações dos dados originais para log x. A análise da variância apresentou resultados significativos para o teste F aos níveis de 1% e 5% de probabilidade para os tratamentos Armazenamento e Corte respectivamente. Já os tratamentos Proteção e Tempo quando analisados individualmente, não apresentaram diferença significativa para o mesmo teste. Porém quando analisados dentro dos diferentes tratamentos de Armazenamento (I, II e III), as interações foram significativas aos níveis de 1% para o Tempo e 5% para Proteção, conforme Tabela 2. Tabela 2. Resumo das comparações das médias por tratamento (Teste Tukey) e significância do teste F, que apresentaram diferenças significativas para rachaduras de topo, tanto individualmente como nas interações. TRATAMENTOS I II III IV F Cortes Armazenamento 5,26 a 4,28 b 4,78 b 4,35 b - 6,43 a - - * ** Interação Proteção Armazenamento 5,14 a 4,72 a 3,56 b 3,71 b * Interação Tempo Armazenamento 5,07 a 3,50 b - - ** III

Figura 7 - Projeção do corte de topo de uma tora onde foram efetuadas as avaliações de rachaduras. Observa-se no detalhe as secções A, B e C. O efeito do anelamento (Corte II) no controle das rachaduras de topo, originadas das tensões internas de crescimento, foram mencionadas nos trabalhos de BARNACLE & GOTTSTEIN (1968), GIORDANO, CURRO & GHISI (1969) e MALAN (1979). Em um trabalho semelhante, VAN WYK (1978), na África do Sul, mostrou que há um retardamento nas manifestações das rachaduras nas toras de Eucalyptus spp, quando era feito um anelamento com uma profundidade variando entre 2,5 e 4,0 cm à uma distância de 1/3 do diâmetro do corte transversal. CONRADIE (1980) em seus estudos de Eucalyptus grandis encontrou uma alta, positiva e significativa interação entre a profundidade do anelamento e a distância do corte transversal na intensidade das rachaduras. A diferença significativa entre os valores para rachaduras de topo nos dois tratamentos de corte pode ser assim justificada: quando uma árvore em pé, que contém um alto nível de tensão interna de crescimento longitudinal em equilíbrio, é cortada transversalmente, a face do corte apresenta algumas deformações; ou seja, a parte externa próxima à casca que estaria inicialmente sob tensão de tração sofre um ligeiro

encolhimento e a parte central próxima à medula que estava sob tração de compressão, um alongamento. A superfície da face do corte transversal que deveria estar plana, toma forma de uma calota e consequentemente a superfície do corte transversal aumenta sua área, até ao máximo da sua resistência à tração perpendicular aos raios, iniciando-se o aparecimento d.e uma fenda principal ao longo do raio passando pela medula. Dependendo da espécie, outras rachaduras secundárias poderão aparecer. Quando é utilizada a técnica de anelamento antes do corte transversal ocorre a eliminação de parte de tensões próximas à casca, diminuindo-se desta maneira a ação das forças responsáveis pela formação da calota na face transversal após o corte. A liberação de parte das tensões internas de crescimento é limitada na extensão entre o anelamento e a face de corte. Se as avaliações das rachaduras fossem realizadas na face original do corte transversal, os valores para rachaduras de topo no corte com anelamento tenderiam à zero (0). Mas como a finalidade deste estudo não era tão somente a eliminação das rachaduras de topo das toras, mas também de um modo geral a diminuição das tensões internas de crescimento nas toras de Eucalyptus grandis, procedeu-se após os períodos de armazenamentos, reduções nos comprimentos das toras para um metro e, com isso, a face que sofreu avaliação ficou fora da extensão que estava neutralizada pelo anelamento. Esse procedimento foi repetido para os dois tipos de corte (I e II). Portanto, pode-se afirmar em função dos resultados observados que o anelamento não só diminuiu consideravelmente as rachaduras de topo como também diminuiu significativamente as tensões internas de crescimento residuais nas toras de Eucalyptus grandis estudadas, o que permite aceitar a provável possibilidade da utilização da madeira de Eucalyptus grandis na produção de lâminas desenroladas como também na produção de madeira serrada, oriundas de toras que receberam o anelamento antes do corte transversal. Para o tratamento Armazenamento, a análise de variância através do teste F, apresentou diferença significativa ao nível de 1% de probabilidade. O resultado para Armazenamento ao Ar mostrou-se com diferença significativa, pelo Teste de Tukey, quando comparado com os Armazenamentos Aspersão e Imersão. Os resultados observados podem ser comparados por vários estudos existentes na literatura. DOBIE (1965), depois de fazer uma revisão sobre práticas de armazenamento de toras, concluiu que a armazenagem das toras imersas em água produz a mais efetiva proteção tanto para rachadura de topo como para ataque de fungos e insetos, seguido pelo armazenamento sob aspersão d'água. Turnbull (1965), citado por CHAFE (1979), concluiu que toras imersas em água por vários anos são facilmente serradas sem apresentar empenamentos. NICHOLSON (1973), não encontrou evolução das rachaduras de topo das toras armazenadas, por 300 dias, sob aspersão d'água. A intensidade da rachadura de topo, verificada no Armazenamento ao Ar, apresentou valor maior e diferença significativa quando comparada às rachaduras semelhantes dos Armazenamentos Imersão e Aspersão, o que se pode justificar da seguinte maneira: quando uma tora é armazenada ao ar, ou seja, exposta às condições de ambiente e sem proteção dos raios solares, ela imediatamente entra em processo de secagem, e principalmente os topos chegam dentro de pouco tempo a teores de umidade abaixo do ponto de saturação das fibras. Iniciam-se nesse momento as retrações da parte externa mais seca, e como a parte mais interna da tora ainda está com alto teor de umidade e não acompanha essa retração, surgem tensões internas que, tornando-se superior à resistência da

madeira, provocam o aparecimento das rachaduras. Dependendo das condições do ambiente as toras expostas ao ar podem ser totalmente rachadas, chegando a ocorrer separação de peças das toras. Segundo Barnacle (1971), Iman e Heikal (1972), citados por MALAN (1984), as tensões de secagem interagem com as tensões de crescimento para produzir rachaduras nos topos. O armazenamento das toras imersas e, sob aspersão não apresentou diferença significativa conforme Tabela 2, o que vem confirmar que os dois tratamentos levam a resultados semelhantes, ou seja, não permitem a secagem das partes externas da tora. Com isso não há formação das tensões ocasionadas pela secagem, as quais poderiam interagir com as tensões de crescimento e produzir ou induzir ao aumento das rachaduras de topo. Os trabalhos existentes na literatura indicam de um modo geral, que o armazenamento de toras imersas em água apresenta resultados ligeiramente superiores àqueles resultados do armazenamento sobre aspersão d'água (DOBIE, 1965). As interações Proteção x Armazenamento e Tempo x Armazenamento apresentaram, pelo teste F, diferenças significativas ao nível de 5% e 1% de probabilidade, respectivamente, de onde se conclui que os fatores Armazenamento, Proteção e Tempo para estas interações são dependentes. Os resultados do Teste de Tukey, para comparação das médias (Tabela 2) indicam o seguinte: dentro do Armazenamento I (toras imersas em água), as Proteções I (sem proteção) e II (cera) não apresentaram diferença significativa entre si e seus valores para rachaduras foram os maiores. As proteções III (Gang Nail) e IV (Gang Nail e Cera) não apresentaram diferença significativa entre seus valores, porém apresentaram diferença significativa quando comparados com as Proteçoes I e II, e seus valores para rachaduras foram os menores. Os Tempos de armazenamento (2 e 12 meses) dentro do tratamento Armazenamento I, apresentaram os seguintes resultados para comparação das médias pelo Teste Tukey: o valor para rachadura no Tempo de armazenamento I (2 meses) foi superior ao valor para o Tempo de armazenamento II (12 meses) e o contraste entre as médias foi significativo. De onde se pode concluir, que com o aumento de Tempo de Armazenamento das toras de Eucalyptus grandis imersas em água, há uma diminuição das tensões de crescimento. Segundo CHAFE (1979) o alívio das tensões de crescimento é através da liberação de tensões que envolvem uma acomodação das células ou componentes da parede celular. Baseando-se nestas informações e nos resultados encontrados, supõe-.se que com o passar do tempo de armazenamento onde as toras não estejam sujeitas à secagem, ocorra um processo de fadiga ao nível de célula ou de parede celular e com isso diminuindo a elasticidade da madeira, ocorrendo dessa forma a diminuição das tensões de crescimento. Uma vez no Armazenamento I as rachaduras de topo só se manifestaram devido às tensões internas de crescimento, a Proteção II no Armazenamento I, tornou-se ineficiente devido ser sua principal finalidade a de minimizar os efeitos de secagem, daí seu resultado não apresentar diferença significativa quando comparado com o tratamento Proteção I (testemunha). Por outro lado os tratamentos Proteção III e IV, que tinham como finalidade a restrição das deformações originadas das tensões internas de crescimento, apresentaram uma boa eficiência, resultando em diferenças significativas quando comparadas com os tratamentos I e II. Na literatura foram encontrados alguns estudos que suportam os resultados em discussão. Meyer e Wegelin (1955) citados por MALAN (1984), concluíram não haver

redução nas tensões internas de crescimento, quando do uso dos conectores antirachadura (Gang-Nail) e ganchos em forma de "S" ou "C" porém eles cor)servam as faces dos topos intactas até a secagem controlada ou outro tipo de reação que venha equilibrar as tensões internas de crescimento. Estudos realizados no Brasil por GERALDO & SODRÉ (1983), resultaram na indicação dos dispositivos anti-rachaduras tipo Gang-Nail para o controle das rachaduras de topo em postes de Eucalyptus saligna e seus híbridos. Estudos desenvolvidos por CONRADIE (1980), JANKOW5KY & AGUIAR (1983) e MALAN (1984) indicam a possibilidade da utilização de Eucalyptus spp como madeira serrada e laminada, e que o principal problema de qualidade é em particular as rachaduras de topo, que podem ser resolvidas através de técnicas adequadas como corte seguido do anelamento e, métodos de armazenamento de toras que impeçam a secagem, conforme resultados observados neste trabalho. Para as condições do Brasil, onde os povoamentos existentes foram conduzidos para a produção de papel e celulose, e as árvores selecionadas, para serraria e laminados foram aqueles que apresentaram os melhores ritmos de crescimento e forma sem a devida atenção para com as tensões internas de crescimento, a utilização das técnicas abordadas neste trabalho apresenta-se, para O momento, como a melhor opção em curto prazo. Já a médio e longo prazo será importante utilizar as sugestões de FERNANDES (1982), que visam a formação de plantios clonais a partir de exemplares selecionados para baixos índices de rachaduras, como também o desenvolvimento de estudos visando a determinação da componente herdável da tendência de toras racharem no processamento mecânico. CONCLUSOES Com base nos resultados obtidos no trabalho pode-se concluir que: 1) As tensões internas de crescimento causadoras das rachaduras de topo das toras de Eucalyptus grandis podem ser neutralizadas através de técnicas adequadas. 2) O corte e a toragem das árvores de Eucalyptus grandis com anelamento diminui as rachaduras de topo. 3) Os conectores metálicos anti-rachaduras do tipo Gang Nail restringem as ações das tensões internas de crescimento, porém não são suficientes para conter as tensões de secagem. 4) Não houve progressão das rachaduras das taras armazenadas sob imersão e aspersão d'água. 5) Há uma diminuição significativa das tensões internas de crescimento com o aumento do tempo de armazenamento das toras sob imersão total. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS BARNACLE, J.E. & GOTTSTEIN, J.W. - Control of end-splitting in round timber: a promising new method. Forest Products Technical Notes. CSlRO, Melbourne (4): 8, 1968. BOYD, J.D. - The growth stresses: 1 - Growth stresses evaluation. Australian Journal of Scientific Research. Série B - Biological Sciencies, Melbourne, 3: 270-93, 1950a.

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