Contratações à luz da nova CLT: desafios e oportunidades Prof. Dr. Eugênio Hainzenreder Júnior

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Transcrição:

Contratações à luz da nova CLT: desafios e oportunidades Prof. Dr. Eugênio Hainzenreder Júnior eugenio.hj@hotmail.com

Programa 1. Reforma trabalhista e seus 19 meses de vigência; 2. Objetivos e desafios; 3. Negociado X legislado: oportunidade da negociação coletiva; 4.Terceirização: caminho ou risco? 5. Premiação: solução X passivo trabalhista; 6. Banco de horas; 7. Jornada 12x36 8. Distrato: Comum acordo art. 484-A da CLT; 9. Homologação de acordo extrajudicial: art. 855-B da CLT; (lides simuladas, com advogado contratado pela empresa!) 10. Considerações finais

A Reforma Trabalhista: Lei 13.467/17 breve retrospecto e desafios ainda a serem superados... A reforma: Vigência (11.11.17) + 04 dias depois... MP 808/17; MP caducou dia 23.04.18! (120 dias) = a volta dos que não foram! E agora, mais de 19 meses? Está tudo tranquilo? Divergência no âmbito da jurisprudência: TRT, TST e STF; (exemplo terceirização e súmula 331 do TST e STF)

Desafios a serem superados 19 meses depois... Interpretação da lei pelo Judiciário, MPT e Ministério do Trabalho: decisões da JT, notas técnicas e medidas provisórias: Ex: novela da contribuição sindical, conforme a seguir demonstrado!

Empresa recebe comunicação do sindicato:

Notas técnica do MPT e do MTE Dia 27/04/19, MPT defende que o dispositivo desestabiliza as relações sindicais. A alteração da natureza jurídica da contribuição sindical (perda da compulsoriedade) implicará na debilidade econômica das entidades sindicais e, por conseguinte, no prejudicial enfraquecimento da ação sindical de tutela dos interesses e direitos de seus representados, afirma a Coordenadoria.

Enunciado 38 da Associação Nacional dos Magistrados do Trabalho (Anamatra) I - É lícita a autorização coletiva prévia e expressa para o desconto das contribuições sindical e assistencial, mediante assembleia geral, nos termos do estatuto, se obtida mediante convocação de toda a categoria representada especificamente para esse fim, independentemente de associação e sindicalização. II - A decisão da assembleia geral será obrigatória para toda a categoria, no caso das convenções coletivas, ou para todos os empregados das empresas signatárias do acordo coletivo de trabalho. III - O poder de controle do empregador sobre o desconto da contribuição sindical é incompatível com o caput do art. 8º da Constituição Federal e com o art. 1º da Convenção 98 da OIT, por violar os princípios da liberdade e da autonomia sindical e da coibição aos atos antissindicais.

Consequências... Liminares por meio de ações trabalhistas na JT; Medida Provisória 873, de 1º de março de 2019/

Alguns desafios já vivenciados (porém ainda não superados) 1- Diversas ADI s no STF discutindo a constitucionalidade de pontos da reforma! (contribuição sindical, BJG, etc); 2- Redução inicial do número de demandas ajuizadas (agora voltam a crescer!); 3- Processos trabalhistas pelo procedimento sumaríssimo (pedido certo/determinado): tramitação mais rápida; 4- Justiça do Trabalho e alguns exemplos de resistência quanto à aplicação da Lei 13.467/17: Enunciados da ENAMAT e de alguns TRT s;

NO TRT/04: I Jornada sobre a Reforma Trabalhista 10 de novembro de 2017 Material e no Direito Processual do Trabalho 1- PROPOSTA 1: BANCO DE HORAS POR ACORDO INDIVIDUAL. INVALIDADE. A compensação de horários mediante banco de horas exige intervenção sindical, independentemente do seu prazo de duração, conforme artigo 7º, XIII, da constituição da república. Aprovada por maioria. PROPOSTA 2: REGIME COMPENSATÓRIO 12X36 POR ACORDO INDIVIDUAL. INVALIDADE. A compensação de horários 12x36 exige intervenção sindical. artigo 7º, XIII, da constituição da república. Aprovada por maioria.

NO TRT/04: I Jornada sobre a Reforma Trabalhista 10 de novembro de 2017 Material e no Direito Processual do Trabalho Comissão nº: 03 Temática: Remuneração e parcelas indenizatórias. PROPOSTA 1: I - A verba paga a título de prêmios, assim entendida a paga de forma dependente do modo de realização e mérito do trabalho, que deriva de desempenho do empregado ou grupo de empregados, não se enquadra nos 2º e 4º do art. 457 da CLT, razão pela qual, se paga com habitualidade, integra a remuneração do empregado, incorpora-se ao contrato de trabalho e constitui base de incidência de encargos trabalhistas e previdenciários. II - Liberalidade pressupõe desvinculação da medição da quantidade de trabalho.

Ponto de reflexão que deve ser a base para cautela nas adaptações das oportunidades na sua empresa Embora seja patente a modernização da lei trabalhista, os princípios estruturantes do direito do trabalho e proteção da CLT (ex: art. 9º da CLT) permanecem aplicáveis!!!! Portanto, cuidado com soluções mágicas para assuntos envolvendo, por exemplo, salários (prêmios), terceirização e trabalho autônomo, contrato intermitente, etc. Todavia, há novas oportunidades e modelos de contratação que podem ser úteis ao seu negócio? Sem dúvida que sim! Vejamos:

Negociado X legislado Limitação da intervenção do Judiciário nas disposições negociadas coletivamente (ACT e CCT), conforme a seguir: Art. 8 o da CLT... (...) 2 o Súmulas e outros enunciados de jurisprudência editados pelo TST e pelos TRTs não poderão restringir direitos legalmente previstos nem criar obrigações que não estejam previstas em lei. 3 o No exame de CCT ou ACT, a Justiça do Trabalho analisará exclusivamente a conformidade dos elementos essenciais do negócio jurídico, respeitado o disposto no art. 104 do CC, e balizará sua atuação pelo princípio da intervenção mínima na autonomia da vontade coletiva. (NR) Sugestão? Negociação coletiva (ACT) para resguardar a empresa diante de institutos tradicionais (PLR), assim como em relação às novidades da reforma para maior resguardo: ex: teletrabalho, contrato intermitente.

Terceirização de serviços e Relação de Emprego Regra: vínculo de emprego (contratação direta e por prazo indeterminado), compõe-se da reunião dos elementos dispostos nos arts. 2º e 3º da CLT. Exceção: Contratação mediada Art. 9º da CLT (evitar fraude); Serão nulos de pleno direito os atos praticados com o objetivo de desvirtuar, impedir ou fraudar a aplicação dos preceitos contidos na presente Consolidação".

Mudança de paradigma: possibilidade de terceirização em atividade fim Ausência de lei: súmulas 256 e 331 do TST (atividade meio e atividade fim); Projetos de Lei: nº 4.302/1998, nº 4.330/04, PLC nº 30/2015; Regulamentação legal: Lei nº: 13.429, de 31.03.17, para regular a prestação de serviços a terceiros, acrescentou ao texto dal ei 6.019/74 os arts.4º-a, 4º-B, 5º- A, 5º-B, 19-A, 19-B e19-c. Alterações pela Lei 13.467/17 (reforma trabalhista). Portanto: Lei 6.019/74 (trabalho temporário + terceirização em sentido estrito )

Mudança de paradigma: possibilidade de terceirização em atividade fim Lei 13.429/17 deixava dúvidas interpretativas, pode ou não poder terceirização atividade fim? Art. 4º-A: Empresa prestadora de serviços a terceiros é a pessoa jurídica de direito privado destinada a prestar à contratante serviços determinados e específicos. Quais atividades? Ambiguidade salutar! Redação dada pela Lei 13.467/17 Art. 4 o -A. Considera-se prestação de serviços a terceiros a transferência feita pela contratante da execução de quaisquer de suas atividades, inclusive sua atividade principal, à pessoa jurídica de direito privado prestadora de serviços que possua capacidade econômica compatível com a sua execução.

Cuidado com a pejotização!!!! Art. 5 o -C. Não pode figurar como contratada, nos termos do art. 4 o -A desta Lei, a pessoa jurídica cujos titulares ou sócios tenham, nos últimos dezoito meses, prestado serviços à contratante na qualidade de empregado ou trabalhador sem vínculo empregatício, exceto se os referidos titulares ou sócios forem aposentados. Art. 5 o -D. O empregado que for demitido não poderá prestar serviços para esta mesma empresa na qualidade de empregado de empresa prestadora de serviços antes do decurso de prazo de dezoito meses, contados a partir da demissão do empregado.

Tranquilidade na jurisprudência? TRT04 TERCEIRIZAÇÃO. FORMAÇÃO DO VÍNCULO DE EMPREGO COM O TOMADOR. O art. 4-A da Lei 6019/74 não impede o reconhecimento do vínculo de emprego quando presentes os requisitos dos arts. 2º e 3º da CLT. Aprovada por maioria.

Tranquilidade na jurisprudência? Enunciado 11 - ENAMAT TERCEIRIZAÇÃO: ATIVIDADE-FIM- O caput e parágrafo 1º do artigo 4º-A da lei 6.019/1974 (que autorizam a transferência de quaisquer atividades empresariais, inclusive a atividade principal da tomadora, para empresa de prestação de serviços), são incompatíveis com o ordenamento jurídico brasileiro (art. 7º, I, CF e arts. 3º e 9º, CLT), pois implicam violação do princípio da dignidade da pessoa humana e do valor social do trabalho (arts. 1º, IV; 5º, 2º; 6º; 170 e 193, todos da CF e constituição da OIT). Presentes os requisitos do art. 3º da CLT, forma-se vínculo de emprego direto com a empresa tomadora de serviços

ADPF 324 Proc.: 9997591-98.2014.1.00.0000. ADPF: ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL. Origem: DF - DISTRITO FEDERAL Relator Atual: MIN. ROBERTO BARROSO A ADPF sustenta que: (i) a despeito da aprovação das leis em questão, a Justiça do Trabalho manteve o padrão decisório anterior, que conduz à inviabilidade da terceirização; Min. Barroso: De fato, a Súmula 331 do TST, que consolida a jurisprudência sobre o assunto, não foi revogada pela Justiça do Trabalho nem mesmo após a edição das leis. Não bastasse isso, enunciados aprovados pela ANAMATRA, na Segunda Jornada de Direito Material e Processual do Trabalho, recomendam a não aplicação das novas normas, ao fundamento de que são inconstitucionais, por violarem a dignidade do trabalhador e o valor social do trabalho. Não há dúvida, portanto, da utilidade em obter uma manifestação do Supremo Tribunal Federal acerca da compatibilidade entre o instituto da terceirização e a Constituição.

ADPF 324 Proc.: 9997591-98.2014.1.00.0000. ADPF: ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL. Origem: DF - DISTRITO FEDERAL Relator Atual: MIN. ROBERTO BARROSO Min. Barroso: De fato, a Súmula 331 do TST, que consolida a jurisprudência sobre o assunto, não foi revogada pela Justiça do Trabalho nem mesmo após a edição das leis. Não bastasse isso, enunciados aprovados pela ANAMATRA, na Segunda Jornada de Direito Material e Processual do Trabalho, recomendam a não aplicação das novas normas, ao fundamento de que são inconstitucionais, por violarem a dignidade do trabalhador e o valor social do trabalho. Não há dúvida, portanto, da utilidade em obter uma manifestação do Supremo Tribunal Federal acerca da compatibilidade entre o instituto da terceirização e a Constituição.

ADPF 324 Relator Atual: MIN. ROBERTO BARROSO Decisão: O Tribunal, no mérito, por maioria (7X4) e nos termos do voto do Relator, julgou procedente o pedido e firmou a seguinte tese: 1. É lícita a terceirização de toda e qualquer atividade, meio ou fim, não se configurando relação de emprego entre a contratante e o empregado da contratada. 2. Na terceirização, compete à contratante: i) verificar a idoneidade e a capacidade econômica da terceirizada; e ii) responder subsidiariamente pelo descumprimento das normas trabalhistas, bem como por obrigações previdenciárias, na forma do art. 31 da Lei 8.212/1993, Vencidos os Ministros Edson Fachin, Rosa Weber, Ricardo Lewandowski e Marco Aurélio. Presidiu o julgamento a Ministra Cármen Lúcia. Plenário, 30.8.2018. Recurso Extraordinário (RE) 958252, com repercussão geral reconhecida.

Premiação: baixaram os custos de salários? 2 o As importâncias, ainda que habituais, pagas a título de ajuda de custo, auxílio-alimentação, vedado seu pagamento em dinheiro, diárias para viagem, prêmios e abonos não integram a remuneração do empregado, não se incorporam ao contrato de trabalho e não constituem base de incidência de qualquer encargo trabalhista e previdenciário. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017) (Incluído pela Lei nº 13.419, de 2017) 4 o Consideram-se prêmios as liberalidades concedidas pelo empregador em forma de bens, serviços ou valor em dinheiro a empregado ou a grupo de empregados, em razão de desempenho superior ao ordinariamente esperado no exercício de suas atividades. MP 808/2017 que caducou: Prêmio: "as liberalidades concedidas pelo empregador em forma de bens, serviços ou valor em dinheiro a empregado ou a grupo de empregados, em razão de desempenho superior ao ordinariamente esperado no exercício de suas atividades."

Solução de Consulta 151 da Receita Federal, publicada nesta terça-feira (20/5/19). CONTRIBUIÇÃO SOCIAL PREVIDENCIÁRIA. NÃO INCIDÊNCIA. PRÊMIO POR DESEMPENHO SUPERIOR. REFORMA TRABALHISTA. A partir de 11 de novembro de 2017, não integra a base de cálculo, para fins de incidência das contribuições previdenciárias, o prêmio decorrente de liberalidade concedida pelo empregador em forma de bens, serviços ou valor em dinheiro a empregado ou a grupo de empregados, em razão de desempenho superior ao ordinariamente esperado no exercício de suas atividades. No período compreendido entre 14 de novembro de 2017 e 22 de abril de 2018, o prêmio por desempenho superior, para ser excluído da base de cálculo das contribuições previdenciárias, não pode exceder ao limite máximo de dois pagamentos ao ano.

Solução de Consulta 151 da Receita Federal, publicada nesta terça-feira (20/5/19). CONTRIBUIÇÃO SOCIAL PREVIDENCIÁRIA. NÃO INCIDÊNCIA. PRÊMIO POR DESEMPENHO SUPERIOR. REFORMA TRABALHISTA. Os prêmios excluídos da incidência das contribuições previdenciárias: (1) são aqueles pagos, exclusivamente, a segurados empregados, de forma individual ou coletiva, não alcançando os valores pagos aos segurados contribuintes individuais; (2) não se restringem a valores em dinheiro, podendo ser pagos em forma de bens ou de serviços; (3) não poderão decorrer de obrigação legal ou de ajuste expresso, hipótese em que restaria descaracterizada a liberalidade do empregador; e (4) devem decorrer de desempenho superior ao ordinariamente esperado, de forma que o empregador deverá comprovar, objetivamente, qual o desempenho esperado e também o quanto esse desempenho foi superado.

Diligência a ser adotada pela empresa em relação aos prêmios Para que o valor recebido pelo empregado, a título de prêmio ou abono, não integre a sua remuneração para fins trabalhistas e previdenciários, devem ser atendidos os seguintes parâmetros: a) o pagamento do prêmio deve decorrer de liberalidade do empregador; b) o prêmio deve estar, comprovadamente, vinculado a "desempenho superior ao ordinariamente esperado" do empregado no exercício de suas atividades; c) d) o prêmio não pode ser substituto de parcela salarial prevista no contrato de trabalho. Portanto, no entendimento, somente deixará de integrar as demais verbas trabalhistas e de sofrer a incidência dos encargos previdenciários, o prêmio concedido por liberalidade (ou seja, aquele não previsto em lei, instrumento normativo, regulamento interno ou no contrato de trabalho), devendo estar destinado a fatos ou situações acima do que ordinariamente se espera do empregado.

Premiação: medidas de cautela para não configurar salário A alteração do artigo 457 da CLT, trazida pela Reforma Trabalhista, deixa explícito que para que os valores pagos a título de prêmio não integrem o salário dos colaboradores, as condições estabelecidas devem incentivar que o empregado exceda o seu desempenho regular, vez que esse último já é remunerado pelo salário mensal. A vinculação do conceito de prêmio ao seu pagamento "em razão de desempenho superior ao ordinariamente esperado no exercício de suas atividades", demanda, ou pelo menos não exclui, que haja a formalização de qual é o fato ou parâmetro que provoca o pagamento do prêmio a ao empregado ou terceiro, e a sua correlação lógica com o desempenho laboral extraordinário. Inclusive, para que haja maior segurança para o empregador, de que possuirá elementos para demonstrar que determinado pagamento efetivamente se refere à premiação de desempenho, é indicado que haja um parâmetro previamente formalizado de avaliação, que indique qual é o critério que define o desempenho superior ao ordinário, em face da atividade executada. Essa definição deverá ser efetuada em face da realidade da empresa e da função desempenhada pelo empregado. O pressuposto básico é de que o prêmio não pode remunerar o desempenho normal do empregado, fazendo às vezes de salário. Por exemplo, no caso de um profissional de vendas, o prêmio não pode fazer às vezes da comissão, remunerando cada venda efetuada. Mas é plenamente viável o empregador considerar a média de vendas por mês, no último ano, e instituir um prêmio a ser pago sempre que esse parâmetro médio for ultrapassado.

Banco de horas e compensação Compensação de horas e banco de horas: Art. 59. A duração diária do trabalho poderá ser acrescida de horas extras, em número não excedente de duas, por acordo individual, convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho. 1 o A remuneração da hora extra será, pelo menos, 50% (cinquenta por cento) superior à da hora normal. (...) 5 o O banco de horas de que trata o 2 o deste artigo poderá ser pactuado por acordo individual escrito, desde que a compensação ocorra no período máximo de seis meses. 6 o É lícito o regime de compensação de jornada estabelecido por acordo individual, tácito ou escrito, para a compensação no mesmo mês. (NR)

Jornada 12X36 Trabalho em jornada 12 X 36: MP 808/17 (caducou!) Art. 59-A. Em exceção ao disposto no art. 59 desta Consolidação, é facultado às partes, mediante acordo individual escrito, convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho, estabelecer horário de trabalho de doze horas seguidas por trinta e seis horas ininterruptas de descanso, observados ou indenizados os intervalos para repouso e alimentação. Art. 59-B. O não atendimento das exigências legais para compensação de jornada, inclusive quando estabelecida mediante acordo tácito, não implica a repetição do pagamento das horas excedentes à jornada normal diária se não ultrapassada a duração máxima semanal, sendo devido apenas o respectivo adicional. Parágrafo único. A prestação de horas extras habituais não descaracteriza o acordo de compensação de jornada e o banco de horas.

Nova modalidade de extinção do contrato: comum acordo Previsão de Distrato como modalidade de extinção do contrato de trabalho: Art. 484-A. O contrato de trabalho poderá ser extinto por acordo entre empregado e empregador, caso em que serão devidas as seguintes verbas trabalhistas: I - por metade: a) o aviso prévio, se indenizado; e b) a indenização sobre o saldo do FGTS; ; II - na integralidade, as demais verbas trabalhistas. 1 o A extinção do contrato prevista no caput deste artigo permite a movimentação da conta vinculada do trabalhador no FGTS, limitada até 80% (oitenta por cento) do valor dos depósitos. 2 o A extinção do contrato por acordo prevista no caput deste artigo não autoriza o ingresso no Programa de Seguro-Desemprego.

Homologação de acordo extrajudicial Art. 855-B. O processo de homologação de acordo extrajudicial terá início por petição conjunta, sendo obrigatória a representação das partes por advogado. 1º As partes não poderão ser representadas por advogado comum. Art. 855-C. O disposto neste Capítulo não prejudica o prazo estabelecido no 6º do art. 477 desta Consolidação e não afasta a aplicação da multa prevista no 8º art. 477 desta Consolidação. Art. 855-D. No prazo de quinze dias a contar da distribuição da petição, o juiz analisará o acordo, designará audiência se entender necessário e proferirá sentença.

Considerações finais É tempo de mudanças; É preciso ficar atento aos próximos passos do governo e das decisões do STF; Prudência ao realizar alterações nos contratos de trabalho; Recomenda-se fazer um estudo prévio de prevenção de passivo trabalhista e adequação das alteração nos contratos de trabalho.

MUITO OBRIGADO!!!! Prof. Dr. Eugênio Hainzenreder Júnior Advogado e Professor da PUCRS. Presidente da Associação dos Advogados Trabalhistas de Empresas no Estado do RS - SATERGS Email: eugenio.hj@hotmail.com