Barreiras à Competitividade e ao Crescimento da Indústria PESQUISA RUMOS DA INDÚSTRIA PAULISTA

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Transcrição:

Barreiras à Competitividade e ao Crescimento da Indústria PESQUISA RUMOS DA INDÚSTRIA PAULISTA 1

Principais barreiras à competitividade e ao crescimento Na opinião da Indústria Paulista, as principais barreiras à competitividade e ao crescimento da indústria estão concentradas nos seguintes temas: 1º TRIBUTAÇÃO 2º BUROCRACIA 3º CRÉDITO PARA CAPITAL DE GIRO 4º INVESTIMENTOS 5º SEGURANÇA JURÍDICA 83,0% 56,7% 39,2% 35,2% 31,6% 2

TRIBUTAÇÃO Principais barreiras: Complexidade da legislação tributária e suas frequentes alterações (52,6%) Quantidade de impostos diferentes que a empresa tem que pagar (50,2%) Excesso de normas e regulamentos a serem acompanhados, compreendidos e atendidos (38,7%) Descasamento entre o pagamento dos tributos e o recebimento das vendas da empresa (33,0%) 3

TRIBUTAÇÃO TEMPO PARA PREPARAR E PAGAR TRIBUTOS (média 2005 e 2017) EXCESSO DE TEMPO GASTO 2.507 HORAS POR ANO BRASIL 231 MÉDIA MUNDIAL QUASE 2 NORMAS TRIBUTÁRIAS EDITADAS POR HORA (1,92 é a média de 1988 a 2017, dia útil) R$ 37 BILHÕES GASTOS PARA PREPARAR E PAGAR TRIBUTOS PELA INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO EM 2017 (1,2% do faturamento destas empresas ou 0,6% do PIB) Fonte: Doing Business / Banco Mundial; Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT) e FIESP 4

BUROCRACIA Principal barreira: Grande quantidade de normas existentes (64,3%) Necessidade de prestar informações repetidas ao Governo (38,0%) Grande quantidade e conflito de órgãos fiscalizadores/ intervenientes (35,7%) Inexistência de um registro único de regularidade fiscal (35,6%) 5

BUROCRACIA PIORIA DO BRASIL NO RANKING DE AMBIENTE DE NEGÓCIOS 123ª em 2017 MAIS DE 700 NORMAS EDITADAS POR DIA (normas que impactam a vida de cidadãos e empresas) 125ª em 2018 Atrás dos BRICS e dos vizinhos como Argentina (117º), Peru (58º) e Chile (55º) R$ 137 MILHÕES POR DIA GASTOS PELAS EMPRESAS PARA ACOMPANHAR AS MODIFICAÇÕES DE LEIS E NORMAS Fonte: Doing Business / Banco Mundial; FIESP 6

CRÉDITO PARA CAPITAL DE GIRO Principal barreira: Altas taxa de juros (83,0%) Exigência de garantias muito elevada (54,4%) Falta de transparência na taxa de juros cobrada em cada classificação de risco / modalidade (29,6%) Obrigação de adquirir outros produtos para conseguir crédito (venda casada) (25,9%) 7

CRÉDITO PARA CAPITAL DE GIRO O SPREAD MÉDIO DE 2017 PODERIA SER 23,5 P,P, MENOR CASO FOSSE COMPATÍVEL COM O SPREAD MÉDIO DO PERÍODO 2012-14 23,5 pontos percentuais de spread cobrados a mais Fonte: Banco Central 8

INVESTIMENTOS Principal barreira: Dificuldade de acesso às linhas do BNDES para investimentos (57,9%) Exigência de garantias muito elevadas (42,0%) Falta de alternativas de financiamento bancário (40,3%) Falta de desonerações tributárias para investimentos (37,6%) 9

INVESTIMENTOS RETRAÇÃO DO INVESTIMENTO TOTAL DO PAÍS (formação bruta de capital fixo - % do PIB) REDUÇÃO DA ATUAÇÃO DO BNDES (desembolsos do BNDES em R$ bilhões valores constantes de 2017) 20,9 19,9 17,8 16,1 15,6 2013 2014 2015 2016 2017 247,9 226,8 152,6 91,6 70,8 2 6 INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO (setor econômico que mais investiu) 2013 2014 2015 2016 2017 Fonte: IBGE e BNDES 10

SEGURANÇA JURÍDICA Principal barreira: Excesso de normas e regulamentos a serem acompanhados, compreendidos e atendidos (56,0%) Autuações fiscais, trabalhistas, etc. sem amparo legal ou abusivas (36,9%) Morosidade do sistema judiciário (32,2%) Ausência de responsabilização do agente público por erro ou abuso de poder na aplicação da lei em autuações (30,6%) 11

Demais barreiras à competitividade e ao crescimento 6º POLÍTICA INDUSTRIAL 7º ENERGIA 8º LOGÍSTICA E TRANSPORTE 9º SEGURANÇA PÚBLICA 10º P&D 11º IMPORTAÇÕES 29,7% 23,9% 20,7% 18,1% 13,4% 11,9% 12º EXPORTAÇÕES 13º TECNOLOGIAS INDÚSTRIA 4.0 14º MEIO AMBIENTE 15º TELECOMU- NICAÇÕES 16º SANEAMENTO BÁSICO 9,9% 9,7% 7,7% 5,0% 2,1% 12

POLÍTICA INDUSTRIAL Principais barreiras: Incerteza jurídica dos programas já existentes (41,1%) Falta de programas de Extensão e Capacitação empresarial (34,5%) Falta de programas para ampliar a certificação industrial (29,4%) Falta de financiamento à internacionalização de empresas brasileiras (27,7%) 13

ENERGIA Principal barreira: Alto preço da energia elétrica (83,3%) Imprevisibilidade dos gastos com energia elétrica (42,2%) Falta de incentivos para programas de eficiência energética e conservação de energia (27,4%) Baixa qualidade da energia elétrica (24,2%) 14

LOGÍSTICA E TRANSPORTES Principal barreira: Alto custo do frete (77,9%) Alto preço de pedágios rodoviários (55,9%) Falta de oferta de ferrovias (28,1%) Excesso de trânsito nas cidades (25,6%) Estado de conservação atual das rodovias (24,1%) 15

SEGURANÇA PÚBLICA Principal barreira: Custos elevados de proteção do negócio (seguros, rastreamento de produtos, proteção física, escolta e etc.) (66,3%) Concorrência desleal de empresas ilícitas (53,6%) Roubos de cargas (29,3%) 16

P&D Principal barreira: Escassez de recursos próprios para investir em P&D (37,6%) Elevados custos com máquinas e equipamentos para P&D (31,2%) Elevados custos com mão de obra para P&D (24,9%) 17

IMPORTAÇÕES Principais barreiras: Imprevisibilidade da taxa de câmbio (64,2%) Complexidade e burocracia dos regulamentos aduaneiros do Brasil (59,4%) Nível dos impostos de importação (56,7%) Dificuldades de acesso a linhas de financiamento para importação (21,3%) Exigências dos órgãos anuentes como Anvisa, Inmetro, Mapa, etc. (21,0%) Risco contratual (não recebimento ou diferente do contratado) (16,2%) 18

EXPORTAÇÕES Principais barreiras: Complexidade e burocracia dos regulamentos aduaneiros do Brasil (61,4%) Imprevisibilidade da taxa de câmbio (54,8%) Dificuldades logísticas para o escoamento do produto (30,6%) Desconhecimento do processo de exportação (25,4%) Ausência de acordos comerciais com os países de interesse para o setor (23,3%) 19

TECNOLOGIAS DA INDÚSTRIA 4.0 Principais barreiras: Falta de conhecimento sobre como as tecnologias da Indústria 4.0 podem ser inseridas na empresa e quais os impactos na cadeia produtiva (42,2%) Falta de instrumentos de apoio específicos para investir nas tecnologias da indústria 4.0 (37,0%) Falta de trabalhadores com perfil adequado e formação (33,1%) Falta de uma infraestrutura tecnológica robusta (31,0%) Insegurança quanto à legislação trabalhista, que pode dificultar a integração funcionários-robôs (27,4%) 20

MEIO AMBIENTE Principais barreiras: Custos excessivos associados ao cumprimento de obrigações e exigências ambientais (58,4%) Insegurança jurídica pelo excesso de normas e exigências ambientais (54,2%) Complexidade e demora do licenciamento ambiental (52,0%) Outra barreira importante: Sobreposição de órgãos de diferentes esferas governamentais no licenciamento e fiscalização ambiental (41,7%) 21

TELECOMUNICAÇÕES Principal barreira: Baixa qualidade e velocidade dos serviços de dados (48,1%) Alto preço dos serviços de internet (39,3%) Alto preço dos serviços de voz (fixa e móvel) (33,4%) 22

SANEAMENTO BÁSICO Principal barreira: Alto valor da tarifa de água e esgoto (50,1%) Falta de incentivo ao reuso de água (33,7%) Dificuldades para realizar a gestão de resíduos (armazenamento, coleta e destinação) (33,6%) 23

Sobre a Pesquisa Foram consultadas empresas da indústria de transformação no Estado de São Paulo Feita por correio eletrônico com o questionário disponível na Internet Dados coletados entre os dias 13 de agosto e 05 de setembro de 2018 Participaram 827 empresas 24

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