EXMO. DR. JUIZ DE DIREITO DO JUIZADO ESPECIAL CIVEL ARLINDO ANTONIO CAZOTTI, brasileiro, casado, portador da cédula de identidade nº 113648216/IFP e, CPF nº 42564689787, residente e domiciliado na Rua Eliseu de Alvarenga, Nº 1.180, C/04 Centro Nilópolis CEP: 26.515-040, vem por seu advogado, in fine assinado, com escritório na Rua Pedro Álvares Cabral, 178 - Centro Nilópolis RJ CEP: 26.525-052, propor a presente AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE VINCULO JURÍDICO C/C REPARAÇÃO POR DANOS MORAIS Em face da LIGHT SERVIÇOS DE ELETRICIDADE S/A, inscrita no CNPJ sob o nº 60.444.437/0001-46, situada na Av. Marechal Floriano, 168 - Centro - Rio de Janeiro - RJ - CEP: 20.080-002, em razão dos seguintes fatos: PREFACIALMENTE Requer lhe seja deferida a TUTELA PROVISÓRIA, na forma do art. 294 e ss, do NCPC, determinando-se ao réu que ( 1 ) se abstenha de incluir o nome do autor nos cadastros SPC e SERASA, ( 2) bem como se abstenha de realizar suspensão dos serviços de energia em razão da conta em duplicidade, até que seja julgado o mérito da presente ação, sob pena de pagar multa diária a ser arbitrada pelo Juízo. Estão presentes os pressupostos ensejadores da medida, como a verossimilhança das alegações, bem como o suporte probatório é inequívoco, como abaixo se demonstra. Por sua vez, a cobrança em duplicidade, não tem respaldo jurídico para ser cobrada e, todas as contas do autor encontram-se pagas.
I D O S F A T O S 1) O autor é usuário dos serviços da ré. 2) Destaca-se que, todas as contas de energia encontram-se rigorosamente pagas. 3) Assim, o autor efetuou o pagamento da conta do mês de Março/2019, com vencimento em 04/04/2019, no valor de R$1.289,68, referente ao período de medição 26-02-19 a 28-03-19, no próprio vencimento, ou seja, no dia 04/04/2019 documento junto. 4) Todavia, posteriormente, o autor recebeu em sua residência uma outra conta de Março/2019, vencimento em 10/04/2019 no valor de R$ 1.266,81 REFERENTE AO MESMO PERÍODO DA CONTA ANTERIOR JÁ PAGA. 5) Como a conta já estava paga, o autor realizou diversas reclamações junto ao réu, no intuito de solucionar essa questão, todavia, por mais incrível que pareça, o réu, mesmo diante da flagrante falha de seus serviços, exige do autor o pagamento da citada conta em duplicidade. (protocolos nº 2088441517 e 2088443579). 6) Assim, na conta seguinte com vencimento em 06/05/2019, o réu informa ao autor sobre o aviso de corte, em razão desta conta em duplicidade em aberto. 7) Por fim, mesmo sem apresentar qualquer justificativa para a cobrança, o réu ameaça incluir seu nome no SPC e SERASA, apontando como devida a referida conta. 8) Com efeito, hoje o autor figura como devedor dos serviços do réu, com risco de ter sua LUZ CORTADA, bem como seu NOME NEGATIVADO, em razão da falha nos serviços do réu. 9) Com efeito, não lhe restou alternativa senão recorrer às vias Judiciais para ver atendida a sua justa pretensão. do réu. II D O D I R E I T O 1) Há evidente falha dos serviços do réu. 2) O resultado desta falha é o autor figurar indevidamente como devedor
III - D O D A N O M O R A L 3) Como dito, é indevida essa cobrança, uma vez que, não é devedor do réu. 4) Assim, empresa-ré com a falha de seus serviços, perpetrou lesão a direito da personalidade do autor, gerando dano moral de natureza grave. 5) Houvesse o réu se certado de cuidados mínimos o autor não figuraria como devedor, bem como não haveria a aflição de seu nome estar sendo indevidamente utilizado por terceiros por culpa do réu. 6) Além disso, não haveria necessidade de uma ação judicial para ver atendida a sua justa pretensão. Do DESVIO PRODUTIVO do consumidor 7) Há evidente falha no serviço do réu, posto que o autor não pode ser cobrado por uma conta que já se encontra paga. Além disso, permanecer figurando como devedor do réu. 8) Ademais, presente aqui a teoria do desvio produtivo do consumidor. O que caracteriza o desvio produtivo: "É o fato ou evento danoso que se consuma quando o consumidor, sentindo-se prejudicado, gasta o seu tempo vital que é um recurso produtivo e se desvia das suas atividades cotidianas que geralmente são existenciais". 9) O fornecedor obrigou a consumidora, ora autor, a aceitar pacatamente os prejuízos advindos dos problemas de consumo em franca renúncia aos seus direitos enquanto consumidora ou a desviar seu tempo de vida para solucionar questões que lhe foram impostas pela má prestação de serviços, sobre as quais ele não deu causa, nem teve qualquer ingerência. 10) Assim, não se pode suprimir um direito que foi criado pela Constituição da República Federativa do Brasil, qual seja, o dano moral!
IV D O P E D I D O Pelo exposto, requer o autor a V. Exa.: a) Determine ao réu que se abstenha de suspender os serviços de energia elétrica do autor, em razão da conta em duplicidade com vencimento em 10/04/2019, referência em Março/2019, valor de R$ 1.266,81, b) Determine ao réu que se abstenha de incluir o nome do autor em todos os bancos de dados alimentados com suas informações, especialmente o SPC e SERASA, sob pena de pagar multa diária a ser arbitrada pelo Juízo; c) Declare a nulidade da conta em duplicidade com vencimento em 10/04/2019, referência em Março/2019, valor de R$ 1.266,81, sob pena de multa diária a ser arbitrada pelo Juízo. d) Condene o réu, a lhe indenizar no equivalente a 40 salários mínimos, vigentes na data do efetivo pagamento, a título de ressarcimento por dano moral; e) Renuncia expressamente ao que exceder a alçada do Juizado. V D O S R E Q U E R I M E N T O S Assim sendo, requer por fim a V. Exa.: i) A citação do réu para responder aos termos da presente, sob pena de suportar o ônus da revelia; ii) A inversão do ônus da prova, nos termos do CDC, artigo, 6º, inciso VIII; iii) Produção de todas as provas em direito admitidas; iv) E, no final espera a procedência do pedido. VI V A L O R D A C A U S A Dá-se à causa o valor de R$ 39.920,00 para efeitos de alçada. Termos em que, Pede deferimento. Nilópolis, 02 de Maio de 2019.
Paulo Daniel da Silva Advogado OAB nº 75.045/RJ