Modelo para Malhas de Aterramento de Torres de Linhas de Transmissão Submetidas a Descargas Atmosféricas



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1 Modelo para Malhas de Aterramento de Torres de Linhas de Transmissão Submetidas a Descargas Atmosféricas Alexander B. Lima, José O.S. Paulino, Ivan J.S. Lopes, Thiago C. Dias Resumo--Os desligamentos de linhas de transmissão devido à incidência de descargas atmosféricas constituem um importante parâmetro de seu desempenho. Um procedimento amplamente utilizado visando a diminuição das sobretensões desenvolvidas é a redução do valor da impedância de aterramento das torres. Para alcançar tal objetivo, estudos preliminares realizados ainda na etapa de projeto devem ser apoiados por ferramentas e modelos computacionais que expressem adequadamente o evento eletromagnético em questão. Neste trabalho é apresentado um modelo para malhas de aterramento constituídas por quatro cabos contrapeso. O modelo proposto é baseado na teoria de linhas de transmissão, conferindo-lhe relativa simplicidade e baixo custo computacional. São apresentados resultados no domínio do tempo e da frequência relativos à impedância harmônica, impedância impulsiva, comprimento efetivo dos cabos e máxima sobretensão desenvolvida na malha de aterramento. Palavras Chaves--Análise transitória; aterramentos; linhas de transmissão; comprimento efetivo. E I. INTRODUÇÃO STUDOS relacionados ao tema aterramentos elétricos tem despertado ao longo do tempo o interesse de diversos pesquisadores. Esse interesse tem sido motivado por diversos fatores, como a melhoria do desempenho dos sistemas aterrados. Tais estudos são particularmente importantes, sobretudo em locais onde a resistividade do solo é elevada. Neste sentido, a modelagem para avaliação da resposta frente a fenômenos transitórios tem se destacado. Os modelos de aterramentos tornam possível a predição de algumas variáveis importantes para o dimensionamento da proteção contra surtos, como a impedância de aterramento e níveis máximos de sobretensão [1],[2]. É possível, também, que sejam analisados os limites para os quais o aterramento é efetivo na melhoria do desempenho das linhas de transmissão. Os modelos existentes na literatura podem ser classificados, de modo geral, através da aproximação utilizada no seu desenvolvimento. São encontrados modelos baseados na teoria de circuitos [3]-[5], na teoria de campos eletromagnéticos O presente trabalho é financiado por recursos de um Projeto de Pesquisa & Desenvolvimento celebrado entre as empresas TRANSLESTE- TRANSIRAPÉ e a UFMG. (TCE) [6]-[9] e na teoria de linhas de transmissão (TLT) [10]- [13]. Sabidamente os modelos TCE apresentam elevado rigor físico e matemático. Entretanto, o seu uso normalmente apresenta um elevado custo computacional. Os trabalhos [13]- [15] mostram que para solos de elevada resistividade os resultados obtidos a partir dos modelos TCE e TLT apresentam excelente concordância. Assim, neste trabalho é utilizado este último devido à relativa simplicidade de implementação e a necessidade de poucos recursos computacionais. II. DESENVOLVIMENTO DO MODELO A. Efeito mútuo entre dois eletrodos Um cabo contrapeso, isoladamente, pode ser representado por um modelo baseado na teoria de linhas de transmissão. Neste caso, considera-se o eletrodo como sendo dividido em diversos segmentos, sendo cada um desses segmentos constituído por um circuito RLC. As perdas internas ao condutor devido à resistência série do modelo, por serem pequenas comparadas às perdas para o solo, normalmente não são consideradas [10]-[13]. Sendo o eletrodo único, obviamente não existem efeitos mútuos com outras partes do sistema. Desta forma este modelo é caracterizado apenas pelos parâmetros indutância, capacitância e condutância próprias. Apesar do uso de um único eletrodo encontrar grande aplicabilidade, em muitas situações são necessários valores reduzidos de impedância, como é o caso das malhas de aterramento das torres de linhas de transmissão. Não raramente, em condições específicas de resistividade do solo local tais valores não são factíveis com o uso apenas um único eletrodo. Desta forma, justifica-se a composição dos sistemas de aterramento constituídos pela interligação de diferentes eletrodos que são posicionados sob o solo de acordo com as peculiaridades do projeto. Deve-se ressaltar, entretanto, que embora o aumento da quantidade de eletrodos resulte na redução da impedância, esta redução ocorre em proporções cada vez menores [16]. Isto porque, quando dois eletrodos são colocados a certa distância no solo, passa a existir um efeito entre ambos que influencia na capacidade de dispersão de corrente do conjunto. Tal efeito está associado à chamada impedância mútua, definida como sendo a elevação de potencial de um eletrodo, em relação ao terra remoto, devido ao fluxo de corrente no outro eletrodo.

2 Para se estabelecer uma melhor ideia do efeito de acoplamento associado à impedância mútua, considera-se inicialmente um eletrodo sob um solo homogêneo. Analisado individualmente este apresenta uma impedância de entrada, Zin, também denotada impedância própria do eletrodo de aterramento, Zp, como apresentado na Fig. 1. Z in = Z p Fig. 1. Impedância de entrada da linha correspondente à impedância de aterramento. Considera-se agora a inclusão de outro eletrodo de iguais características geométricas posicionado paralelamente e a certa distância deste primeiro. Dependendo desta distância, não existe efeito mútuo entre os eletrodos, pois é desprezível o potencial gerado na região onde se encontra um eletrodo pelo fluxo de corrente no outro. Neste caso, conectando ambos em um único ponto e aplicando uma tensão, a corrente que flui para o solo é o dobro daquela que fluiria para a mesma tensão aplicada em um único eletrodo. Entretanto, à medida que os eletrodos vão sendo aproximados o acoplamento entre eles tende a aumentar degradando a eficiência do conjunto. A estilização deste aterramento é mostrada na Fig. 2. Z in = Z p1 é a mesma ( I1 I2 I T 2). Então, a equação (1) pode ser assim escrita: IT VT Z p Zm (2) 2 Como a impedância de aterramento corresponde à relação entre a tensão e a corrente, tem-se: VT 1 Zg Z p Zm (3) I 2 T onde, Z g é a impedância de aterramento. Assim, percebe-se que a impedância de aterramento do conjunto é maior que o paralelo de dois eletrodos posicionados suficientemente afastados, sendo este excedente quantificado pela metade do valor da impedância mútua. Fica claro, também, que uma vez obtidas as impedâncias Z p e Z m, a impedância Z g é definida completamente a partir da combinação de ambas. B. Cálculo das Impedâncias Z g e Z m Para o cálculo de Z g e de Z m, deve-se observar que o conjunto, visto a partir do ponto de entrada, pode ser substituído por um único modelo que tenha impedância correspondente a Z g, como ilustra a Fig. 3. V T I 1 Z g Z p1 eletrodo 1 Z g = (Z p + Z m ) / 2 I T Z m I 2 Z in = Z p2 Fig. 2 - Estilização de um aterramento constituído por dois eletrodos. Z p2 Z m eletrodo 2 d Eletrodo equivalente caracterizado pelos parâmetros LCG próprios e mútuos. sendo VT a tensão aplicada, IT a corrente total resultante, Zp1 e Zp2 a impedância própria dos eletrodos 1 e 2, respectivamente, e Zm a impedância mútua entre os eletrodos. O efeito deste acoplamento pode ser avaliado pela quantificação da impedância do conjunto. Em um aterramento com tais características, tem-se [17],[18]: V1 I1Zp1 I2Zm (1a) V I Z I Z (1b) 2 1 m 2 p2 onde, os subscritos numéricos correspondem às tensões, correntes e impedâncias nos eletrodos 1 e 2. Considerando que os eletrodos apresentam as mesmas características geométricas e que o espaçamento entre eles é o mesmo em toda a sua extensão, a impedância própria dos eletrodos 1 e 2 tem o mesmo valor, sendo Zp1 Zp2 Zp. A tensão no ponto de entrada é comum a ambos os eletrodos, sendo V1 V2 VT e, devido à simetria desta configuração, a corrente nos eletrodos Fig. 3. Impedância de entrada de um aterramento constituído por dois eletrodos paralelos e seu equivalente. Desta forma, cada uma das impedâncias, própria e mútua, pode ser modelada por uma linha e a impedância de aterramento é obtida a partir da combinação de ambas, como mostra a Fig. 4. Z in / 2 = Z p / 2 + Z in / 2 = Z m / 2 Z g = (Z p + Z m ) / 2 Fig. 4. Impedâncias, própria e mútua, calculadas individualmente a partir de duas linhas de transmissão e a combinação de ambas definindo a impedância de aterramento, Z g. Neste caso a impedância vista a partir do ponto de entrada da linha, Zin, relativa à impedância própria ou a mútua, é calculada utilizando-se a teoria clássica de linhas de transmissão, considerando a extremidade oposta a entrada de corrente como sendo uma linha aberta [19],[20], onde: =

3 Zˆc(f ) jl G jc (4a) ˆ(f ) jl G j C (4b) f Zc(f) coth (f ) Zˆ ˆ ˆ (4c) in sendo, Zc a impedância característica, a constante de propagação, Z in a impedância de entrada da linha, f a frequência e LCG os parâmetros elétricos da linha. C. Cálculo da sobretensão desenvolvida na entrada da linha A partir de (4) são definidos dois vetores, Z p [n] e Z m [n], relativos, respectivamente, à impedância própria e a mútua, contendo n elementos. Os elementos destes vetores contém a impedância calculada para as n frequências da faixa representativa de uma onda de corrente de descarga, aqui modelada pela função dupla exponencial (5). i( t) I ( e e ) (5) max t t Para uma onda rápida (1.2/20s) os valores dos parâmetros são: = 39143.21 e = 2236641.15, e considerando uma corrente de pico de 1kA, I max = 1093.86. A tensão v(t) é obtida 1 utilizando-se a Transformada Inversa de Fourier,, sendo: 1 v( t) { Iˆ[ n] Zˆ[ n]} (6) Em (6), I ˆ[ n] { i( t)}, sendo a Transformada de Fourier da corrente e Z ˆ [ n] Zp ˆ [ n] Zm ˆ [ n]. D. Cálculo dos parâmetros elétricos do modelo Os parâmetros elétricos RLC dos modelos utilizados para o cálculo de Z p e de Z m são obtidos a partir das equações propostas na literatura clássica de Sunde [21], onde: R 2 ln 1 2rh C (7a) (7b) R 2 L ln 1 2 r (7c) elétrico que causam significativa ionização do meio, o comportamento eletromagnético do solo é essencialmente linear, mas com significativa dependência de e em relação à frequência. Utilizando uma técnica bastante elaborada de medição e, também, análises estatísticas o autor propôs a formulação a seguir para a variação dos parâmetros do solo em relação à frequência. w( f ) o i cot j f 10 2 w( f ) solo j solo sendo complexo o número obtido a partir de w(f) e, também, f é a frequência, o é a condutividade do solo medida em baixa frequência, é um parâmetro da parcela dependente da frequência, i corresponde a medido para 1MHz. Desta forma, os parâmetros e em (7) devem ser substituídos pelas partes real e imaginária da função w(f). Esta variação não ocorre para a indutância. Assim, as equações para o cálculo dos parâmetros CG, por unidade de comprimento, são definidas: G(f ) 6 1 2 Re(w(f)) ln 1 2rh Im(w(f)) (2 f ) C(f ) 2 ln 1 2rh 1 (8) (9a) (9b) onde, Re(w(f)) e Im(w(f), correspondem, respectivamente, as partes real () e imaginária () do número complexo retornado pela função w(f). Para o cálculo da impedância mútua os parâmetros elétricos do modelo são calculados substituindo-se nas equações apresentadas o raio r pela distância entre os eletrodos e a profundidade h pela profundidade média dos eletrodos [21]. Deve-se observar que essa variação deve ser incluída em (4). E. Impedância da malha de aterramento de torres O cálculo da impedância da malha de aterramento de torres tem por base o desenvolvimento e as assunções feitas para a configuração de aterramento constituído por dois condutores paralelos apresentados nas seções anteriores. Para tanto, considera-se uma malha que tenha cabos contrapeso de comprimento [m], distanciados por d [m], conforme Fig. 5. sendo, em relação ao solo, a resistividade, a permissividade elétrica e a permeabilidade magnética. Em relação ao eletrodo, é o comprimento, r o raio e h a profundidade que foi enterrado. Esta formulação considera os parâmetros e invariantes com a frequência. Contudo, Portela [22] afirma que exceto para valores elevados de campo

4 1 Fundação da Estrutura 2 Eixo da LT Faixa de Servidão Fig. 5 - Estrutura de uma malha de aterramento de torres de linhas de transmissão. Na estilização da Fig. 5, cada um dos pares de eletrodo, 1-2 e 3-4, pode ser representado por um único eletrodo cujo modelo é caracterizado pelos parâmetros indutância, capacitância e condutância, próprios e mútuos, da mesma forma como na Fig. 3. Assim, o aterramento fica reduzido a apenas dois eletrodos, um para cada par, sendo as impedâncias equivalentes, Z eq(1-2) e Z eq(3-4), calculadas a partir de (3). O aterramento equivalente é ilustrado na Fig. 6. Z g 45 o Z eq(1-2) = (Z p + Z m ) / 2 Z eq(3-4) = (Z p + Z m ) / 2 3 4 d ou 3-4, já que a configuração considerada apresenta simetria espacial. Desta forma, procedendo como indicado na subseção B e C, a tensão desenvolvida e as impedâncias Z p e Z m são facilmente obtidas. Com este método outras características relativas ao aterramento também podem ser obtidas, como a impedância impulsiva e comprimento efetivo. III. VALIDAÇÃO DO MODELO Nesta seção os resultados obtidos a partir do modelo aqui proposto são comparados aos obtidos em [23], onde o modelo é baseado na teoria de campos eletromagnéticos. O aterramento é constituído por quatro cabos contrapeso, tendo posicionamento espacial idêntica à da Fig. 5. Os eletrodos tem 30m de comprimento, raio de 5mm, estão enterrados a 0.3m em um solo homogêneo e separados por uma distância de 10m. Ainda, os parâmetros e variam com a frequência de acordo com (8), sendo considerados: o =2.78x10-6 S/m, i=4.65x10-3 e =0,6. A Fig. 7 mostra a resposta do aterramento, observando-se uma ótima concordância de resultados. Ainda, verifica-se que apesar das respostas não serem quantitativamente coincidentes, fica evidente a coerência entre elas em toda a faixa de frequência considerada. Modelo para o par de eletrodos (1-2) caracterizado pelos parâmetros LCG, próprios e mútuos. Modelo para o par de eletrodos (3-4) caracterizado pelos parâmetros LCG, próprios e mútuos. Fig. 6. Modelos para os cabos contrapeso (pares de eletrodos 1-2 e 3-4). Deve-se observar que os modelos são idênticos, já que existe total simetria entre os pares de eletrodos 1-2 e 3-4. Consequentemente, a corrente de descarga que desce pela torre e chega ao ponto de entrada da malha de aterramento é distribuída igualmente entre os eletrodos. Então, como Z eq(1-2), por simetria, deve ser igual a Z eq(3-4) e como do ponto de vista da teoria de circuitos os eletrodos estão em paralelo, tem-se: eq(1-2) eq(3-4) p m Zˆ Zˆ Zˆ Zˆ /2 (10a) g eq(1-2) eq(3-4) p m Zˆ Zˆ / / Zˆ Zˆ Zˆ / 4 (10b) onde, Z g é a impedância de aterramento. Assim, a impedância para configuração de aterramento considerada é definida em (10b). Nela fica evidente que a impedância da malha é calculada, simplesmente, a partir das impedâncias própria e mútua dos eletrodos que a compõem. É importante ressaltar que a impedância própria, neste caso, refere-se a um único eletrodo do aterramento qualquer que seja ele, já que normalmente todos os cabos contrapeso têm as mesmas características geométricas. A impedância mútua é calculada considerando um par de eletrodos qualquer que seja ele, 1-2 Fig. 7. Resposta do aterramento obtida a partir de um modelo baseado na teoria de campos eletromagnéticos (TCE) e do modelo proposto neste trabalho baseado na teoria de linhas de transmissão (TL). IV. ANÁLISE DA RESPOSTA TRANSITÓRIA DA MALHA DE ATERRAMENTO DE TORRES Nesta seção são apresentados resultados nos domínios do tempo e da frequência obtidos a partir do modelo proposto. São avaliadas a impedância harmônica, a sobretensão desenvolvida e o comprimento efetivo, estando todos associados a um evento impulsivo como aquele devido a uma descarga atmosférica. A configuração da malha de aterramento é mesma da Fig. 5, sendo constituída por eletrodos do tipo aço-cobre com 5mm de diâmetro correspondendo, aproximadamente, a bitola 4AWG, estando enterrados a 0,5m de profundidade. Para conferir maior generalidade às análises, são variados os parâmetros comprimento do eletrodo e resistividade do solo. O

5 comprimento dos eletrodos assumem valores que variam de 20m a 90m com o passo de 10m. Para cada valor de comprimento, são considerados espaçamentos entre eletrodos correspondentes a, respectivamente, 14, 22, 29, 36, 44, 51, 58 e 66m. Os valores para as resistividades do solo foram escolhidos de forma que uma ampla faixa compreendida desde valores mais baixos até mais elevados estivesse presente. Ressalta-se, particularmente, a presença de valores típicos como 1000Ωm (valor médio brasileiro), 2400Ωm (valor médio da resistividade aparente em Minas Gerais). A variação dos parâmetros e com a frequência não será considerada. Neste caso, a permissividade elétrica relativa é 15. A. Impedância no domínio da frequência A análise da impedância no domínio da frequência é de grande importância por tornar possível se conhecer prontamente as características indutivas, condutivas e capacitivas do aterramento. A faixa de frequência considerada é aquela representativa para uma descarga atmosférica e são considerados diversos comprimentos de eletrodos sob um solo de 2400Ωm. A Fig. 8 mostra as curvas relativas ao módulo e ao ângulo da impedância do aterramento estudado, sendo notória a existência de duas regiões distintas que caracterizam a resposta do aterramento, estando uma associada a frequências mais baixas e outra a frequências mais elevadas. Apesar de não ser possível definir uma frequência exata para a transição de baixa para alta, pode-se assumir que esta esteja na faixa entre 50kHz a 100kHz. As análises seguintes são feias, então, para cada uma dessas faixas. Na região de baixas frequências o módulo da impedância é constante e o ângulo de fase aproxima-se de zero, características essas normalmente associadas ao conceito de resistência de aterramento. Isto pode ser facilmente explicado a partir da análise de um segmento de linha constituído por elementos RLC. Para frequências mais baixas a reatância indutiva é muito pequena e a capacitiva é muito elevada. Desta forma, a indutância série não exerce influência significativa na propagação longitudinal da onda e a corrente através do ramo capacitivo é muito pequena. Nesta região do espectro, portanto, os efeitos de propagação são devidos essencialmente à resistência paralela (condutância). Observa-se também, ainda nesta região do espectro, que o módulo da impedância é reduzido quase que na mesma proporção em que o comprimento do eletrodo é aumentado. Entretanto, a família de curvas apresentada indica existir um comprimento acima do qual esta redução deixa de ser significativa. Já na região de frequências mais elevadas fica evidente que a resposta do aterramento possui características indutivas e capacitivas. Isto pode ser prontamente verificado observando o ângulo da impedância que assume valores ora positivos, ora negativos. Chama a atenção, também, o fato de que a resposta do aterramento constituído por eletrodos menores apresenta características preponderantemente capacitivas. Ainda, à medida que o comprimento aumenta, a resposta passa a ter características indutivas que chegam a ser dominantes para eletrodos de comprimentos maiores. Tal característica pode ser entendida considerando o fato de que apesar da capacitância total de um eletrodo aumentar com o aumento do comprimento, a capacitância por unidade de comprimento, de forma contrária, diminui. Além disso, a indutância por unidade de comprimento aumenta à medida que o eletrodo torna-se maior. Como exemplos citam-se os condutores de 20 e 90m, que possuem o ângulo da impedância, respectivamente, negativo e positivo em toda a região de frequências mais elevadas. Fig. 8. Módulo (a) e ângulo (b) da impedância de aterramento para um solo de 2400m. As curvas da resposta de um aterramento constituído por eletrodos de comprimento fixo, 45m, enterrados em solos de resistividades variadas são apresentadas na Fig. 9. Nota-se que existe certa semelhança entre essas e as da Fig. 8 em relação à tendência de terem as características indutivas e capacitivas variando na região de frequências mais elevadas. Contudo, como os condutores têm dimensões fixas os parâmetros capacitância e indutância, total e por unidade de comprimento, não são alterados. Assim, a corrente que passa pelo ramo capacitivo será sempre a mesma qualquer que seja a resistividade considerada. Entretanto, este não é o caso para a corrente que passa pelo ramo resistivo (condutância). Assim, à medida que a resistividade do solo aumenta a corrente de deslocamento torna-se proporcionalmente cada vez mais importante se comprada à corrente de condução. Para solos de

6 resistividade elevada, então, fica evidente a prevalência da característica capacitiva na resposta do aterramento. Já para solos de resistividades mais baixas, de forma contrária, a corrente de condução torna-se proporcionalmente mais importante se comparada a de deslocamento. Neste caso, como a frequência não têm efeito significativo sobre essa corrente prevalecem as características indutivas da resposta do aterramento. do eletrodo para valores maiores que aproximadamente 40m não resulta em diminuição no valor de pico da sobretensão. Fig. 10. Sobretensão no ponto de entrada do aterramento quando submetido a uma onda rápida de corrente (1,2/20s) e resistividades de 1000Ωm. Fig. 9. Módulo (a) e ângulo (b) da impedância de um aterramento constituído por eletrodos de 45m em solo com diferentes resistividades. B. Sobretensões desenvolvidas A avaliação das sobretensões transitórias desenvolvidas no ponto de entrada do aterramento é de grande importância, já que evidenciam certos parâmetros de interesse prático como a tensão máxima que é desenvolvida e o instante em que isso ocorre. Na Fig. 10 são apresentadas as curvas relativas à sobretensão desenvolvida quando o aterramento é submetido a uma onda de corrente rápida (1,2/20s). Nelas, como esperado, fica evidente o aumento da sobretensão com o aumento da resistividade do solo. Também é possível estimar o comprimento efetivo dos eletrodos, já que a partir de certo comprimento a sobretensão máxima não apresenta redução significativa. Este é o caso em que se tem a resistividade do solo de 1000Ωm. Nesta situação, o aumento no comprimento C. Impedância impulsiva e comprimento efetivo A Fig. 11 mostra as curvas da impedância impulsiva em função do comprimento do eletrodo para diferentes resistividades de solo, tendo sido utilizada uma onda de corrente de 1,2/20s. Neste tipo de gráfico o conceito de comprimento efetivo fica bastante claro. Em todos os casos considerados o valor da impedância diminui à medida que o comprimento do eletrodo aumenta até certo limite. A partir deste valor a impedância já não decresce significativamente, apresentando características de uma resistência medida em baixa frequência [1]. Como exemplo, cita-se a situação em que a resistividade do solo é de 2400Ωm, sendo o comprimento efetivo de 60m. Outra característica observada é o aumento do comprimento efetivo à medida que a resistividade do solo também aumenta. Isto pode ser entendido facilmente considerando o modelo utilizado na teoria de linhas. O aumento da resistividade faz com que a corrente transversal que deixa o eletrodo através da resistência paralela seja menor em cada segmento do modelo. Assim, a atenuação das ondas de corrente e de tensão à medida que propagam é tanto menor quanto maior for a resistividade, havendo a necessidade, consequentemente, de um maior comprimento para que toda a corrente seja dispersa para o solo.

7 V. CONCLUSÕES Neste trabalho foi apresentado um modelo baseado na teoria de linhas de transmissão para malhas de aterramento de torres. A proximidade dos resultados obtidos através deste modelo comparativamente a outro que utiliza a teoria de campos eletromagnéticos mostra sua boa precisão. As análises realizadas para diversos valores de resistividade do solo e comprimento de eletrodos evidenciam a versatilidade do modelo proposto. Além disso, a relativa simplicidade de desenvolvimento e o baixo custo computacional tornam o proposto bastante atrativo do ponto de vista prático. Fig. 11. Impedância impulsiva em função do comprimento do eletrodo, definida para uma onda de corrente rápida (1.2/20s). Quando as linhas são atingidas diretamente por uma descarga, no topo da torre ou no cabo para-raios, uma das técnicas utilizadas para se minimizar as sobretensões desenvolvidas sobre os isoladores é a de se reduzir a impedância do aterramento. Neste sentido, os projetos de aterramentos de torres visam alcançar valores de impedância normalmente pequenos que tornem o desempenho da linha adequado. Para se alcançar tais valores a prática mais usual é a de se aumentar o comprimento dos eletrodos com a observância dos limites aplicáveis. Outro aspecto que deve ser considerado em projetos de aterramentos com esta aplicação, refere-se à extensão das linhas de transmissão que não raramente são da ordem de centenas de quilômetros. Com essas dimensões, as características do solo que definem a sua resistividade podem apresentar significativa variabilidade. Assim, o gráfico apresentado na Fig. 12 apresenta interesse aplicado, pois torna possível se identificar rapidamente o comprimento efetivo para determinada resistividade de solo. As curvas são obtidas para alguns tempos de frente de onda, já que este parâmetro exerce significativa influência na definição do comprimento efetivo, como se pode observar. Fig. 12. Comprimento efetivo em função da resistividade para ondas de corrente com diferentes tempos de frente. VI. BIBLIOGRAFIA [1] L. Grcev, V. Arnautovski-Toseva, "Grounding systems modeling for high frequencies and transients: some fundamental considerations," Power Tech Conference Proceedings, 2003 IEEE Bologna, vol.3, no., pp. 7, 23-26 June 2003. [2] S. Visacro;, "A Comprehensive Approach to the Grounding Response to Lightning Currents," Power Delivery, IEEE Transactions on, vol.22, no.1, pp.381-386, Jan. 2007. [3] M. Ramamoorty, M.M.B. Narayanan, S. Parameswaran, D. Mukhedkar, "Transient performance of grounding grids," Power Delivery, IEEE Transactions on, vol.4, no.4, pp.2053-2059, Oct 1989. [4] A. Geri, "Behaviour of grounding systems excited by high impulse currents: the model and its validation," Power Delivery, IEEE Transactions on, vol.14, no.3, pp.1008-1017, Jul 1999. [5] A.F. Otero, J. 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