O PENSAR E FAZER EDUCAÇÃO EM SAÚDE NO COTIDIANO ESCOLAR



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Transcrição:

O PENSAR E FAZER EDUCAÇÃO EM SAÚDE NO COTIDIANO ESCOLAR Ana Paula da Silva Graduanda em Pedagogia -UFPB- Campus IV- Marcklene S. Lima Graduanda em Pedagogia -UFPB- Campus IV Rosineide da Silva Chaves Graduanda em Pedagogia -UFPB- Campus IV Tatiana da Silva Graduanda em Pedagogia -UFPB- Campus IV Melânia Lopes Cornélio Profa. Dra/Orientadora- Depto. de Educação-UFPB Campus IV INTRODUÇÃO: Discussão como a vida depende de saúde e como a saúde interfere na vida escolar. A saúde no cotidiano escolar: o que acontece na escola quando o tema saúde é debatido e dialogado? A escola é um espaço de relações que deve favorecer a construção de conhecimentos diversos, possibilitando um ensino que favorece mudança de atitudes, contribuindo para a formação de cidadãos conscientes e críticos capazes de atuarem de forma significativa em suas vidas, como na sociedade a qual se inserem. Assim, a escola configura-se em um espaço de suma importância, pois além de possibilitar a transmissão dos diversos conteúdos, também tem a responsabilidade de trabalhar valores, princípios éticos e morais. Nessa perspectiva de formação integral do aluno, a escola envolve aspectos cognitivos, afetivos e sociais, portanto abordar questões de saúde é fundamental para a formação dos sujeitos, já que a saúde apresenta-se como fator essencial para o crescimento, o desenvolvimento e a aprendizagem das crianças, adolescentes e jovens. A OMS (Organização Mundial de Saúde) define que saúde é o estado de completo bem estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de doenças. No cotidiano escolar, entende-se educação em saúde como fator de atenção, promoção e prevenção à saúde e também como estratégia para a conquista dos direitos de cidadania (BRASIL, 1997). Na prática, requer o desenvolvimento da construção de saberes significativos para o desenvolvimento pessoal e social, bem como, a construção de saberes essenciais para a qualidade de vida, favorecendo relações e ações que fortalecem a participação das pessoas na busca de vidas mais saudáveis.

De acordo com os PCN (Parâmetros Curriculares Nacionais) o conteúdo de Saúde deve ser tratado nas escolas como um tema transversal e não como um novo conteúdo, e sim como um meio de relacionar o conhecimento científico à realidade dos sujeitos bem como do cotidiano escolar. Já que os temas transversais trazem consigo fatores de caráter prescritivo das atitudes e valores, possibilitando a formação do cidadão crítico, inserido num mundo em que não está apenas como espectador, mas é parte atuante da realidade. Sendo assim, o pensar e fazer educação em saúde no cotidiano escolar abrange contribuir para que a comunidade escolar se sinta estimulada a refletir sobre o significado de saúde e qualidade de vida e a discutir sobre as causas e possíveis soluções para os problemas existentes na escola e na comunidade. No cotidiano escolar, as práticas em saúde devem considerar as diversas realidades em que os sujeitos se encontram com o objetivo de realizar construções compartilhadas de saberes pautado nas vivências individuais e coletivas. A saúde e a educação precisam ser trabalhadas numa perspectiva para formar sujeitos que articulam saberes em um processo de aprendizagem significativa. A escola deve utilizar técnicas e métodos que possibilitem a participação de todos professores, alunos, pais e comunidade à promoção da saúde, conscientizando-os que o estado físico, psicológico, emocional e social deve e necessita manter-se sempre em equilíbrio. Ter saúde não é apenas viver uma vida estável. Ser saudável é viver em um espaço de qualidade de vida, espaço esse que devem ser envolvidos familiares, sociedade, serviços sociais e escolas. Não podemos afirmar que um indivíduo não saudável pode ser considerado tal para um aprendizado de qualidade e que, portanto, pode não está preparado para situações vindouras, para essa afirmação temos aporte teórico indicado pela UNESCO, Ministério da Saúde e OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico) (Barba, 2003). A relação entre educação/ saúde tem que existir como acesso de milhares de condições devidas e para fazer ligações entre conhecimento, atividades e práticas pessoais que possam ser aplicada e compartilhada em acordo por toda sociedade. Claro que a responsabilidade não é só da escola eu família, o estado também deve fazer sua parte e assim proporcionar uma vida digna a todos desde sua primeira infância. Já na adolescência a preocupação com a saúde vai muito além do físico. Vai se construindo nessa faixa etária concepção de um individuo para encarar o mundo, e há na escola e família a responsabilidade de prepará-lo psicologicamente para vida.

A educação por parte do processo ambiental deve ser de suma importância para uma boa qualidade de vida, além de consciência deve ter uma perspectiva pedagógica, para que esses adolescentes usem conhecimentos, valores e atitudes como forma de posicionamento no mundo em que atuam. Para a série saúde e educação não há como contar aprendizagem sem que esta esteja dentro do contexto de uma prática saudável e em acordo com a comunidade escolar. Diante desta perspectiva para ter uma escola voltada à saúde, uma dos mais importantes é o dialoga e execução de programas que auxilia os profissionais nessa luta. MÉTODO: Nosso projeto abordou o tema o pensar e fazer educação em saúde no cotidiano escolar tinha como objetivo principal saber como esse tema era realmente tratado e trabalhado na realidade das escolas públicas municipais, para fundamentar nosso projeto trabalhou-se em cima de pesquisas qualitativa e quantitativa, realizadas com professores e gestores de diversas escolas do Vale do Mamanguape, para que baseados nos resultados coletados na pesquisa a campo poderem analisar e discutir como era e é ainda tratado esse tema nas escolas e os projetos existentes e que abordam o tema. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Depois de elaborado e sintetizado, o conceito foi exposto à opinião dos educadores que tem por base a prática de sua atuação nas escolas, a fim de verificar sua importância adequação e dificuldades, além de recolher sugestões sobre o pensar e fazer saúde no cotidiano escolar nos anos iniciais do ensino fundamental. O universo dos professores pesquisado foi composto por profissionais da rede pública e municipal de ensino público na região do vale do Mamanguape-Pb. Os professores entrevistados foram encontrados a partir de visitas a escolas. As entrevistas foram realizadas entre o mês de outubro/2012 a fevereiro de 2013. Foram entrevistados 33 professores que possuíam em média dez anos de experiência de magistério Observamos que a grande maioria dos entrevistados nessa pesquisa é representada pelo sexo feminino. A faixa etária das professoras entrevistadas apresenta uma média em torno de 39 anos e a maioria apresenta estado civil casada. Foram realizadas perguntas para contextualizar o tema de estudo e verificar como a escola pensa e faz educação em saúde no cotidiano escolar: O primeiro tópico da entrevista dizia respeito se existia na escola algum programa sobre educação e saúde. Obtivemos 43% de respostas positivas e 56%

de respostas negativas. As escolas que apresentam algum programa de saúde foi principalmente atenção com a saúde bucal, que na grande maioria são aplicados por agentes comunitários, dentista e diretores das escolas no caso da escola indígena o programa em saúde é aplicado pela FUNAI (Fundação Nacional do Índio). Foi abordada também questão sobre o conhecimento do PCN s para área de saúde pelo corpo docente da escola e verificamos que a grande maioria tem conhecimento do mesmo. O tema saúde no cotidiano escolar foi tomado com grande relevância por todos os professores entrevistados relatando a seguinte importância sobre o tema saúde no cotidiano escolar: - Interfere para o bem e mal; - A saúde é essencial e precisa ser trabalhada na escola; - A escola é um espaço que precisa tratar muitos temas inclusive saúde; - O tema saúde é importante em qualquer circunstância; - O aluno que não está com saúde não consegue aprender; - O aluno que não está com saúde não consegue aprender como os demais; - Ajudará na aprendizagem da criança; - Conscientizar a criança, ajudando no desenvolvimento; - Porque melhorar a qualidade de vida; - Há uma necessidade por parte das crianças; - Amplia os conhecimentos e a vivência; - A saúde é importante em tudo; - Principalmente pelo fato de se fazer conhecer a prevenção; - É impossível lecionar sem um ambiente saudável; - A escola envolve todos os assuntos. Outro objetivo avaliado pelos professores foi se a saúde interfere no cotidiano escolar. A maioria dos entrevistados mencionou que a principal interferência esta relacionada ao comprometimento da aprendizagem, ou seja, o desempenho dos alunos. A ausência dos alunos devido a problemas de saúde interfere no processo de ensino- aprendizagem. Outra importante questão levantada foi se existe na escola um setor responsável pela atenção à saúde dentre os entrevistados 96,6% dos professores disseram que não há na escola um setor responsável pela atenção à saúde e 3,3% responderam que existe uma área responsável pela atenção à saúde escolar. Esses dados demonstram que os objetivos citados pelos Parâmetros Curriculares para a temática saúde nos primeiros anos do Ensino Fundamental é o de expressar suas necessidades de atenção à saúde. Assim, o objetivo é que o aluno seja capaz de perceber, discernir e comunicar sensações de desconforto ou dor, sabendo localizá-las em seu

corpo e buscar ajuda quando necessária (Brasil, 1997). Dessa forma, podemos observar que essa função da escola ficou limitada apenas aos conteúdos abordados em sala de aula que tem como temática a saúde, ou seja, abordam o tema de forma bastante limitada. Oliveira (1991) afirma que os conceitos de saúde ligados a uma questão biológica e individual são percebidos pela consciência ingênua, enquanto a visão de saúde, como um problema coletivo começa a ser entendida pela consciência crítica. As concepções que relacionam saúde às regras de higiene e de alimentação trazem um enfoque individualista, enquanto as de saúde ligadas à qualidade de vida, ao cuidado com o meio ambiente vêm ao encontro de uma perspectiva em prol de cuidados que podem ser adotados em favor do coletivo. Dessa forma, os alunos não dispõem de um espaço para terem atenção e dialogar saúde ajudando no seu desenvolvimento e promovendo a prevenção a saúde no seu cotidiano escolar. Também observamos que os professores entrevistados conhecem alguns dos problemas de saúde que os alunos apresentam muitos mencionaram: cárie, a falta de higiene pessoal, gripe, febre, dor de barriga, problemas de visão, diarreia, garganta inflamada, desatenção, vômito e virose. Quando os professores foram questionados sobre as doenças mais frequente na região se tinham conhecimento muitos citaram: gripe, catapora, escabiose, dengue, verminose, micose, desnutrição e pediculose. Podemos verificar que assistência básica à saúde ajudaria a prevenir essas doenças no cotidiano escolar melhorando o bem estar dos alunos e seu desenvolvimento. Outra questão relevante foi perguntada aos professores qual seria o objetivo de dar á atenção e dialogar saúde no cotidiano escolar quase todos entrevistados mencionaram em primeiro lugar seria detectar a doença, avisar aos pais e estimular o desenvolvimento da criança; a segunda mais citada foi avisar aos pais, medicar e levar as crianças ao pediatra e em terceiro lugar lembrar que a responsabilidade é somente da mãe e não da escola. Podemos observar como se faz necessário um conhecimento mais amplo sobre o tema saúde na escola, os professores precisam ter acesso aos temas atuais e suas novas abordagens através da promoção de uma formação continuada. A escola é um espaço de relações, um espaço privilegiado para o desenvolvimento crítico e político, contribuindo para a construção de valores pessoais, crenças e conceitos e maneira de conhecer o mundo interfere diretamente na produção social da saúde (Aerts, 2004). Segundo Altmann (2001), é a escola e não apenas a família, que têm incumbência de desenvolver uma ação crítica, reflexiva e educativa, que promova a saúde das crianças e dos adolescentes. Além disso, o protagonismo de crianças e adolescentes se evidencia no espaço escolar, já que estes se comunicam melhor entre si e sobre si.

Quando questionado sobre quais os temas são mais trabalhados na sala de aula sobre saúde as respostas frequentemente obtidas foram higiene pessoal, saúde bucal e alimentação saudável. Deixa clara à importância que o professor vê nos objetivos da temática saúde. Assuntos que não demandam especiais conhecimentos onde impera a reprodução do senso comum são preferidos como conteúdos abordados em sala de aula. A saúde envolve a busca do equilíbrio físico, mental e social, bem como a relação do indivíduo com seu ambiente. Saúde é movimento, ação. Por isso, falar sobre saúde nas instituições de educação implica promover ações de higiene, prevenção de doenças e de acidentes e a realização das atividades que busquem o crescimento e o desenvolvimento da criança em sua totalidade (Crayd, 2001). Diante dos dados obtidos percebemos uma carência de programas com foco em saúde que valorize ações de promoção, proteção e recuperação, conhecer a saúde nos aspectos físicos, psíquico e social, entender que a saúde é produzida nas relações com o meio físico, econômico e sociocultural, identificando fatores de risco à saúde pessoal e coletiva presentes no meio em que se vive e que sejam efetivos e atuantes dentro do âmbito escolar (Brasil, 1997; Brasil 2008). Aerts (2004) menciona que uma escola saudável é aquela que possui um ambiente solidário e propício ao aprendizado por isso ela deve estar engajada no desenvolvimento de políticas públicas saudáveis e na estimulação da criação de entornos favorecedores à saúde, na aprendizagem de comportamentos que permitam a proteção do meio ambiente, na conservação de recursos naturais e na implicação cada vez maior da escola e da população em projetos de promoção da saúde. CONCLUSÃO: Este trabalho retratou a realidade das condições escolares do vale do Mamanguape em relação ao Pensar e Fazer Educação em Saúde no Cotidiano Escolar. Educação e saúde são dois fundamentos básicos para que qualquer sociedade se desenvolva plenamente. São dois alicerces sociais indispensáveis e que também são inseparáveis. Cada qual se alinhando e se fortalecendo conjuntamente para que o desenvolvimento social tão almejado seja em fim alcançado. No decorrer do trabalho fizemos uso da descrição das pesquisas realizadas nas escolas e de referências bibliográficas, almejando o conhecimento e a compreensão do tema em estudo.

De acordo com os professores entrevistados a saúde tem um importante papel no cotidiano escolar, tendo em vista que a escola é um espaço de formação constante e faz parte da mesma conscientizar e instruir o aluno. Construir uma educação voltada à saúde é uma questão muito distanciada das praticadas vivenciadas nas escolas, é algo que nem mesmo é ressaltado nas reuniões de pauta, de conselhos escolares. Apesar de ser indispensável, essa questão é pincelada com algumas pequenas práticas que para muitos já são consideradas grandes feitos. Como nas escolas entrevistadas da rede pública e indígenas que em sua maioria não tinham um programa ou projeto que abrangesse em sua totalidade as necessidades dos alunos, e alguns programas que já foram implantados eram basicamente relacionado à saúde bucal ou exames de rotina. Portanto é necessário incluir na grade curricular o tema em foco, visando à prevenção de doenças, o desenvolvimento educacional e uma melhor condição de vida. E para que isso ocorra e se torne realidade no cotidiano das escolas, é preciso que os gestores busquem juntamente com todo o corpo escolar implantar uma política de saúde para atender o alunado e também, essencialmente, a família tem o direito de conhecer seus direitos e exigir que as escolas tenham um espaço que cuide unicamente da saúde dos alunos, o que poderá se tornar um grande avanço, tanto qualitativo, quanto quantitativo, melhorando a saúde dos alunos na prevenção de doenças e na erradicação de algumas delas e no desenvolvimento intelectual e cognitivo dos alunos. A saúde é o estado de bem-estar físico, social e mental e está presente em todos os momentos da vida, nos quais somos capazes de pensar, sentir, e assumir nossos atos e decisões, e não somente quando não sentimos sinais ou sintomas de doenças. Deste modo, o pensar e fazer educação em saúde no cotidiano escolar deve ser pautado na perspectiva de que a escola é um ambiente capaz de garantir e fortalecer práticas voltadas à atenção, promoção e prevenção à saúde, pois, bem ou mal a saúde interfere no cotidiano escolar. Assim, ao realizarmos nossa pesquisa pode-se constatar, com a análise dos dados, que os professores entrevistados trataram com grande relevância o tema saúde, no qual a maioria tem a consciência de que a saúde interfere no cotidiano escolar e consequentemente na aprendizagem e desempenho dos alunos. Apesar disso, foi possível perceber que a maioria destes professores na prática, interligam educação e saúde de forma limitada, uma vez que estes abordam essa temática a partir da reprodução do senso comum, que não exige um conhecimento mais técnico e abrangente como higiene bucal e corporal e alimentação

saudável. O que não deixa de ser importante, porém não é suficiente, pois mais do que estas questões é fundamental abordar a saúde psicológica, emocional e também social dos sujeitos. Nas escolas pesquisadas, evidenciaram-se as concepções de saúde que priorizam o cuidado com o corpo, advinda de raízes históricas e culturais, em que predominam o higienismo e a individualidade. Verificamos, com isso, que é necessário que se abram espaços de discussão nas escolas, sobre as concepções de saúde. Pois os conteúdos relacionados à saúde ainda são parte integrante do ensino de Ciências ou trabalhados pontualmente por meio de projetos. A atenção à saúde em educação está explicita nos PCN Parâmetros Curriculares Nacionais sobre saúde e o Governo Federal dispõe de Programas voltados à saúde na escola, como PSE Programa Saúde na Escola, mas estes, na realidade que constatamos não se aplicam na prática cotidiana das escolas. Nesse sentido, é preciso considerar a necessidade de disponibilizar, por meio das politicas publicas de formação continuada para professores, conhecimentos relacionado à temática de saúde no cotidiano escolar, uma vez que os professores precisam de certo domínio para trabalhar no âmbito educativo questões de saúde, além do que já vem sendo abordado. É necessário ter em mente que educação e saúde são temas correlatos e precisam andar juntas, pois, a escola que não tem consciência e uma prática voltada para formar atitudes que promovam a saúde, não vai atingir seus objetivos de maneira satisfatória. Assim, por meio da análise bibliográfica como também dos dados coletados através da pesquisa mediante questionários feita aos professores podemos concluir o quanto ainda precisa ser feito para que o direito a saúde seja também ofertado por meio da escola, visto que este é um ponto favorável à consolidação dos diversos saberes. Não podemos deixar de mencionar também a importância da relação entre escola, comunidade e sistema de saúde. Pois, para construir o homem cidadão ciente de seus direitos e deveres, o ensino precisa está atrelado e articulado a uma concepção de formação que torne o homem um ser crítico, reflexivo e modificador de sua realidade. Só desta forma se estar a estabelecer a autentica ação educativa que consequentemente resultará na qualidade de vida. PALAVRAS-CHAVE: ESCOLA EDUCAÇÃO SAÚDE COTIDIANO ESCOLAR REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

AERTS, D. ALVES. G. G., SALVIA, M. W. Da., ABEGG, C. Promoção de saúde: convergência entre as propostas da vigilância da saúde e da escola cidadã. Cadernos de Saúde Pública, 20 (4): 1020-1028, 2004. ALTMANN, H. Orientação sexual nos Parâmetros Curriculares Nacionais. Rev. Est. Fem., 9 (2): 575-85, 2001. BARBA, P. S. D; MARTINEZ, C. M. S; CARRASCO, B. G. Promoção da saúde e educação infantil: Caminhos para o desenvolvimento. Paidéia, 13 (26), 141-146, 2003. BRASIL, Ministério da Educação. Parâmetros Curriculares Nacionais, Primeiro e Segundo Ciclos do Ensino Fundamental- Saúde, Brasília, 1997. BRASIL, Ministério da Educação- Secretaria de Educação a Distância. Salto para o futuro: saúde e educação, Ano XVIII, Boletim 12, TV Escola, 2008. Disponível em: http://www.tvbrasil.org.br/fotos/saltos/series/182321saude.pdf. Acessado em 11/03/2013. CRAIDY, M., KAERCHER, G. E. P. SILVA. Educação infantil: pra que te quero?/organizado por Carmem. Porto alegre: Artmed, 2001. OLIVEIRA, Maria Lúcia Cunha Lopes de. Educação em Saúde na Escola Pública limites e possibilidades Uma reflexão histórica sobre a formação do educador Dissertação (Mestrado) Fundação Getúlio Vargas, Departamento de Filosofia e Educação, Rio de Janeiro, 1991.