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Transcrição:

T ER U Y UKI M O R IT A I NO V A ÇÕES DE RUPT U RA: um estudo sobre a es tratégi a em o r ganiz a ç ã o i n cu mbent e no setor b an cário. D issert a ção a presen t ad a a o C en t ro Un ivers itário d a Fundação Educacional In a c i a na Padre S ab óia d e M ed ei r os, co mo p arte dos r e q uisitos n e c e ssários p a r a obten ç ão do t ítulo de M es t re em A d ministração, orien t ad o p elo P ro f. D r. E dm ilson Alves de Moraes. S ã o P a ulo 2 0 09

Morita, Teruyuki Inovações de ruptura : um estudo sobre a estratégia em organização incumbente no setor bancário / Teruyuki Morita. São Paulo, 2009. 170 f. : il. Dissertação Centro Universitário da FEI. Orientador: Prof. Dr. Edmilson Alves de Moraes 1. Estratégia. 2. Incumbente. 3. Mapeamento cognitivo. I. Título. CDU 65.012.2

a o D eus de P az; à Sandra; à T amires; e a o Dan i el.

A GRADE C IMENTOS A o P ro f. Io n G eo rgi o u, q u e c onj u ga a vi rt ude d e e nsinar c om o t al e nt o d e desen volver o es pírito p esqui s ad or, inspirando c onfiança e m otivação. A o s P ro f es sores A n d ré M as c a r en h as, Bráu lio O liveira, Charl es K i rs c hbaum, Is a b e lla V as c oncel os e R obert o Bern a rd e s, q u e faz e m do ex e r cí ci o docen t e um a t arefa praz e ro sa, n ã o s ó a s i, m as p r inci p almente a o s al u nos. A o P r of. M á r cio Rillo, o am i go q ue a c r e ditou e fo i o grande v i abi liz ad o r d este trabal ho. À P r of. T ân i a Hiroshi, a grande incentivad o ra e ex e m plo d e d e t erminação e pers istênci a. A o s col e gas docent e s d as Facul d ad es C am pos S al les, Pro f e ssores C onrad o H utten, M a u rí ci o M anz alli e S é r gio S a ntos pelas p ro veitosas d iscussões e o ri en t a çõ es quanto a o sistem a m onetário b rasileiro, a m a c ro e nomia, os meios de pagament o de varej o e o Ban co C e nt r al. A o s a migos, q ue d e r am c ont ri buições i mportant e s e e s s en ci ai s, m a s d es e j aram p erman e c e r no an onimato: A nt ôni o Carlos, D ougl as, Iv o n e, José Antônio e M a rcos. U m a gradeciment o e s p e ci al a o Prof. Edmilson Moraes, orien t ad or e a migo de todas as horas.

...e ch a mo u o seu nome Eben ez e r, e disse: Até aqui nos aj udou o Senhor. 1 o. Li v r o de S am u el, cap.7, v.12

R ESUMO E sta dissertação ap r e s ent a um estudo sobre a p rática d a e strat é gi a o r ganiz a ci onal n o s e tor b an c á ri o b r asileiro, ab o rd a ndo es p e ci fi c am e nte o s a spect os r el a tivos ao p ro c e sso d e t om a da d e d e c isão d e um i n cum b en t e f a ce as v a ri áv ei s do m ei o a mbiente, às q u ais s ã o a c r es ci da d e di fi cu ldad e s ex t ras, a p ossibi lidade do s e tor e star diante d e i novaçõ es t e c nol ó gi c as disrupt ivas que p odem al av a n c ar a i ndústri a a u m novo p aradi gma. O t rabal ho é r e al izado at r av é s d e es tudo d e c as o, f o c a do n a possibi lidade do f im d o p ap e l-moeda, f a c e à i nsurgên c ia d e n o vos m ei os el etrônico s d e p a gam e ntos. E ste e studo t r az c omo c o nt ri buição a ap r e s ent a ç ão d a m et odol o gia SODA a pl i cada no m a p eament o d a co gnição d e gerentes e ex e cu tivos d a organização i n cum b en t e, isto é, a partir d e entrevi stas t r an s critas, r e aliz a -s e a geração d e m a pas co gnitivos q u e p e rmitem v e ri fi c a r co mo o i n cu mben te s e p osiciona c om r e l a ç ão ao s eu paradigm a at ual, s e u r e l a ci onam e nto c o m parcei r os e c lientes, s e u co mportamento atual, sua v isão d e f uturo e sua estrat é gia d e ação. P al a vras-chav e : Estratégi a, In c u mben te, Mapeament o cogn itivo.

A BSTRACT T hi s m aster thesis r ep o rts a stud y a b out pract i ces o f s trategy in Brazilian b an king i ndustr y, more s p e ci fi c all y o n som e a spect s o f d e c ision m aking process of the incu mbent of the b an king industry f a c ing r e gular ch allenges stat e d b y t he en vi r onm e nt t h at now a r e ad ded w ith ex tra d ifficult y: r a di c al technology i n n o v ations. T h e p a p er w as c o nduct ed u sing a c a s e stud y, speci f icall y t h e possibility o f the e nd of t h e paper-money d u e the a ppearan ce o f t h e n ew el e ct r oni c s w a y o f p a ym e n t. The co nt ri bution of t his study i s t h e pres e ntation of the S O DA m et hodology a p p lied t o the c o gnitive m ap pi n g o f the executives o f t h e i n cum b en t o r ganization, t hat start ing f r om s om e i nt e rview, t h e m ethod p r o gres s through the a ch i ev em e nt o f t he c o gnitive m apping that al low u s t o get his beh avi o r wi th partners, suppliers an d cu stom e rs, h is vision o f t he fu ture a nd the strat e g y i n co urse. K e y w o r d s: S t rategy, In c u m b en t, Cognitive map pi n g.

L ISTA DE FI GURAS F IG U R A 1 - C iclo t e c nol ó gi co... 24 F IG U R A 2 - Exem plo de c onstrut os e de i nt e rligação... 44 F IG U R A 3 - Vi e w do m a p eamen to de GSB.... 59 F IG U R A 4 - Op ç õ es es trat é gi c as para atingimen to dos Obj et ivos P ri n cipais, P e rs p e ct ivas P ositiva e N egativa... 65 F IG U R A 5 - Op ç õ es es trat é gi c as para atingimen to das P erspectivas N e gativas de stakeh olders... 67 F IG U R A 6 - Op ç õ es es trat é gi c as para C om port am e nto e Atitudes... 68 F IG U R A 7 - C onstru to 3 grau de impl osão=6 (In d e gree)... 72 F IG U R A 8 - Construto 4 grau de ex pl osão = 8 (Ou tdegree)... 73 F IG U R A 9 - Construto 6 grau de ex pl osão = 8 (Ou tdegree)... 75 F IG U R A 10 Lo o ps... 78

L ISTA DE Q UADROS Q U A DR O 1 - Li sta d e Entrevi stas e docum e ntos transcritos... 49 Q U A DR O 2 - C at e go r ização de co nstrutos relativos a e stratégia.... 53 Q U A DR O 3 - C at e go r ização de co nstrutos relativos a stakehol d er e grupos de pres s ão... 54 Q U A DR O 4 - Visão geral de r el a ci onam e ntos de c onstrutos rel a tivos a e s tratégia... 55 Q U A DR O 5 - Visão geral de r el a ci onam e ntos de c onstrutos rel a tivos a s t ak eh ol d ers e grupos de p r essão... 56 Q U A DR O 6 - Design a ç ã o dos m a p e am en tos cognitivos obtidos at r a vés d e en trevistas...... 58 Q U A DR O 7 - Construtos de m ai o r es graus de implosão, ex pl osão e d om inân c i a.... 71

S U MÁ R IO 1 INT RO D U ÇÃO... 13 2 RE FERENCIAL TEÓRI CO... 15 2. 1 T e cn ologi a... 15 2. 2 E voluçã o tecnol ógica e organ i za çã o... 17 2. 3 Cap a cidad e o rg anizacional... 19 2. 4 O r gan i za çã o, es t r atégi a e inovaçã o tecn ol ógi c a... 20 2. 5 A inovação tecn ológi c a d e ruptu ra... 22 2. 6 O fato r incu mb en t e e o uso d e estratég ia no seto r bancá ri o... 28 2. 7 A d e s con tinuidade t e cnológi ca e a jan e la es t ra t ég i ca... 30 2. 8 O mo mento d e d es c on tinuidad e : d e t e r minação, f ato s gerad o r es e c o ntri buiçã o à estratégia organ i za cional... 31 3 METODOLOGIA DE PE SQUIS A... 33 3. 1 Objeto d a p es quisa: Os bancos e os meios d e p agamento d e v a r e jo... 35 3. 2 E stru tu r a çã o de problema s : u m meio d e se r e alizar pesquisa qualitativa... 38 3. 3 Metod ol ogi a SODA: c on c ei to s e p r op ri edad e s... 43 3. 3.1 C a r a ct e rísticas de m ap a s cognitivos... 44 4 MÉTODO DE OBTENÇÃO DE DADOS DE PESQUI SA... 48 4. 1 E x traçõ e s d e C on s trutos... 49 4. 2 Ca t eg o ri z ação d e constru t os... 53 4. 3 Ma peamentos cogniti vos ob tidos... 57 4. 4 Análises d e resultados... 60 4. 4.1 An ál ise de mapeam e nt o obt ido por fu são de todos en t revistad os 61 4. 4.1.1 In f e r ê n ci a s a partir d e h e ad s... 62 4. 4.1.2 In f e r ê n ci a s a partir d as Op çõ e s Estratégi c a s... 64 4. 4.1.3 In f e r ê n ci a s a partir d as C au s as Primári as (T ai ls)... 68 4. 4.1.4 An ál ise de implosão, ex plosão e dominân c ia... 70 4. 4.1.4.1 Im p losão... 71

4. 4.1.4.2 Explosão... 72 4. 4.1.4.3 D ominância... 76 4. 4.1.5 An ál ise a partir de loops.... 76 4. 4.1.5.1 Lo o p s au tocontrolados...... 77 4. 4.1.5.2 Lo o p s rege n e r at ivos... 77 4. 4.1.6 An ál ise de t ri o especi al de construtos... 79 4. 4.2 An al ise de mapeam e nt o obt ido por fu são em área de a tuação... 80 4. 4.2.1 Business view... 80 4. 4.2.1.1 An ál ise de head s.... 80 4. 4.2.1.2 Anál ise de tails.... 81 4. 4.2.2 T e ch Vi ew........ 81 4. 4.2.2.1 An ál ise de head s.... 82 4. 4.2.2.2 An ál ise de tails...83 4. 4.3 An ál ise de mapeam e nt o obt ido por fu são em nível hi e r á rq ui co. 84 4. 4.3.1 Ma nager view... 84 4. 4.3.1.1 An ál ise de head s.... 84 4. 4.3.1.2 A n álise de t ai ls... 85 4. 4.3.2 Executive vi ew... 86 4. 4.3.2.1 An ál ise de head s... 86 4. 4.3.2.2 A n álise de t ai ls.... 86 5 CO NCLUSÕES... 89 5. 1 Con c lusões com b ase em inf e r ências aos resulta dos d o métod o d e p es quisa... 90 5. 1.1 P ossibilidad es do pap e l-moeda vi r a ser substituído por m o ed a e l et r ôni c a... 91 5. 1.2 Tecnologi as que podem possibilitar o fim do pap el -m o ed a... 91 5. 1.3 Existência de p ro jetos que ut ilizem essas tecnologias... 91 5. 2 Con c lusões com b ase em inf e r ências aos resulta dos d a p r ática da e s t r atégia... 93 5. 3 Con c lusões quanto ao es tudo d e caso... 94 5. 3.1 Fi m do papel-moeda... 94 5. 3.2 Im p a c tos na indústri a financeira... 94

T e c h n o l o g i c a l d i s c o n t i n i t y 1 5. 3.3 O incu mbent e, a inovação e a s práticas construt ivi stas... 95 5. 4 Outras con clusões e ap licab ilidade... 96 5. 4.1 Busines s X Technology...... 97 5. 4.2 Execu tivos X G e r en tes... 97 5. 4.3 Exercí ci o da estratégia co rp o r ativa... 98 5. 5 Observ a çõ es e recomendaçõ es quanto ao métod o d e p esquisa.. 98 5. 6 Sugestões d e co ntinuidad e de trab alho... 99 R E FERÊNCIAS... 101 A PÊNDIC E A - Rotei r o de e nt r evi sta... 1 0 7 A PÊNDIC E B - Entrevista c om DEB... 1 0 9 A PÊNDIC E C - Entrevista c om DET... 1 1 5 A PÊNDIC E D - Entrevista c om GS B... 1 2 3 A PÊNDIC E E - Entrevista c om GS T... 1 3 1 A PÊNDIC E F - T ab el a de reconstrução de 5Mix edc oncepts vi ew 1 4 1 A PÊNDIC E G - M ap a cognitivo de DEB... 1 4 6 A PÊNDIC E H - M ap a cognitivo de DET... 1 4 8 A PÊNDIC E I - M ap a cognitivo de GS B... 1 5 0 A PÊNDIC E J - M ap a cognitivo de GS T... 1 5 2 A PÊNDIC E K - M ap e am e nto R ai o X... 1 5 4 A PÊNDIC E L - M ap a cognitivo gl obal 5Mix edc oncepts vi e w.. 1 5 6 A PÊNDIC E M - M ap a cognitivo Executive view... 1 5 8 A PÊNDIC E N - M ap a cognitivo Man a ger view. 1 6 0 A PÊNDIC E O - M ap a cognitivo Business vi e w. 1 6 2 A PÊNDIC E P - M ap a cognitivo Tech nology v i e w 1 6 4 A PÊNDIC E Q - S t rategi c Op tions to head s vi ew.. 1 6 6 A PÊNDIC E R - Lo o p s vi e w 1 6 8

1 3 1 INT RO D U ÇÃO D i versos t r ab al hos têm s ido d e s en volvidos c om objetivo d e se e s tudar p r odutos e s eu s ci c los d e v ida, d em onstrando a p r eo cu p a ç ão c o m inovações t e cn ológicas q ue possam m el horar o p r odut o, o que t raz u m a m aior s at isfação ao s c lien tes, a u m entando d es s a f o rm a, t a nt o a t ax a de ret en ç ã o, quant o o percentual de domíni o do mercado. E m t e rm os d e inovaçõ e s t e cn ol ó gicas, as l iteraturas r e c entes ( FREEMAN e S OETE, 1 997; C HANDY e T E LLIS, 1 9 98; LE IFER e t al, 2 0 00; C HR IS T E NSEN, A NTHONY e R O TH, 2007) t êm m os trado q u e as m e smas podem o correr d e fo rm a increment al e c ontínua, b em c om o d e f o rm a disrupt iva, o que p ode vi r a a lterar p a r adigmas. As i novaçõ es d isrupt ivas, ou d e r u ptura, es timul am o surgimen to d e novas empres a s, q u e o fert a m n ovos p ro dut os o u p r odutos s ubstitutos, baseados n e ssa i novação t e cn ol ó gica r a di c al, vi ndo a m udar o c en á ri o d e t odo o setor p r odutivo, l e v an do em al guns c as os a organização i n cu mbente (l íder s e tori al que d et êm o dom íni o do mercado) à falênci a. P or o ut r o l a do essas m es m as e mpres as, que s u r gi r am al av a n c ad as p e l as inovaçõ e s d e r uptura, poderão s e tornarem líderes n a p ro dução s e tori al, toman do o p osto d e i ncum b en t e, m as c om o s u rgi m en to d e um n o vo c i clo de i novação radi c al, e las poderão cair nos m es mos e r ro s que s u as ant e c e ssoras, sobrevindo-lhes então o m e smo i nsuces so. T u shm a n e S mith ( 2 004) r el a tam diversos c asos d e s u c es so e i nsucesso, d e co r r en t es de inovaçõ e s t e cn ol ó gicas d e ru pt u ra, p a r a as q u ai s propõem um a a bordagem d o ci c lo de vida de p ro dutos d en ominado d e ci c lo t e c nol ó gi c o. Esse ci c lo co mpõe-se d e 4 f as e s: a era do f e r m ent o, a e r a d a s e leção, a e r a d a m udança increm en t al e a e r a da d e s co ntinuidad e tecnológi c a. N a p rimei r a f a s e, a e r a d o f e rm e nto, n ovos p r odutos dotad os d e t e c nol o gi as similares, s ã o o f e rt a das por o r ganiz a çõ es c oncorrent es. P o r a l gum f at o r d e m e r c ad o, um deles a c a ba s e t ornan d o o projeto d om inan t e, c a r a ct eriz an do a s e gunda f as e d e sse ci c lo. N es s a f as e a o r ganiz a ç ã o ad quire estabilidade com a p ro dução e c o m ercializ a ç ão

1 4 d e sse produto. A terceira f a se a dvêm d a manut en ç ão da lideran ç a d o m e r c ad o, onde a o r ganiz a ç ã o inves te em melhori as increm e ntai s, e a s sim m a nt ém o domínio de sua p a rcela d o mercado, at é q u e o co r r a o s u r giment o d e um a d e s co ntinuidad e t ecnol ó gi c a. Esta q uarta f as e o co r r e d e fo r ma i mprev isível, e n ormalment e d e vido a um av a n ço ci e ntífi c o ou u m a n ova r e co mbi nação d e t e cn ol o gi as j á ex istent es (C AS TELLS, 2006). O moment o d e o c orrênci a d es sa e r a d e descontinui d ad e t e c nol ó gi ca pode ser c a r a ct e riz a do p or u m instan te p a rticular d e t em po e e spaço, o bservados n o p as s ad o, o nde e stav a m d isponí veis as t e c nol o gi as d e inovação r a di c al, ou tecnologi a s ex istentes r e c ombinadas d e fo rm a ori ginal. O o bj etivo d es ta p e squisa é i d ent ificar s e o s e tor b a n c ário b r a silei r o es tá n a iminên ci a d e sofrer u ma m udan ç a r a di c a l c au sada p e lo f im do p ap e l-m o ed a. A p e squisa será c onduzida em u m dos mai o res b a n co s brasilei r os, uma v ez q u e as i novaçõ e s ad ot ad a s pelo m e smo são r a pi d am e nt e s e guidas pel os co n co r r en tes. A p ro bl em a tiz a ção d e nossa p e squisa p o de-se r e sum ir n a s e guinte q u es tão: É iminente o fim do uso do papel-moeda? E qual o impact o que i sso pode t r az e r a o setor b an c á ri o? A i nves tigação é desen volvi d a com e n fo que n os s e guintes o bj et ivos es pecífico s: a ) É p ossível o papel-moeda vi r a s e r substituido por m o ed a - e l et r ôni c a no Brasil? b ) Qu ai s t e c nol o gi as podem possibilitar o fi m do papel-moeda? c ) Existem proj et os em andam e nto visan d o es t a substituição?

1 5 2 RE FERENCIAL TEÓRICO A a n álise d a hi stória d o h om em m ostra, que s u a e volução co mo i ndiví duo, e c omo s e r soci al l ev ou-o a d e s en vol v e r o r gan iz ações, e s e u tilizar d a t e c nologi a d e fo rm a i nt e r ativa e ev ol utiva, isto é, as m odificações t e c nológi c as induziam mudanças n as o r ganiz a ç õ es, a t r av é s das rel a ç õ es e co nômicas, sociais e e nt r e a s organiz a çõ e s. A s m udanças t e c nológicas impact a m o s e r h um an o d e d ivers as f o rm a s, dentre as quais se podem des tacar: a moderniz a ção da sociedad e, a s inovações dos padrões d e v ida, a sobrevi v ên c ia d e o rganiz a çõ e s em s e us s et o res, a d isputa d e novos m e rcados p or o r ganiz ações ri v ais, e o s u r giment o de novos produt os e serv i ço s. 2. 1 T e cn ologi a A t e c nol o gi a é s em d úvi d a a p ri n cipal c au s a es timuladora d e m udanças, e pode ser defini d a d e inúmeras form as. S al om on (1 984) a define co mo s endo o u so do c onhecimen to r a c ional, t é cni c o ou c i ent ífico, p a r a satisfazer n ecessidad e s, d es ej os ou f a nt a sias, por m eio da c ri a ç ão, di stribui ç ã o e p r odução d e b e ns e s e r vi ço s. Entre a produção de b e ns e s e r viço s i n cl u em -se os de n at u rez a i nt an gí v eis, t ai s co mo p ro gramas d e c omput ad o r, m étodos d e gestão e d e t om ad a de deci são. S á bato (1 972) d e fi n e t e cn ologia com o um c onjunto o r d en a do, o r ganiz a do e a rticu l ad o de co nheci mentos em pregados n a p r odução e c o m ercializ a ç ão d e b e ns e s ervi ç os; inclui ndo n e sse r ol os c o nheci m ent os em pí ri c os, res ultant es de observações e ex p e ri ên c ias. A t e cn ol o gi a é ap ro p ri áv e l em gran d e p a rt e d e s eu a c e rv o, o q u e p o de l e var as o r ga n izações, c om o d e co r r e r do t empo e d e vido à c o modidade, a u ma a tuação inefi ci en t e. P or outro l ad o, a es c olha

1 6 e r r ô nea d e t e cn ologi a t am b ém p ode determinar um a at u ação inad e quada, o u mesmo lev a r o em p reendimen to à falência. N e lson e W inter (1982) r el at am es tudos sobre c as os de realiz a ç ão d e plan ej a m ento d e i nvestimentos e m t e cn ol o gia, em em p resas de a e r o náutica ci vil e e n e r gi a n uclear, que n ão s e t r a duziram em r et ornos a b solut os d e lucro s o u d e s u c essos; t e ndo di v e rsos f at o res q u e d i fi cu ltam esse plan e j am en to, dent r e as quai s se podem citar: a ) f at ores d e i n c ertez a: O nde apl icar os r e c u rsos a locados p a r a p e squi sa e d es e nvol viment o; b ) c en á ri os previstos p or e studos d e e s p e ci alistas, q u e r a r a m ente c o inci d em com a situação final ; c ) ex istên c i a d e m uitos c e nários, e m uitos e speci al istas, sendo d i fí cil o co nsenso. O u tra c aract e rí stica d a tecnologi a é que el a a c a b a s e t orn a ndo d e d om ínio públ ico, o q ue signi fi c a q ue s e u a v an ç o se processa at r a vés de u m a e vol u ç ão cul tural. P a rtindo do p ressuposto que a t e cn ologi a possa s er vista co mo a c o mbi n a ç ão de e lem e ntos t é cn i cos, organiz a cionai s e institucionai s que p e rm item p ro duz ir e c om e r ci aliz a r um b em o u servi ço, a v i abi liz a ç ão d a p r odução, do b em o u servi ço, r e quer a aq uisição e u tiliz a ção d e um c o nj unto de c onheci mentos, equipam en tos e pes soas que i r ão operá-los. S al om on (1 984) observ a o s u r giment o d o termo alta tecnol o gi a, e m r eferen c i a a o surgiment o d a inform át i c a, ro bót i ca, m icroel et rô ni c a, b iotecnologia e tecnol o gi a aeroes pacial. T ambém, n a mesma é poca, f i nal d a d é c a d a d e 1 960, o t e rm o indústri a ou produt os i nt en sivos em t e c nol o gi a, r e f e rentes a t e c nol o gi as sofisticadas geradoras d e p ro dutos e s e rvi ç os. N e sse co nt ex to, Barnett ( 1993) es t en de a ab r an gência do s i gni fi c ad o da tecnologi a e m 3 componentes : a ) o h a r dware técn i co, que é um a c o n fi guração e specifi c a d e m á qui n as, eq uipamentos, dispositivos, instrum e nto, p r o cessos, e s trut u ras fí sicas e l a yo u t s, neces s á rios à produção de bens e serv i ços; b ) c onhecimen to d a ci ê n ci a e d a t e cn ol o gia, as habilidad es t é c ni c as, a c ri a tividade, os v a lores e at itudes, a cu ltura geral, a

1 7 e d u c a ção f ormal, o ap e r f ei ço a mento p ro fi ssional, a ex p e ri ên ci a, o k n ow-how(com o r ealiz a r ), o k now-wh a t (o q u ê f az er), e o k now-why ( p o r quê faz e r ); c ) a o r ganiz a ç ão, ou a situação da e mpresa, o a r r an jo institucional ( a dm inistrat ivo, b urocrático o u gerencial ) at r av é s d a qual o h a r dware t é c ni co e o co nheci ment o s ã o com bi nados e a dmini strados, a través de u m a r ed e de relações físicas, i nform acionai s e sócio-economicas. E sses c omponentes int e r a gem no contex to organiz a ci onal d e f o rm a a at e nderem a interesses e co nôm icos, s o ci ais e p ol íticos p r é- e s tabel e ci dos at r a vés da missão e visão em presarial. M e ye r - S t am e r ( 1992) co n cl ui q ue a t ecnol o gi a não pode ser neutra, m a s e star em sintoni a co m o c om pet itivo am bi ent e s et o ri al, ex p osto t a nto à s fo r ç as f av o r áv ei s (stakeh olders) q uant o às f orças c ont r á ri as ( grupos de p r essão). 2. 2 E voluçã o tecnol ógica e organ i za çã o A s o r ganiz a çõ e s vêm s o frendo m udanças, tant o n a sua e strutura q u an to n a sua f orma d e t r a b alho, n a maneira d e p ro duz ir e d istri buir b e ns, d e a co r do co m sua o ri gem h istóri c a e a f o rm a da soci e d ad e, d e vi do a u m único f at o r ( NELS O N, 2 0 06), a ev ol u ç ão t e c nol ó gica. D e n ominad a por Schumpet e r (1 961) d e f e nômen o fu ndament al do d e s en volviment o econômico, as ev oluções t e cn ológi c as p ro vocam m udanças n a a rq uitetura o r ganiz a cional, alteran do a n a turez a do p r o c esso ev ol utivo e m odi fi c an d o a f unção e m presarial ( BERNAR D ES e ALM E ID A, 1 999). E v olução t e cn ol ógi c a é u m p r o cesso n ão a l e atóri o, s en do e s s en ci al m ent e p lanejado e di r e cionado p a r a objetivos v i áv ei s e p ot e n ci alment e lucrativos. N e lson ( 2006) s u ge r e q ue a inovação f az parte d e um cí r c ulo v i rtuoso que passa pelas segui nt es fases:

1 8 a ) as a tividades d e u m a o r ganiz a ç ã o se torn a m rot inas de trab a lho, n o intui to d e q ue o co nheci m ento c ontido e m suas co mpetên ci a s s e jam d isseminados ou rep licad os; b ) quan do uma o r ganiz a ç ã o s e depara com um período d e t u rb ul ên ci a, devido a o co r r ên ci a d e um a inovação t e cn ológi c a r ad i c al, a i n c erteza e a n eces sidad e d e garantir l u c ro s i r ão l ev á -l a à b usca d e i novaçõ es que lhe p e rm ita criar o u ap r ovei t ar oportunidades de n e gócios, o u d e reagir d e f o rm a lucrativa a um a mudança t é cni c a, i nstitucional ou setorial; c ) f inal mente, busca a ssent a r e ssa inovação e m a ç õ es c oletivas e s távei s, vol tando a o e stágio i ni ci al, d e disseminação o u r épl i ca do c o nheci m ent o. D e ssa form a, uma organiz a ç ã o deve reuni r, at r av és d e s eu p e ssoal, h a bilidades e co nhecimen tos para produzir m e r c ad orias (PENR OS E, 1 9 59). A c ap a ci dad e d e ex p lorar essas habilidades e c o nheci m ent os, b e m como de i novar são os fat ores determinant e s do seu crescimento. A s m udanças n as t e c nol o gi as de p r odução se interligam a m udanças n as o r gan iz ações internas das e mpres a s (C HANDLE R, 1 962). A t r av é s d a c e ntraliz a ç ã o a dmini strativa o bserv a -s e a b usca p or i novaçõ es t am bém p a r a suas estruturas o r ganiz a ci onai s, o q u e c ristaliz a o c r e scimen to d a o r ganiz a ç ã o, seja a t r av é s d e sua d ivisão em outras e m presas, ou por produtos, ou ai nda por áreas geográfi c as. C om b as e e m pressupostos d as t e orias d as com p et ên c ias d a fi rm a, N e lson e W inter ( 1982) c onsideram uma o r ganiz a ção com o u m co nj unto d e c ompetênci as incorp o radas ao s s eu s p r ocessos p r odutivos, q u e p or s u a v ez i n co r poram conhecimentos táci tos rel ev a nt es. T e e c e ( 1997) argumen t a q u e a a qui sição, m an ut e n ção, a p r o fu ndam e nto e a m pliação d as c ompetên ci a s d e u m a organiz a ç ão s ã o p a rt e s d e um p r o ces so d e i novação t ecnol ó gi c a. Es s e p ro c e sso pode s er c a r a c t erizado at r avés da segui nt e s eq üência de et ap a s: a ) a busca por co nheciment os e oport unidades de m ercados; b ) a s tecnol o gi as ev oluem por trajetóri a s depen d ent e s, c an a liz ad a s e m parad i gm a s t e cn ol ó gicos;

1 9 c ) a s m udan ç a s t e cn ol ó gicas, dentro d o p a r ad igm a, s ão c u mul a tivas; d ) a i novação t e cnológica tem el e v ado grau de i r r ev e rsibilidade e m f unção d a acumul a ç ã o d e conheciment os, d a s d e cisões d e i nvestiment o t om a das e d as t r aj etórias seguidas pelas firmas; e ) muitas inovaçõ es s ão i nt e r - relacionadas com outras t ecnol o gi a s o u ativos co mplementares; f ) as i novaçõ es d ifici lmen te p odem s e r totalment e d escritas ou ex plicadas através de m a nuai s; g) é difícil estabelecer e as segurar direitos t ot ai s d e p ro p ri ed a d e s obre uma i novação. P at e ntes e di r eitos au torai s s ão sistemas d e difí cil c o nt ro l e, devido ao fenôm e no da global ização. D e ssa f o rm a e nt ende-se q u e em presas inovadoras e com p etitivas d e v em incorp orar e m s uas boas práticas a gestão e fi caz d a i novação t e c nol ó gi ca. 2. 3 Cap a cidad e o rg anizacional A c a p a cidade e mpresari al, o ri e nt ad a para a geração d e inovaçõ e s, é e dificada at r av és d e inves timen tos e m a quisição e a c u mulação d e c o nheci m ent o. N es s e co nt ex to, a a p r e ndiz a gem t e cn ol ó gica é um p r o c esso q u e r e a liz a aq uisições no s istema d e en sino f o rm a l e em i nstitui çõ e s d e p esquisa, b em c om o n a c ap a citação i nterna à p ró p ri a e m presa. E sse p r ocesso d e v e s er cí cl ico, e é r e co nheci do p o r Correa ( 1 989) co mo o gran d e di f e r en ci al en tre p aíses desen volvidos e países e m des e nvol vimento, pois el a implica em: a ) c onced e r c r é ditos à f ormação t eó ri c a, fo rt a lecendo as i nstitui çõ e s ed u c a ci onai s, bem co mo à p r ática; b ) r e co nhecimento d e que ap r en diz a gem é um processo co ntínuo e i nt e rmináv el ; c ) n ecessidad e d e novas m et odol o gi a s que c a p a citem t ant o a a p r e ndiz a gem, quan to a d es ap r e ndiz agem.

2 0 E n fim, em presas i novad oras complem en t am a a p rendiz a gem f o rm a l e c ontribuem p a r a a a mpl i ação d a s c ap a ci t a çõ es individuais d e s e us col a boradores. A a p r en diz a gem organiz a cional e ra d issoci a d a d a a p ren diz a gem i ndivi dual ( CYER T e M AR CH, 1 963; S IM O N, 1963), s e ndo at u almente c o nsiderad a c omo u m p ro c es so co ntínuo d e e l ab oração de c oncepções e r a c iocínios de seus integran tes, a f e t an do o p ro d uto d a a ç ão o r ganiz a ci onal. A r g yr i s e S c hon ( 1978) r e co nhecem q u e o r ga n izações d e s en volvem a h ab ilidad e d e o bserv a r, a v aliar e a gi r a p artir da p e r c ep ç ã o dos estímulos int e r nos e ex t ernos à organização, d e modo i nt e r ativo e a cu mulativo, através da aprendiz a gem de seus membros. H e d b ert ( 1981) p ro p õe que o r ganiz ações d ev em s e r v istas como e n tidades que d ispõem d e sistem as c o gnitivos e m em ó ri as, p ois à m e dida q u e diversos m em b ro s e nt r am e s a em, ou lideranças s e r ev ez am, s u as memóri a s p reservam com port am e ntos e s i gnifi cados, n o rm as e v a lores, adqui ri dos nes s e t e mpo e r ot at ividad e. Lo go, a ap r e ndizagem o r gan iz acional n ão es tá r estri t a a os i ndiví duos, m as d ev e s e r co nsiderada e m t ermos d a organização c omo u m todo. 2. 4 O r gan i za çã o, es t r atégi a e inovaçã o tecn ol ógi c a A s o r gan iz ações necessitam a dotar es t ratégi a s co m o objetivo d e p r ot e ger-s e d as f orças c ompetitivas, t a nto at r av é s d o p osicionam en to, n o c ont ex t o industri al, ofert a ndo p r odutos co m m en o r custo ou d e v a lor d i ferenci ad o, q uan to co nstruindo b a r r ei r as à en trad a d e novos c o n co r r en tes na indústri a (PORTER, 1980; P OR T ER, 1981). A t eo r ia d e r ecursos d a f irma p revê que o r gan izações s ã o c o nj untos d e co mpetên ci a s e c a p a ci d ad es (PRAHALA D e H A MEL, 1 9 90); disponi biliz an do p ro dutos q u e i n co r porem v a lor, t en ham c a r a c t erísticas d e s e r di fi c ilmente imitáv el, e utiliz a r insum os raros

2 1 ( BARNEY, 1 9 91), p or v ez es i nt an gí v eis (HALL, 1 9 92), ou m es mo v i rtuais (IT A M I e R O EHL, 1 987). A fo nt e d a v a nt a gem c ompetitiva e ncont r a -s e p rimari am e nte nos r e c u rs os e n as c o mpet ê n ci as d e senvolvidas e controladas p el a o r ganiz a ç ã o (W ER N ER FE LT, 1 984). P o r v ez es, al guns r e cu rs os e s p e cí fi co s s ão c onstruídos pela p ró pria o r ganiz a ç ão, t ai s c om o m a rcas e símbolos (S E LZN IC K, 1 957). A s sim, pode-s e inferir q ue os r ecurs os e c ap a ci d ad es d a f i rm a s ã o r e s ultados d e u m processo d e ap r en diz a gem, p e rm itindo c o n cl ui r q u e a s c o mpet ê n ci as centrais d e u ma o r ganiz a ç ão s ão co nhecimentos tácitos o bt idos des s es recursos (W IN T E R, 1987). O c onhecimento do p r o cesso d e ap r endiz ad o o r ganiz a cional a liad o a o s co nceitos d a t e oria d a r a c ionalidade limitad a t orna-s e fo nte p r e ci osa p ara a gestão d e pessoas e de es tratégi a s o r ganiz a cionai s, poi s c o nt ri buem com o proces so d e a gregar v al or a p ro dutos e s e rvi ç os o f e rt a dos ao m ercado, e f etivan do c om s u c es so a a qui sição e t r an s f erênci a d o co n hecimen to en t re o s m em b ro s d e uma organização ( S IM O N, 1991). A t r av é s d as fu n ções organizacionais, têm-s e a c onform a ç ão do c o n c eito d e m em ória o r ganiz a cional, onde o a c e rv o de c onhecimento e n c ontra-s e a rm azenado tanto n a mente h um an a, q u ant o d isposto em p r o c ediment os, document a dos em di v ersas mídi as (p a p éis, m eios m a gnet os-óticos e o ut r as fo rm a s), disponívei s local ou r em ot am e nte. A s sim, em cl imas o r ganiz a ci onais q ue indi c am estabilidade, o p ro c e sso d e ap r en diz a do decorre d e fo r ma t r an qüila, t r an smitida at r a vés de t r ei n am en to, a d aptações e co nsultas a o s p ro c ed imen tos internos à o r ganiz a ç ã o. A dinâm i c a d a a prendizagem o r ganiz a ci onal d ep e nde d a d isposição das em presas de se m an t erem sem p r e at e nt as às alteraçõ e s do m ei o am bi en t e, principal m ent e à s inovações t e c nol ó gi c as, b a l an c e ando s e mpre a n e c e ssidade d e r et e r s eu posici onament o c ompetitivo c om a a q ui sição e internação d e novos co nhecimen tos e h a bilidad es, p ara a a d e quação d e c ompetências es senci ai s. As organiz a çõ e s devem trabal har a as similação d e i novaçõ e s, o ri ginadas t ant o fo r a d a o r ganiz a ç ão,