Projecto de Reforma da Fiscalidade Verde

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Transcrição:

1 Projecto de Reforma da Fiscalidade Verde Jorge Vasconcelos Assembleia da República 24 de Setembro de 2014

Objectivos da Reforma da Fiscalidade Verde 2 OBJECTIVO NA PROPOSTA SUGESTÕES Redefinição das bases legais fundamentais do sistema de tributação ambiental e energética ELIMINAÇÃO DE DISTORÇÕES SIMPLIFICAÇÃO SISTEMATIZAÇÃO DO QUADRO LEGAL promover a competitividade ( ) no âmbito de um modelo de crescimento sustentável NOVOS SINAIS PARA REORIENTAÇÃO DE COMPORTAMENTOS DE PESSOAS E EMPRESAS EXPLORAR ECONOMIA CIRCULAR INTEGRAÇÃO POLÍTICAS SECTORIAIS

Objectivos da Reforma da Fiscalidade Verde 3

Objectivos da Reforma da Fiscalidade Verde 4 PROTECÇÃO DO AMBIENTE AMBIENTE PROMOVE CRESCIMENTO ECONÓMICO ECONOMIA CONTRIBUI PARA CONSOLIDAÇÃO ORÇAMENTAL FINANÇAS PÚBLICAS

Calendário das actividades da CRFV 5 DATA ETAPA 29 JANEIRO INICIO DOS TRABALHOS 30 MARÇO RELATÓRIO PRELIMINAR 30 JUNHO ANTEPROJECTO 15 JULHO / 15 AGOSTO DISCUSSÃO PÚBLICA 15 SETEMBRO PROJECTO 16 SETEMBRO APRESENTAÇÃO / FIM DOS TRABALHOS

Método de trabalho da CRFV 6 PROCEDIMENTO AUDIÇÃO DE ESPECIALISTAS CONTACTOS INTERNACIONAIS PORTAS ABERTAS RESULTADO CONHECIMENTO SOBRE ESTADO DA ARTE A NÍVEL CIENTÍFICO ANÁLISE DE BOAS PRÁTICAS AUSCULTAÇÃO PRÉVIA INFORMAL DOS INTERESSADOS ANÁLISE DE IMPACTO RELATÓRIO TÉCNICO COM 6 ANEXOS CONSULTA PÚBLICA 111 SUBMISSÓES ESCRITAS DOCUMENTO REASONS GIVING

Conteúdo do Projecto de RFV 7 MEDIDAS ÁREAS 59 PROPOSTAS ENERGIA TRANSPORTES ÁGUA RESÍDUOS 25 RECOMENDAÇÕES ESPECÍFICAS URBANISMO PLANEAMENTO TERRITÓRIO FLORESTAS 7 RECOMENDAÇÕES GERAIS BIODIVERSIDADE

PROPOSTAS 8

Principais Propostas 9 Tributação das Emissões de GEE (não CELE) 95 M Promoção Transporte Colectivo Promoção Veículos menos Poluentes 28 M Imposto sobre Transporte Aéreo de Passageiros 33 M Melhorias na TRH e na TGR Imposto Sobre Sacos de Plástico 34 M Promoção da Eficiência em Edifícios Promoção da Valorização do Território

RECOMENDAÇÕES ESPECÍFICAS 10

Recomendações: Energia e Transportes 11

Recomendações: Água 12

Recomendações: Outras 13

RECOMENDAÇÕES GERAIS 14

Recomendações Gerais 15

Recomendações Gerais 16

Recomendações Gerais 17

Recomendações Gerais 18

Recomendações Gerais 19 SUBSÍDIOS SINAL ECONÓMICO (TARIFA) SINAL FISCAL (TRIBUTO) AGENTE

Recomendações Gerais 20

NEUTRALIDADE FISCAL 21

Princípio da Neutralidade Fiscal 22 Garantir a manutenção do nível actual de receita fiscal através da reciclagem de nova receita A aplicação deste princípio resulta da : Necessidade da reciclagem para justificar, em termos económicos, a fiscalidade verde Vontade política de não aumentar impostos

Impacto da RFV sobre a Receita Fiscal 23 aumenta neutro nível actual da Receita Fiscal reduz

Princípio da Neutralidade Fiscal 24 Garantir a manutenção do nível actual de receita fiscal através da reciclagem de nova receita RECICLAGEM nível actual da Receita Fiscal

Neutralidade Fiscal: exemplo simplificado 25

Neutralidade Fiscal: Alerta n.º 1 26 A neutralidade fiscal é neutra em termos agregados mas não é neutra ao nível das famílias e das empresas individuais. Há efeitos redistributivos que se traduzem no facto de uns passarem a pagar mais e outros menos.

Neutralidade Fiscal: Equidade 27 É difícil atenuar a regressividade e melhorar a equidade quando IMPOSTO - + IRS 66% CONTRIBUINTES 4 % COLECTA LÍQUIDA 5,4 % CONTRIBUINTES 58 % COLECTA LÍQUIDA IRC 70 % EMPRESAS 7 % COLECTA LÍQUIDA 2 % EMPRESAS 68 % COLECTA LÍQUIDA

Neutralidade Fiscal: exemplo simplificado 28

Efeitos dinâmicos dependem da Reciclagem 29 B C D A

Neutralidade Fiscal: Competitividade 30 Para maximizar os ganhos da Reforma da Fiscalidade Verde é preciso potenciar os efeitos dinâmicos que a reciclagem pode ter na economia. ALTERAÇÃO DA ESTRUTURA DA RECEITA FISCAL AUMENTO PIB AUMENTO RECEITA FISCAL Só a reciclagem garante benefícios para a sociedade através do crescimento sustentado Reciclagem

Neutralidade Fiscal: Alerta n.º 2 31 Por definição, a neutralidade fiscal é sempre neutra em termos orçamentais de curto prazo mas não é neutra ao nível dos impactos económicos e orçamentais de médio / longo prazo. Há estratégias de reciclagem mais favoráveis ao crescimento e à consolidação orçamental.

Neutralidade Fiscal: Alerta n.º 3 32 Qualquer estratégia de reciclagem deve ter em consideração a cobrança efectiva do tributo alvo. Importa rever urgentemente os critérios de isenção de ISP.

Neutralidade Fiscal: Reciclagem 33

Neutralidade Fiscal: Reciclagem 34 TRIBUTO A TRIBUTO B TRIBUTO C RECEITA ADICIONAL BRUTA DESPESA FISCAL CONSIGNAÇÃO RECEITA ADICIONAL LÍQUIDA "RECICLAGEM"

Neutralidade Fiscal: Consignação 35

Neutralidade Fiscal: Reciclagem 36

RECEITA FISCAL ADICIONAL 165 M Neutralidade Fiscal: Reciclagem 37 50% CRÉDITO FISCAL INVESTIMENTO 25% IRS 25% TAXA SOCIAL EMPREGADORES

Conclusões 38 PONTO CONCLUSÃO A RFV é necessária para : NECESSIDADE UTILIDADE a) corrigir ineficiências e injustiças actuais; b) proporcionar incentivos adequados para 2030, 2050 Se acompanhada de uma estratégia inteligente de reciclagem da receita fiscal adicional, promove : a) a melhoria ambiental; b) o crescimento económico; c) a consolidação orçamental. ACTUALIDADE O Projecto está pronto para ser implementado em 2015 FUTURO Aprofundamento das recomendações, monitorização

Documentos 39 PROJECTO DE REFORMA DA FISCALIDADE VERDE http://www.portugal.gov.pt/media/1539636/3%20-%20projeto%20de%20reforma.pdf RELATÓRIO PRELIMINAR http://www.portugal.gov.pt/pt/os-ministerios/ministerio-do-ambiente-ordenamento-do-territorio-eenergia/documentos-oficiais/20140417-maote-rel-reforma-fiscalidade-verde.aspx RELATÓRIO TÉCNICO E CONSULTA PÚBLICA http://www.portugal.gov.pt/pt/os-ministerios/ministerio-do-ambiente-ordenamento-do-territorio-eenergia/quero-saber-mais/sobre-o-ministerio/consulta-publica-fiscalidade-verde/consulta-publicafiscalidade-verde.aspx