ESPORTE NA ESCOLA: CONTRIBUIÇÃO PARA A FORMAÇÃO INTEGRAL DOS ESCOLARES

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Transcrição:

ESPORTE NA ESCOLA: CONTRIBUIÇÃO PARA A FORMAÇÃO INTEGRAL DOS ESCOLARES Autor: José de Caldas Simões Neto; Co-autora: Maria Leciana da Silva; Co-autor: Francisco Matos dos Santos Junior Centro Universitário Dr. Leão Sampaio - josecaldas@leaosampaio.edu.br - lecyanabandeira@gmail.com - fjuniormattos09@gmail.com RESUMO Quando se fala de esporte na escola, logo pensamentos nas práticas dos esportes coletivos, jogos escolares e competições. Porém devemos saber distinguir o esporte DA e NA escola, para que possamos atingir os objetivos das nossas aulas pautados na formação ideal e adequada para cada contexto e objetivo. Estimular o esporte de forma saudável traz benefícios socioculturais, mesmo que de formas pedagógicas diferentes. Os profissionais de educação física devem encarar o esporte com a mesma importância tanto para a formação mais técnica e desportivas quanto para o fomento educacional nas aulas de Educação Física. Nessas perspectivas buscamos com esse estudo analisar a participação dos alunos nas aulas práticas de Educação Física escola na cidade de Icó Ceará, bem como verificar quais os conteúdos já vivenciado por eles nas aulas. Para que assim possamos perceber como o esporte é trabalhado no âmbito educacional frente às novas concepções desse fenômeno social cultural, o qual tem um forte potencial para o desenvolvimento dos escolares. O estudo foi idealizado no contexto quantitativo, descritivo exploratório, dissertativo e de campo. A população deste estudo foi composta por escolares do ensino fundamental da cidade de Icó, Ceará. A amostra consistiu em (n=99) escolares, sendo (n=46) do sexo Feminino e (n=53) do sexo masculino. A seleção da amostra para participação na pesquisa foi realizado por meio das amostragens não probabilísticas por conveniência e intencional. Como instrumento de pesquisa foi utilizado um questionário elaborado pelos pesquisadores, abordando sobre a participação dos escolares nas aulas de Educação Física. Após analise foi possível perceber que (39%) da amostra não participa das aulas práticas de Educação Física na escola e que apenas (27%) dos escolares participam frequentemente as aulas práticas. E o principal motivo da não participação para os escolares é porque as aulas são sempre as mesmas representando 50% da amostra. É possível perceber que uma grande parte dos escolares não participa das aulas prática de Educação Física, não só por conta dos conteúdos serem de esportes, mas, por questões metodológicas da visão desse conteúdo. Assim não devemos hoje ver o esporte apenas como prática para o desenvolvimento de habilidades e formação de atletas, mas também, com uma pratica que possibilita o desenvolvimento do sujeito na atual sociedade como o esporte participação e o esporte educação. Palavras-chave: Educação Física. Esporte. Escolares. Formação Integral. INTRODUÇÃO O esporte sempre esteve fortemente presente na sociedade, por isso é considerado um fenômeno social historicamente produzido, o qual assume um papel significativo para a formação humana, através da grandeza de possibilidades que dispõe. A compreensão das relações sociais esportivas se faz importante nesse processo de superar o tradicionalismo do

ensino do esporte no ambiente escolar, onde normalmente é focado somente para o gesto técnico (PAES, 2001; 2002). O trata com esporte no contexto escola, deve enxergar o sujeito sem fragmentações, a criança e o adolescente devem ser convidados, insistentemente, a refletir suas práticas no esporte, sendo assim ferramenta de cooperação e inclusão que contribui no desenvolvimento do ser humano, nas suas potencialidades e possibilidades para a solidariedade, a sociabilidade e que reflitam criticamente sobre seu papel na sociedade, caminhando no encontro de uma concepção própria surgida da dialogicidade. Segundo Ramirez (2007) trabalhar os esportes com os conteúdos nas de Educação Física na escola tem como pressuposto os aspectos voltados para o desenvolvimento cognitivo, afetivo e motor dos sujeitos como individuo em sua construção de conhecimentos. A importância do esporte quanto conteúdo da Educação Física escolar assume significância, à medida que incorpora práticas e hábitos saudáveis para o cotidiano, além de seu caráter lúdico do qual reveste seu ensino, tornando-o mais atraente para quem aprende. Ele é sem dúvida, uma das manifestações corporais mais conhecidas no mundo, e no nosso dia a dia não é difícil encontrar diversas manifestações desse fenômeno, seja por meio da mídia ou pelas simples brincadeiras e jogos das crianças (TUBINO, 1992). Tubino (1999) classifica o esporte em três dimensões sociais: o esporte-educação; o esporte-participação e o esporte-performance. O esporte educação tem cunho formativo no âmbito formal da educação, o esporte participação trata sobre as perspectivas de lazer do esporte e o esporte rendimento tem caráter de alto nível e melhoria dos gestos técnicos e resultados de desempenho. Considerando todo o potencial do esporte numa concepção educacional, para formação humana, torna-lo principal ferramenta didática metodológica nas aulas de educação Física escolar é relevante, pois carrega consigo elementos importantes como a totalidade, onde fortalece a unidade do homem consigo, com o outro e com o mundo, destaca-se na relação entre mestre e aprendiz, através da co-educação, onde define esse momento como, o encontro de dois educadores, e desse encontro, busca-se atingir a emancipação, autonomia, independência e liberdade do ser humano, uma vez que, por meio da participação é possível o indivíduo interferir positivamente na realidade na qual está inserido. Diante desse cenário, acreditamos que se aplicado corretamente, utilizando metodologias inovadoras, voltadas para o ensino do esporte educacional, este, tornasse fator de emancipação individual e consequentemente coletiva, devendo claro, alguns preceitos serem respeitados, como a inclusão de todos, construção coletiva, respeito à diversidade,

educação integral e o incentivo a autonomia. Todos esses preceitos fogem do tradicionalismo do ensino do esporte no ambiente formal de ensino. Por tanto, a concepção de esporte que devem nortear as ações educativas no contexto escolar, necessita ser dialógica, reflexiva e direcionar um novo trato para o conhecimento do esporte educacional, atribuindo o seu real sentido e significado, onde as crianças e adolescentes poderão, através da prática de atividade física e o de lazer, desenvolver o aspecto social, preocupado não somente em aprender técnicas, mas, também, desenvolver a cognição, os valores de cooperação, solidariedade, autoestima e atividade física na perspectiva da promoção da saúde. Para esse anseio, seria interessante, também, respeitar os pilares da educação são eles: aprender a conhecer, a fazer, a conviver e a ser, buscando, assim, favorecer a formação de competências à cidadania plena, na busca da inclusão e transformação social. Nessas perspectivas o principal objetivo desse estudo é analisar a participação dos alunos nas aulas práticas de Educação Física escola na cidade de Icó Ceará, bem como verificar quais os conteúdos já vivenciado por eles nas aulas. Percebendo como o esporte na escola e trabalhado frente às novas concepções desse fenômeno social cultural, o qual tem um forte potencial para o desenvolvimento dos escolares. MATERIAIS E MÉTODOS O estudo foi idealizado no contexto quantitativo, descritivo exploratório, dissertativo e de campo. A população deste estudo foi composta por escolares do ensino fundamental da cidade de Icó, Ceará. A amostra consistiu em (n=99) escolares, sendo (n=46) do sexo Feminino e (n=53) do sexo masculino. A seleção da amostra para participação na pesquisa foi realizado por meio das amostragens não probabilísticas por conveniência e intencional. Como instrumento de pesquisa foi utilizado um questionário fechado elaborado pelos pesquisadores, abordando sobre a participação dos escolares nas aulas práticas de Educação Física. A coleta dos dados foi realizada pelos acadêmicos junto com um professor orientador todos vinculados ao curso de Educação Física. Durante os procedimentos de coleta de dados para a pesquisa realizada nas escolas, os participantes do estudo receberam esclarecimento sobre o objetivo da pesquisa, bem como sobre os procedimentos que seriam adotados para realização da mesma, consentindo em participar da pesquisa de forma voluntária. Todas as etapas da coleta de dados contemplaram as normas éticas do Conselho Nacional de Saúde e os procedimentos metodológicos da presente pesquisa constituíram-se

dentro dos padrões éticos legais referentes à pesquisa com seres humanos da resolução 446/12. Para analise os dados deste estudo e as informações foram tabulados de acordo com a estatística descritiva, deste modo os resultados foram distribuídos e apresentados em forma de tabelas a partir do software Excel for Windows da Microsoft Office 2010. RESULTADOS E DISCUSSÃO Para a presente investigação os dados foram coletados no primeiro semestre do ano de 2016, tabulados separadamente. A partir disso foram criada tabela de dados para uma melhor interpretação a fim de demonstrar estatisticamente valores referentes a analise da pesquisa. Percebe-se que os escolares pesquisados a amostra foi composta por (54%) equivalente a (n=53) alunos do sexo masculino e (46%) equivalente a (n=46) alunas do sexo feminino e que uma grande parte desses escolares não participa das aulas práticas de Educação Física na escola equivalente a (39%) da amostra total e que apenas (27%) dos escolares participam frequentemente as aulas práticas. O principal motivo dos escolares não participarem das aulas práticas de Educação Física equivalente a (50%) segundo os sujeitos entrevistados é porque as aulas são sempre as mesmas. Outros motivos que representam um percentual de (58%) são referente a não disponibilidade de horário ou transporte para irem às aulas, pois moram muito distante da unidade escolar, bem como por questões econômicas familiares, onde muitos os alunos ficam em casa auxiliando com as atividades domésticas. Sobre os conteúdos vivenciados nas aulas práticas, (73%) dos escolares citam o esporte como principal conteúdo das suas aulas; os jogos com percentual de (29%) é o segundo conteúdo mais vivenciado e a ginástica com (14%) é citado em terceiro lugar. As lutas, danças e conhecimento sobre o corpo também são citados pelos alunos, mas em pequenas porcentagens. Assim podemos perceber que há uma prevalência das aulas práticas de Educação Física no município serem realizadas através dos esportes e jogos, confirmando a resposta dos alunos anteriormente que relatam que as aulas são sempre as mesmas. Podemos também compreender que essas aulas de esporte não conseguem atingir a todos os escolares, pois (26%) relatam que os conteúdos não são de seu interesse. Mostrando que não há uma diversificação de conteúdos, das técnicas de ensinagem e dos procedimentos metodológicas didáticos com a modificação das aulas para dinamização das atividades atingindo o multiculturalismo existente em nossas escolas.

Tabela 01: Analise descritiva sobre a participação dos escolares nas aulas de Educação Física e os conteúdos já vivenciados em sala. PERFIL DOS PARTICIPANTES N % Masculino 53 54% Feminino 46 46% PARTICIPO DAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA N % Participo sempre 27 27% Participo frequentemente (poucas faltas) 19 19% Participo pouco (muitas faltas) 15 15% Nunca participo 38 39% PORQUE NÃO PARTICIPO N % O que é dado na aula não me interessa 10 26% Não gosto do professor 9 24% As aulas são sempre as mesmas 19 50% Tenho algum tipo de deficiência física 1 3% Não gosto de ficar suado 10 26% Nunca sou escolhido para as atividades 5 13% Outros 22 58% CONTEÚDOS VIVENCIADOS NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA N % Esporte 72 73% Jogos 29 29% Lutas 9 9% Dança 7 7% Ginástica 14 14% Corpo humano 11 11% Outros 2 2% FONTE: Dados da pesquisa, 2016. Apesar dos três blocos de conteúdos (Esporte, Jogos, Lutas e Ginástica; Atividade Rítmica e Expressiva e Conhecimento sobre o Corpo) serem citados pelos alunos na pesquisa, as aulas são realizadas em sua maioria através do conteúdo relacionado ao esporte. Segundo Betti e Zuliani (2002, p. 80) a Educação Física escolar tem como finalidade geral de integrar o aluno na cultura corporal de movimento, formando o cidadão que vai produzi-la, reproduzila e transformá-la, instrumentalizando-o para usufruir o jogo, o esporte, a dança e a ginástica em benefício de sua qualidade de vida. E quando passamos a perceber o esporte na escola como uma ferramenta de formação integral para o aluno, e não mais apenas como passa tempo ou formação de alunos atletas, segundo Darido et. al (2001, p. 30) assim, a proposta destaca uma Educação Física na escola dirigida a todos os alunos, sem discriminação. Segundo Parâmetros curriculares Nacionais PCN s deve-se eleger a cidadania como norte para as aulas de Educação Física na escola pelos professores, dando assim uma formação pautada na capacidade de:

a) participar de atividades corporais adotando atitudes de respeito mútuo, dignidade e solidariedade; b) conhecer, valorizar, respeitar e desfrutar da pluralidade de manifestações da cultura corporal; c) reconhecer-se como elemento integrante do ambiente, adotando hábitos saudáveis relacionando-os com os efeitos sobre a própria saúde e de melhoria da saúde coletiva; d) conhecer a diversidade de padrões de saúde, beleza e desempenho que existem nos diferentes grupos sociais, compreendendo sua inserção dentro da cultura em que são produzidos, analisando criticamente os padrões divulgados pela mídia; e) reivindicar, organizar e interferir no espaço de forma autônoma, bem como reivindicar locais adequados para promover atividades corporais de lazer (BRASIL, 1998). Mesmo com as considerações feitas pelos PCN`s para a contribuição no trato pedagógico com esporte na escola, onde traz recomendações para a Educação Física escolar, visando construir uma escola reflexiva e comprometida com a transformação social. Esse conhecimento não ultrapassou o campo teórico, onde a dificuldade de aplicar o conteúdo esporte voltado para a formação crítica do aluno, é justificado por vários fatores como, espaço inadequado, falta de material esportivo, comodismo de professores e alunos e o desinteresse devido a salários insatisfatórios (BARBOSA et.al, 2010). O esporte é fornecedor de cultura, lazer, ética, moralidade entre outras competências e habilidades que podem vir ser desenvolvida dentro da escola através desse conteúdo para formar um sujeito crítico, ativo e participativo para atuar na sociedade onde está inserido. O professor tem papel fundamental nessa formação e percepção desses sentidos do aluno, o mesmo deve estar aberto para mudanças e novas experiências e ver no esporte uma ferramenta de formação e transformação social. Não queremos banir ou tirar o esporte das aulas práticas, mas, dar um novo olhar para essas aulas. Para que eles deixem de atingir apenas a um pequeno grupo de aluno na escola, geralmente aqueles que têm afinidade com as atividades esportivas. CONSIDERAÇÕES FINAIS É possivel perceber com esse estudo que uma grande parte dos escolares não participam das aulas prática de Educação Física, não só por conta dos contéudos são esportes, mais por questões metodologicas da visão desse conteúdo em seu aspecto mais amplo. Pois o esporte não pode hoje ser visto apenas como prática para o desenvolvimento de habilidades e formação de atletas. O esporte tem uma maior atuação na atual sociedade como o esporte participação e o esporte educação.

O esporte educacional traduz a manifestação focalizado na escola, com finalidade de democratizar a prática esportiva, levar o educando a exercitar a cidadania de maneira crítica, estimular a reflexão de pontos como a competitividade exacerbada, os problemas envolvendo o esporte na sociedade, a violência, o uso de drogas ilícitas e a corrupção, não somente o lado negativo, mas, também, refletir pontos positivos, como a geração de empregos e o desenvolvimento de pesquisas científicas. Esse olhar para o esporte nessas perspectivas pelos professores pode gerar uma maior participação dos escolares nas aulas práticas, pois deixam de serem atividades esportivas que abrangem apenas os alunos com habilidades esportivas. Facilitando assim o processo de formação integral dos escolares. O esporte é um conteúdo legítimo capaz de contribuir na formação humana e na construção de uma escola democrática, superando, assim o modelo tradicional de ensino da prática esportiva, onde o professor não passa de um treinador do seu aluno/atleta. O professor nesse novo olhar em suas atribuições deve utilizar o esporte, como importante ferramenta para a construção do conhecimento, o professor agora é mediador do conhecimentos e o aluno passa a construir o seus proprios saberes, competências e habilidades. REFERÊNCIAS BARBOSA, Douglas Augusto; MIRIO JUNIOR; Aroldo Oswaldo; SABBO; José Ronaldo; SANTOS JUNIOR; Manoel. Esporte escolar: o jogo de educar. Revista Digital Efdeportes - Buenos Aires - Año 15 - Nº 144 - Mayo de 2010. Disponível em: http://www.efdeportes.com/efd144/esporte-escolar-o-jogo-de-educar.htm BETTI, Mauro; ZULIANI, Luiz Roberto. Educação física escolar: uma proposta de diretrizes pedagógicas. Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte, v. 1, n. 1, 2002. BRASIL, Ministério de Educação e do Desporto. Parâmetros Curriculares Nacionais: terceiro e quarto ciclos: Apresentação dos Temas Transversais/ Secretaria de Ensino Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1998. DARIDO, Suraya Cristina et al. A educação física, a formação do cidadão e os parâmetros curriculares nacionais. Revista Paulista de Educação Física, São Paulo, v. 15, n. 1, p. 17-32, 2001. PAES, R. R. Educação Física Escolar: o esporte como conteúdo pedagógico do ensino fundamental. Canoas: Ulbra, 2001.. A Pedagogia do Esporte e os jogos coletivos. In: DE ROSE Jr. (Org.). Esporte e atividade física na infância e na adolescência: uma abordagem multidisciplinar. Porto Alegre: Artmed, 2002.

RAMIREZ, Fernanda. O Esporte nas Aulas de Educação Física in SCARPATO, Marta. Educação Física como planejar as aulas na Educação Física, São Paulo, Editora Avercamp, 2007. TUBINO, Manoel José Gomes. Dimensões sociais do esporte. Cortez, 1992.. O que é Esporte? Coleção primeiros passos; São Paulo, Editora Brasiliense, 1999.