PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIÃO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO DISTRITO FEDERAL

Documentos relacionados
PROCESSO Nº AUTORA : ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS INDÚSTRIAS DE REFRIGERANTES E DE BEBIDAS NÃO ACOOLICAS - ABTR : UNIÃO FEDERAL

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIÃO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO DISTRITO FEDERAL

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIÃO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO DISTRITO FEDERAL

TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIÃO

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIÃO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO DISTRITO FEDERAL

NR 32 SOB A ÓTICA DA FISCALIZAÇÃO Organograma g do MTE

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIÃO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO DISTRITO FEDERAL

Vistos, etc. Pois bem.

DECISÃO. O Autor pretende obter a antecipação dos efeitos da tutela para:

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIÃO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO DISTRITO FEDERAL DECISÃO

Nº /001 <CABBCAADDABACCBACDBABCAADBCABCDDAAAAADDADAAAD>

AÇÃO CIVIL COLETIVA ACC

: MIN. RICARDO LEWANDOWSKI ESTADO DO RIO DE JANEIRO

<CABBCAADDABACCBACDBACCBBADAABCBABCCAADDADAAAD>

1 de 5 13/12/ :09

DIREITO TRIBUTÁRIO. Concessão de Liminar e Tutela Antecipada. Prof. Marcello Leal

PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA FEDERAL SEÇÃO JUDICIÁRIA DO PIAUÍ 1ª VARA

Bom dia, hoje trago um modelo de petição de auxílio reclusão previdenciário com pedido de tutela antecipada em face do INSS perante a Justiça Federal.

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIÃO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO DISTRITO FEDERAL DECISÃO

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIÃO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO DISTRITO FEDERAL DECISÃO

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIÃO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO DISTRITO FEDERAL DECISÃO

Número:

PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DA BAHIA TRIBUNAL DE JUSTIÇA Quinta Câmara Cível DECISÃO MONOCRÁTICA

PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA FEDERAL DE 1ª INSTÂNCIA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO MARANHÃO 5ª VARA =============================================== D E C I S Ã O

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIÃO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO DISTRITO FEDERAL D E C I S Ã O

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO AMAZONAS FLÁVIO HUMBERTO PASCARELLI LOPES GABINETE DA PRESIDÊNCIA

Número:

Seção Judiciária do Distrito Federal 9ª Vara Federal Cível da SJDF DECISÃO

PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 15ª REGIÃO 2ª Vara do Trabalho de Paulínia

DECISÃO. O relatório é dispensável. Inteligência do art. 165 do CPC.

D E C I S Ã O. Vistos.

Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais Poder Judiciário do Estado de Minas Gerais

Número:

AÇÃO ORDINÁRIA/TRIBUTÁRIA DECISÃO Nº /2011 PROCESSO Nº CLASSE 1100 :UNIÃO FEDERAL(FAZENDA NACIONAL) DECISÃO

Poder Judiciário da União TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS. Segunda Turma Recursal DOS JUIZADOS ESPECIAIS DO DISTRITO FEDERAL

: AÇÃO ORDINÁRIA/TRIBUTÁRIA DO BRASIL - ANABB : UNIÃO (FAZENDA NACIONAL)

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIÃO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO DISTRITO FEDERAL

PROCESSO Nº TST-MSCol

R E S O L V E PORTARIA N 023/2005/FEST

c) o regulamento do curso de direito não traz o conceito insuficiente, o que já demonstra a má-fé da instituição de ensino;

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIÃO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO DISTRITO FEDERAL DECISÃO

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIÃO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO DISTRITO FEDERAL DECISÃO

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA VARA DO TRABALHO DE SÃO PAULO SP

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIÃO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO DISTRITO FEDERAL

DECISÃO INTERLOCUTÓRIA

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal da Vara Cível do Juizado Especial Federal da Subseção Judiciária de (nome da cidade).

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIÃO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO DISTRITO FEDERAL

XLIV REUNIÃO ORDINÁRIA DO COMITÊ PERMANENTE NACIONAL SOBRE CONDIÇÕES E MEIO AMBIENTE DE TRABALHO NA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO

DECISÃO. CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA DO ESTADO DE MATO GROSSO em face de THIAGO NASCIMENTO FERNANDES.

D E C I S Ã O M O N O C R Á T I C A

REQUERIDOS Fazenda Pública do Estado de São Paulo e outro PROCESSO Nº ª VARA DA FAZENDA PÚBLICA. MM.

Universidade de Brasília

Comissão Tripartite Paritária Permanente (CTPP), destacando que a parte técnica dos Anexos VI e VII foi aprovada por consenso entre as bancadas, com

Autor: SINDICATO DOS PROFISSIONAIS DA ENFERMANGEM NO ESTADO DO TOCANTINS SEET

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

PODER JUDICIÁRIO DA UNIÃO JUSTIÇA DO TRABALHO DA 4ª REGIÃO

Número:

PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA FEDERAL DE PRIMEIRO GRAU PCTT:

Poder Judiciário da União Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios

: MIN. GILMAR MENDES

ESTADO DO AMAZONAS PODER JUDICIÁRIO Comarca de Manaus Juízo de Direito da 8.ª Vara Cível e de Acidentes de Trabalho

CENTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS DR. JOÃO AMORIM

RELATÓRIO. 3. Foi atribuído o efeito suspensivo ao presente recurso. 4. Foram apresentadas contrarrazões. 5. É o que havia de relevante para relatar.

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIÃO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO PIAUÍ Processo N

11/05/2017

COMISSÃO TRIPARTITE PERMANENTE NACIONAL DA NR-32 ATA DA 20ª REUNIÃO ORDINÁRIA

PODER JUDICIÁRIO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

PJe - Processo Judicial Eletrônico

REGIMENTO INTERNO DO CPN

Prof. Francion Santos Facebook: Francion Santos da Silva

REGIMENTO DO DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM PSIQUIÁTRICA E CIÊNCIAS HUMANAS

LIMINARES DE NATUREZA CAUTELAR Cautelar e Tutela Antecipada


Documento assinado digitalmente, conforme MP nº /2001, Lei nº /2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE


AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº DA 1ª VARA CÍVEL DO FORO REGIONAL DE ARAUCÁRIA DA COMARCA DA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBA

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO DECISÃO MONOCRÁTICA

Decisão Processo

Conselho Regional Fisioterapia Terapia Ocupacional 2 Região

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIÃO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO DISTRITO FEDERAL

COMUNICADO IMPORTANTE

SISTEMA EDUCACIONAL INTEGRADO CENTRO DE ESTUDOS UNIVERSITÁRIOS DE COLIDER Av. Governador Julio Campos, Lote 13, Loteamento Trevo Colider/MT Site:

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIÃO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO DISTRITO FEDERAL

É o relatório do essencial.

AÇÃO TRABALHISTA - RITO ORDINÁRIO RTOrd

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRABALHO DA VARA DO TRABALHO DA COMARCA DE VALPARAÍSO DE GOIÁS - GOIÁS

Autora: Minas Pneus Ltda. Ré: Google Brasil Internet Ltda. Espécie: Ação Cominatória COMARCA DE BELO HORIZONTE/ MG SENTENÇA I RELATÓRIO

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIÃO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO DISTRITO FEDERAL DECISÃO

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIÃO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO MARANHÃO DECISÃO 1

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIÃO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DE MATO GROSSO

UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA FACULDADE DE ENFERMAGEM REGULAMENTO DO COLEGIADO DO CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM

DECISÃO INTERLOCUTÓRIA

PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE MINAS GERAIS COMARCA DE BELO HORIZONTE. 5ª Vara da Fazenda Pública e Autarquias da Comarca de Belo Horizonte

Número:

DECISÃO. Em sede de tutela provisória de urgência, roga a concessão de ordem judicial. que:

Direito Penal. Lei nº /2006. Violência doméstica e Familiar contra a Mulher. Parte 3. Prof.ª Maria Cristina

PROCESSO DO TRABALHO

PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO DISTRITO FEDERAL

1ª VARA DO TRABALHO DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ SENTENÇA

PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE JUÍZO DE DIREITO DA 4ª VARA DA FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DE NATAL DECISÃO INTERLOCUTÓRIA

Transcrição:

Processo nº 13379-03.2015.4.01.3400 Classe: Ação Ordinária / Outras (1900) Autores: Associação Brasileira das Emissoras de Rádio e Televisão - ABERT outros. Ré : União D e c i s ã o 1. Relatório Cuida-se de ação ordinária, com pedido de antecipação de tutela, ajuizada pela Associação Brasileira das Emissoras de Rádio e Televisão - ABERT e outros, contra a União, objetivando seja decretada a nulidade da Portaria nº 1.565/2014, expedida pelo Ministério do Trabalho e Emprego. Aduz, em síntese, que: a) a Portaria n. 1.565/2014 aprovou o Anexo V da Norma de Regulamentação 16 que concedeu o adicional de periculosidade aos motociclistas; b) essa norma foi editada em flagrante desrespeito ao devido processo legal, já que não observou aos ditames da Portaria n. 1.127/2003, que regulamenta sobre a elaboração de normas atinentes à saúde, segurança e condições gerais para o trabalho. Pág. 1/6

aludida Portaria nº 1.565/2014. Em sede de antecipação de tutela, requer a suspensão da eficácia da É, no essencial, o relatório. Pondero e decido. 2. Fundamentação O pedido de urgência deve ser deferido. Verifico que a questão já foi devidamente enfrentada pela ilustre Juíza Federal Titular da 20ª Vara ADVERCI RATES MENDES DE ABREU, na Ação Ordinária nº 0078075-82.2014.4.01.3400, cuja decisão, publicada em 12/11/2014, transcrevo e adoto como razão de decidir, verbis: (...) A concessão da antecipação dos efeitos da tutela exige a presença de prova inequívoca do fato que confira verossimilhança à alegação e de fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação, nos termos do art. 273 do CPC. No caso em apreço, verifico estarem presentes ambos os requisitos. O Ministério do Trabalho e do Emprego, por meio da Portaria nº 1.127/03, definiu expressamente as etapas e os respectivos prazos para o estudo e a conclusão das normas regulamentares relacionadas à saúde, segurança e condições gerais de trabalho. Adotou como princípio básico o sistema Tripartite Paritário, pressuposto de sua legitimação democrática, com a atuação equilibrada entre o governo, a classe Pág. 2/6

trabalhadora e a classe empregadora na construção conjunta da regulamentação da matéria. Nesse contexto, embora o MTE tenha definido as etapas do processo de regulamentação, através de um sistema tripartite, a autora insurge contra o trâmite do processo,alegando supressão de etapas, ausência de participação efetiva da classe empregadora e precipitação da Comissão Tripartite Paritária Permanente CTPP em colocar pauta a aprovação do Anexo V, sem antes escoar os prazos para conclusão das negociações e apresentação de propostas de regulamentação. Transcrevo abaixo as irregularidades apontadas pela autora no processo de regulamentação do referido anexo: Convocada informalmente (por telefone) a participar em 25/9/2014 da 1ª reunião do Grupo Técnico Tripartite GTT que analisa todas as sugestões recebidas na consulta pública, além de outras que lhe são diretamente encaminhadas por trabalhadores e empregadores (art. 5º da Portaria 1.127/03), o segmento empresarial requereu o seu adiamento, por ofício e pessoalmente, em audiência com o Ministro, pois não havia tido tempo hábil para finalizar os estudos técnicos e jurídicos que subsidiariam as discussões. Nem a reunião presencial, nem o ofício formalmente enviado solicitando o adiamento do encontro e a convocação de audiência pública, surtiram qualquer efeito e, ao contrário da praxe do Grupo (adiar o encontro para assegurar a presença de todos os interessados), a 1ª reunião do GTT ocorreu à revelia do segmento empresarial cujos representantes só foram indicados no dia 2 de outubro, desnaturando e comprometendo a própria finalidade do sistema tripartite.(...) Todavia, atropelando o procedimento, no mesmo dia 25 de setembro, a Coordenação-Geral de Normatização e Programas, por meio do Ofício- Circular n 101/14, convocou para os dias 9 e 10 de outubro todas as representantes das bancadas para a reunião da Comissão Tripartite Paritária Permanente CTPP instância superior e responsável por analisar a minuta final da regulamentação proposta pelo GTT, já tendo Pág. 3/6

incluído em pauta ao tema da regulamentação em comento Anexo V da NR 16, mesmo não tendo havido, até aquele momento, nenhuma reunião do GTT!!!(...) No dia 06/10/14 então, a representação empresarial foi convocada a participar da 2ª reunião do GTT, a ser realizada no dia 08/10/14. Referida reunião, no entanto, por motivo alheio à vontade dos presentes, foi interrompida subitamente pela autoridade Ministerial que a conduzia, sem que se extraísse qualquer conclusão e, pior ainda, sem qualquer registro oficial. (...) Nada obstante essa absoluta ausência de discussão entre trabalhadores e empregadores, pressuposto básico de legitimação da proposta de regulamentação e ser encaminhada pelo GTT, a reunião da CTPP convocada para o dia seguinte, e em cuja pauta há havia previsão de deliberação sobre o tema, foi mantida, mesmo com os apelos do setor empresarial para seu adiamento. (...) Finalmente, embora tivesse o prazo de 60 (sessenta) dias para arbitrar sobre o texto da norma cujo consenso não tenha sido obtido, já no primeiro dia útil subseqüente à reunião da CTPP, ou seja, no dia 13 de outubro, foi editada a Portaria n 1.561, de 13/10/14, que aprovou o anexo V da NR 16 atividades perigosas em motocicleta, sem, repita-se, observar o devido processo legal e o princípio básico do sistema Tripartite. As alegadas irregularidades, nesse momento processual, se mostram suficientes para que sejam afastados os efeitos da Portaria nº 1.565, de 13/10/2014, até que sejam esclarecidas pela Ré as razões da açodada deliberação. Da análise da trajetória dos atos praticados pela CTPP que resultaram na edição da dita Portaria - nº 1.565 MTE/2014- verifica-se seu absoluto descompasso com o disposto nos artigos 6º e 7º da Portaria n 1.127/03, Pág. 4/6

do Ministério do Trabalho e Emprego e assim, o total desrespeito ao devido processo legal, posto que não foi nem minimamente observado o direito ao contraditório, já que não se assegurou a participação da classe empregadora e tampouco se observou os prazos ali previstos, tudo se fazendo de maneira açodada sem que se saiba ao certo os motivos e a finalidade a que se prestava. Confira-se: Art. 6º O GTT será composto por 5 (cinco) membros titulares, indicados pelas representações do governo, trabalhadores e empregadores e designados pelo Secretário de Inspeção do Trabalho. 1º O coordenador do GTT será indicado pelo Secretário de Inspeção do Trabalho, entre os seus membros. 2º Os membros do GTT poderão ser assessorados por técnicos indicados pelos membros do GTT e em número a ser definido pelo GTT. 3º O GTT poderá recomendar à SIT a realização de audiências publicas, seminários, debates, conferências, ou outros eventos, quando necessário, como forma de promover a ampla participação da sociedade no processo de elaboração ou revisão da norma. Art. 7º O GTT terá o prazo de 120 (cento e vinte dias), prorrogáveis por 60 (sessenta) dias, ouvida a CTPP, para concluir as negociações e apresentar a proposta de regulamentação à CTPP. Parágrafo único. As deliberações da CTPP serão tomadas perseguindo sempre a construção do consenso entre seus membros, cabendo à SIT decidir sobre a questão que permanecer controversa. Por último, atinente ao perigo da demora, verifica-se que emerge do iminente prejuízo que está a sofrer a classe empresarial, por estar sujeita a cumprir norma viciada em sua formação. Pág. 5/6

Assim, presentes os requisitos a autorizá-la, DEFIRO o pedido de tutela antecipada, determinando à Ré que suspenda os efeitos da Portaria nº 1.565 MTE, de 13/10/2014, até o julgamento final desta demanda. (...) se impõe. Desse modo, a concessão dos efeitos da tutela antecipada é medida que 3. Dispositivo Pelo exposto, DEFIRO O PEDIDO DE ANTECIPAÇÃO DE TUTELA, para determinar à Ré que suspenda os efeitos da Portaria nº 1.565/2014 - MTE. Intimem-se. Cite-se. Cumpra-se. Brasília-DF, 03 de julho de 2014. (Assinado eletronicamente) RENATO COELHO BORELLI Juiz Federal Substituto da 20ª Vara / SJDF Pág. 6/6