PRINCIPAIS TÍTULOS NEGOCIADOS NO MERCADO FINANCEIRO 1. Classificação dos Títulos 1.1. Títulos públicos e privados 1.2. Títulos de crédito e de propriedade 1.3. Títulos de renda fixa e de renda variável 2. Títulos Públicos de Política Monetária 2.1. Bônus do Banco Central - BBC: título de curto prazo (28 a 49 dias), com rendimentos préfixados, definidos na negociação efetuada com desconto 2.2. Letra do Banco Central - LBC: emitida pelo prazo de 30 meses, tem sua remuneração definida pela taxa média diária do SELIC, sendo o resgate pelo valor nominal acrescido dos juros. São títulos de grande negociação no mercado aberto 2.3. Nota do Banco Central - NBC: emitida pelo prazo mínimo de três e máximo de doze meses, tem rentabilidade pós-fixada e possui diversas séries de emissão, cada uma com índice de atualização específico (TR, SELIC, dólar, etc.) 3. Títulos Públicos de Política Fiscal - Tesouro Nacional 3.1. Letra do Tesouro Nacional - LTN: título com rentabilidade prefixada, emitido por um prazo mínimo de 28 dias, sendo remunerada pela diferença entre o valor nominal de resgate e o valor da emissão com deságio 3.2. Letra Financeira do Tesouro - LFT: título de rentabilidade pós-fixada, definida pela taxa SELIC, emitida com prazos fixados pela STN de acordo com a finalidade de aplicação dos recursos 3.3. Nota do Tesouro Nacional - NTN: título da dívida pública federal emitido para a cobertura de déficit orçamentário, com perfil de vencimento mais alongado e rentabilidade pós-fixada (exceto a NTN-F), possuindo diversas séries com prazos de vencimento e índices de atualização próprios (IGP-M, dólar, TR, etc.) 4. Títulos Privados 4.1. No âmbito do BC e CMN 4.1.1. Certificado e Recibo de Depósito Bancário - CDB e RDB: títulos de captação de recursos emitidos por bancos comerciais, múltiplos, de investimento, etc., conhecidos como depósitos a prazo, podendo ter rentabilidade pré ou pós-fixada de acordo com o prazo de aplicação, baseada na TR ou TBF 4.1.2. Certificado de Depósito Interfinanceiro ou Interbancário - CDI: é o instrumento destinado a possibilitar a troca de reservas entre instituições financeiras 4.1.3. Letra de Cambio - LC: instrumento de captação das SCFI (financeiras), emitida com base numa transação comercial e com a finalidade de prover recursos para o financiamento do crédito ao consumidor final. a) Quem emite a LC é o sacador (empresa ou pessoa física beneficiada com o crédito), cujo sacado (aceitante) é uma SCFI mediante contrato de abertura de crédito sob garantia (alienação fiduciária do bem), que em seguida a vende no mercado financeiro a um tomador (beneficiário) b) A SCFI, como aceitante da LC, torna-se responsável pelo seu resgate e também, por eventual ação judicial de retomada do bem em caso de inadimplência do comprador.
c) Seus rendimentos podem ser pré ou pós-fixados em TR, TJLP ou TBF pelo prazo mínimo de 60 e máximo de 180 dias 4.1.4. Letras Hipotecárias e Letras Imobiliárias: títulos emitidos pelas SCI e bancos múltiplos com carteira imobiliária, destinados a captar recursos para investimentos em habitação e imóveis comerciais a) Podem ser emitidas com rendimentos de juros pré ou pós-fixados em TR, TJLP ou TBF no prazo mínimo de 180 dias (LH) e 1 ano (LI), sendo uma opção para grandes investidores. 4.2. No âmbito da CVM 4.2.1. Ação: constitui a menor parcela do capital social de uma sociedade anônima (ver Lei nº 6.404/76, alterada pela Lei nº 8.021/90, Lei nº 9.457/97 e Lei nº 10.303/2001) a) Espécies: ordinárias e preferenciais, que podem ter diversas classes indicativas dos direitos e vantagens concedidas aos seus titulares a.1) ações ordinárias: direito de voto; deliberam sobre os destinos da sociedade e dos seus resultados; analisam e votam as contas; elegem diretoria e alteram estatutos a.2) ações preferenciais: preferência no recebimento de dividendos, preferência no reembolso de capital no caso de liquidação b) Propriedade e circulação: ações nominativas, com certificado ou escriturais c) Siglas de identificação da ação 1 2 3 4 P N A INT 1. O = ordinária P = preferencial 2. N - nominativa 3. P = pró-rata de dividendos A = classe A (ou B, C, D, etc.) E = registrada ou sob classe E 4. EB = ex-bonificação ED = ex-dividendos ES = ex-subscrição EBD = ex-bonificação/dividendos EBS = ex-bonificação/subscrição EDS = ex-dividendos/subscrição EX = ex-direitos REC = recibo INT = direitos integrais no ano corrente d) Valor da ação 1. Contábil: valor lançado nos livros e registros da empresa quando da sua emissão, podendo ser explícito (nominal) ou indiscriminado (sem valor nominal) 2. Patrimonial: obtido pelo quociente entre o patrimônio líquido e o número de ações da empresa 3. Intrínseco: valor apurado no processo de análise fundamentalista, baseado no princípio de que o valor presente da ação resulta dos rendimentos futuros do investimento 4. Liquidação: valor estimado para o caso de encerramento da atividade 5. Subscrição: preço da emissão fixado para o aumento de capital 6. Mercado ou Venal: valor da cotação em mercados secundários organizados e) Resultados para o investidor 1. Dividendos: pagamento em dinheiro dos lucros distribuídos, conforme definido no estatuto ou AG, obedecendo o mínimo legal 2. Juros sobre o capital próprio 3. Bonificações: quando se capitalizam reservas e/ou lucros e se distribuem novas ações
4. Alteração no valor nominal: quando a capitalização de reservas e/ou lucros é efetuada sem a distribuição de novas ações 5. Subscrições 6. decorrentes do mercado: ganhos ou perdas decorrentes da valorização ou desvalorização do valor de mercado da ação 4.2.2. Bônus de Subscrição: título negociável emitido pelas S/A, que confere ao seu titular o direito de subscrever ações de forma proporcional e limitada ao valor do aumento de capital 4.2.3. Partes Beneficiárias: título negociável, sem valor nominal, que confere ao seu titular direito de crédito contra a S/A, consistindo na participação nos lucros anuais, limitada a 10% do seu valor. Sua emissão poderá ser a título oneroso ou gratuito, fixados os preços de duração, resgate e conversão 4.2.4. Debênture: título de crédito representativo de empréstimo que uma S/A faz junto a terceiros e que assegura a seus detentores direitos contra a emissora, nas condições constantes na escritura de emissão (www.debentures.com.br) a) Tipos: simples, conversível ou permutável b) Espécies: com garantia real, flutuante; quirografária/sem garantia; e subordinada c) Vencimento, amortização e resgate c.1) o vencimento deve constar da escritura de emissão e do certificado c.2) podem ser estipulados amortizações parciais e resgates antecipados, parciais ou totais das séries emitidas d) Remuneração e direitos (decisão conjunta BC e CVM) d.1) taxa de juros prefixada ou flutuante d.2) TR ou TJLP - prazo mínimo de um mês para vencimento ou período de repactuação d.3) TBF - prazo mínimo de dois meses para vencimento ou período de repactuação d.4) Taxa de juros fixa e cláusula de atualização com base em índice de preços - prazo mínimo de um ano para vencimento ou período de repactuação d.5) prêmio de reembolso d.6) participação no lucro da empresa 4.2.5. Export Notes: título emitido por um exportador, que cede a um investidor (tomador) os direitos creditícios de uma operação de exportação a ser realizada no futuro. O exportador financia a produção com o dinheiro recebido a vista e o investidor, além dos rendimentos, pode fazer uma operação de hedge cambial com ativo indexado a moeda de sua dívida 4.2.6. Commercial Paper (Nota Promissória Comercial): título de curto e médio prazo emitido por companhia não financeira, sem garantia real, podendo ser garantido por fiança bancária, com data de vencimento certa e possibilidade de negociação no mercado secundário 5. Fundos de Investimentos 5.1. O que é um fundo de investimento 5.2. Tipos de fundos 5.2.1. Fundos de Investimento Financeiro (FIF e FAC/FIF - renda fixa): regulamentados e fiscalizados pelo BC, direcionados as áreas de commodities, taxas de juros interbancárias e outras modalidades 5.2.2. Fundos de Investimentos em Títulos e Valores Mobiliários (FITVM e FIC/FITVM - renda variável: regulamentados e fiscalizados pela CVM 5.3. Principais conceitos
5.3.1. Cotas: frações ideais do patrimônio, cujo valor é resultante de sua divisão pelo número de cotas ao final do dia 5.3.2. Taxa de remuneração a) taxa de administração b) taxa de performance 5.3.3. Política de investimentos: definição das regras e forma de atuação do fundo a) alavancagem: utilizar recursos de terceiros para aumentar lucros b) alocação: distribuição dos recursos entre diversos ativos e mercados c) composição da carteira: materialização da política e estratégias de investimentos do fundo 5.3.4. Estratégias de investimentos a) administração ativa: constituição de uma carteira de ações mas não necessariamente representativa de um índice qualquer b) administração passiva: constituição de uma carteira que procura replicar a carteira de um índice previamente definido 5.3.5. Indicadores de desempenho a) para fundos ativos: Índice de Sharpe Generalizado, que mede quanto em termos de excesso de retorno em relação a referência foi obtido por unidade de risco incorrida R F RB ISG = onde R F = variação da cota do fundo no período em análise DP ( R F R ) B R B = variação no valor da referência no período análise DP( RF R B) = desvio padrão das diferenças de variações diárias entre o fundo e a referência b) para fundos passivos: Erro Quadrático Médio, que mede quanto o comportamento do fundo se afasta da variação de sua referência n EQM = ( RFt RBt) onde R Ft = variação na cota do fundo no período t t= 1 2 R Bt = variação no valor da referência no período t c) volatilidade: grau médio de variação das cotações em um período de tempo d) desvio padrão: mostra a dispersão da rentabilidade de um fundo 5.3.6. Riscos a) risco de mercado: probabilidade de variação do valor dos ativos do fundo em função de alterações de fatores que influenciam um mercado b) risco de crédito: probabilidade de um título não ser honrado pelo emissor ou sofrer atraso no seu pagamento c) risco de liquidez: dificuldade da venda de títulos de uma carteira 5.3.7. Tributação a) imposto de renda: 20% para fundos de renda fixa e 10% para fundos de renda variável b) CPMF: débito em conta corrente do valor que é aplicado - 0,38% c) IOF: incidente sobre o ganho da aplicação conforme tabela de alíquota regressiva até o 29º dia da aplicação 5.3.8. Fundos referenciados e não referenciados: manutenção ou não de um perfil de rendimento do benchmark escolhido 5.4. Classificação quanto a exposição ao risco 5.4.1. Conservador: não tem risco de perda do capital
5.4.2. Moderado: pode perder até 10% do capital 5.4.3. Arrojado: pode perder entre 11% e 100% do capital 5.4.4. Agressivo: pode perder mais que 100% do capital 5.5. Classificação dos fundos de acordo com a Anbid 5.5.1. Referenciados 5.5.2. Renda fixa 5.5.3. Balanceados 5.5.4. Multimercados 5.5.5. Capital protegido 5.5.6. Investimento no exterior 5.5.7. Ações indexados 5.5.8. Ações ativos 5.5.9. Ações setoriais 5.5.10. Ações outros 5.5.11. Ações fechados 5.5.12. Investimento imobiliário 5.6. Classificação genérica dos fundos 5.6.1. Fundos de renda fixa 5.6.2. Fundos de ações 5.6.3. Fundos cambiais 5.6.4. Fundos multimercados e balanceados 5.6.5. Fundos alavancados 5.7. Fundos de investimentos orientados à aposentadoria 5.7.1. FAPI - Fundo de Aposentadoria Programada Individual 5.7.2. PGBL - Plano Gerador de Benefícios Livres 6. Bibliografia 6.1. MELLAGI FILHO, Armando & ISHIKAWA, Sérgio. Mercado Financeiro e de Capitais, Editora Atlas S/A, São Paulo, 2000. Capítulo 6 6.2. CAVALCANTE FILHO, Francisco da S. & MISUMI Jorge Y.. Mercado de Capitais. CNBV/Editora Campus, Rio de janeiro, 5ª Edição, 2002. Capítulo III 6.3. FORTUNA, Eduardo. Mercado Financeiro - Produtos e Serviços. Qualitymark Editora, Rio de Janeiro, 14ª Edição, 2000. Capítulos 5 e 6 - pg. 298/345; ou 15ª Edição, 2002, Capítulos 5 e 9.